CapÃtulo 41
Capitulo 41 - Hula Hula
Em North Shore no Havai, Eduarda e Rafaela se hospedaram no hotel Vitoriano com vista para a baía de Kaiaka, o Hale'iwa ou ‘casa do pássaro fragata', a ave marinha tropical mais vista no lugar.
Para surfistas e também espectadores, não há lugar melhor como o trecho de nove quilômetros e meio da North Shore de Oahu de Hale'iwa a Sunset Beach onde, no inverno, ondas monstruosas das tempestades do Pacífico quebram sem qualquer impedimento nos recifes.
Ao chegar à praia de Waimea e olhar o mar, a decepção de Rafaela foi enorme.
-- Amor acho que estamos na praia errada - colocou as mãos na cintura e olhou para a praia - Onde estão as ondas capazes de ultrapassar os 10 metros de altura?
Sim, a praia era linda. A água era azul, e a areia, fofa. O sol brilhava, mas o local nada tinha de semelhante com as tradicionais imagens dos filmes de surfe.
-- É que hoje o mar está calmo amor, ou, flat na linguagem dos surfistas -- o mar mais parecia uma lagoa, nenhuma onda sequer - Não é incrível? Amanhã quando voltarmos essas pequenas marolas poderão ser ondas gigantes das mais perigosas do mundo para a prática do surfe e para o banho.
-- Assim espero amor. Vim até aqui para ver ondas gigantes e não marolinhas - tirou a saída de banho e estendeu a toalha na areia.
Eduarda entrou em desespero quando viu o tamanho do biquíni que Rafaela usava. Tentou apelar para algo mais carinhoso tipo:
-- Amor você não acha que o sol está muito forte nesse horário? - Vai que colasse.
-- Dú essa não colou. Os seus biquínis são bem menores que os meus e eu não falo nada - deitou na toalha.
Eduarda ficou olhando emburrada. Os seus biquínis eram realmente menores que os dela, mas Eduarda tinha o corpo de menina, atleta e não era tão mulherão como ela. Por fim, quando viu que não adiantava mesmo, também tirou a sua saída de banho.
-- Vou dar um mergulho então - jogou a peça de roupa na cabeça da morena - Se algum maluco vier aqui tentar te estuprar pode gritar me chamando que eu não vou vir -- saiu correndo em direção ao mar.
No Brasil...
-- Você deveria ter incluído o Schwarzenegger nessa viagem Roberta - Claudia olhou-a fixamente.
-- No dia achei que seria inconveniente a presença dele na lua de mel delas, mas agora... - parou como se estivesse pensando o que falar - Estou preocupada.
-- E é para estar mesmo -- Segurou as mãos juntas sobre a mesa.
Roberta olhou para a advogada, respirou fundo e criou coragem para fazer o convite.
-- Claudia estive pensando... Se você... Se nós... -- buscou manter-se calma, embora fosse difícil - Está a fim de passar esse final de semana na casa de praia do opa? --ficou vermelha de vergonha.
Claudia conteve o riso.
-- Deixe-me ver em minha agenda - fez de propósito para deixar Roberta ainda mais nervosa - Vou aceitar o seu convite - sorriu - Faz tempo que não passo um fim de semana na boa, ultimamente vivo em função dessa boate. Vamos deixar o casalzinho trabalhar um pouquinho a mais dessa vez.
-- Acho que não terá problema. A Aline e a Fernanda os ajudarão caso precisem.
Roberta por fora se conteve, mas por dentro estava soltando fogos de artifício.
-- Legal Claudia, durante essa semana conversamos melhor sobre isso - saiu da sala séria e quando chegou ao lado de fora deu pulos e socos no ar de alegria.
No Hotel em North Shore...
-- Todas as vezes que vamos à praia você faz a mesma ceninha de ciúme por causa do meu biquíni, mas sempre quem faz papel de idiota sou eu -- Apunhalou Eduarda com o dedo.
-- Não sei de nada amor - Eduarda continuou secando calmamente os cabelos com a toalha.
-- Claro que não... - riu debochada - Você não deve ter visto que toda a praia olhou para você quando saiu da água - bufou de raiva.
-- Não vi... Será que é porque só tenho olhos para você? - jogou a toalha longe e caiu em cima da morena na cama.
-- Sai daqui "loira bronzeada" - falou irônica e afastou-se -- Que garotas descaradas. O incrível é que elas nos viram juntas e mesmo assim deram em cima de você - Rafaela estava inconformada.
Eduarda estava sentada na cama na posição de índio com as pernas cruzadas escutando Rafaela falar, falar, falar... E ela achando fofo aquela demonstração tão clara de ciúme. Então ela sorriu, porque percebeu que a sua felicidade dependia dela, mesmo que fosse brava como estava agora.
