Capítulo 43. Secrets
Alice tinha acordado mais cedo naquele dia, revirou-se na cama antes sequer de abrir os olhos, o lençol tinha um cheiro diferente do qual era acostumada a sentir todas as manhãs, e a cama, apesar de confortável, era macia de mais, seu corpo afundava se ficasse em uma posição por muito tempo. Lembrou-se vagamente de como chegou ali, revivendo apenas o cheiro doce do perfume de Emily que naquela noite exalou tão próximo de seu rosto, um sorriso bobo tomou-lhe os lábios logo cedo com o doce relembrar. Virou-se para o lado em que a ruiva estava deitada e observou-a da outra cama por longos minutos, ela mexia-se constantemente como se algum sonho agitado ou quem sabe um pesadelo afligisse-lhe o sono. Franziu o cenho, discutindo consigo mesma se a acordaria ou se apenas continuaria ali a admirá-la, e acabou optando pela primeira.
-- Emily... -- Chamou-a em um sussurro, ainda da cama, mas não obteve resposta. -- Emily... -- Levantou-se silenciosamente e caminhou até a cama da ruiva, agachando-se na altura da mesma logo em seguida. -- Emily acorda. -- Levou a mão até o semblante da amiga, acariciando-lhe as bochechas. Pôde sentir a pele da ruiva úmida pelo suor que cobria-lhe a superfície do rosto e isso deixou-a preocupada. -- Emily... -- Ela se aproximava para beijar-lhe o rosto quando a ruiva levantou-se um pulo súbito, assustando-a e fazendo cair para trás, de bunda no chão.
-- Alice? -- Emily respirava pesado. -- Você está bem? -- Olhou-a com aflição. -- Desculpa eu... -- A ruiva já se levantava para ajudá-la quando percebeu que a outra deixava escapar risos divertidos. -- Você está... -- Semicerrou o olhar. -- Rindo?
Alice levantou o olhar, alcançando aqueles olhos azuis e curiosos e apenas confirmou com um balançar de cabeça, mesmo que retoricamente.
-- É rir para não chorar Harley. -- Resmungou. -- Você levanta do nada, igual a um suricato, enquanto eu em toda a minha doçura me encontrava preocupada com teu sono! -- Lamentava em um tom descontraído enquanto balança a cabeça, desacreditando que aquilo tivera acontecido. -- Me levantei até daquela cama deliciosamente quentinha e...
-- Eu posso te aquecer de novo, se esse for o problema -- Ela sorriu sugestiva ao abrir os braços para a amiga caída ao chão.
-- Esse é o menor dos problemas. -- Tentou conter o sorriso que lutava para contagiar-lhe os lábios pela alegria da oferta. -- Mas... Pode ser que eu aceite.
-- Vem logo aqui. -- Puxou-a pela mão, colocando-a entre seus braços em um abraço carinhoso.
-- Você teve algum pesadelo? -- Afastou o rosto ao fitá-la de maneira atenta.
-- Parece que sim. -- Resmungou as palavras ainda sonolentas enquanto tentava manter-se próxima de Alice. Ela sabia muito bem do pesadelo que havia tido durante a noite inteira, mas preferiu não mencioná-lo para a amiga, afinal, era apenas um sonho ruim. E uma manhã como esta, onde podia-se dizer oficialmente que era a primeira manhã delas juntas, não apenas como amigas, era boa de mais para que qualquer pesadelo que fosse pudesse estragar, por pior que ele pudesse ter sido. -- Não me lembro muito bem.
-- Do jeito que acordou assustada, de certa forma talvez tenha sido até bom esquecer-se dele então... -- Alice voltou a se aconchegar nos braços da ruiva, que deitou novamente na cama, mantendo-a sobre seu ombro, aquecida em seus braços. -- Aliás, bom dia. -- Sorriu tímida.
Emily fitou aqueles olhos dourados e especialmente brilhantes nesta manhã, sentiu um sorriso delicado tomar-lhe os lábios antes que depositasse um selinho demorado e carinhoso nos lábios de Alice.
