Nathalia acordou cedo, levantou na ponta do pé para não acordar sua princesa. O chalé tinha um banheiro, o quarto e uma copa com um filtro, uma pia, uma mesa e um frigobar.

Elas tinham levado suco, iogurte, frios, pão de forma e biscoito, então Nath resolveu improvisar um pequeno café da manhã pra Tati. Não seria como tinha planejado, mas não iria deixar de ser lindo.

Arrumou tudo na mesa pegou seu celular procurou em sua playlist a música que queria acorda-la. Abriu a porta do chalé bem devagar, do lado de fora era cercado de plantas e ela se lembrou de ter visto umas flores lindas perto dali.

Nath entrou no quarto, botou a flor em cima de seu travesseiro foi beijando o pescoço de sua amada para desperta-la.

--Vou querer acordar assim todo dia. -ela falou se virando pra beijar Nath.

--Bom dia anjo! -correspondeu ao beijo e colocou a música pra tocar.

Em lençóis brancos você dorme
E eu em meu canto te admiro
Em teu descanso você brilha
Em teus encantos meus suspiros
Não acorde ainda, seja meu anjo
Guarde minha vida embaixo
De teus lençóis brancos
Sonhe melodias e acorde cantando
Deixe que o dia siga teus planos
Quando acordar, bom dia
A madrugada vem te olhar tranqüila
E vai avisar o dia
Que pode te acordar
Bom dia, anjo


Tatiana acordou sentindo os beijos de Nath em seu pescoço, ser acordada com aquela música era um sonho.

Nath sempre a chamava assim “meu anjo” e quando começou a ouvir a música, ficou encantada. Nath conseguia pensar em tudo, mesmo longe de casa, sem saber que iria rolar alguma coisa conseguia ser a mulher mais romântica do mundo.

Tati não pensou duas vezes agarrou Nath e a beijou, o beijo começou calmo e foi esquentando, não precisava mais negar o que o seu corpo gritava. Ela queria, desejava, ansiava por Nathalia.
Nath interrompeu o beijo e falou que tinha improvisado um café da manhã, quando Tati se virou pra levantar da cama tinha uma flor linda no travesseiro. Abriu um sorriso maior do mundo. Como ela podia ser tão perfeita? Tati perguntava a si mesma com cara de boba.

Levantaram da cama aos beijos, Nath encostou Tati na parede, a beijava de um jeito que ela nunca tinha beijado antes.

--Acho que se tivesse me beijado assim antes eu já teria me entregado.

Mesmo sem folego Nath continuava beijando Tati. Ela estava apenas de calcinha e camiseta, Nath foi arrancando sua blusa enquanto beijava sua boca, ouvido, pescoço. Nath parecia um polvo, suas mãos percorriam o corpo inteiro de Tati que gemia entre os beijos e carícias na boca de Nath.

Nathalia se joelhou na frente de Tati, retirou sua calcinha, beijava e passava a língua em suas pernas, virilha, barriga.

Quando Tati pensava que ela estava em um lugar ela já estava em outro. Ela gemia descontroladamente, não estava aguentando mais aquela tortura, queria sentir a língua de Nath dentro dela.

Nath começou ch*par com vontade, ch*pava, sugava esfregava o rosto no sex* de Tati que já estava enxarcado a deixando louca.

--Me ch*pa Nath.

Nath a olhou e enfiou dois dedos nela, fazendo Tati gem*r alto, Nath a sugava ao mesmo tempo em que botava e tirava os dedos dentro dela.

Tati estava em pé, encostada na parede, Nath a virou de costa e enfiou a língua em sua bundinha, fazendo Tati ir na lua.

--Nossa que delicia! -Uivou de prazer!

Nath ch*pava, passava a língua, enfiav* e tirava os dedos em Tati deixando escapar gemidos enquanto a ch*pava, deixando Tati mais louca e fazendo ela gem*r ainda mais.

Nath apertava, arranhava as costas Tati a puxando contra seu rosto.

Nath levantou, foi beijando e conduzindo Tati até a cama, colocou ela sentada na beirada, ela ch*pava e fazia movimentos circulares ao mesmo tempo no sex* de Tati que já havia perdido o controle, gemia descontroladamente, seu corpo tremia.

Nath gemia enquanto a ch*pava, quando Tati não aguentou mais explodiu na boca de sua ruiva. Seu sex* latej*v*, suas pernas tremiam, seu coração estava disparado parecia que iria sair pela boca.

