Capítulo 29
Capitulo 29
-- Você providência dois canhões - Eduarda passava as instruções para Roberta - Se ela disser sim disparamos o canhão de papel. Se disser não disparamos um projétil de canhão daqueles da segunda guerra direto na cabeça dela.
-- Duda, vou contar para ela - Roberta ameaçou - Você sabe que há uma grande possibilidade dela dizer não.
Era natural Roberta pensar dessa maneira, pois não sabia do acordo existente.
-- E você acha que alguém resistiria a um pedido como esse? Sonha Roberta - Eduarda falava cheia de confiança.
-- Olha alemoa. Não bobeia. Você pode estar colocando tudo a perder. Vou buscar os convites no carro - e saiu em disparada.
Jorge entrou no escritório com cara de poucos amigos.
-- Eu e Eddie discutimos - jogou de uma vez.
-- Isso é normal em um relacionamento. Eu por exemplo, se não apanhar um dia da Rafa até sinto falta.
-- Nós nunca havíamos discutido antes, sapinha - Jorge desabou na cadeira.
-- Foi por um motivo justificável ao menos, ou foi por uma besteirinha - Eduarda não gostava de ver o amigo daquele jeito.
-- Eu só comentei com ele que você, mesmo sendo uma pirralha, irresponsável, infantil, mimada e sem vergonha, estava dando um olé em nós. Até vai pedir a Rafa em noivado - silêncio - Desculpe - colocou a mão na boca.
-- Engraçadinho - Eduarda sentou em sua mesa e pegou a letra da música do Bruno Mars - Legal essa letra combina com a gente - ficou pensativa.
-- Duda - Roberta entrou apressada na sala - A Rafa vai te matar.
-- Eu sei - falou desinteressada - Prefiro morrer pelas mãos da Rafa a dos nazistas.
-- Precisava ser uma ruiva de arrasar quarteirão? - parou em frente à mesa com as mãos na cintura.
-- Prefiro a minha morena tropicana - voltou a estudar a letra da música.
-- Quero ver é você convencer ela - como ninguém estava muito a fim de papo, Roberta saiu atrás de Claudia. Adorava provocar a advogada.
Na construtora...
-- Vai à boate sábado Rafaela? -- Camila passava a agenda para Rafaela.
-- Tenho né. A Duda nunca aceita um não. Se não for é bem capaz de me aprontar algo - risos.
-- Eu vou. Já estava com saudade das baladas - levantou e foi em direção à porta - Vai ser uma noite memorável - falou antes de sair.
Rafaela a olhou sem entender, mas deixou prá lá. Tinha uma reunião e gostava de chegar um pouco antes para organizar as pastas. Levantou pegou alguns documentos e foi para o seu primeiro compromisso do dia. Seguiu até a sala de reunião, bateu e entrou. Para a sua surpresa todos os participantes já estavam em seus lugares à mesa. Olhou no relógio e ainda faltavam dez minutos.
-- Poxa. Pela primeira vez sou a última a chegar a uma reunião. Isso é incrível - estava realmente admirada.
-- Bom dia minha querida. Por favor, sente-se aqui - indicou a cadeira ao seu lado - Vamos dar inicio a nossa reunião semanal - o presidente deu aberto mais uma reunião.
Rafaela sentiu um clima diferente. Ninguém a olhava, sequer levantavam a cabeça dos papeis. Atitude totalmente fora do comum já que quando entrava na sala todos corriam para puxar a cadeira para ela sentar e ficavam babando em cima dela. Aí tem. Pensou.
Na boate...
-- Duda você vai viajar para participar de um circuito de surf em Pernambuco um dia depois de ter noivado? - Roberta sacudiu uma carta no ar.
-- Roberta você abriu uma correspondência endereçada a minha pessoal? - arrancou a correspondência da mão da morena.
-- Faz parte do meu trabalho - falou cheia de razão.
-- Há tá. Você faz isso pra garantir que uma carta contaminada contendo antraz não chegue a minhas mãos não é? - falou irônica.
-- Claro meu amor. Nunca se sabe do que esses nazistas são capazes - falou e saiu pra não precisar dar mais explicações.
-- Estou bem servida né Jorge? - levantou e foi até a mesa do amigo.
-- Você apronta demais, e como amamos vocês duas juntas fazemos de tudo para cuidar que você não faça besteira - as palavras do amigo tocaram Eduarda.
-- Pois não se preocupem. Eu também amo estar junto com a morena gostosa e vou fazer de tudo pra não dar nenhuma bola fora com ela - beijou a cabeça do amigo.
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-- NÃO MESMO - Rafaela estava irredutível.
-- Mas amor... - Eduarda tentou persuadir a arquiteta, mas não foi feliz ela virou as costas e saiu em direção à cozinha - Ela é só uma guarda costas... Bonita eu sei, mas... Aiii - levou um bofetão.
-- Cara de pau, sem vergonha - jogou uma maça que pegou em cheio na testa da garota.
-- Aiii... Aiii... Aiii... - Eduarda passava a mão em cima do local atingido, pra desespero de Rafaela que não imaginava ter uma pontaria tão boa.
-- Desculpa amor, foi sem querer. Vamos apertar uma faca em cima - Eduarda saiu correndo de perto dela.
-- Você está querendo me esfaquear?
Pausa para um conselho da autora.
Receitinhas caseiras, como aquela em que os nossos pais costumavam apertar uma faca sobre o galo na cabeça, não são recomendadas. Sempre que o machucado for acima do pescoço é indicado procurar o médico. Por ser área muito sensível, é necessário avaliar se a lesão foi realmente superficial ou mais séria.
