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  • A Procura de Alguém por: Pietra de Marco
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A Procura de Alguém por: Pietra de Marco por Pietra de Marco

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Palavras: 4328
Acessos: 1419   |  Postado em: 00/00/0000

Capítulo 9

O barulho do telefone penetrou no sono tranqüilo de Sam. Como os olhos fechados, estendeu a mão e pegou o aparelho.

- Alô!

- Sam, sou eu Evelyn! A Valeria está com vocês?

- Não. Elas saíram de barco. Aconteceu alguma coisa? Quis saber Sam agora totalmente acordada.

- Alguém contou para meu tio que viu Valeria beijando sua irmã hoje de madrugada na beira da praia. Ele está possesso e que saber onde ela está. Tem como avisá-la? Explicou Evelyn.

- Não gosto de mentira, mas nesse caso diga para seu tio que Valeria está dormindo e que logo mais estará aí. Vou tentar localizá-las pelo radio. Falou Sam.

- Está bem. Obrigada, Sam.

Sam levantou e tomou um banho. Quando voltou para o quarto, Eve havia acordado.

- Que horas é meu amor? Quis saber Eve.

- Sete horas.

- Por que levantou tão cedo?

- Sua irmã ligou avisando que seu tio está procurando por Valeria. Parece que alguém as viu se beijando na praia.

- Gente! Vamos ter encrencas.

- Vou tentar entrar em contato com o barco. Disse Sam saindo do quarto.

No escritório tentou usar o celular, mas não conseguiu. Depois ligo o radio amador.

- PXY 364, chamando YWH 531. Cambio. Fernanda você está me ouvindo?

No barco, Fernanda acordou Valeria beijando lhe suas costas. Ela espreguiçou o corpo e abraçou Fernanda, beijando seus lábios.

- Bom dia. Dormiu bem? Quis saber Fernanda.

- Bom dia. Como há muito tempo não dormia. Respondeu Valeria.

- Que bom!

Fernanda a beijou, mas Valeria a empurrou delicadamente e perguntou.

- Que barulho é esse? Parece que tem alguém chamando.

- PXY 364, chamando YWH 531. Cambio. Fernanda você está me ouvindo?

- É Sam! Deve ter acontecido alguma coisa. Disse Fernanda pulando da cama e correndo para a cabine de comando. Pegou o radio e falou.

-YWH 531, na escuta. Cambio.

- Fernanda volte o mais rápido que puder. O pai da Valeria está sabendo que você a beijou na beira da praia e está uma fera. Cambio. Explicou Sam.

- Estamos voltando. Cambio final.

Valeria estava parada na porta enrolada no lençol e Fernanda segurava o radio em sua linda nudez.

- O que aconteceu? Perguntou ela.

- Seu pai está querendo falar com você. Respondeu Fernanda. Parece que alguém viu a gente se beijando e contou para ele.

Valeria não disse nada, pois estava ocupada admirando o corpo nu de Fernanda com um sorrisinho safado nos lábios.

- Você é uma delicia! Exclamou ela.

Fernanda sorriu e disse.

- O mundo está preste a cair em sua cabeça e você está me provocando e tentando me levar para a cama.

- Sei que quando chegar em casa terei muito que explicar. Então para que a pressa? Venha quero fazer amor com você, agora.

Fernanda segurou a mão estendida de Valeria e seguiu-a de volta ao quarto.

Fizeram um amor gostoso e quando estavam descansando, Valeria beijou-a e foi para o banheiro. Tomou um banho e se vestiu.

- Vá tomar seu banho enquanto eu arrumo tudo por aqui. Disse ela.

Na passagem para o banheiro, Fernanda a beijou.

Quando Fernanda saiu do banheiro tudo já estava arrumado e o café pronto.

Sentaram se e tomaram café. Depois Fernanda foi pilotar o barco de volta à costa.

Ao atracar, Pedro amarrou o barco no cais e pulou para dentro.

- Bom dia, Fernanda! Cumprimentou ele.

- Bom dia, Pedro. Tudo bem? Respondeu Fernanda.

- Estou bem. Obrigado. Algo especial para hoje? 

