A noite começou e Elisa foi “obrigada” a tomar mais 3 doses de tequila Guto não dava sossego e tomava as doses com ela, e no intervalo das doses tomavam cerveja, o resultado foi um Guto falando mais do que Bernardo e uma Elisa mais confusa do que antes pensando demais e já ficando um pouco tonta.

- Nossa Guto acho que precisamos ir embora, não aguento tomar mais nada vou pegar uma água você quer? – Elisa disse perto de Guto, pois o show que iria ter no Pub já tinha começado.

- Ah Li, para com isso amanhã é sábado e não temos compromisso, vamos nos divertir você prometeu que iria tentar se divertir.

- Estou me divertindo, só não acho divertido no outro dia ficar conversando com a privada o dia todo.

- Tá bom, então vamos tomar mais uma tequila e deixo você pegar sua água ou até sua preciosa coca-cola.- Elisa em sua revolução alimentícia e física mudou muito mas uma coisa que não conseguia deixar de lado era a coca-cola, principalmente no dia da ressaca.

- Tá, vamos logo!

Tomaram mais uma tequila e pegaram uma água, voltaram para onde estavam todos e começaram a curtir o show e conversar com os amigos. Quando Elisa bebia muito ficava muito mais sociável e perdia a timidez, sempre ficava abraçando os amigos e querendo falar o quanto eram importantes para ela, coisa de bêbado.

- Você sabe que eu te amo né Guto? Você é o irmão que nunca tive, você faz por mim muito mais do que minha própria família já fez ... só me procuram quando precisam de algo.

-Li eu sei, já conversamos sobre isso e já disse que você não pode fugir dos problemas como fez, porque na próxima vez que for para São Paulo você não conversa de uma vez por todas com sua mãe e sua irmã?

- E adianta? Já cansei de mostrar meu lado e elas sempre falam que eu sou muito infantil, que sou egoísta, que larguei tudo, e blá blá blá ... ou seja, dane-se o que eu penso.

Enquanto terminava de falar isso Bernardo se aproximou, escutou a última frase e já foi dizendo:

- Outra vez com isso Li ? chega!!! Vamos nos divertir, vamos aproveitar que você bebeu e voltou a gostar de mim- risos.

- Nunca deixei de gostar de você seu bobo – disse Elisa abraçando Bernardo – só que você decidiu que precisa me atormentar sempre, e tem dias que não to legal, me desculpe.

- Tudo bem, mas vamos lá pra perto do palco, sei que adora este tipo de música – Bernardo falou isso já puxando Elisa e Guto.

                Chegando próximos ao palco Elisa viu Carolina e como já estava um pouco “alegre”, nem disfarçou o sorriso, ficaram todos bem próximos cantando as músicas da banda que eram covers de bandas conhecidas.

- Gutooooo, vamos tomar uma tequila? – Letícia falou – vamos todos!!!

- Vamos!!!- Guto

- Tô fora mas preciso pegar mais uma dose do meu whisky – Bernardo

-Vou ficar por aqui, já estou na água – Elisa

- Ah não Li, ficar aqui sozinha não! Vamos!- Guto

-Não, porque conheço o senhor e vai me fazer tomar outra tequila e eu sou besta e irei acabar tomando – disse Elisa sorrindo.

- Guto, a Carol é minha motorista hoje, vou trazer só mais uma cerveja pra ela, então ela faz companhia para a Elisa – falou Letícia piscando para Carol que fez aquela cara de: eu te mato depois! E em seguida sorriu – vamos!

- Tudo bem?-Guto perguntou a Elisa.

- Claro, pode ir, já vi que eu vou acabar dirigindo hoje.

E foram, deixando uma Elisa ansiosa que não parava de tomar sua água olhando para o palco e uma Carolina curiosa que olhava para Elisa que não conseguia virar e olhar para Carolina.

POV ELISA

Guto, Bernardo e Letícia foram beber e eu fiquei vendo o show com minha água e a Carolina, santo Deus, eu já estive perto de mulheres bonitas, mas nunca fiquei “idiota” como estou agora, o que está acontecendo comigo? Pior que não consigo olhar pra ela, e minha água está no fim, ai a água vai acabar e não vou ter com o que me distrair, ai lascou de vez.