-- Bom dia.
Alice fechou os olhos, apertando os lábios em um sorriso discreto.
-- Precisarei me acostumar com esses beijos entre nós. -- Observou a ruiva assim que abriu os olhos. -- Especialmente estes tão repentinos. -- Retribuiu o sorriso.
-- Eu posso me acostumar com isso rapidinho. -- Deu-lhe outro selinho, este, por sua vez, mais demorado que o outro.
-- É... Eu acho que eu... -- Recebeu outro selinho que interrompeu suas palavras. -- Também. -- Deixou que sua boca fosse dominada pelo beijo calmo e carinho que Emily começara assim que ela terminou de falar.
A ruiva sentia seu coração pular dentro do peito, tudo parecia-lhe bom de mais para que ela pudesse simplesmente acreditar. Por anos Alice viveu ao seu lado apenas como sua amiga e Emily precisou de todos esses anos para então perceber que o que realmente sentia pela jovem de olhos dourados não era apenas um sentimento de carinho amistoso, mas sim muito mais. Aqueles beijos, tão calmos e inéditos, lhe traziam um conjunto de emoções e sensações maravilhosas, diferente de tudo que já havia sentido por outras garotas. Era como se Alice pudesse fazer seu coração bater forte e acelerado e depois simplesmente fazê-lo para de bater de um segundo para o outro, e bastava sentir o cheiro de sua pele para que todo o seu corpo correspondesse a esses sentimentos. Alice e Emily se conheciam muito bem, elas tinham uma compreensão e intimidade que ultrapassava os limites da conversa, bastava-lhes um olhar, um sorriso ou apenas um gesto para que pudessem entender uma a outra, e ambas achavam isso incrível, único.
Alice rolou para cima da ruiva durante o beijo, apoiando seus cotovelos na cama ao redor de seu rosto, ela sentiu o beijo ficar mais intenso quando o calor de seus corpos entraram em contato. Emily deslizou a mão pela nuca de Alice, puxando seu rosto contra o dela enquanto deixava a ponta das unhas tocar a superfície de sua pele. Alice sentiu um frio passar pela sua espinha, deixando-a completamente arrepiada e com a respiração descompassada. Era novo tanto para a ruiva e principalmente para ela ter esse momento mais intenso e seus corações sabiam disso muito bem, tanto é que mal conseguiam manter um ritmo em suas batidas.
Emily tomou a borda inferior da blusa de Alice nas mãos, puxando aquele pedaço de pano, involuntariamente, contra o seu corpo, aumentando conseqüentemente o atrito entre eles. Ela teve seu lábio inferior puxado por uma suave mordida de Alice, que posteriormente deixou que seus lábios deslizassem sobre os da ruiva, provocando-a por longos segundos. A advogada deixou escapar um sorriso de contentamento quando Emily tomou sua nuca novamente, segurando-a para dar inicio a um novo e urgente beijo. Suas pernas estremeceram com o seguimento intenso daquele momento, e Alice pôde jurar que se estivesse de pé naquela hora, provavelmente precisaria se segurar em Emily para que não viesse a cair. Ela tirou o apoio do seu cotovelo da cama e desceu sua mão até o alcance da cintura da ruiva, dando-a leves apertos e caricias, Alice sentiu-se feliz quando sentiu o corpo de Emily corresponder aos seus toques quando se contorceu. O beijo era intensificado a cada segundo, aumentando o contato entre seus corpos que já se moviam por vontade própria quando o celular de Emily tocou alto, interrompendo-as.
-- Não... -- Sussurrou em um tom implorativo. -- Não atende... -- Alice segurou o punho de Emily em um rompante, impedindo-a de alcançar o aparelho.
-- Eu não ia atender, só ia silenciar. -- Sorriu de canto de boca enquanto fitava aqueles olhos dourados tão encantadores e surpresos com aquelas palavras.