Nath a puxou pra cama, ela estava ofegante. Ela abraçou e ficou beijando os cabelos de sua princesa, quando suas respirações voltou ao normal Tati falou:

--Amor porque você fica tão cansada, depois que a gente faz amor, parece até que você também gozou. -falou toda inocente.

Nath sentou na cama de frente pra ela, segurou seu rosto com carinho e falou:

--Meu amor não parece, eu g*zei junto com você. Você me deixa tão louca que gozo só em te sentir.

--Não sabia que era possível. -abaixou a cabeça com vergonha por não saber nada de sex*.

Nath levantou sua cabeça e a olhou de um jeito carinhoso.

--Meu amor não precisa ficar assim, nada me deixa mais feliz do que saber tudo você vai descobrir comigo, que você nunca foi de mais ninguém.

--Eu sou muito feliz por ter me entregado a você. A mulher que eu amo, mas eu quero aprender, quero te dar prazer do mesmo jeito que você me dá.

--Você pode não acreditar minha princesa, mas é verdade. Eu nunca senti tanto prazer em minha vida, como senti ontem e hoje com você.

Se beijaram e finalmente foram tomar o café que Nath havia preparado. Tati estava tão feliz, tinha encontrado o amor de sua vida e ela era perfeita: Linda, carinhosa, atenciosa, delicada… o que mais ela poderia querer?

Terminamos o mini café, tomaram banho juntas é claro, e saíram pra encontrar os pais de Tati.

O domingo passou rápido, fizeram a atividade da piscina, encontraram as meninas que queriam saber o porquê foram embora tão cedo, ela não falaram, lógico. Assim que terminou o almoço foram arrumar as coisas pra partir.

Ainda tinha que passar na casa dos pais de Tati e partir pra cidade das conchas. afinal segunda era dia de trabalhar.

Chegaram e foram direto para o apartamento da Nath, Tati tinha deixado seu uniforme lá. Estavam tão cansadas que nem comeram nada, caíram na cama e apagaram.



***



Assim que chegaram no hospital perceberam que todos olhavam pra elas e não falavam nada, Tati foi fazer as coisas pendentes, tinha folgado na sexta e sabia que problema era o que não faltava naquela segunda feira, enquanto Nath seguiu para o seu consultório.

Quando estava saindo do box de enfermagem dando graças a Deus por não ter encontrado a Cris, eis que Tati dá de cara com a última pessoa que queria ver na vida. Sim, ela!Maria Eduarda Boaventura!

--Menina a ala da pediatria é pra lá, é proibido criança circular no hospital sozinha. -ela falou debochando e Tati teve vontade de voar no pescoço dela.

--Doutora Maria Eduarda, estou no meu local de trabalho, se você acha que tem alguma coisa pra me falar que não seja assunto do mesmo, meu horário de saída é as cinco. Terei prazer em esclarecer as coisas pra você, já que ainda não entendeu que a Nath está comigo.

Tati falou e saiu sem nem olhar pra traz, foi pra recepção fumaçando de ódio e acabou explodindo em cima das meninas.

--De quem são essas flores? Porque não mandaram entregar no setor de quem vai receber? -Falou quase gritando.

--O setor é esse aqui e as flores são pra você Tati. -Mariana falou e Tati não pode deixar de abrir um sorriso ao lembrar de Nath.

--Desculpe gente, acabei de ter um desentendimento com a nova doutora e acabei descontando em vocês.

--Não vai ser fácil trabalhar com ela né Tati? -Mariana falou e Tati não entendeu o que ela estava querendo dizer.

--Não entendi, porque não seria?

--Tati, todo mundo já sabe que você e a doutora Nathalia estão de rolo e que a doutora Eduarda é ex namorada dela.

--Isso aqui tinha que ser uma redação de jornal, com certeza muita gente aqui iria ter uma bela carreira de jornalista. -Tati falou e deu as costas pra encerrar o assunto.

As flores eram lindas, dessa vez Nath deu um buque de rosas vermelhas. Tati abriu o cartão e leu.

"Princesa, sei que almoçamos juntas todos os dias.
Hoje em especial, gostaria que saísse sem hora pra voltar.
Quero te levar em um lugar. Prometo que não vai demorar muito.bjoss cheios de saudade. Sua Nath."

Tati chegou a suspirar quando terminou de ler o cartão.



