- Dona Fernanda me perdoe interromper a reunião mas é urgente!

- Eu realmente espero que seja, se eu perder essa licitação por conta disso você vai ser demitida!

- Ligaram do prédio da dona Maria Luiza, ela está no hospital, aconteceu alguma coisa, mas o porteiro não soube explicar.

-Que hospital ela está? Mandem trazer o meu carro agora!

- Parece que levaram ela pra o 02 de julho próximo à casa dela?

- Aquilo lá é hospital? liga para o Gabriel e providencie uma ambulância para leva-la para a clínica dele, eu estou indo pra lá.

O carro de Rafaela já estava na frente do prédio quando ela chegou, nem sabia o que tinha acontecido mas tinha certeza que deveria estar ali do lado da sua morena, as lagrimas caiam sem parar e mesmo não sendo uma mulher de crenças apelou pra fé.

-Olha só papai do céu, eu sei que estou meio em falta com você, mas por favor proteja minha mulher e os meus etezinhos, não deixe que tenha acontecido nada com eles.

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- Por favor doutor não deixa eu perder os meus filhos não, -- Luiza chorava a mais profunda dor que já sentiu em sua vida, a possibilidade de perder os seus anjinhos que foram concebidos com tanto amor e tanto desejo lhe deixava sem chão.

- A senhora precisa se acalmar, eu farei o que estiver ao meu alcance.

Ela foi medicada e levada pra um quarto, estava aguardando o médico atender uma emergência para que pudesse fazer uma ultrassonografia para comprovar o que aconteceu com seus bebes, Luiza tentava se manter mais calma possível, ficar apavorada com a situação só traria consequências mais negativas ainda.

- A senhora vai ser transferida! Luiza apenas assentiu com a cabeça, nem queria saber qual a razão, nem pra onde iria, suas mãos estavam sobre o seu ventre e ela apenas pedia a Deus que seus filhos estivessem bem. Pelo nome da ambulância seria obvio para onde iria e quem teria mandado busca-la,

- Como você está? Como estão os nossos filhos? Me diz que eles estão bem!

- Eu ainda não sei, depois da medicação o sangramento parou, vou fazer a ultrassonografia. - Fernanda ainda estava com os olhos vermelhos, e mantinha a sua postura de rocha, ela precisava segurar a barra, sua esposa precisava dela ali, e duas desesperada não seria bom.

- Vai da tudo certo, venha aqui meu amor, o encaixe daquele abraço confortava aqueles corações, um pertencia ao outro e juntas sabiam que poderiam enfrentar qualquer situação que poderia estar por vim.

- Obrigada por não me abandonar! Eu te amo!

- Eu te amo! - os lábios se uniram em um longo e doce selinho regado por lagrimas.

-Desculpa a interrupção mas a sala já está pronta, vamos? - Luiza foi posta em uma cadeira de rodas, e levada por uma enfermeira até a sala onde faria o exame, quanto mais próximo chegava do local mais acelerado seu coração batia, o seu nervosismo só foi contido quando sentiu a mão da sua amada cruzando a sua e ouviu aquela frase: - Eu estou aqui!

Na sala, Malu deitou-se sobre a maca e passou a ser avaliada pelo médico, sentiu que não conseguia mais respirar quando olhou a imagem a sua frente.

- Podem se acalmar mamães, seus bebes estão bem. - as duas choravam de felicidade, -- mas você perdeu muito sangue, e a partir de agora vai ter atenção redobrada com essa gestação, e nos próximos dias quero repouso absoluto.

As explicações e orientações foram dadas para o casal que passaram a noite no hospital para que Luiza continuasse sendo observada e que tomasse algumas medicações.

 No outro dia foram liberadas e recebidas em casa com uma festa, todos os seus amigos estavam lá e ficaram por pouco tempo já que as recomendações do médico foram de que Maria Luiza precisava de tranquilidade. Fernanda tirou a semana de folga e ficou todos os dias cuidando e mimando a sua barrigudinha.

-Maria Luiza.

- Vixe eu não fiz nada, está me chamando pelo meu nome porquê?

- Amor, eu preciso saber o que aconteceu no dia que você teve o sangramento, é a terceira vez que eu toco no assunto e você foge, e cada dia eu penso mais idiotices, por favor me esclareça o que aconteceu.

- Eu te conto se você jurar pra me que essa história não vai gerar nenhum problema!

- Fala logo Luiza!

Luiza esclareceu e Fernanda ouvia cada palavra com uma raiva visivelmente estampados nos olhos, seu rosto estava vermelho de ódio, se Rafaela aparecesse na sua frente não sobraria nem a história dela pra contar.

- Você prometeu que não faria nada.

- Ta Maria Luiza, vamos dormir que amanhã tenho que voltar para empresa, tenho tanto trabalho que minha cabeça dói só de pensar.

- Ai!

- O que foi amor? Ta sentindo alguma coisa?

- Seus filhos estão aprendendo a brincar de futebol, ou a dançar balé!

-Fiquem quietos meus et's, deixem a mamãe dormir- a. a ... amor! - Fernanda percebeu a besteira que fez vendo a cara de raiva da esposa, não daria pra voltar atrás.

- Meus filhos não são et's.

- Pra que esse travesseiro e esse cobertor?

- Você vai dormir no sofá.

- Ah amor! Eu falei sem querer, deixa de besteira.

- Mas é o que você pensa, então me deixe aqui sozinha com eles, saia!

Fernanda pegou o cobertor e foi para o sofá, a noite foi péssima, estava desacostumada a ficar sem sua morena, logo cedo saio para empresa, não queria ficar longe mas tinha que trabalhar, depois de um dia cheio precisava da sua cama e ela não iria admitir dormir outra vez no sofá.

Usando a técnica básica para acalmar uma mulher e fazer as pazes, passou em uma floricultura e seguiu para casa.

-Ta tentando me comprar? Não vai adiantar!

- Não, só passei e escolhi uma pra cada um, a rosa azul é para o nosso meninão, a rosa e a lilás para nossas princesas e as vermelhas são para a mulher mais linda, e que conquistou meu mundo.

- São lindas, mas você ainda vai dormir no sofá, e sabe qual a melhor parte disso tudo... hoje acaba meu resguardo absoluto, já posso fazer quase tudo, estou morrendo de tesão e você não vai encostar um dedo em mim. Boa noite FERNADA ARAGÃO.

Fim do capítulo