Capítulo 15. O pedido
Depois de uma noite de comemoração com os amigos, o domingo chegou. Márcia estava radiante com o começo do namoro com Andressa. Antes de irem para a sua casa, foram até o apartamento em que a capitã morava e buscaram o Zottar. Aquele cachorro era a segunda paixão de Andressa e então a major propôs que o levassem para a sua casa, pois, o espaço era maior e o malandrinho não ficaria sozinho.
Márcia telefonou para a casa dos pais o casal Giuseppe e Carlota avisando que iria almoçar com eles e que iria levar alguns amigos, pois, teria uma revelação a fazer para os velhos e os irmãos. Andressa também fizera o mesmo falando com a mãe dona Severina e o irmão André Jr.
Antes de ir para a casa dos pais Márcia passou em um shopping e pediu que Andressa esperasse no carro. Correu até a joalheria e lá cumprimentou o dono que era seu amigo.
-- Oi Geraldo, tudo bem por aqui?
-- Márcia querida há quanto tempo!
-- Sim meu caro, faz muito tempo. Mas e você como está?
-- Tudo bem graças a Deus. Mas o que te trás aqui hoje?
-- Hoje eu vim comprar uma aliança de compromisso e gostaria que você me ajudasse a escolher.
-- Amiga que bom, e quem é a felizarda?
-- A subcomandante que trabalha comigo no regimento, eu a pedi em namoro e hoje vou revelar isso à minha família.
-- Que bom Márcia fico feliz por você. Até que enfim resolveu sair da solidão desde a morte da Celina.
-- É verdade Geraldo, você viu o quanto eu me acabei na época. Mas agora estou me dando uma nova chance de amar.
-- Isso é muito bom Márcia, você merece ser feliz.
Escolhidas as alianças, Márcia saiu da loja e entrou no carro. Andressa perguntou:
-- Amor o que você estava fazendo lá dentro?
-- É que eu me lembrei de que estava sem dinheiro e passei no caixa eletrônico.
-- Ah bom amor, achei que tivesse acontecido algo.
-- Não querida, está tudo bem. E vai ficar melhor, disse dando um beijo em Andressa.
Ao chegarem à casa do coronel Giuseppe todos já estavam lá. O pai veio e abraçou a filha. A mãe e os irmãos fizeram o mesmo. Márcia apresentou Andressa a todos, e dona Carlota perguntou bem próximo ao ouvido da filha:
-- É ela a sua nova namorada?
-- Sim mamãe. O que a senhora achou?
-- Ela é linda filha, fico tão feliz que esteja retomando o curso da sua vida.
-- Então ela está aprovada como sua nora?
-- Ô se está e o seu pai também vai gostar, pois, ele já engatou uma conversa com ela e os dois estão se dando muito bem.
Olhando séria para a mãe, Márcia disse:
-- Só tem um problema mãe!
-- Qual filha, o que aconteceu? Você ficou triste de repente!
-- Ela é filha do major Pires Paiva.
-- Meu Deus, você está namorando a filha daquele safado?
-- Sim mamãe, a senhora acha que o papai vai chiar com isso?
-- Não minha filha, deixe que com o seu pai eu me entendo e tem mais, sua irmã Francesca está aqui e fique tranquila, o que importa é a sua felicidade. O que os outros acham não me interessa.
-- Obrigada mamãe, que bom ouvir a senhora, disse beijando carinhosamente dona Carlota.
Na hora do almoço quando todos estavam reunidos, inclusive os amigos de Márcia, assim como o coronel Vaz Amorim e dona Marina, ela pediu permissão ao pai e levantando-se da mesa disse:
-- Meus caros amigos, meus queridos pais e irmãos, meu mestre coronel Vaz Amorim, dona Marina, dona Severina e André. Hoje estamos aqui reunidos porque eu tenho uma revelação a fazer. O Tavares, a Cláudia e outros amigos que estão aqui já sabem do que se trata, porém, eu decidi que todos os outros deveriam saber.
-- Fala logo Márcia, falou Francesca que era a mais velha dos irmãos.
-- Como todos aqui sabem, eu passei uma péssima fase em minha vida. Perdi a minha esposa, me isolei do mundo, me prendi ao trabalho e me esqueci da vida. Porém, eu estou tentando recomeçar a viver e isso está me fazendo bem. Todos vocês aqui sempre me disseram que eu deveria seguir em frente, inclusive o senhor coronel Amorim. Digo a vocês que há alguns meses atrás eu não imaginava que a minha vida mudaria da noite para o dia, mas tudo na vida tem um propósito. Então hoje eu apresento a vocês uma pessoa maravilhosa, que está me dando uma nova chance de amar novamente e ser feliz, ou seja, está me mostrando um novo caminho a percorrer e me tirar da solidão em que fiquei por todos esses anos. Apesar de ela ser filha de alguém que não gostamos, creio que isso não fará diferença, pois, nem ela suporta o próprio pai. Portanto senhores, eu apresento a vocês a minha namorada Andressa Pires Paiva, sim senhores, filha do major Pires Paiva e antes que alguém diga algo contra, já aviso de antemão que a minha diferença é com o pai e não com a família. Alguém tem algo contra a dizer?
Todos ficaram calados e Andressa mais ainda, pois, o coronel poderia expulsá-los de lá na hora que quisesse.
Foi quando o patriarca dos Mantovanni levantou-se da mesa e falou:
-- Minha filha, se você está feliz e essa moça está te dando uma nova chance de se refazer, não tem o porquê de sermos contra. Independente de ela ser filha daquele pilantra o que me importa e creio que a todos aqui é a sua felicidade. Sei que você estava com medo da minha reação por ela ser filha do major, mas a sua mãe já havia me falado há algumas poucas horas atrás quem era ela. Portanto filha, eu como patriarca dessa família recebo a capitã Andressa como minha nora e desejo muito que vocês sejam felizes.