***



Nathalia saiu do hospital por volta de onze horas, passou na joalheria e comprou as alianças. Por sorte Tati tinha deixado as coisas dela em sua casa e tinha um anel que serviu de medida. Voltou pra casa correndo, arrumou a mesa, pediu um combinado no japonês,colocou as alianças no meio do barco, rodeado com hot philadelphia, os preferidos de Tatiana.

Voltou para o hospital Tati não a viu sair e como não ligou e nem mandou mensagem, deveria estar pensando que Nath estava no consultório.

Nath parou o carro na porta do hospital e buzinou, Tati olhou não acreditando e foi em sua direção.

--Por onde você passou que eu não vi? -Tati perguntou com a mão na cintura, parada ao lado do carro.

--Você não estava na recepção quando eu saí princesa. -falou saindo do carro e indo ao encontro dela.

--E eu posso saber onde foi.-ela perguntou fazendo bico

--Fui cuidar do nosso almoço meu amor.-falou roubando um selinho dela

--Nathalia aqui não! -Tati falou brava e se afastando.

--Desculpa princesa, eu não resisti a esse biquinho lindo. -falou rindo e fazendo ela rir.

--Onde vamos?

--Surpresa! entra no carro e sem perguntas. -falou se fingindo de séria.

--A senhora é quem manda. -ela falou batendo continência

--Gostou da flores meu amor?

--Amei Nath, é que fiquei tão cega quando vi que não estava no hospital que esqueci de falar.

--Pensei que depois de te mandar flores, quando você me visse fosse pular no meu colo, enlaçar as pernas na minha cintura e me beijar na recepção mesmo.-falou com a cara mais cínica do mundo.

--Deixa de ser cafajeste Nathalia. -ela falou rindo

--Pronto, chegamos! -falou abrindo a garagem do prédio.

--Caso tenha esquecido, eu já conheço seu apartamento. Achei que ia me levar em um lugar que eu não conheça.

--Você é muito apressadinha. Vamos subir! -falou dando um beijo nela.

Entraram e como de costume Nath foi direto ligar o som, ela era realmente movida a música. Mas dessa vez tinha um interesse especial. Ela fez uma lista com todas as musicas que lembravam a Tati e tudo que estavam vivendo exatamente nessa ordem “todo azul do mar, noites com sol” do Flávio Venturine, um “edifício no meio do mundo” da Ana carolina e por ultimo e a mais importante “diga sim pra mim” Isabella Taviani.

Nath pegou na mão dela e falou:

--Vamos almoçar?

--Vamos, mas ainda não entendi porque viemos aqui.

--É que eu queria comer sushi com beijos e lá não poderia. -falou beijando ela.

--To começando a gostar desse almoço. -ela falou correspondendo beijo.

Começaram a comer e Tati ainda não tinha percebido a caixa no meio do barquinho.

--Amor essas músicas são lindas.

--São todas pra você. Desde que eu te conheci escuto elas todos os dias.

--Ai Nath, as vezes eu tenho medo que essa felicidade toda seja um sonho.

--Não é princesa. Eu vou te fazer a mulher mais feliz desse mundo.

--Ai meu deussss! O que é isso? -Tati perguntou pegando a caixinha e como os deuses estavam ao lado de Nath começou a tocar “diga sim pra mim”


Eu pensei em comprar algumas flores
Só pra chamar mais atenção
Eu sei, já não há mais razão pra solidão
Meu bem, eu tô pedindo a sua mão

Então case-se comigo numa noite de luar
Ou na manhã de um domingo à beira mar
Diga sim pra mim
Case-se comigo na igreja e no papel
Vestido branco com buquê e lua de mel
Diga sim pra mim
Sim pra mim

Eu pensei em escrever alguns poemas
Só pra tocar seu coração
Eu sei, uma pitada de romance é bom
Meu bem, eu tô pedindo a sua mão

Então case-se comigo numa noite de luar
Ou na manhã de um domingo à beira mar
Diga sim pra mim
Case-se comigo na igreja e no papel
Vestido branco com buquê e lua de mel
Diga sim pra mim
Sim pra mim

Prometo sempre ser o seu abrigo
Na dor, o sofrimento é dividido
Lhe juro ser fiel ao nosso encontro
Na alegria,a felicidade vem em dobro

Eu comprei uma casinha tão modesta
Eu sei, você não liga pra essas coisas
Te darei toda a riqueza de uma vida
O meu amor

Então case-se comigo numa noite de luar
Ou na manhã de um domingo à beira mar
Diga sim pra mim
Case-se comigo na igreja e no papel
Vestido branco com buquê e lua de mel
Diga sim pra mim
Sim pra mim

Case-se comigo
Case-se comigo
Case comigo, meu amor
Case-se comigo
Case-se comigo
Case comigo, meu amor

Enquanto a música tocava, Nath encarava Tati com os olhos cheios de lágrimas, quando a música terminou Nath se ajoelhou e fez o pedido.

