“I left a note on my bedpost

 

Said not to repeat yesterday's mistakes

 

What I tend to do when it comes to you

 

I see only the good, selective memory

 

The way she makes me feel yeah, gotta hold on me

 

I've never met someone so different

 

Oh here we go

 

She a part of me now, She a part of me

 

So where you go I follow

 

Oh oh oh oh

 

I can't remember to forget you

 

Oh oh oh oh I keep forgetting I should let you go

 

But when you look at me, the only memory

 

Is us kissing in the moonlight

 

Oh oh oh oh I can't remember to forget you

 

Ooh Can't remember to forget you..”

 

( Can´t remember to forget you – Rihanna e Shakira) .

 

 

 

              Olívia percorria os corredores da empresa tão transtornada, que seria capaz de atropelar qualquer um que estivesse no seu caminho. Cega de ódio,  chegou ao andar da presidência pelas escadas, por que não tinha  a menor serenidade de esperar o que ela mesmo classificava de  “obsoleto elevador do prédio” e, sem ser anunciada  entrou de súbito na sala de Liv. Mercedes, ofegante  tentava acompanhar  a jovem  .  A secretária apavorada  não sabia se oferecia um calmante para garota  ou chamava os seguranças para por fim aquele absurdo  .

 

 

 

----Onde ela está ? . Disse tricando os dentes.

 

 

 

-----  Senhorita , por favor, acalma-se.  A senhora cassilhas  foi resolver uma pendência pessoal, não tenho autorização para informar seu destino. Disse com um sopro de voz. Liv precisava recobrar o raciocínio dedutivo.  Não seria bancando a versão feminina  de jack  torrance do “ O iluminado”, que ela teria êxito na sua caçada.

 

 

 

---- Mercedes, perdõe meus modos. Desculpou-se, conduzindo a senhora de cabelos brancos em um charmoso corte channel,  de pouco mais de 50 poucos anos  até a ante sala da presidência. Sou nova no meu trabalho sabe , hoje foi minha primeira  grande oportunidade dentro do Jornal e tive a infelicidade de fazer uma anotação equívocada. Ensaiou sua melhor cara de consternação.   Estou no meu dead line ( prazo final para entregar da matéria) e não teria outra oportunidade de conseguir a informação a tempo. Estou desesperada.  Mercedes, só você pode me ajudar. Uma falha como essa é meio passo para a demissão. Teria que abondonar meus pais aqui e tentar a sorte na capital novamente. Papai ficaria arrasado coitado. Ele é seu colega inclusive, trabalhar na contabilidade, Jô toledo conheces ? . Se a encenação não desse resultado podia apelar para o carismo de seu velho.

 

 

 

---- Ah, você é a pequena Li . Disse entusiasmada . Seu pai costumava trazê-la pra cá quando ainda deveria ter uns 5 anos. Você está ainda mais linda do que recordava. Elogiou.

 

 

 

---- Obrigada, Mercedes. Deu o seu melhor sorriso. Teria como você então, me quebrar esse galo?

 

 

 

---- Menina.. Eu não gosto de desobedecer meus patrões.. Mas, tudo bem, você praticamente foi criada aqui mesmo. Meneou os ombros. A senhora emilly foi para a casa de praia da família em  cumbuco .

 

 

 

----- Muito obrigada, Mercedes. Salpicou um beijo estalado  no rosto da secretária. Te devo uma. E saiu em disparada antes mesmo de mercedes poder se manifestar sobre ocorrido.

 

                     O distrito de cumbuco ficava cerca de  40  minutos da cidade. Era o roteiro predileto dos  turistas e  habitantes de presilhas por abrigar belas casas de veraneio, restaurante, casa de show  pousadas e hotéis.  No mês de agosto o distrito foi palco do campeonato brasileiro de KiteSurf. Os fortes ventos eram ideias para os amantes de esportes maratímos. Apesar do bom estado da estrada, Liv dirigia devagar . Uma pitada de arrependimento estava atrapalhando seu discernimento. Queria claro, tirar toda aquela história a limpo, mas a casa dos cassilhas, não era qualquer lugar. Fazia parte das suas lembranças mais ternas da infância e adolescência.   “Foda-se”, pensou. Desse jeito ela pararia até de respirar, porque dividia o mesmo ar  com a empresária. “ Vamos lá, Olívia, você pode fazer isso”, argumentava  consigo mesma confiante  . Segundo seus calculos com o tempo bom que fazia ela chegaria em casa na hora do jantar. 

 

                      Inquieta depois da saída de Olívia e ao mesmo tempo satisfeita por saber que conseguiu balançar a jornalista com seu discurso, Ems resolveu que cancelaria todos os seus compromissos para aquela tarde e iria a casa de praia da família para  tentar descobrir alguma pista sobre o mistério que o pai escondia. Sabia que Alfredo não seria ingênuo ao ponto de deixar alguma prova a sua disposição na mansão.