- Elisa, tá tudo bem? – Claro que não!!! Não sei o que está acontecendo comigo, minha água está acabando, os meninos não voltam, você está perto demais, minha nossa senhora porque não consigo parar de olhar pros olhos dela.

- SIM!!! Só com calor – sorri igual idiota – e você?-Por que meu deus, por que eu perguntei e vc?

- Estou ótima! – não sorri, não sorri...o droga ela sorriu. – Só acho que você está desconfortável comigo aqui, se quiser ir pra mesa ou procurar eles no bar ..

- Não, claro que não! Está ótimo aqui! – hãn? Segunda feira vou procurar um psiquiatra, até agora eu queria fugir daqui, ai ela oferece pra sairmos daqui e falo que aqui esta ótimo, tenho algum problema... – Quer dizer, se você quiser ir , tudo bem..

-NÃO, só falei porque você ficou um pouco diferente... – muito diferente.

-Acho que é porque a tequila já está indo embora do meu corpo – parabéns Elisa, acabou de mostrar que você é mesmo idiota.

-Acho que não – ela disse sorrindo – Demora um pouco mais para todo este álcool sair do seu corpo, vocês beberam bem.

- Culpa do Guto, ele sempre faz isso e eu caiu. – rimos – mas não adianta gosto demais destes dois.

- Eu também – pra ajudar começa a tocar maroon 5, obrigada Deus. – Há quanto tempo se mudou para cá?

- Faz 10 meses, vim tentar a sorte em uma entrevista de emprego e quando vi já estava sendo contratada – não adianta falo do meu emprego e fico sorrindo mesmo, amo o que faço e estou muito satisfeita por ter conseguido chegar onde cheguei sozinha.

-Hum, sorte ou destino? – bela hora para o som ficar mais pesado e ela ter que falar perto do meu ouvido. – Existe uma diferença entre os dois, e eu acredito muito no destino, acredito que nada acontece por acaso.

E não acontece mesmo, porque começou então a tocar Incubus – Anna Molly, e as pessoas em volta começaram a pular um pouco e pra ajudar fui empurrada na direção da Carol, além de eu ser desastrada e na realidade quase cair em cima dela. Ela me segurou me dando apoio até eu firmar os pés no chão outra vez.

-Desculpa – muito perto, muito perto...se afasta Elisa,  estávamos de frente uma para outra e ela me segurando pela cintura e eu me apoiando nos seus braços.

- Como eu disse, sorte ou destino? – ela falou bem perto para eu poder escutar em meio a música e ao povo pulando e cantando, do que ela está falando mesmo? Eu estou perdida, estou praticamente abraçada a ela e não me solto e ela muito perto me olhando com aqueles olhos...nossa, o cheiro dela é tão bom. Acorda Elisa, você não é assim! você sempre pensa em suas ações, se afasta.

- Aaa...acho que um pouco dos dois – me afastei dela, preciso colocar a cabeça no lugar e nunca mais beber na minha vida. Vou matar aqueles três que estão demorando.

Ela continuou sorrindo e voltou a olhar para o palco, fiz o mesmo, mas logo a olhei outra vez como ela pode estar tão calma enquanto estou quase enfartando, a banda começou a tocar músicas mais calmas, entre elas Lifehouse- Between the Raindrops.

- Adoro esta música!

- Adoro esta música! – dissemos juntas, a olhei surpresa sorrindo e ela sorrindo para mim, ai poderia ser clichê e dizer que o mundo parou e tal, mas não, um Guto bêbado veio em nossa direção e nos abraçou, se afastou e ai vi que todos estavam de volta, e em vez de eu me sentir aliviada me senti chateada, continuei curtindo a música que gosto até o fim, muitas vezes olhava disfarçadamente para ela, até que acabou a música e eu cada vez mais confusa.

- Vamos embora? – Bernardo – Guto bebeu demais, eu também, e você que irá dirigir amiga, está bem? Senão deixamos o carro ai e vamos de táxi.