--Casa comigo Tati? Na igreja e no papel, com tudo que tem direito e o nosso amor merece?-perguntou com os olhos cheios de agua

Nunca pensou que fosse pedir alguém em casamento e principalmente sentir tanta emoção fazendo o pedido.

--Você tá falando sério Nath? -ela perguntou olhando para as alianças sem acreditar no que estava vendo.

--Nunca falei tão sério em toda minha vida. Só de pensar em passar uma noite sem você do meu lado já me dá uma dor no peito. Quero dormir e acordar do seu lado todos os dias da minha vida, e se não fiz o pedido ontem de manhã foi porque queria que fosse do jeito que manda o figurino.

--Eu te amo Nath, eu sei que parece loucura. Mas também não consigo imaginar nem mais uma noite sem você.

Almoçaram com muitos beijos e troca de carinhos, trocaram alianças, Tati ficou sentada no colo de Nath e ela como sempre Nathalia dando comida na boca do seu bebê.

Já tinha quase duas horas que estavam fora e Tati falou que precisava voltar. O hospital estava muito cheio e qualquer problema que acontecesse seria responsabilidade dela.

A volta para o hospital foi só sorrisos, elas se falavam pelo olhar e eles brilhavam mais que o sol.

Assim que entraram na recepção, Cris estava lá perguntando pela Tati. Nath não gostou nem um pouco, mas fazer o que elas eram “amigas” e ela não tinha o direito de interferir.

--Tati a gente pode conversar? -Cris falou olhando para Nathalia como se fosse dona da Tati. Fazendo o sangue de Nath ferver na hora.

--Cris fiquei duas horas fora e tenho que ver como estão as coisas por aqui. Se quiser podemos tomar um suco na pastelaria na hora do meu lanche. -Tati olhou pra Nath como se falasse que precisava conversar com ela.

--Amor eu vou pro consultório, te pego aqui na saída. -falou dando um beijo na testa de Tati.

--tchau Cristina e boa tarde pra você também.

Claro que ela não estava nem um pouco feliz com aquela conversa, mas isso iria acontecer mais cedo ou mais tarde, assim como sua conversa com Eduarda. Graças a deus Duda estava a noite essa semana e não tinha que cruzar com ela pelos corredores.

Estava feito boba admirando sua aliança, quando bateram na porta.Tal qual sua surpresa a porta se abre e era ela.



Nath não queria acreditar no que seus olhos estavam vendo, Maria Eduarda parada na porta do seu consultório.

--Posso entrar, meu amor?

--Primeiramente não sou seu amor e segundo que você já entrou. Não te ensinaram a bater e esperar?

--Nunca bati na porta do seu consultório e não começarei a fazer isso agora.

--Você não batia porque era minha namorada, era, no passado, estamos no presente, eu estou noiva e não quero você entrando no meu consultório sem ser convidada.

--Oi?! Como assim noiva Nath, não acredito que está levando a sério esse namorico com essa menina.

--Ela não é uma menina, ela é uma mulher, a mulher que eu amo, que vou me casar e não vou admitir que se meta na minha vida e nem que ofenda a Tati.

--Veremos doutora Nathalia Albuquerque!

Duda saiu da sala batendo a porta, Nath chegou a sentir um frio na espinha com o jeito que ela falou. Assim que Duda saiu Tati entrou.

--O que deu nela? Saiu daqui com uma cara e estava com muita raiva.

--Ela veio me interrogar sobre nós e quando disse que amava você e que iria me casar com você, ela surtou.

--Nossa Nath, ela deve gostar muito de você, pra se mudar pra cá e mesmo depois de tanto tempo ainda ficar assim.

--Ela não gosta Tati, pode tá certa disso. Eduarda é mimada e me tinha como um trofeu que ela exibia aos amigos. A gente era o casal perfeito pra todo mundo. É disso que ela sente falta. Ter o que exibir e fora que ela jamais vai querer admitir que perdeu, o ego dela não permite.

--Nath, eu tenho medo que ela faça alguma coisa pra separar a gente.

--Ela pode até tentar, mas você vai ter que confiar em mim. -falou e puxou Tati pra sentar no seu colo.

--Eu confio meu amor.