 

                  O mais provável era ter  escondido  em um local onde emilly não pisava a 7 anos. Dentro do imóvel, tirou os sapatos, soltou os cabelos que cairam em forma de cascata e começou vascular os possíveis esconderijos para tais informações. Vasculhou as suítes principais, o escritório, a sala de jogos, cozinha e nada . Sentia-se frustada , nem  um número de telefone suspeito apareceu durante sua procura. Lembrou-se do porão. É claro, pensou. O pai sabia que ela detestava lugares  mal iluminados e que consequentemente jamais ousaria descer até lá. Olhou no relógio 17: 25.  Ok, ela ainda teria um pouco mais de 30 minutos de claridade para achar alguma coisa.

 

                            Quiquilharias de todas as especies, algumas caixas  amontoadas com documentos antigos da firma, equipamentos para mergulho, a velha prancha de surf de emilly, varas de pescar . O cômodo era uma bagunça generalizada. Ela teria sorte se saisse antes da meia-noite dali. Bufou.  O pai virou um acumulador de mão cheia e ela não tinha a menor ideia por onde começar. Batidas nada amistosas na porta principal interromperam sua linha de pensamento. " Quem poderia ser, justo agora”, subia aqueles lances de escada  contrariada. Alguns metros da porta reconheceu aquela silhueta. Poderia dizer que a reconheria até no meio de um multidão em um show de rock. “Não acredito que a  Cedes disse onde eu estava”.  Massageou as têmporas com apreensão  imaginando o motivo daquela visita. Abriu a porta dando passagem para uma Olívia pronta para o ataque.

 

 

---- O que diabos  tem na sua cabeça para  enviar a uma editora  algo que me pertence, sem minha autorização ?  Acusou sem rodeios.

 

 

---- De nada. Não tem de quê. Disponha. Ignorou a pergunta irônica.

 

 

----- Você é tão... Urgh.. agoniada passou a mão pelos cabelos . Eu não estava pronta. Droga, Droga . Quando você vai aprender a respeitar a vontade do outro em contrapartida da sua. Deve ser crime o que você fez.  Isso mesmo. Estalou os dedos, quase como se  dize-se “Eureka”. Apropriação indevida de propriedade intelectual. É isso. Vou te processar. Desabava a falar  sem ter muita noção do que dizia por conta do nervosismo.

 

 

----  Para uma mulher tão inteligente, você ás vezes é tão burra , sabia ? .  Em nenhum momento me apropriei de algo seu com intuito de te prejudicar garota. Você aceitou que eu envia-se o manuscrito pro meu e-mail.  Eu só  tive a coragem que você não tem. O que adianta bancar a descolada por ai, se por dentro você amarelar na primeira chance real de ser quem você sempre quis .

 

----- Não fale comigo como se você soubesse o que eu quero ou deixo de querer. Eu não tenho mais 19 anos. Gritou para o susto de Ems. Você enche a boca pra dizer que mudou, mas no fundo continua a agir pelo o que te convém, pouco se lixando se vai magoar ou não algúem .  De todas as coisas que eu me arrependo nessa vida. Suspirou arredia. Você é a única que eu queria passar a borracha e apagar a existência. Eu odeio você e tudo que você representa. Porque você não some de uma vez ? Cuspiu as últimas palavras em direção da porta, quando emilly agarrou seu braço esquerdo  virando para si e jogando seu corpo abrutpamente na parede.

 

 

-----  Me solta . Gritava alto tentando desvincilar-se da empresária que era bem mais forte.

 

----- Grite a vontade o vizinho mais próximo está a uns 20 metros. Debochou. Você acha que pode vir até a minha casa e falar o que bem entender sem volta ? . Estou cansada das suas acusações, da sua postura de senhora  das verdades. Não está interessada, pois não aceite a proposta. Fácil.  Amarge, mais um talvez na sua cota de recuos. Tudo que eu fiz foi para  ajudar, pra te mostrar que você não está sozinha . Que acredito em você, quando é claro que você não pensa o mesmo de si. Afrouxou o aperto no braço,   a centímetros da sua boca, sentindo o hálito quente bater no seu   pescoço. Agora não me venha com essa que me odeia. Quem odeia não treme como você treme quando estamos perto, não deseja como você me  deseja e principalmente quem odeia não estaria aqui me cobrando explicações quando poderia simplesmente ignorar tudo .

 

                  Olivia não teve tempo de contestar Ems. Foi silenciada pela boca da empresária com voracidade  e sofreguidão. As bocas duelavam-se  em um ritmo que só elas duas conheciam. ,  Liv enlaçou o pescoço de minerva colando os corpos como se fossem um só. Na ânsia de toca-la , Ems rasgou com pressa a blusa fina de manga curta da jornalista. Um sutiã vermelho carmuça adornava belamente a pele  de Liv. Distribuia beijos por toda região do colo até que , com maestria abriu o fecho   do sutiã da jovem  revelando dois montes rosados enrijecidos e deliciosos. Ems abocanhou com força o seio direito , depois o esquerdo , segurando com a outra mão a perna curvada  de olivia ate altura da sua cintura. Liv remexia o quadril sob o quadril de Ems. O atrito da calça jeans com a saia era um verdadeiro  alucinógeneo.

