Uma Alice cabisbaixa e triste chegou ao estacionamento. E me xinguei  mentalmente por ser o motivo daquela tristeza estampada em seu olhar.

Aproximei-me com cautela, e disse.

- oi. 

Ela me olhou da cabeça aos pés, e me ignorou.

Meu coração  apertou pela frieza de seus gestos e do seu olhar

- eu sei que você não tem nenhum motivo para você confiar em mim. (olhei no fundo de seus olhos e continuei) mas eu quero lhe recompensar pela completa idiota e insensível que eu fui ontem com você. Então eu lhe peço que me perdoe. Se você me permitir, irei lhe levar para outro mundo. ( disse a olhando com esperança ).

Ela ponderou por alguns minutos, que para mim parecia anos de tão nervosa e ansiosa eu estava. Até que ela diz.

- outro mundo é ? ( disse ela com aquele  sorriso  que fez meu coração pára )

- sim outro mundo. ( disse com um sorriso bobo no rosto)

- surpreenda-me ( disse me desafiando)

Eu sorri sedutoramente para ela e pedi para ela me esperar.

Peguei a minha moto e parei ao lado dela estendendo um capacete.

Ela ficou um pouco receosa quando olhou a moto então eu disse para encoraja-la.

- acredite, ninguém dirige melhor que eu essa belezinha.( disse sorrindo)

- e disso que tenho medo ( diz isso em quase um sussurro, se meus ouvidos não fossem aguçados pelo treinamento, eu nem se que teria ouvido. Depois subiu na moto me abraçando a cintura.

Eu me tremi todinha quando ela pós os braços na minha cintura, e quando eu acelerava  ela ficava com medo e apertava mais a minha cintura fazendo uma corrente elétrica percorre a minha espinha.

- Bebel, o mundo para  o qual você que me leva tem comida?

O meu coração se aqueceu quando a ouvir me chamando de Bebel.

Olha que eu nem liguei para o quão ruim BEBEL soava, ma vindo dela, era magnífico.

Mas vamos combina, tantos apelidos que ela poderia arranjar.

Isa, bel, belle, Isabel.

E ela foi logo em bebel?

- desculpe, tinha esquecido que você não almoçou. Vamos na minha casa para agente toma banho, troca de roupa e para mim pega a minha carteira para a gente ir almoçar.( disse com um sorriso)

Eu vejo uma pontada de tristeza em seus olhos, que logo desaparece quando chegamos na minha casa, que mais parecia  uma mansão de tão grande. Adentramos até o final da linha, descemos da moto e antes de entrar eu indago.

- ee....eee... meus pais estão em casa fazendo o almoço. ( ela me interrompe bruscamente)

- você não quer que eles me vejam? ( disse com tristeza)

- nãaaaaaaaao, não é isso. Eu só ia te pergunta se você gostaria de almoçar aqui comigo e meus pais ao invés de um restaurante. ( disse meio sem jeito)

Ela sorriu, com um sorriso que ofusco até o brilho do sol.

 - eu adoraria ( disse com alegria genuína)

O que você tá fazendo Isabelle?

Isso não fazia parte do plano droga!

- antes de entrarmos (disse olhando em seus olhos) tenho que te informa que meu são....são.....são....meio  diferentes.

Ela me olhou confusa e disse

- arrependida?

-nãaaaaaaaaaaaaaaaaao, e pare de faze drama mocinha ( disse tocando o seu nariz).

- então pare de me dá motivos( disse ela e adentrou a casa)

Chegamos a cozinha e meu pai e minha mãe estavam na mesa de jantar, almoçando acompanhado de vinho. Eles estavam tão distraídos um com o outro que nem nós viram e nem nós ouviram chegar. Foi ai que eu resolvi me pronunciar antes que algo traumático acontecesse, se é que vocês  me entendem.

- pai, mãe, eu trouxe alguém para você conhecerem. Essa é Alice (apontei para Alice) e eu a convidei para almoçar com agente.