--Não Tati. Eu estou falando de confiar em mim, independente do que aconteça. Eu te pedi em casamento e quero você pra sempre na minha vida nunca duvide disso. E se algo acontecer, ainda que tudo pareça o contrário, me ouça primeiro antes de tomar qualquer decisão.

--Por que você tá falando isso Nath? Assim você me assusta.

--Estou falando isso porque tem duas mulheres com dor de cotovelo, por nossa causa. Orgulho ferido é pior que qualquer sentimento. E elas podem fazer algo pra tentar nos separar.

--Pode ficar tranquila amor, não acreditarei em nada que venha dessas duas. -ela falou beijando Nath.

--Que bom princesa. Fico mais tranquila.

--Amor, vou encontrar a Cris agora, passei aqui só pra te dar um beijo e te avisar.

--Tudo bem princesa vai lá, te pego as cinco tá?

--Ta bom minha deusa ruiva.

Ela falou da porta, soprando um beijo pra Nath que se derreteu toda. Nath terminou de organizar suas coisas, estaria de plantão na terça, ficaria 24 horas no hospital.



***


Cristina estava perdida em suas lembranças, desde que conheceu Nathalia só pensava em conquistar a nova presa, colecionava mulheres e pensava que com Nath não seria diferente. No encontro na praia do centro percebeu que Nathalia não era indiferente a ela e estava disposta a investir pesado pra ter aquela deusa.

Cristina se culpava por ter apresentado Tati a ela. Depois que isso aconteceu, percebeu que Nath se esquivava dela e de suas investidas o tempo todo mas nunca passou por sua cabeça que Tati era o motivo.

Quando foram no Estupidamente gelada, percebeu que ela olhava para porta o tempo inteiro como se esperasse alguém, na hora não ligou uma coisa com a outra.

O fim de semana chegou, ela até tinha tentado marcar algo com Nath que mais uma vez saiu pela tangente, alegando ter que arrumar as coisas da mudança.

No dia que chegou na casa de Tati e descobriu o relacionamento das duas, saiu de lá tentando entender como Nath trocava uma mulher madura, formada e bem resolvida como ela por Tati que era uma menina começando a vida.

Naquele momento sentiu uma raiva muito grande, não conseguia entender o porquê de tanta raiva já que nem tinha chegado a ficar com Nathalia.

Aquela semana no hospital estava sendo um inferno pra ela, em todo canto só se ouvia os comentários sobre o namoro das duas, que não faziam a minima questão de esconder. Chegavam, almoçavam e iam embora juntas. Mas o mundo de Cris caiu na sexta feira quando passou na recepção e não viu a Tati. Desde domingo elas só falavam de assuntos de trabalho e sempre com meias palavras.

Na recepção Mariana disse que ela tirou folga pra viajar. Claro que a fofoca foi completa e ela foi logo dizendo que a Nathalia foi junto.

Como ela foi junto, Cris conhecia e cuidava da Tati desde que ela chegou na cidade, nunca soube que ela levou nenhum namorado em casa, e agora iria levar uma namorada? Cris se perguntava e respondia ao mesmo tempo seus questionamentos. "Claro que não, com certeza iria dizer aos pais que é uma amiga." Ao pensar desse jeito sentia um certo alivio.

Passou o fim de semana todo sozinha em casa, coisa inédita pra ela. Já ate ficou em casa, porém sempre muito bem acompanhada.

Ao pensar nisso se assustou, com as lembranças do bem acompanhada que me veio a cabeça. Todas tinham a Tati. Como pode ser tão cega? Ela estava ali o tempo todo ao seu lado, dormindo, acordando e saindo com ela e ela achando que Tati era uma menina.

“Menina! Que menina! Como ela é linda, quando abre aquele sorriso parece que tudo se ilumina em volta dela. -Cristina o que você está pensando? Tati é um bebê e sua amiga, irmã. Você não tem o direito de pensar essas coisas - Acabou discutindo consigo mesma.”





Como nada é tão ruim, que não possa piorar, quando Cris estava a menos dois metros de sua sala, passa uma mulher por ela quase a carregando.

--Isso aqui é um hospital e não uma pista de atletismo. -falou olhando pra ela de cara feia.

--Desculpe, estava com pressa e distraída, e essas duas coisas juntas não combinam. -ela respondeu com um sorriso sem graça.

--Tudo bem. Só tome mais cuidado, poderia ser uma enfermeira com a bandeja de medicação.