-- Está rindo de que? - estranhou o sorriso bobo que Eduarda mantinha.
-- De como você é linda mesmo brigando comigo.
As palavras de Eduarda desmontaram Rafaela. A arquiteta sentou de frente para a garota na cama.
-- Você deve me achar uma boba né? - riu de si mesma - Como se você tivesse culpa de ser tão linda - Inclinou-se para frente, tomou as mãos dela e entrelaçou os dedos.
-- Te acho uma boba linda e maravilhosa - levou as mãos que seguravam as suas até os lábios e as beijou.
Rafaela tirou a camiseta que Eduarda vestia e começou a passar a mão pelo corpo dela. Puxou-a para junto de si, queria sentir aquele corpo colado ao seu.
-- Você é a pessoa mais linda que conheci nessa vida - Rafaela a apertou ainda mais forte contra seu corpo.
A loira afastou-se um pouco, acariciou o rosto da morena e iniciou um beijo cheio de desejo, levou as mãos até as coxas de Rafaela... Rafaela gem*u ao sentir. Eduarda tirou a camisola da morena e a encostou contra a cabeceira da cama beijando o pescoço dela e voltando aos lábios iniciando um beijo de língua.
Havia uma perfeita harmonia entre elas. Era algo inesgotável e a cada instante se tornava maior... Era tudo muito perfeito. O corpo de Eduarda ansiava pelo de Rafaela e o de Rafaela da mesma forma. A ligação elétrica que sentiam não se limitava ao nível sexu*l*. Sentiam prazer simplesmente com pequenos toques. Segurar a mão fazia o espírito mergulhar num turbilhão e quando se perdiam uma na outra era sempre muito intenso, vibrante e apaixonante!
Impossível de se explicar. É algo que não tem como descrever, somente sentir.
Na boate...
-- Dudinha não tem cabeça pra mais nada... É só Rafaela pra cá, casa pra lá, filhos pra cá... - Jorge cruzou os braços e as pernas.
-- E isso é tão normal né biba - Roberta jogou uma pasta sobre a sua mesa - Afinal elas estão recém-casadas. Precisam ajeitar as coisas. Dá uma olhada nessas fotos de casas que a corretora me enviou - sentou em uma cadeira de frente para ele.
-- Não são casas... São mansões... - olhava as fotos e babava, era uma mais linda que a outra - Difícil vai ser escolher.
-- A corretora já me ligou umas dez vezes, está louca pra fechar negócio com elas. Imagina a comissão. Agradar a Duda é fácil, quero ver é agradar a Rafaela.
-- Vai ter que esperar muito - parou em uma foto - Olha só essa... Parece um sonho.
Roberta pegou a foto da mão de Jorge.
-- Essa é linda!!! E olha a vista para o mar. A Duda vai amar - empolgou-se - E o que é melhor, fica no Leblon. Vou dar uma passadinha em especial nessa aqui.
-- E você Beta? - olhou para amiga curioso pela resposta - vai morar com elas?
Roberta não sabia o que responder. Adoraria morar com a irmã e a cunhada, mas isso dependia de um convite, que não tinha certeza se viria.
-- Ainda não sei Jorge, prefiro pensar nisso quando elas voltarem -- disse baixinho - Não sei se a Rafaela vai me querer por perto. A Eduarda mudou muito depois que conheceu a mana, mas mesmo assim vai sempre existir a lembrança de que já transei com ela. Agora será o momento de vermos a que nível de confiança está a relação delas - guardou as fotos na pasta e voltou para sua mesa.
-- Se você quiser bela, podemos até apostar - falou cheio de gestos amplos - Elas vão te convidar. E sabe o que mais... Elas nem lembram mais disso.
-- Poxa será que foi tão ruim assim trans*r comigo? Pareceu ter sido tão gostoso - apoiou o queixo com as mãos e ficou lembrando.
Jorge jogou uma caneta em sua cabeça.
-- Sua galinha... Ela é sua cunhada...
-- Vou mentir pra você por que sua bicha? Ela é gostosa e ponto final.
-- Chega, chega, chega... Desejar a mulher da irmã é considerado infração gravíssima lá no céu...
-- Quem deseja a mulher da irmã? - Claudia entrou na sala mais o seu bico já havia entrado há muito tempo.
Pronto já era o final de semana tão esperado por Roberta...
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Opções de exercício não faltam no norte da ilha. Bicicletas e equipamentos de segurança podiam ser alugados em muitos lugares. A estreita ciclovia também servia como pista de corrida e passa pelas famosas praias de Banzai Pipeline e Sunset.
Rafaela e Eduarda se preparavam para o passeio.
-- Amor me ajuda com isso - Rafaela sempre dengosa não conseguia sequer colocar as luvas.