-- Emily Harley recusando uma ligação por mim, quem diria. -- Se gabou.
-- Como se eu nunca tivesse feito isso antes... -- Falou com sarcasmo. -- Será que eu posso...? -- Emily olhou para a sua mão que estava sendo presa.
Alice soltou a mão da ruiva e ainda deitada em cima de seu corpo, observou-a minuciosamente, admirando as curvas do seu rosto, pescoço, clavícula e um pouco mais abaixo, o inicio da curva dos seios, enquanto Emily escorregava os dedos pelos lençóis da cama, tentando alcançar o celular. A ruiva deu uma breve olhada para o visor do celular, apenas para certificar-se de que não era nada importante, e o nome ‘Matheus’ na tela deu-lhe a completa certeza disso. Silenciou a ligação e jogou o celular para longe, não se importando com o fato dele ter caído no chão.
-- Viu? Rápida como uma bala. -- Vangloriou-se da atitude.
-- Claro... -- Implicou em um tom debochado. -- Se você fosse realmente rápida já teria me dado um beijo. -- Fez um bico ao olhá-la nos olhos.
-- Eu sou rápida, senhorita Butckovisky. -- Emily reverteu suas posições na cama ao jogá-la para o lado e se lançar sobre o seu corpo. -- Eu disse, rápida como uma bala. -- Sorriu de maneira convencida.
-- Oh céus, quanta velocidade! Deu-me um beijo e eu sequer percebi. -- Fez uma cara de surpresa, implicando com a ruiva.
-- Se quer tanto assim um beijo, porque simplesmente não vem pegar? -- Desafiou-a com o olhar enquanto sutilmente afastava seu rosto do dela.
-- Eu poderia... -- Alice perdeu-se nos olhos da ruiva por longos segundos, apreciando a felicidade que eles emanavam sem discrição alguma ao reluzirem de maneira tão encantadora. -- E você até que está merecendo... -- Desviou os olhos para seus lábios, analisando suas curvas minuciosamente. -- E seus lábios eles... -- Sentiu o ar querer lhe faltar, fazendo-a suspirar. -- Eles parecem sempre tão convidativos...
-- É porque eles são. -- Foi egocentricamente divertida.
-- Ei! -- Chamou a atenção da ruiva, desferindo-lhe um leve tapa no braço. -- Nem pense em roubar o meu ego, okay? -- Sorriu.
-- A única coisa que vou lhe roubar por agora é um beijo, senhorita Butckovisky. -- Emily avisou-a enquanto já se aproximava para beijá-la, mas antes que o fizesse o celular tocou alto novamente, uma vez que Emily só havia silenciado a ligação, e não o toque do aparelho.
-- Caramba, quanta insistência! -- Alice resmungou, indignada com o fato dos lábios de Emily terem parado a centímetros dos dela.
-- Esse Matheus é um inconveniente, isso sim. -- Emily também reclamou, levantando-se da cama. -- Eu vou atender e dizer para ele que... -- Alice interrompeu, carregando em sua voz um desespero que deixou a ruiva um tanto quanto surpresa.
-- NÃO! -- Sentou-se na cama em um pulo repentino.
Emily paralisou ao ouvi-la. Ela sabia que a advogada não estava se dando muito bem com Matheus nesses últimos dias, e embora sem saber o real motivo do porque, o fato dela ter gritado de uma maneira tão rude e grosseira a incomodou.
-- Alice, o que deu em você? -- A ruiva franziu o cenho, encarando-a e ignorando o toque do celular. -- Eu só vou dizer que estou ocupada no momento e que quando der eu retorno...
-- Não. Emily, não precisa, sério. Ele vai entender se você simplesmente não atender. -- Tentou tranqüilizar a própria voz, mas o desespero de ter seu segredo revelado a qualquer momento impedia-lhe de fazer isso, deixando estampado em seus olhos e feição o medo e a preocupação.