--Eu sei disso, sou Médica. Tomarei mais cuidado. -ela falou e seguiu seu caminho, sem nem dar tempo de Cris perguntar seu nome.

Conseguiu entrar em sua sala, dessa vez sem nenhum esbarrão. Seus pensamentos estavam na Tati e no relógio que não andava. As quatro em ponto foi encontrar com ela na pastelaria.

--Oi Cris, desculpe te fazer esperar.

--Oi Tati, pontualidade deixou de ser seu forte desde que conheceu a Nathalia né. -ela falou com aquele sorriso cínico, que  Tati conhecia bem e adorava tempos atrás mas odiou naquele momento

--Eu não vim aqui pra discutir meu horários com você, e se foi pra me questionar quanto ao meu namoro com a Nath, eu não lhe dou esse direito. Mesmo sendo minha amiga, eu faço as escolhas da minha vida. -falou não deixando margem pra ela se meter.

--Concordar com esse namoro, é claro que eu não concordo. Ela só ta brincando de casinha com você e quando cansar vai voltar correndo para os braços da ex, que por sinal veio atrás dela, e pelo que eu soube, é um monumento de MULHER. -ela frisou bem o mulher, por Tati ser mais nova que Nath.

--Cris se era isso que tinha pra falar acho que não temos mais nada pra conversar. -falou pegando sua bolsa e levantando.

Cris segurou Tati pelo braço.

--Não vai Tati por favor. Descul… .-ela perdeu a fala quando viu a aliança --Isso é o que eu estou pensando que é?

--Não sei o que está pensando, mas sim isso é uma aliança, Nath me pediu em casamento hoje e eu aceitei.

--Tati você não pode fazer isso. Ela só tá brincando com você, ela nunca vai cuidar de você como eu sempre cuidei. Tati esse tempo todo eu não enxerguei o obvio, era você que eu procurava em todas as mulheres que eu pegava. Por isso nunca parei com nenhuma. Esse fim de semana, quando me dei conta que estava em casa sozinha, só vinha você em minhas lembranças, de tudo que já vivemos juntas. -ela falou tudo de uma vez, e Tati caiu sentada na cadeira quando ela terminou a ultima frase.

--Como assim Cris o que você tá falando?

--Tati eu sou apaixonada por você, e só agora que quase te perdi que eu percebi. -Tati soltou uma gargalhada, chamando atenção das poucas pessoas que estavam na lanchonete.

--Cris não me faça rir, você nunca olhou pra mim, nem ao menos sabia que eu era entendida. Nunca percebeu que… . -quando se deu conta do que ia falar se calou.

--Nunca percebi o que Tati?

--Nada Cris, não tinha nada pra você perceber, essa conversa já foi longe demais. Eu gosto muito de você e não quero perder sua amizade, mas pra isso você vai ter que entender e aceitar que a Nathalia é minha noiva, que eu a amo e que vou me casar com ela você querendo ou não. -falou com um grau de irritação que nunca tinha sentido antes em relação Cris.

--Tati não me pede pra ficar assistindo de camarote você com aquela lá, eu vou lutar por você.

--Cris, realmente não dá pra continuar essa conversa, quando você voltar ao seu normal e aceitar os fatos voltamos a conversar. -falou deixando o dinheiro do suco em cima da mesa e saindo.

Ela ainda tentou chamar Tati, mas ela nem olhou pra trás. Era só o que faltava, tati passou três anos amando ela, ela nem se quer percebeu que Tati era lésbica, agora que ela desencantou, conheceu a mulher de sua vida, ela se descobre apaixonada. Ela estava com orgulho ferido porque não pegou a Nath e em consequência perdeu a companhia constante de Tati. Foi assim que Tatiana preferiu encarar o que aconteceu na lanchonete.

Graças a deus o dia estava terminando e iria poder relaxar nos braços de sua deusa. Só de estar perto dela eu se acalmava. Ela passava segurança e paz apenas com um olhar.

Não demorou muito e Nath passou pra pegar sua princesa na recepção.

--Vamos princesa?

--Dois minutos amor, só vou terminar essa AIH(autorização de internação hospitalar).

--Te espero no carro.

Tati piscou pra ela que mandou um beijo de volta. As meninas ficaram eufóricas por causa do tratamento carinhoso. Tati contou do pedido de casamento. Elas deram pulinhos e gritinhos e a abraçaram dando os parabéns.

Assim que terminou foi ao encontro de Nath, tinha que passar em casa pra pegar algumas coisas, já que Nath preferia passar a semana no apartamento e fim de semana na casa de Tati.