-- Estou indo amor - estacionou a bicicleta e foi atender a morena - Pode pedalar tranquilamente, estarei logo atrás de você - jogou um beijo pra ela e pegou a sua bicicleta.
Automóveis, desde básicos alugados a BMWs brilhantes, picapes e SUVs enferrujados, abarrotados com crianças, colados uns aos outros ao longo da estrada.
A tradição local de uma viagem a North Shore inclui parar em um dos trailers de camarão, perto de Hale'iwa ou Kahuku na rodovia Kamehameha, que vendem a produção de fazendas locais. Em geral, o menu oferece camarão bem temperado com alho, cajun, coco, manteiga, limão ou apenas simples e a maioria dos trailers têm mesas de piquenique ao lado deles.
O casal não poderia deixar de dar uma paradinha para saborear um belo camarão.
-- O que achou amor? - acabavam de devorar uma porção generosa de camarão.
-- Preciso falar? - sorriu limpando os lábios com o guardanapo.
-- Amanhã vamos fazer o hiking?
-- Primeiro quero saber o que vem a ser isso - riu despreocupada.
-- Hiking é uma caminhada curta, de algumas horas, que pode ser praticada por pessoas sem muito preparo. É praticada essencialmente em ambientes naturais como esse aqui. O hiking é uma das práticas mais populares da região.
-- Preciso aprender muito sobre tudo isso amor e se você tiver paciência gostaria de te acompanhar... Menos no surf, é logico - apressou-se em corrigir.
-- Tenho toda a paciência do mundo e faço questão que me acompanhe - sorriu radiante com a ideia de tê-la sempre junta em suas aventuras - Vamos continuar?
No Rio, Jorge e Eddie retornavam ao assunto que haviam deixado de lado devido ao casamento das amigas.
-- Jorge não estou dizendo que não quero morar com você, ou, oficializar o nosso relacionamento -- afagou a nuca - O que estou tentando te mostrar é que acho cedo para isso.
-- Pois eu não acho. O tempo cronológico não conta muito nesse caso. Para mim o que conta é o grau de afinidade que temos -- Cruzou os braços fortemente.
-- Pois pra mim conta - insistiu - Você não aceita a minha opinião nunca, somente a sua é que conta sempre -- rangeu os dentes irritado.
-- Geralmente aceito, mas nesse caso NÃO -- cerrou os punhos uma vez que os braços estejam cruzados - A Duda e a Rafa se conheceram há muito menos tempo que nós. O amor delas é maior que o nosso então?
-- A Duda e a Rafaela já se conheciam espiritualmente. Elas são almas gêmeas Jorge. As duas se conectam intensamente em todos os níveis. Elas não conseguem ficar longe uma da outra. Será que você não conseguiu sentir isso? A química física entre elas é palpável...
-- Bela desculpa a sua, mas não funcionou -- sorriu com os lábios apertados.
-- Sentiu a diferença? O que a Duda diria nesse caso? Pensa... - virou-se e caminhou em direção a porta.
-- Está fugindo é? - provocou.
-- Não. Estou dando um tempo -- girou a maçaneta, empurrou a porta e saiu sem dizer mais nada.
Jorge ficou olhando para a porta fechada como se não acreditasse. Quando caiu na real jogou-se no sofá chorando como uma criança.
No Havai...
-- Fala amor... - a loirinha rolava de rir com a tentativa de Rafaela em pronunciar o nome do colorido e brilhoso peixe símbolo das ilhas havaianas, o Humuhumunukunukuapua'a.
-- Humuhukaku... Não consigo Dú é impronunciável.
-- Também acho. Ele é conhecido como ''focinho de porco'', devido ao barulho estranho que emite ao se sentir ameaçado. Os guias locais brincam que o nome é muito maior que o pequeno animal - terminou de arrumar a mochila.
-- Vamos em quantos Dú? - Rafaela também terminava de arrumar a sua.
-- Em seis mais o guia - colocou a mochila nas costas -- Vamos?
Essa área de praias desertas, penhascos acidentados e exuberante vegetação torna-se uma cena de passeios emocionantes.
Rafaela ficou assustada com as ondas que se elevavam a alturas equivalentes a quatro e até seis andares. Estavam em uma equipe de seis, mas lá havia uma pequena multidão para ver a natureza na sua forma mais selvagem.
Rafaela estava morta e agradeceu aos céus quando chegaram a uma cachoeira e tomaram um banho refrescante antes de retornarem a trilha.
Naquela noite Rafaela não dormiu. Desmaiou.
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Claudia estava séria, mas por dentro dava gargalhadas. Tadinha da Roberta. Primeiro achou que a advogada ficaria brava com o que ouviu sobre Eduarda, depois viu seus planos tomarem outros rumos com a decisão de Jorge.
-- Vou com vocês e pronto. Que se dane a boate -- fechou as mãos e bateu com os punhos na mesa - Que ele fique sozinho lá. Que se vire.