- Não. Só a limpeza habitual e abasteça com a mesma lista de Sam lhe deu. Aqui está o dinheiro. Se faltar peça para meu irmão marcar na conta. Pediu Fernanda.

- Está bem.

- Tchau, Pedro. Obrigada.

Elas se afastaram, mas antes de Fernanda colocar o capacete, Valeria disse.

- Não me importa os pensamentos de outras pessoas em relação a minha escolha. O que importa para mim é esta sensação maravilhosa que estou sentindo. Quero que saiba que enquanto você me quiser eu vou querer você.

- Teremos vários obstáculos para ultrapassar.

- Eu sei. O primeiro será meu pai.

Em instantes chegaram à casa de Sam. Logo depois Sam levou Eve e Valeria para casa. Fernanda ficou na sala preocupada com a situação. Queria ter ido junto, mas Sam achou melhor ela só se manifestar quando fosse chamada.

Na casa de Eve os ânimos estavam exaltados. Ricardo tentava acalmar o cunhado.

- Fique calmo, Pedro. Daqui a pouco elas estarão aqui e vocês conversarão.

- Não é fácil para um pai saber que sua filha está interessada em outra mulher. Falou Pedro.

- Deixe de ser preconceituoso, Pedro. Repreendeu Amanda severa. – Você tem uma sobrinha que também gosta de mulheres e para nós isto é normal. Não vou admitir que você fale desse jeito.

- Desculpe-me, Amanda e Ricardo. Acho que foi o jeito que recebi a noticia. Vocês sabem que não tenho preconceito, mas estou magoado por ser o ultimo, a saber. Desabafou ele.

- Ninguém sabe ao certo o que aconteceu. Talvez o Vitor não tenha visto direito o que falou. Disse Ricardo. E se ela estiver mesmo interessada na Fernanda?

- Vou querer saber de tudo direitinho e quero compreender a mudança de preferência. Só isso. Falou Pedro.

Naquele momento Eve e Valeria entraram na sala. Pedro olhou a filha e perguntou.

- Vai me contar o que está acontecendo?

- Se você se aclamar, sim. Respondeu Valeria séria.

- É verdade o que seu irmão me contou?

- O que ele te contou, papai?

- Ele disse que viu você e a irmã da Sam se beijando na praia é verdade?

- Sim, papai. É verdade.

- Por que a mudança de preferência? Eu quero entender.

- Apenas aconteceu. Nenhuma de nós duas previu isso. Apaixonamo-nos e queremos ficar juntas. Poderia ter sido um homem, mas foi uma mulher e não podemos mudar nossos sentimentos só porque algumas pessoas acham o relacionamento entre duas pessoas do mesmo sex* anormal. Eu garanto para você que não é. O mundo gay é igual ao nosso. Eles trabalham, estudam, pagam impostos. E porque não serem felizes do jeito que escolherem? Temos que ter a mente e os olhos abertos da diversidade. Ninguém é igual a ninguém. Explicou Valeria.

- Você será feliz? Perguntou Pedro.

- Ainda não sei. Respondeu Valeria com sinceridade. – Estamos nos conhecendo e é claro que espero ser feliz com ela.

- Eu seria o ultimo homem na terra que impediria de você ser feliz, mas jamais vou fazer isso. Eu te amo demais, filha.

- Eu também te amo, papai. Sei que você ficou zangado comigo por não ter falado nada, mas nem mesmo eu sabia. Tive a certeza que gostava dela depois da ceia de Natal.

- Tudo bem. Só quero que você continue me vendo como seu grande amigo que sempre fui.

- Você sempre será meu grande amigo.

- Agora me conte a verdade. Você não estava na casa de Sam, não é mesmo? Indagou Pedro.

- Não. Eu e Fernanda estávamos passeando de barco longe da costa. A Sam se sentiu muito mal ao mentir para você, mas é que ela não sabia o que fazer no momento.

- Tudo bem. Assunto encerrado.

- Ora, viva! Exclamou Amanda.

Todos se abraçaram e foram tomar café.

Valeria ao passar pelo irmão apontou o dedo e disse.