-- Vocês precisam para com isso, eu hein. -- Resmungou enquanto voltava sua atenção para o aparelho que tocava insistentemente no chão do quarto, logo abaixo da cama aonde Alice havia dormido. -- Nós éramos inseparáveis e agora vocês... ahrg, vocês estão estragando tudo! -- Abaixou-se e pegou o celular. -- Vocês vão para com essa frescura, e vai ser agora. -- Atendeu a chamada, colocando o celular ao alcance da mão de Alice. -- Fala com ele. -- Ordenou.
A advogada simplesmente balançou a cabeça, negando-se a atender a ligação.
-- Alice, por favor! -- Implorou, sacudindo o aparelho na frente do seu rosto.
-- Não Emily. Eu não quero falar com ele. -- Falou em um tom furioso.
Matheus que estava do outro lado da linha e ouvindo tudo começou a falar em um tom alto, permitindo que as jovens apenas ouvissem alguns poucos ruídos do outro lado da linha.
-- Matheus, espera. -- Falou olhando para o aparelho, acreditando que o rapaz a ouviria e esperaria de bom grado até que elas realmente o atendessem. -- Olha só, você e eu... Bom, nós estamos juntas agora, e ele é um dos meus melhores amigos, e já foi seu também, então é bom que se entendam de uma vez por todas. -- Reclamava indignada. -- Parecem duas crianças birrentas, aonde já se viu.
-- Para de tentar forçar a barra Emily, desliga logo esse celular vai. -- Gesticulava, enquanto fitava a ruiva, aflita pela situação em que estava.
-- Okay. Se você não atende, eu atendo. -- Emily levava o celular até o ouvido quando Alice levantou da cama em um rompante, tomando o aparelho de sua mão. Ela o colocou no ouvido apressadamente, forçando uma conversa com o rapaz, tudo para impedir que ele contasse qualquer coisa à Emily.
-- Matheus? -- Chamou-o.
-- Alice, sua desgraçada. Onde vocês estão? Para onde levou a Emily? Eu passei na casa dela e... -- Foi interrompido.
-- Sim, é, eu sei. -- Tentou dizer qualquer coisa que pudesse convencer a ruiva de que eles estavam tendo uma conversa civilizada.
-- A mãe dela disse que ela não voltou da festa! Eu sabia que isso só podia ser coisa sua... Mas se você acha que vai conseguir se...
-- Emily realmente insistiu para que tenhamos essa conversa. -- Gaguejou por conta do nervosismo. -- Eu também não queria.
-- Passa esse celular para ela agora! -- O rapaz gritava furioso do outro lado da linha. -- Você não vai conseguir manter ela afastada para sempre! -- Ele esmurrou a pequena estante a sua frente, derrubando alguns pequenos bibelôs. -- Passa logo essa porcaria de celular para ela.
-- Não adianta... -- As palavras lhe faltaram.
Durante essas horas em que passou o tempo com a ruiva, Alice realmente pôde se esquecer de todos os problemas que a aguardavam quando voltasse. E embora ela soubesse que esses poucos dias durariam para sempre em sua memória, mais cedo ou mais tarde Emily saberia da verdade e talvez fosse-lhe este tempo que pudesse servir de peso para a decisão da ruiva. A esperança da advogada estava toda depositada nesse tempo, nos dias que passaria ao lado da amiga tentando-lhe provar que esse verdadeiro sentimento entre elas era único, e que se fosse da escolha da ruiva perdoá-la futuramente, ela poderia lhe mostrar as mais belas coisas da vida e compartilhar dos mais intensos e belos momentos. Não era mais apenas uma questão de fuga, Alice precisava desse tempo, precisava mostrar para Emily, antes de estragar tudo, que era ao seu lado que ela sempre deveria ficar e que se ela o fizesse, tudo valeria a pena, todos os anos de espera, todas as brigas, todas as reconciliações. Esse era o tempo delas e não estava nos planos da advogada deixar que Matheus estragasse isso.