-- Não acho certo deixar o Eddie com toda a responsabilidade enquanto nós se divertimos - Roberta tentava convence-lo a não ir.
-- Não estou ouvindoooo - tapava os ouvidos.
-- Desisto - falou desanimada e saiu da sala de cabeça baixa.
-- Jorge pensa bem, Eddie é um amor de pessoa. Não merece toda essa sua intransigência.
-- Ele pediu um tempo e terá - pausou para um longo respirar - Ontem liguei a tarde inteira para aquelas duas desnaturadas e não consegui nem um deixe sua mensagem.
-- Não me diga que você queria perturbar a lua de mel delas com essa birra de vocês? - bufou.
-- Imagina. Nem ia contar... - olhou para as unhas bem feitas.
Mais tarde...
-- Jorge como isso aconteceu? - Rafaela suspirou entristecida - Sinto muito meu amor.
Jorge conversou mais alguns minutos com a morena e depois desligou, deixando a arquiteta angustiada. Eduarda saia do banho nesse momento.
-- Aconteceu algo? - percebeu que Rafaela estava com a fisionomia triste.
-- Jorge e Eddie terminaram.
-- Como assim terminaram? Eles não podem terminar. Não é pra ser assim... - a loira parou como se estivesse dito algo a mais.
-- Não entendi Dú, as pessoas são livres para seguir outros caminhos se sentirem que esse não era o certo.
-- Mas é o certo. Vou ter que voltar. Tem algo errado - falou ansiosa.
-- Dú - segurou o rosto dela com as mãos - Amor, calma, deve ter sido só uma briguinha de nada - beijou sua boca.
-- E se não for? - falou entre os lábios da morena.
-- A gente não pode interferir meu anjo - falou mais viu que não adiantaria de nada. Eduarda ficou encucada e só falava em voltar.
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Por sorte no dia seguinte as ondas gigantes finalmente resolveram aparecer para alegria de Eduarda e dos demais surfistas que aguardavam ansiosos.
Bastou atravessarem a avenida que separava o Hotel da praia para avistarem a imagem das lendárias ondas do North Shore.
O chão tremia como se houvesse um terremoto, e os surfistas pareciam figuras em miniaturas perante o tamanho assustador daquelas ondas gigantescas.
-- Você não vai entrar lá amor - puxou Eduarda pela mão - Não mesmo.
Eduarda sorriu e afagou seu cabelos.
-- Eu já surfei várias vezes aqui, meu amor - beijou a cabeça dela - Mas se você estiver pressentindo algo...
-- Não, não. É só medo mesmo. Elas são assustadoras - olhou para o mar.
A loira pegou a prancha calmamente, foi até Rafaela e beijou seu rosto.
-- Já volto - e saiu em direção ao mar.
Eduarda transmitia uma segurança tão grande no sorrir e no falar que Rafaela parecia dopada. Sentou na toalha e ficou apreciando o show de sua loirinha.
Só os melhores surfistas se atreviam a tentar entrar na água. Todos na areia se perguntavam quem era aquela menina linda e corajosa que surfava com maestria, como uma verdadeira campeã.
Depois de algum tempo Eduarda saiu da água e foi aplaudida pela plateia que lhe aguardava na areia da praia.
-- Que bela apresentação a minha linda esposa nos proporcionou - Rafaela brincou.
-- Mereço um premio? - ajoelhou-se em frente à morena e sacudiu o cabelo molhando-a.
-- Dú não... - Rafaela lhe deu um tapa de leve -- A premiação será mais tarde lá no quarto do Hotel -- roçou seu nariz ao dela.
-- Que delicia de premio - sorriu.
-- Dú, vou te confessar uma coisa - pausou - Apesar de ter adorado tudo em North Shore, as praias paradisíacas, temperaturas agradáveis, trilhas com cachoeiras, passeio de bicicleta, o hotel vitoriano com vista para a baía que é lindíssimo. Nada se comparou a experiência memorável de ver de perto o mar havaiano. O volume de água e a espessura daquelas ondas me chamaram a atenção, tinham o que... Seis a oito metros? Foi incrível.
-- Que bom que gostou amor - beijou seu rosto feliz - Nas próximas férias não estaremos sozinhas amor - sorriu.
-- Essa nossa tranquilidade já era. Você vai estar correndo pela praia atrás do pestinha - até imaginou a cena.
-- Ou dos pestinhas né amor - complementou rindo.
-- Isso me lembrou de um trecho da música Eduardo e Mônica do Legião Urbana - cantou:
Só que nessas férias, não vão viajar.
Porque o filhinho da Eduarda tá de recuperação.
Riram juntas.
Fontes:
www.discoveramerica.com.br/usa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Havai
Fim do capítulo
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