- Depois a gente conversa, seu linguarudo.

Quando Sam voltou para casa, encontrou Fernanda falando ao telefone.

- Ciao, Andrew! Come stai? Buon Natale. (Olá, Andrew! Como está? Feliz Natal.). Falou ela.

- Sto bene, Fernanda. E tutto intorno? Buon Natale anche a te. Sono anche il collegamento per mettere in guardia voi Ho bisogno di te in Israele subito dopo il Nuovo Anno. (Estou bem, Fernanda. E todos por aí? Feliz Natal para vocês também. Estou ligando também para te avisar que preciso de você em Israel logo após o Ano Novo.). Explicou Andrew.

- Okay. Io viaggio il 5 gennaio. E 'bene per voi?(Tudo bem. Viajo no dia 5 de janeiro. Está bom para você?).

- Perfetto. Vi aspettiamo per voi. Inviare baci a tutti. Bacio Fernanda e Felice Anno Nuovo. (Perfeito. Estaremos te esperando. Mande beijos para todos. Beijo, Fernanda e Feliz Ano Novo.). Despediu Andrew.

- Baci. Felice Anno Nuovo. (Beijo. Feliz Ano Novo.).

Ela desligou o telefone e encarou Sam. Logo perguntou.

- Como foi a conversa com o pai da Valeria?

- Não sei. Eu as deixei na portaria e voltei. Respondeu Sam.

- Estou preocupada querendo saber das noticias. Disse Fernanda.

- Falando em noticias escutei que você viaja no dia 5.

- É, Sam. Tenho que ir para Israel fazer a cobertura da guerra.

- Poxa, Fernanda! Que chato interromper as férias. Pensei que viajaríamos de barco como todo ano nós fazemos. Lamentou Sam.

- Vamos programar para as minhas próximas férias. Ok? Por isso vamos aproveitar o tempo que nos resta. Propôs Fernanda sorrindo.

- Então vamos nadar. Convidou Sam.

- Ótima idéia.

 Rapidamente elas saíram pelo portão e pisaram na areia quente. Correram para a água e mergulharam de shorts e camiseta.

Tomaram um chope na praia e voltaram para casa. Tomaram banho e desceram. O interfone tocou naquele momento. Sam atendeu e abriu o portão e a porta. Beijou Valeria e a convidou para entrar.

- Eu espero vocês na casa de mamãe. Disse ela.

- Está bem. Respondeu Fernanda.

Sam pegou a chave da moto e saiu.

Valeria abraçou Fernanda e suspirou.

- Como foi a conversa com seu pai? Indagou-a.

- Ótima. Ele aceitou numa boa nosso relacionamento. Só ficou chateado por eu não ter conversado com ele quando eu comecei a te ver com interesse. Só estou preocupada como faremos quando as festas terminarem. Você vivendo na Europa e eu na America. Explicou Valeria.

- Daremos um jeito, mas não vamos pensar nisso agora. Temos alguns dias para ficarmos juntas. Falou Fernanda beijando seu rosto.

- Alguns dias? Perguntou Valeria.

- Sim, meu amor. Infelizmente parto para a Europa no dia 5 o trabalho me espera. Respondeu Fernanda.

- Para onde você vai? Quis saber Valeria.

- Vou para Israel, mais precisamente para a Faixa de Gaza.

- Para a guerra, Fernanda?

- É o meu trabalho.

- Vou ficar muito preocupada com sua segurança.

- Não será a primeira vez que vou cobrir uma guerra. Eu ficarei bem.

- Vou acreditar em você.

- Ótimo. Agora vamos para a casa de mamãe que logo servirão o almoço. Falou Fernanda beijando-a.

Subiram na moto e instantes estavam entrando no jardim.

Cumprimentaram todos e foram falar com os pais de Valeria.

- Eu não tenho muito para falar. Disse Pedro. – Só te peço que cuide do meu bem precioso e que vocês sejam felizes.

- Obrigada, Pedro. Desculpe-me pelos transtornos que causei ao entrar na vida de sua filha. Falou Fernanda.