Alice sentiu seu coração apertar no peito, trazendo-lhe um terrível desconforto apenas por ter pensado na possibilidade de não ser perdoada. As palavras que Matheus berrava do outro lado já não lhe faziam sentido algum, eram apenas sons altos e desconfortáveis para seus ouvidos. Desvencilhou-se da ligação ao retirar o celular do ouvido, desligando-o logo em seguida, enquanto a ruiva olhava-a com a cara mais surpresa possível. Aqueles olhos azuis pareciam imensos de tão arregalados, e aquelas sobrancelhas ruivas e bem feitas encontravam-se em arcos acentuados.
-- Você... -- Pausou, tentando captar através dos olhos omissos de Alice, o que acabava de acontecer ali. -- DESLIGOU?
-- Não... -- Respondeu em um sussurro baixo e desanimado. -- A ligação... ela... ela caiu. -- Engoliu seca, sentindo-se péssima por mentir daquele jeito para a ruiva, que pareceu acreditar em cada palavra.
-- Ah, menos mal então. -- Soltou o ar, aliviada. -- Porque não retorna? Parecia que vocês finalmente iam...
-- Emily! -- Alice foi ríspida. -- Por favor, agora não ta legal? -- Levantou-se, colocando o celular em modo silencioso discretamente.
A advogada precisava arranjar um jeito de dar um fim ao celular de Emily, mas fazer isso seria difícil, ainda mais com Matheus ligando a todo momento. Preferiu ocupar a atenção da ruiva com outra coisa, enquanto articulava alguma coisa para dar um fim ao aparelho.
-- Será que podemos tomar café da manhã? Eu estou faminta. -- Tentou tirar o foco da provável futura conversa sobre aquela ligação.
O resto da manhã passou-se com ambas completamente fora de sintonia. Alice tentava a todo custo esquecer-se da ligação e das ameaças de Matheus ao celular, mas era impossível, toda vez que olhava para a ruiva, para aqueles olhos tão inocentes e cheios de alegria, Alice lembrava-se que em poucos dias eles não estariam mais assim, e que uma tristeza e inconformidade os consumiriam, tirando toda aquela paz e tranqüilidade que agora tomava as horas da amiga.
No fim da tarde, após outra longa viagem de carro, elas pararam próximas ao parque da Guarita, aonde tinham decido que passariam a noite no camping das furnas. E pouco antes do sol começar a se por, elas foram até o ponto da vista das furnas, de onde podiam ver a grande extensão do mar que colidia contra as rochas. Sentaram-se sobre uma canga comprada em uma lojinha da região e ficaram lá, assistindo o por do sol.
Alice estava com a cabeça deitada sobre as pernas de Emily, que a olhava uma vez ou outra para admirá-la, ou apenas para observar se aquela feição amedrontada já havia deixado-lhe o rosto. A ruiva ainda se encontrava confusa com a mudança repentina que a advogada teve depois da ligação de Matheus, poderia não parecer, mas Emily tinha sacado muito bem o quanto Alice se distanciou depois dela. Era como se ela houvesse simplesmente colocado uma barreira entre elas, impedindo-a de dificultando todas as tentativas de aproximação que ela fazia durante todo o dia. A advogada encontrava-se com as mãos sobre a barriga quando Emily as tocou de maneira carinhosa, acariciando-lhes na superfície, e esse toque fez com que Alice finalmente olhasse nos olhos da ruiva, coisa que já não acontecia desde a manhã na pousada. Aqueles olhos dourados buscavam por uma redenção insensata que Emily não conseguia compreender, ela se aprofundava no olhar da ruiva atravessando as barreiras que ela mesmo havia colocado, fazendo-se lembrar do real motivo pelo qual estava ali, insistindo em tê-la em seus braços quando todas as outras coisas lhe diziam para tirá-la de lá, e esse motivo era apenas um: O amor que sentia por Emily. Esse amor não podia simplesmente ser ameaçado por um segredo qualquer, e ela iria usar esse tempo para mostrar isso não apenas para ela mesma, mas também para a ruiva.