O pai foi até a filha e a abraçou dizendo bem baixo no ouvido da major:
-- Mas que gata hein filha. Seja feliz e aproveita essa nova chance que a vida está te
dando.
-- Obrigada papai por compreender e aceitar a Andressa em nossa família, disse chorado para o pai.
Depois do momento de emoção e da aceitação de todos, Márcia virou-se para a mãe e o irmão de Andressa e falou:
-- Dona Severina e André. Eu estou pedindo a sua filha e irmã em namoro, vocês aceitam que ela namore comigo?
A mãe de Andressa levantou e olhando para todos falou:
-- Major Mantovanni, se é para a felicidade da minha filha, eu permito sim esse namoro de vocês. Espero que a respeite e cuide dela já que agora praticamente ela morara mais na sua casa do que na dela.
-- E você tenente André, aceita ser meu cunhado?
-- É claro que sim Márcia. A Andressa já havia me falado do rolo de vocês e te conhecendo melhor agora, fico feliz que minha irmã fez uma escolha perfeita.
O irmão de Andressa também era policial e trabalhava no COPOM. Há tempos não falava com o pai a quem também detestava por tudo que sempre fizera. A ligação dele com a irmã era muito grande e o carinho pela caçula só aumentou.
Márcia pediu licença a todos e voltou trazendo uma caixa prateada com uma fita dourada. Chamou Andressa para perto e na frente de todos fez o pedido especial.
-- Andressa, você aceita mesmo namorar comigo?
-- Sim Márcia, é tudo o que eu sempre quis. Namorar com você e um dia me tornar sua esposa, sempre respeitando o seu amor pela Celina que eu sei será eterno.
Ao ouvir isso Márcia deixou que uma lágrima rolasse em seu rosto. Ela sabia que Andressa estava sendo sincera e compreendia o seu sentimento pela falecida esposa.
-- Então senhorita, por gentileza abra a caixa.
Ao abrir a pequena caixa Andressa tomou um susto quando viu as alianças. Márcia pegou uma delas e colocou na mão direita de Andressa jurando fidelidade à namorada. Andressa fez o mesmo e assim estava selado realmente o começo de um amor puro e verdadeiro.
Os irmãos da major aplaudiram de pé e felicitaram a irmã e a nova cunhada. Foi Francesca quem falou:
-- Acabou então vamos comer que eu estou com fome, fazendo todos rirem do seu desempenho.
Francesca era a mais velha dos irmãos e Giuseppe Jr era o caçula e dodói de Márcia. A diferença entre eles era de dez anos.
O almoço transcorreu normalmente num clima de muita alegria e descontração. Márcia estava feliz e não escondia isso. Puxou Andressa de canto e perguntou:
-- Acredita em mim agora? Você é uma feiticeira.
-- Eu sempre acreditei em você meu amor, nunca duvidei que quando resolvesse, me assumiria para todos.
-- Andressa só te peço que tenha um pouco de paciência, que isso vai mudar para melhor.
-- Eu sei amor, agora vem aqui que eu estou louca para te beijar.
-- Hoje você vai dormir lá em casa novamente?
-- Sim, por mim eu não sairia mais de lá.
-- Hummmmmm... Quem sabe, de repente!
Nesse momento a major Monteiro chamou Márcia para conversar.
-- Amiga estou feliz por você, espero que seja muito feliz mesmo.
-- Eu também te desejo o mesmo Cláudia, e que você cuide bem da Solange. Ela parece ser muito especial.
-- É verdade, ela é sim e a cada dia que passa eu me apaixono mais por ela e desejo me casar e ter filhos. E você com a Andressa?
-- Também penso na mesma coisa, mas ainda é cedo para chegar nesse ponto. Estamos nos conhecendo, porém, a ideia me agrada. Casar novamente e ter os filhos que eu sempre quis ter, você se lembra?
-- Ô se me lembro, quando a Celina falou em filhos você ficou muito feliz e até tomou um porre e ela só de sacanagem te deixou dormindo no sofá.
-- É me lembro bem disso, mas Cláudia você que é espírita e eu sou meio leiga nesse assunto, você acha que eu estou no caminho certo?
-- Claro amiga e se bem conheci a Celina, ela deve estar muito feliz com isso.
-- É espero que sim.
-- Ela está sim, com certeza. Mas e quando o Paiva descobrir que você está namorando a filha dele e que pretende futuramente se casar com ela?
-- Eu quero que ele se dane enfie o dedo no... e rasgue. Ele não vai tirar outra esposa de mim, não vai mesmo. E ai dele se fizer algo contra ela, eu não responderei por minhas atitudes.
-- É eu tenho medo do que possa acontecer, ele te odeia! E se ele tentar algo contra você?
-- A realidade será uma só, um dos dois não sai vivo dessa guerra! Falou olhando seriamente para a major Monteiro. Essa por sua vez sentiu um ligeiro mal estar e pediu mentalmente que os amigos espirituais orientassem os dois inimigos e acalmassem o coração de ambos.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
cidinhamanu
Em: 09/02/2017
Olá Catrina.
Como sempre você surpreende a cada capítulo.
Esse foi de tirar o fôlego.
O amor que existe entre elas duas é mais poderoso e impressionante do que elas imaginam.
Espero que agora elas possam desfrutar desse amor.
Parabéns cariño.
Beijos.
Cidinha.
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