- Bê, melhor irmos de táxi eu me sinto bem para dirigir, mas não sei se estou em condições. – Infelizmente era verdade, e se eu fizesse um arranhão no carro do Guto, ele me mataria.

- Tudo bem, o pessoal já foi embora só sobrou nós cinco aqui, ou melhor nós quatro, porque a Letícia só veio avisar a Carol que iria ficar porque encontrou uma “amiga”, mas que poderia ir embora sossegada que depois ela se virava. – sei, amiga, ahan.

- Tudo bem então vamos!

Pagamos nossas comandas e fomos em direção a saída, o carro da Carol estava no mesmo estacionamento que o Guto deixou o dele foi até lá para falar com o responsável, que viríamos pegar o carro amanhã, e iríamos embora de táxi, Carol escutou isso e disse:

- Eu levo vocês! Para com isso né Bê, você sabe que é caminho para mim! – ótimo, agora vou até pegar carona com ela, ou seja, mais tempo sem saber o que fazer.

- Jura Carol? Porque seria ótimo, já que vocês estão vendo o estado do Guto, não sei se algum taxista iria nos levar – isso é verdade, lembro de uma vez em que trocamos de táxi três vezes em São Paulo para poder chegar em casa, ah a juventude!

- Então vamos, tudo bem Elisa? – vou falar o que? Não, prefiro ir de táxi sozinha pensando no que você está me causando.

- Claro sem problemas! – tomara que o Guto tenha uma bela de uma ressaca.

- Então Carol, a Elisa mora próxima a você, nos deixe primeiro e depois você a leva, pode ser? – como assim??? Eu moro perto dela? Eu vou sozinha com ela até minha casa?

- Não precisa Bê, da sua casa eu pego um táxi, Carolina já vai nos levar até sua casa não precisa me levar até em casa. – Sem condições de eu ficar sozinha com ela, eu preciso colocar minha cabeça no lugar senão já já começo a falar besteiras. Mas ai falei isso e olhei para ela que fez uma cara de indiferença e entrou no carro.

- Elisa – estava no banco da frente e me virei para ver o que ela queria – eu te levo até em casa sem problemas, moramos perto e eu não bebi como vocês, te deixarei em segurança e um táxi a esta hora sozinha não é o mais indicado. – Sim, ela tem razão e foi tão gentil falando isso.

- Tudo bem, mas só se não for te incomodar.

-Claro que não, gosto de dirigir a noite mesmo. – falou ligando o carro e saindo.

- Eu também. – ela sorriu para mim e seguimos até a casa do Guto e Bê escutando as músicas que ela tinha, as mesmas que eu gostava, ela é linda, cheirosa, bom gosto musical, e eu sou idiota e preciso da minha cama e que meu travesseiro me ajude a pensar no que está acontecendo comigo.

- Em cinco minutos estes dois vão estar dormindo. – Carol falou.

- Já estão – disse sorrindo e olhando para o banco de trás. – Ainda bem que já estamos perto da casa deles senão para acordá-los seria terrível.

- Chegamos o seus dois bêbados!!! – Carol falou um pouco mais alto olhando pelo retrovisor enquanto parava em frente ao prédio deles.

- Mas já? Nem deu pra cochilar, vamos Guto, acorda.

-Ahn ... que? Quero minha cama Bê.

- E este manhoso é o diretor geral de uma mega construtora – adorava atormentar o Guto. Ele bebe e fica muito manhoso, chega a ser infantil, me mostrou a língua e saiu com o Bernardo, nos despedimos e eles entraram.

- Bom, agora só falta deixar a senhorita em casa, prometo que em segurança – falou rindo, e piscou para mim colocando o carro em movimento.

- Sim, obrigada Carol. – Carol? Que intimidade é esta? Quando percebi o que falei já estava rosa.

- Olha só, aleluia, já estava cansada do CAROLINA, parecia que estava me dando bronca toda hora. – agora já devo estar vermelha, ainda bem que é de noite, que Deus me ajude e eu chegue logo em casa, porque o sorriso que ela me dá cada vez mais me faz ficar com cara de boba olhando pra ela, principalmente para a boca dela.

Fim do capítulo