- Se nosso pudéssemos mandar no coração com certeza ninguém sofreria por mal de amor. Tudo bem Fernanda o importante é saber que Valeria está feliz.

Os dois apertaram as mãos e se abraçaram. Fernanda deu um beijo em Michele e depois abraçou Valeria.

O almoço foi divertido. Estavam todos espalhados pelas salas tomando café, quando Vô Lico, pai de Chris, convidou. Ele era um senhor de fartos cabelos branco, corpo magro e atlético, apesar dos seus 80 anos.

- O que vocês acham de passarmos o Ano Novo lá no sitio longe de toda essa agitação? Prometo ar puro, boa comida e bebida e bastantes fogos de artifícios.

- Boa idéia, vovô. Aprovou Alex.

- Vocês não gostariam de serem nossos convidados? Perguntou Chris para Amanda e Michele.

- Onde fica? Quis saber Amanda.

- Em Taubaté. Foi uma senhora miúda de cabelos grisalhos, com grandes olhos castanhos e jeito delicado de falar que respondeu.

- Precisamos conversar com nosso pessoal. Falou Amanda. – Só um minuto.

Ela se levantou e foi conversar com o marido e irmão que conversavam e fumavam com Arthur na varanda.

- Com licença, meninos.

Assim que a atenção era para ela, disse.

- Amor, o pai da Chris nos convidou para passarmos o Ano Novo e seu sitio em Taubaté. O que vocês acham?

- Seria muito bom. Mas com uma condição: nós arcaremos com as despesas. Falou Ricardo.

- Não sei se meu sogro aceitará sem argumentar. Disse Arthur divertido.

- Então vamos conversar com ele.

Os três se levantaram e acompanharam Amanda.

- Seu Lico, nós aceitamos o seu amável convite, mas com a condição que as despesas sejam por minha conta e do Pedro. Disse Ricardo.

- Vocês não precisarão gastar nada. Tenho tudo no sitio. Respondeu Vô Lico.

- Não falei para vocês? Indagou Arthur rindo.

- Pelo menos então arcamos comas bebidas e sobremesas. O que acha? Perguntou Pedro.

- Será um prazer ter todos vocês em minha casa. Respondeu ele.

- Vamos avisar o pessoal. Disse Amanda.

Conseguiram reunir todos no jardim e Ricardo falou.

- Muito bem, pessoal. Quero comunicar que passaremos o Ano Novo em Taubaté na casa do Seu Lico. Quem vai?

Todos levantaram a mão com euforia e algazarra, aprovando.

- Então está combinado, avisarei quando partimos. Falou Ricardo.

Voltaram para a casa e Vô Lico disse.

- Maria e eu voltamos hoje para casa. Daqui dois dias vocês poderão ir, assim providencio as acomodações.

- Combinado. Concordou Pedro.

- Podemos com vocês, vovô? Perguntou Sam.

- Será um prazer ter vocês conosco. Respondeu ele sorrindo.

- Nós também vamos. Disse Fernanda.

- E nós também. Emendou Andy.

- Quanto mais gente melhor. Aprovou Vó Maria.

Uma hora depois quatro carros estavam prontos para partirem. Todos se despediram. Os que viajariam entraram nos carros e os demais ficaram acenando.

A viagem transcorreu sem incidentes. Vô Lico avisou sobre seus convidados e pediu que tudo fosse providenciado antes da chegada deles.

Quando chegaram à cidade ainda havia a luz do sol, devido o horário de verão.

- A casa do seu avô é grande? Quis saber Eve.

- Acho que ele não terá problemas para acomodar todos. Respondeu Sam fazendo um carinho no rosto dela.

Rodaram mais uns quatro quilômetros e pararam em frente de uma porteira.

Um guarda cumprimentou o motorista e abriu o portão.

- Nossa! Seu avô disse que era um sitio! Exclamou Eve.

- Ele adora fazer isso. Respondeu Sam rindo pra valer.

No outro carro, Valeria olhava boquiaberta para a imensidão do “sitio”. Havia quilômetros de pasto com algumas cabeças de gado e plantações dos mais variados tipos.