 

                Grudadas caminharam batendo sem querer nos objetos dispostos pela sala ,  retirando as peças que restavam  até alcançar os primerios degraus da  escadas. Desequilibraram-se e olívia inverteu as posições matando uma fantasica sexual que a muito a atormentava. Deitada sob a escada emilly levantou o quadril, abriu bem as pernas e ofereceu seu sex*  a esperar da sua menina. Liv sugava cada gotícula  como o melhor dos manjares. Enfiava sua lingua  ora em movimentos de vai em vem , ora em movimentos circulares, alternado sempre com  os  dois dedinhos  .

 

                 Suadas, arfantes o primeiros orgasmos chegaram  pouco tempo depois a maratona elástica iniciada nas escadarias. Emilly apostou quem chegaria no quarto primeiro, feito crianças correram uma atrás da outra, felizes, leves, sem julgamento. No quarto o casal saciava sua fome das formas mais diversas : meia noves, calvagadas,  banho de espuma na banheira , chão, colchão.  Após 5 horas de puro deleite, emilly deitada sob o corpo de Liv, tentava a todo custo imaginar o que se passava na cabeça da outra. O silêncio do quarto só era quebrado pelas batidas insolentes do coração da empresária.

 

 

---- Um doce pelos seus pensamentos ? Brincou depositando um leve beijo nas costas de Liv aspirando o cheiro viciante da  pele macia.

 

 

----  De todas as cenas que pintei na minha mente  até aqui nenhuma terminava assim. Acariciava  com um cafúne a cabeleira loira de Ems.

 

 

----- Arrependida? Vacilante Ems mordia os lábios ansiosa.

 

 

----- Não.  Disse segura.  Eu só não acho que nossos problemas vão terminar assim de uma hora para outra depois do que vivemos aqui.

 

 

----- O que isso significa ? Retrucou confusa.

 

 

------ Significa que você está em observação . Emilly arqueou o corpo, com as duas mãos sob a cama e  esperou que Liv fica-se de frente a si.

 

 

---- Explique-se . Beijo a ponta do  nariz da jornalista.

 

 

----- Estamos em período de testes  .  Eu quero ir com calma com você. Precisamos nos reconectar. Não dar pra simplesmente retornar de onde paramos. Eu mudei e você também.  Preciso aprender a confiar em você. Eu já me preciptei muito . Não quero cometer os mesmo erros. Sorriu serena, desarmada .

 

 

----- Eu aceito com  uma  condição . Propôs com a voz carrega de segundas intenções.

 

 

---- Qual ?

 

-----  Os testes tem que incluir solenes sessões terapêuticas na cama . Sorriu travessa fazendo cócegas  por toda extensão do corpo de Liv que contorcia-se chorando de rir. Lembrou,  naquele quarto de hora, diante da imagem de Liv relaxada  em seus braços e da certeza inabalável de que se pertenciam   de um texto   do escritor Gabito Nunes “ Amor não vai.  Amor é o que fica. Amor não é uma onda, é o mar. É o companheiro que não abandona depois que todas as fervorosas sensações se foram. Paixão, ódio, saudade, sex*, casamento, desejo são como trens. Amor é  estação” .

 

                   Na cidade os amigos de Liv na companhia de jessíca , juliette  e também de uma arrependida Nick  discutiam entre aperitivos e boas rodadas de cerveja no Bar do Joca,  os detalhes para o Luau do fim de semana. O bar do joca era o endereço certo dos boêmios de Presilhas  para  unir uma boa caranquejada com uma roda de   samba .  Ao som de “Cabide” na voz de martinália a turma tentava chegar em um denominador comum sobre o local,  os convidados e a banda para o evento .

 

                Ficou decidido de antemão, apenas  que jess oferecia os comes e bebes. Distante  em partes ao conteúdo da resenha Marie olhava pela quinta vez o visor do celular a esperar de alguma notícia de Olivia. Sam havia chegado com uma história um tanto quanto dúbia, sobre a jovem estar indisposta e com naúseas e por isso não ter aparecido para reunião.  Para ela , a jornalista apenas tinha deixado uma mensagem  afirmando não estar bem e que ligaria na manhã seguinte. Não era mulher de acreditar cegamente em presentimentos. Mas algo lhe dizia que indisposição e naúseas era um código ordinário para  descrever uma certa loira alta de olhos azuís. E se fosse o caso.  Marie  teria que agir rápido .  Tão rápido e rasteiro  a ponto de  tirar definitivamente   sua “oponente” do seu caminho. 

 

 

 

Continua...

Fim do capítulo