A reação dos meus pais não deu em outra.

Me pai se engasgou com o vinho.

Minha mãe ficou paralisada por uns 5 minutos.

Meu pai ficou tão espantado que pediu para Alice chama a ambulância.

Quando a Alice vai na sala liga para a ambulância,

A minha mãe olha em nossa direção e diz.

- eu tive um sonho muito louco, a Isa nós apresentava  uma garota e ainda por cima superando todas as estatística, ela convida a mesma garota para almoça conosco. ( disse mamãe )

Eu e meu pai caímos na risada. Foi nessa hora que uma Alice apavorada adentra a cozinha e se depara com a seguinte cena. Duas pessoas rindo iguais a dementes descontroladamente.

Minha mãe a olha e diz.

- não foi um sonho.

  Alice tinha um feição confusa. Então papai disse.

- querida, não precisa mais da ambulância, a Elisabete está melhor. ( disse com um sorriso)

-  está bem(  disse Alice confusa)

Ela dispensou a ambulância e foi ao meu encontro.

-então, como  eu ia  dizendo ( olhe para Alice e apontei para os meus pais) essa é minha mãe Elisabete e esse é o meu pai David.

- prazer querida( disse mamãe com um sorriso recuperado do shoque)

- seja bem vinda, é um prazer enorme conhecer o motivo pelo qual os olhos da minha filha brilham igual as estrelas no  céu. ( disse papai emocionado)

Brilhar?

Estrelas?

Que papo é esse?

Olhei para Alice, e ela estava corada. Vê-la assim me fez da um sorriso bobo, que não passou despercebido pelos meus pais.

 - a conversa está boa, mas Alice veio mesmo é para comer ( pressentir algo vindo  em minha direção, mas não fiz nada bloquear ou esquivar) aiiiiii( disse fazendo charme)

- não seja rude, seus pais estão sendo tão legal, e você ai reclamando. ( disse Alice)

Olhei para os meus pais que estavam rindo da  minha situação, e os fuzelei com os olhos só  para receber mais um tapa no meu  braço.

- aiiii, desculpa ( disse com uma voz dengosa)

Meus pais me olharam surpresos e começaram a gargalhar e dizer.

- quem ti viu, quem te vê Isabelle Black ( diz papai )

- vamos almoça meninas? (diz mamãe para me salvar )

-vamos (disse eu aproveitando).

Estávamos comendo em um clima descontraído. Quando papai e seu sensor de humor ataca.

- filha! eu não sabia que você gostava ( disse o meu pai com um sorriso sapeca)

- do que ? ( disse confusa  )

- de MULHER ! ( disse papai em um tom forte e animado)

Nessa hora eu queria ser um avestruz para enfia a minha cabeça em um buraco.

- eu não gosto de mulheres! ( disse em um grito)

- sei (disse papai)

- querida, pare de dá chilique na mesa. ( disse mamãe)

- foi ele que começo ( disse indignada apontando para o  papai).

- querida, não há nada demais nisso. É perfeitamente normal.( disse mamãe )

- amor é amor filha ( disse papai)

Pronto, era só o que me faltava.

Alice estava quieta observando a cena.

- e você querida? ( perguntou mamãe para Alice)

- e...eu? ( pergunta Alice)

- sim, você, qual a sua opção sexual? (indaga mamãe )

Por mais que eu estivesse morrendo de curiosidade, eu não  podia  deixar Alice naquela situação. Ela estava mais vermelha do que um tomate. Então meu senso de proteção falou mais alto.

- o papo tá bom, mas agente tem que se arrumar para sair né Alice? (disse para Alice )

- si...sim, sim, claro.

Levantamos e fomos acompanhadas pelos olhares curiosos de meus pais.

Nós arrumamos em meu quarto, onde ela escolheu a roupa que ela queria pegamos meu porsche e fomos em direção ao outro mundo.

Fim do capítulo