- Gente! Se isto é um “sitio” na concepção de seu avô, o que será uma fazenda então? Admirou-se Valeria.

Rindo Fernanda respondeu.

- Aqui é só uma parte. O restante está além da linha do horizonte.

- É tudo muito lindo.

- Fomos criados aqui até completarmos dezoito anos. Depois nos mudamos para o litoral e fomos para a faculdade. Sempre que tenho tempo, eu venho para cá repor as energias. Explicou Fernanda.

Andy que estavam no banco de trás com Nike perguntou.

- Fernanda, lembra daquela arvore lá na frente?

- Como eu poderia me esquecer. Aquela arvore é o símbolo da descoberta da minha homossexualidade. Respondeu ela.

- Me conte. Pediu Valeria.

Como elas estavam no ultimo carro, Fernanda estacionou embaixo da falada arvore e desligou o motor.

- Foi quando fizemos 10 anos e tudo estava enfeitado para a festa. Embaixo da arvore minha mãe havia montado a mesa com os bolos e doces e era ali que recebíamos os presentes e convidados. Nós esperávamos papai voltar da capital, pois havia viajado para buscar um amigo e família que estava fazendo negócios com vovô. Sabíamos que ele traria nossos presentes. Quando vimos o carro dele chegaram foi uma alegria imensa. Primeiro desceu um homem muito alto de pele morena e os cabelos tão negros como a noite. Ele abraçou vovô e depois ajudou uma mulher lindíssima descer. No instante seguinte surgiu a menina mais linda que eu vira na vida. Cabelos negros iguais do pai, os olhos cor de jade brilhantes que me impressionaram. Ela me olhou de um jeito que senti um frio esquisito na coluna. Quando se aproximou ela me abraçou e me entregou uma das caixinhas que tinha nas mãos e disse: “Feliz aniversario, Fernanda.” Aquela voz me fascinou como também a dona. Peguei o presente e agradeci. Ela fez o mesmo com meus irmãos. Sam ganhou miniaturas das Pirâmides do Egito em ouro e pedras preciosas, Alex a miniatura da Esfinge e eu a Rainha Nefertiti também em ouro e pedras. Fiquei admirada e quis saber por que nós havíamos ganhado presentes tão caros e estranhos. Ela me disse que gostava particularmente daqueles objetos e achou legal em nos presentear. Guardei e a levei para perto da mesa. O assunto foi esquecido na hora de cantarmos os parabéns, mas quando eu estava brincando, ela chegou perto de mim e pediu para eu levá-la para conhecer a fazenda. Saímos andando e quando ficamos um pouco longe dos outro ela segurou meu braço e disse. ”Sei que somos duas meninas que moramos em países diferentes, mas quero que você saiba que quando eu crescer vou me casar com você.” Fiquei boquiaberta com aquela revelação e com isso descobri o motivo do frio na coluna. Eu também havia gostado muito dela e não sabia o porque. Eu perguntei qual o motivo daquela conversa estranha e ela respondeu que éramos diferentes das outras meninas como Sam também e completou dizendo que quando ficasse mais velha, eu entenderia tudo. A festa acabou e quando já estava deitada eu me lembrei que não sabia o nome dela. Levantei e fui perguntar para meu pai e ele disse que ela se chamava Victoria. Crescemos e nunca mais a vi. Quando entrei para a faculdade encontrei uma foto dela no jornal da universidade. Fiquei sabendo que ela estava dando palestras sobre jornalismo internacional, fui e me inscrevi. Ela estava com 22 anos e eu com 20. No horário da palestra eu estava na sexta fila. Ela entrou explicou um monte de coisas e quando encerrou muitos alunos foram conversar com ela. Eu permaneci sentada até que ela levantou os olhos e me viu, sorriu. Minutos depois estava sentada do meu lado e eu a convidei para um café. Depois daquele encontro fomos trabalhar juntas e acabamos nos envolvendo emocionalmente e moramos juntas por três anos. Contou Fernanda.

- Você deu a entender que a amou muito. Foi Valeria que falou.