Mal entraram no apartamento, só deixou Nath soltar a bolsa e encostou ela na parede.

--Estava cheia de saudade e doida pra te ter novamente. -Tati falou beijando sua deusa.

Nath a beijava com vontade, prendeu suas mão na parede acima da cabeça, deu um beijo daqueles, se afastou, saiu rebol*ndo pelo corredor e falou:

--Minha princesa, eu sei que é muito gostoso mas a vida não é só isso. -ela falou rindo da cara de desesperada Tati

--Quem manda ser gostosa. -Tati falou e Nath arqueou a sobrancelha, como se não acreditasse que aquela frase partiu de Tati.

--Você está mais assanhada do que nunca dona Tatiana. Vem tomar um banho comigo, que depois vou esquentar o jantar, pois você tem simulado e eu tenho uma prova importante pra fazer daqui a um tempo e temos que estudar.

--Prova? Vai prestar algum concurso amor? -perguntou enquanto entravam no banho.

--Não princesa, vou fazer prova pra faculdade.

--Pretende fazer outra escialização amor?

--Nada disso. Lembra quando te falei que comecei fazer administração mas acabei trancando?

--Claro que lembro.

--Então, liguei pra faculdade e como se passou muito tempo tenho que começar tudo de novo. Fui até sua faculdade e descobri que vai ter prova para o proximo semestre e se eu passar vou poder estudar com você.

--Jura meu amor? - falou pulando no colo de Nath, enlaçando as pernas em sua cintura e a beijando.

--Calma Tati, Faz tempo que não estudo e não é certo que eu passe. -ela falou fazendo carinho nos cabelos de sua princesa.

--Meu amor só de saber que você quer estudar junto comigo já me deixa mais do que feliz.

--Isso foi uma das coisas que fui fazer hoje quando sai do hospital na parte da manhã.

--Tinha tanta coisa pendente de sexta feira pra resolver que quase não parei na recepção, por isso não te vi sair. -Tati falou enquanto enxugava os cabelos.

--Então mocinha, vamos jantar e estudar comigo.

--Só se for agora. -falou toda empolgada indo em direção a cozinha.

O jantar foi maravilhoso como sempre, comeram entre beijos e carinho. Quando terminaram foram para o escritório pois na sala de video não iriam conseguir estudar, acabariam se amando no tapete. A matéria da prova de Nath era a mesma que Tati estudou pra prestar vestibular, então conseguiu ajuda-la no que ela não se lembrava. Foram dormir quase meia noite vencidas pelo cansaço.



***



Nathalia acordou sentindo o peso de Tati sobre seu corpo, nunca foi de dormir abraçada. Ficava abraçada, mas quando o sono vinha sempre virava para o seu canto e dormia. Com ela tudo era diferente. Dormia a noite toda agarrada e quando por algum motivo se separavam seu corpo procurava o dela.

Olhou pra Tati, parecia um anjo dormindo. Aqueles cachinhos dourados e aquele rosto de menina deixavam Nath encantada.

Ficou observando até que ela abriu os olhos.

--Acordada a muito tempo, meu amor? -ela falou beijando Nath

--Acabei de acordar princesa, só estava te admirando. -beijou seu rosto e se levantou

--Vem cá um pouquinho. -ela falou com uma cara de safada, quase que Nath voltou pra cama

--Meu amor se eu ficasse mais um minuto nessa cama, amanhã seríamos duas desempregas, pois iria passar o dia todo te amando. -falou tentando seguir a razão

--Você está certa, não iria me contentar em ter você rapidinho. -ela falou fazendo aquela cara de sapeca que Nath tanto amava

Nath franziu a testa e apertou os olhos, fingindo não ter gostado do que ouviu. Tati entrou para o banho, enquanto Nath foi arrumar suas coisas, desde que chegou em Cidade das Conchas ainda não tinha dado plantão.

Tati saiu do banho e ela entrou correndo. Nath queria fazer o café da manhã, Tati despertava tudo que ela tinha de melhor. Quando estava com ela só pensava em cuidar, agradar e faze-la feliz.

Terminou de se arrumar e foi correndo pra cozinha, Tati já estava fazendo o suco de laranja.

--Amor eu to fazendo o suco, você faz aquele sanduíche maravilhoso de queijo minas para gente? Tomar café na padaria todo dia não é legal, e aqui ainda posso roubar uns beijos antes do trabalho.