Continuando...
-- Claro que não Dú é pra diminuir o hematoma. Minha mãe que ensinou - abraçou a menina e beijou carinhosamente a sua boca - me perdoa?
-- Perdoo amor, mas prefiro colocar gelo. Você com uma faca na mão é muito perigosa - retribuiu o beijo com carinho.
-- Então vem - pegou gelo no freezer envolveu em pano e com a garota deitada em seu colo no sofá, colocou sobre o local da pancada - Tá doendo Dú?
-- Uma dor insuportável amor - fez manha.
-- Vai passar - beijou a testa dela.
-- Mas voltando ao assunto... - mais uma tentativa de convencer a namorada, mas ela nem a deixou continuar.
-- Como você está dodói amanhã eu mesma vou providenciar outra guarda costas para você. Está bem amor?
-- Se você acha melhor assim... - nem tentou insistir. Assunto guarda costas gostosona encerrado.
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Sexta-feira seria um dia corrido para o pessoal da boate. Os últimos detalhes estavam sendo acertados. Os convites haviam sidos enviados a tempo. Eduarda fazia questão da presença dos pais e o do irmão de Rafaela, do opa e da oma e dos empregados da mansão, aqueles que a menina amava como se fossem sua família. "Os meus brother surfistas", como dizia Eduarda, também teriam que estar presentes.
A loirinha já havia ensaiado com a banda que lhe acompanharia na interpretação da música. Se tudo saísse como planejado a festa seria inesquecível.
-- Estou uma pilha - Jorge andava pela boate todo ouriçado - Mas não é uma pilha qualquer é alcalina da melhor qualidade - cuidava pessoalmente da decoração do ambiente.
-- Calma Jorge - Eduarda chamou o amigo para conversar - Bicha nervosa é um problema. Escuta essa:
Uma bicha chega à delegacia de Copacabana com três cariocas mortos em seu carro. Apresenta-se como responsável pela chacina. O delegado apavorado resolve tomar o depoimento da bicha:
- Doutor, eu estava dando um passeio pela praia quando estes três rapazes me sequestraram, me levaram para um lugar deserto e me fizeram tirar a roupa. Começou então uma coisa horrível. Enquanto um me enrrabava o outro me obrigava a fazer um boquete enquanto o terceiro exigia um punhetinha. Doutor quase morri. Os três se revezavam. O que eu havia ch*pado me comia, o da punheta eu ch*pava e assim foi por quase duas horas seguidas, até que o mais moreno resolveu limpar o pau com a cuequinha florida que a minha mãe me deu. Aí doutor, nessa hora eu virei macho. Que ousadia sujar aquela sunguinha tão linda. Me revoltei e matei os três de tanta porr*da!!!!!!!
-- Só você mesmo Dudinha - Jorge riu da carinha da menina que tentava transmitir calma, mas que estava nervosa tanto quanto ele. Abraçou ela como um irmão mais velho e beijo sua cabeça - É isso mesmo que você quer minha irmãzinha loirinha?
-- É tudo o que eu mais quero meu irmãozinho moreninho - beijou o rosto do rapaz.
-- Olha que a Rafaela é capaz de bem mais que um galo na testa - passou a mão sobre o hematoma roxo que se formou na testa da garota.
-- Eu mereci - olhou para a nova guarda costa que não era tão bonita quanto a primeira, mas era conhecida de Rafaela e de confiança da arquiteta - Essa aí - apontou com a cabeça para a moça -- Vai ser a correspondente da Rafaela, mas eu não me importo com isso. Tô de boa.
-- Que bom meu anjo. Amo as duas - Eddie passou nesse momento e Eduarda o chamou.
-- Eddie - o rapaz aproximou-se - Os dois tratem de fazer as pazes logo, logo, pois serão os meus padrinhos de casamento e também padrinhos do meu primeiro filho. Não quero ninguém bicudo - saiu deixando Jorge e Eddie com lágrimas nos olhos de emoção.
Na construtora Rafaela trabalhava normalmente, nem imaginava o que estava sendo tramado para ela.
-- Você fez isso Rafaela? - Camila ria da atitude da chefe e amiga.
-- Fiquei com uma dó Camila. Você nem imagina como fiquei com a consciência pesada quando vi aquele galo enorme na testa dela - a arquiteta contava triste.
-- Tadinha Rafaela, justo a Duda que é um amor.
-- Eu sei, mas sempre ajo por impulso e isso as vezes fere as pessoas que amo. Vou tentar me controlar da próxima vez - parou, pensou um pouco e continuou a falar - Por outro lado não posso afrouxar as rédeas em nenhum momento. Ela se deixa manipular muito fácil e qualquer um consegue passar uma conversa nela. Eduardo a protegeu demais e quando soltou a deixou desprotegida, a sorte foi que em seu caminho só apareceram pessoas de boa índole como o Perebinha e os surfistas, Aline, Jorge e Eddie, Claudia e outros que não conheço, mas que nunca se aproveitaram do fato dela ser assim.
-- Concluindo. Para a boa continuação do relacionamento, a Rafaela vai continuar sendo a Monica e a Duda o Cebolinho - Camila estava com pena da menina.
-- Manter um relacionamento é como segurar um pássaro. Se segurar forte, ele sufoca e morre. Se deixar livre, ele voa e vai embora - sorriu convicta de que agia da maneira correta.
Fim do capítulo
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Maria Flor
Em: 18/10/2015
Hahahaha. Adoro esse amor entre tapas e beijos, hahaha.
Beijo, autora!
Resposta do autor:
Olá Maria, tudo bem? Amor assim é gostoso demais. Beijo.
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