- Victoria foi um furacão que passou em minha vida. Se eu dissesse que não a amei estarei mentindo. Só que agora ela pertence ao passado e você é meu presente e futuro. Respondeu Fernanda dando um beijo nos lábios de Valeria e religou o carro. - Quando completei 17 anos compreendi o porquê daquela conversa de anos atrás.

Estacionou junto com o pick-up de Sam e desceram. Descarregaram os carros e entraram.

 - Os quartos estão prontos. Avisou Vó Maria. – Vão tomar banho que daqui a pouco o jantar será servido.

Cada casal foi para seu quarto e guardaram suas coisas nos armários, tomara banho e foram para a sala.

Vô Lico serviu vinho para todos e se sentaram na varanda até a mesa do jantar estar pronta.

Instantes depois uma mulher negra, alta com os cabelos presos em um coque, apareceu na porta da sala e disse.

- Dona Maria o jantar será servido.

- Obrigada, Margarida. Agradeceu ela.

- Nossa não pensei que estivesse faminta. Exclamou Fernanda ficando em pé.

- Então vamos entrar e jantar.

Todos entraram e se sentaram. Margarida trouxe uma travessa fumegante com carne e batatas. Na mesa tinha arroz, feijão, legumes, salada, pães e suco. Vô Lico serviu mais vinho e cada um se serviu da comida. Uma senhora entrou na sala carregando outra travessa com suculentos filés acebolados e sorriu feliz ao ver as gêmeas. Seus olhos negros ficavam pequenos quando sorria.

- Olá, Fernanda. Você está bem? Quanto tempo não a vejo. Até parece que se esqueceu da velha ama? Disse ela

- É claro que não. Você sabe que te adoro. Só que estava viajando muito. Respondeu Fernanda se levantando e abraçando-a com carinho. Eu estou bem. E você?

- Também estou bem. Eu também te adoro.

Depois ela se virou para Sam.

- E você, meu moleque? Como está?

Sam se levantou e também a abraçou dando vários beijos na bochecha gorda de Josefa.

- Estou ótima. Respondeu Sam.

- Andy, você continua linda. E você Niki? Seu lugar é do lado da minha menina.

As duas se levantaram e também beijaram Josefa.

- Obrigada pelo elogio. Agradeceu Andy.

- Nunca mais vou sair de perto dela. Garantiu Niki.

- Vou cobrar isso mais tarde. Quem são essas meninas lindas?

Sam fez as apresentações.

- Eve, minha namorada e Valeria namorada de Fernanda.

- Muito prazer, queridas. Sejam bem-vindas. Falou Josefa.

- Obrigada. O prazer é nosso. Responderam as duas.

- Vou deixar vocês jantarem e voltar para minha cozinha.

- Obrigada, Josefa. Agradeceu Vó Maria.

Jantaram conversando sobre o Ano Novo e logo que terminaram, voltaram para a varanda.

Vó Lico acendeu seu cachimbo e um aroma gostoso de chocolate invadiu o ar. As meninas acenderam seus cigarros. Continuaram a conversa.

- Amanhã vou precisar que vocês vão até a cidade buscar os fogos de artifícios que encomendei. Disse Vô Lico.

- Iremos com prazer. Respondeu Sam.

- Quem virá para o Réveillon? Quis saber Fernanda.

- Além de vocês e o pessoal que chegarão depois de amanhã. Virão também a Claudia e Bruna com os gêmeos e o tio André. Respondeu Vô Lico.

- Nossa! Faz anos que não vejo a tia Claudia. Disse Sam.

- Elas não puderam vir nos dois últimos anos por estarem viajando a trabalho. Explicou Vó Maria.

- Com quantos anos estão os gêmeos? Perguntou Fernanda novamente.

- Fizeram seis anos no mês passado. Respondeu a avó.  

- O tempo passou rápido. Comentou Sam.

- É mesmo. Concordou Vô Lico.

- Desculpe-me. Estamos falando da mais louca das tias. Vocês irão gostar dela. Explicou Sam para Eve e Valeria.

- Sem problema, amor. Disse Eve.