--Estava pensando exatamente nisso, até me arrumei rapidinho.

Só quando Nath terminou de falar que Tati percebeu como ela estava vestida.

--Deus é justo, mas essa sua calça Nathalia. Precisa ir tão gostosa assim? -Tati falou com a cara fechada

--Meu amor isso tudo é pra você, nem percebi que era tão apertada assim, se você quiser eu troco. -foi agarrando ela por trás e beijando aquele pescoço lindo

--Não adianta tentar me comprar com beijinhos. -ela falou fingindo está irritada

--É mesmo, se eu te der uns beijinhos, será que não consigo desfazer esse biquinho?

--Vai ter que me dar muito beijinho, pra eu esquecer de todo mundo te comendo com olhos naquele hospital.

--Então vou começar a pagar agora. -falou encostando ela na bancada da cozinha e a beijando.

--Nath, para se não agente não vai trabalhar hoje.

--Ta bom meu amor, deixa eu fazer nosso sanduíche.

Tomaram o café e seguiram para o hospital, Nathalia resolveu ir de moto, estava de plantão e seria mais rápido pra deixar a Tati em casa.

Entrou no seu consultório e para sua surpresa Cris estava esperando ela.

--Posso saber o que faz em meu consultório?

--Estava te esperando, precisamos conversar. -Nath arqueou a sobrancelha sem entender o que ela poderia querer.

--Pode falar, sou toda ouvidos. -falou com um certo sarcasmo.

--Olha só Nathalia, eu sei que não tenho nada a ver com sua vida, mas não vou permitir que você brinque com os sentimentos da Tati, eu descobri que sou completamente apaixonada por ela. -Nath a interrompeu com uma gargalhada.

--Cris você falou bem certo, só esqueceu de uma coisa. Você não tem nada a ver com as nossas vidas e não vou permitir que se meta entre a gente. -falou com a voz um pouco alterada.

--Eu vou lutar pela Tati Nathalia, só eu posso fazer ela feliz.

--Cris você é pior do que eu imaginava. Achava que você era uma Don Juan de saia, que ainda não tinha encontrado o amor. Agora vejo que gosta do que não pode ter. Tati esteve ao seu lado, nunca se quer percebeu que ela era entendida e pior que era apaixonada por você e sofreu todos esses anos, vendo e ouvindo suas conquistas. -estava com tanta raiva que falou sem pensar.

--Se ela era, ainda é, posso não ter percebido mais agora que eu sei, é mais um motivo pra lutar por ela. -falou com um sorriso no rosto, ao descobrir a paixão de Tati por ela

--Não Cris, a Tati me ama, nós nos apaixonamos no momento em que nos vimos pela primeira vez, já conheci os pais dela e já marquei um jantar pra comemorar o nosso noivado e marcar a data do nosso casamento. -falou com a voz alterada, estava se segurando pra não voar nela.

--Se tem tanta certeza assim não tem o que temer, só estou avisando que não vai ser assim tão fácil, como você pensa. Vou reconquistar meu chaveirinho.

--Cris se já falou tudo que tinha pra falar, saia daqui antes que eu esqueça que estou no meu local de trabalho e perca a cabeça.

Ela olhou com aquela cara sínica, Nath deu um soco na mesa de raiva, e como nada é tão ruim que não possa piorar, Duda entrou em sua sala.

--Quantas vezes vou ter que repetir, que você tem que bater na porta antes de entrar. -Falou muito irritada, a presença dela acabou com o pouco de paciência que Nath ainda tinha

--Calma meu amor, só vim te ver. Você não sai desse consultório pra nada e quando sai está com seu bebê a tira colo. Sei como é, ter que dar mamadeira, trocar fralda. Ainda não cansou de brincar na creche Nath?

--Maria Eduarda, se você tem um pingo de amor a sua vida, suma da minha frente e nunca mais repita isso. Não sou seu amor, a Tatiana não é um bebê e nunca vou me cansar dela, EU AMO a Tati e vou me casar com ela entendeu? -falou com voz bem alterada, abriu a porta pra Eduarda sair

--Você com raiva consegue ficar mais linda. -ela puxou Nath pelo pescoço e a beijou.

Enquanto tentava se soltar, não viu Tati parada na porta do consultório olhando aquela cena. Ela saiu correndo com os olhos cheios d’água fazendo o coração de Nath despedaçar.

--Nunca mais encosta em mim Eduarda, eu tenho nojo da pessoa em que você se transformou. -falou virando a mão na cara dela

Fim do capítulo