Um sorriso pacato formou-se nos lábios da advogada, e seus olhos ternos enfrentaram os da ruiva por longos segundos. O sol já se punha e o tempo corria despercebido quando a atenção de ambas focava-se apenas no momento delas, transformando todo o resto do mundo em apenas resto.
Emily levou sua mão até o rosto da advogada, acariciando-lhe as bochechas com o polegar em um movimento calmo e delicado que arrancou dela suspiros prazerosos pelo afago. Seus olhos fecharam-se em um movimento de reflexo quando a ruiva se aproximou de seus lábios, tomando-os em um beijo. Alice colocou os braços para cima, enlaçando a cintura da ruiva. Momentos após o inicio do beijo a advogada levantou-se, sentando-se de frente para Emily. Seus olhos buscaram pelos dela apenas mais uma vez, e assim que os encontrou ela sentiu seu coração palpitar. Ter aquela mulher tão perto e tão entregue a ela era quase como um sonho, e ela precisava disso, precisava olhá-la nos olhos para ter a certeza de que essa era sua realidade. Emily sempre fora a mulher pela qual seu coração batia mais forte e mais fraco, aquela que lhe tomava todo o fôlego e que lhe arrancava os sorrisos mais sinceros. Seu coração nunca se enganou quanto a isso, e embora tivesse se envolvido com outras mulheres, Alice sabia que Emily seria a única a lhe trazer uma felicidade realmente completa. Aquela felicidade que se apresentam em contos de fadas, aquela que todos julgam não existir. Mas Alice não era assim, ela não poderia ser, afinal, todo o seu coração, sua alma e seu ser estava entregue a aquela mulher, ao sentimento mais puro que já fora sentindo, ao amor incondicional e paciente, complacente e companheiro. O amor que sobreviveu há anos apenas para que momentos como estes pudessem realmente existir e fazer com que toda a espera valesse à pena. Um sorriso escapou-lhe nos lábios, sorriso este que deixou claro para Emily que ela não era a única a estar adorando tanto esse novo envolvimento entre elas.
Fim do capítulo
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lay colombo
Em: 25/01/2016
Jenny amor não desiste da gente não volta postar volta, por favorzinho !?!?
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lay colombo
Em: 25/01/2016
Jenny amor não desiste da gente não volta postar volta, por favorzinho !?!?
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Mille
Em: 31/12/2015
Ola Jenny tudo bem?
Nesse Ano Novo te desejo:
Felizes momentos que permaneçam ternos por toda a tua vida.
Estrelas brilhantes que irradiem luz deixando que todos vejam, como é intenso o seu brilho.
Liberdade para voar e alcançar os seus mais lindos sonhos.
Incrível visão do certo e errado.
Compreensão e sabedoria presentes em todos os seus momentos.
Igual respeito ao outro assim como o outro a ti.
Dádiva de viver da maneira mais íntegra possível.
Amor puro e verdadeiro.
Desejo de lutar sempre pelo melhor.
Esperança como chave da tua sabedoria.
Saúde para viver intensamente.
Feliz Ano Novo!
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Marcinha
Em: 27/11/2015
Ahhhh
Sou team ALice Autora...Por favor não faça eu odiar ela?? Pleaseee..
Que segredo bendito é esse??
Já me fez esperar demais não acha?? Acho q devia contar logo... :/
kkkkk
Bjos e parabéns amo demais essa história e já era vidrada nela desde o abc... :)
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lay colombo
Em: 24/11/2015
Jenny sua linda to tão feliz de te ver por aki, como vc sabe sou completamente apaixonada pela sua historia ( e pela Alice aquela linda) e tava super triste achando q nao ia conseguir saber o final da hostoria e q diabos de segredo é esse q a Alice esconde, e entao aki esta vc postando a historia e eu posso ser feliz de novo d84;d84;d84;d84;d84;d84;
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