Conversaram mais um pouco e depois os avôs pediram licença e foram para o quarto. Elas ficaram um pouco mais, mas logo depois o cansaço tomou conta delas e foram também dormir.

O dia estava amanhecendo, quando a fazenda acordou. Josefa e Margarida já estavam na cozinha preparando o café, pois alguns trabalhadores tomavam café ali antes de irem cuidar dos seus afazeres.

Após todos terem tomado seu café e saído, Margarida foi arrumar a mesa na sala de jantar.

Os donos da casa foram os primeiros a levantarem. Tomaram café e Vô Lico saiu para acompanhar os trabalhos dos peões com o gado. Vó Maria com a ajuda de mais duas ajudantes foram preparar a ala dos hospedes e o quarto de Chris e Claudia.

Sam acordou e se espreguiçou, beijou Eve e se levantou.

- Aonde vai? Perguntou Eve sonolenta.

- Correr. Quer ir junto? Convidou ela.

- É muito cedo.

- Esqueceu que estamos no interior e o povo daqui levanta cedo? Escute os passarinhos. O dia está lindo. Falou Sam olhando pela janela.

- Você me convenceu. Disse Eve se levantando.

Vestiram-se e saíram.

Correram até o rio que ficava a 3 km de distancia da casa principal e voltaram pelo pomar. Pararam para sentir o cheiro delicioso de frutas no ar.

- Nossa que delicia! Exclamou Eve.

- Adoro esse lugar. Fui criada aqui até completar dezoito anos. Meus pais já estavam morando no litoral e foi difícil me acostumar lá, apesar de adorar praia. Sempre que posso venho e fico semanas aqui, principalmente no inverno. Explicou Sam.

- Realmente aqui é mesmo gostoso. Concordou Eve.

- Vamos tomar café?

- Vamos. Estou faminta.

Voltaram a correr até chegarem à varanda. Foram para o quarto e tomaram banho.

No corredor encontraram Fernanda e Valeria também indo tomar café. Cumprimentaram-se e entraram na cozinha. Beijaram Josefa e cumprimentaram Margarida com um sorriso.

- Já levo o café de vocês. Disse Margarida.

- Obrigada. Agradeceu Fernanda.

Voltaram para a sala e se sentaram. Na mesa tinha pães, geléias e queijo caseiros, doce em compotas, frios e frutas. Margarida trouxe leite e café quentinhos e suco de laranja geladinho. Andy e Niki se juntaram a elas logo depois. Cumprimentaram-se e também se sentaram.

- Vocês querem mais alguma coisa? Ovos, bacon, queijo derretido?

- Não Margarida. Está tudo bom assim. Respondeu Fernanda. Obrigada.

- Está bem, mas se quiserem é só pedirem.

- Obrigada. Responderam as outras.

Margarida se afastou com um sorriso voltando para a cozinha.

Assim que terminaram o café, Sam foi procurar Vó Maria, pois sabia que o avô não estava em casa. A encontrou saído de um quarto. Beijou seu rosto e perguntou sobre os fogos de artifício que iriam buscar.

- É na loja do seu Fortunato, já está pago.

- A senhora vai precisar de mais alguma coisa?

- Não, minha querida. Tudo já foi comprado.

- Estamos indo.

- Tchau, criança.

Sam voltou para a sala, pegou a chave da van e saíram.

No caminho ligou o radio e acompanhara a musica que tocava. Na porteira cumprimentaram o segurança e pegaram a estrada.

- Aqui precisa de segurança? É tão perigoso assim? Indagou Valeria.

- Não, meu amor. Vovô colocou segurança em toda a fazenda depois que sofreu um seqüestro relâmpago e um roubo de gado. Levaram trinta cabeças e todo o dinheiro do pagamento dos peões. Vovó ficou muito assustada e até queria ir embora, mas vovô a convenceu em ficar e colocou homens para guardar a fazenda. Explicou Fernanda. – Depois daquele dia nunca mais aconteceu nada. Os bandidos nunca foram encontrados, nem o gado.

 

- Estranho isso. Como eles conseguiram sumir com trinta bois sem deixar vestígios? Indagou Eve.

Fim do capítulo


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