Ouse acreditar por lalis
Capítulo 4 - Jogando com os sentimentos
Depois que Roberta foi embora, Laís passou alguns minutos no banheiro, quem olhasse para ela diria que tinha acabado de correr a São Silvestre, sua respiração estava acelerada e seu coração parecia que ia saltar pela boca. Olhou-se no espelho e percebeu que, além da sensação de estar queimando, seu rosto também estava vermelho. Por que eu fiquei desse jeito com a presença dessa moça? Olhou mais uma vez ao espelho, refletindo, lavou o rosto, retocou a maquiagem e quando voltou para a sua mesa, procurou, mas não encontrou Roberta.
O almoço seguiu tranquilo entre ela e os colegas de trabalho, a tarde no trabalho foi menos tumultuada que a manhã e como era de costume, as seis da tarde ela saiu e foi jogar futsal. Os times eram formados por mulheres das mais diversas profissões e idades, Laís começou a jogar a convite de Talita, uma amiga da pós-graduação que a apresentou as meninas.
- Ei delícia, tá preparada para jogar no meu time?
- Ana, você sabe que eu gosto de ganhar, por isso, prefiro jogar contra você. Laís piscou para a ruiva a sua frente.
- Uiiii, que menina respondona, desse jeito eu me apaixono. Disse a ruiva encarando Laís.
- Ai Ana, você sabe que não teria chances comigo.
- Por que não? Já sei que você não está mais namorando aquele enrustido engomadinho. É só você me dar uma chance, prometo não desperdiçá-la.
- Então você está pesquisando a minha vida? Fingiu-se ofendida.
- Ana riu e respondeu: Claro gata, não meço esforços para conseguir o que eu quero.
- Essa é a questão Ana, todo mundo sabe que você quer tudo ou melhor, todas.
- O que eu posso fazer se tenho interesses variados? As duas riram. – Mas você sabe que com você é diferente, né morena?
- Sei Ana, diferente porque eu não dou corda pra você.
- Como é que é, vocês duas vão ficar de papo ou vão jogar? Talita perguntou para as duas moças e depois, se aproximando de Laís.
- Essa aí não cansa de te comer com os olhos, né?!
- Ela gosta de brincar, Tá.
- Brincar?! Dá moral pra você ver...
De fato Ana não fazia questão de esconder de ninguém seu interesse por Laís, sempre que tinha oportunidade jogava uma cantada e encara com desejo a morena de 1,71 m de altura, olhos castanhos, cabelos castanhos levemente encaracolados e corpo definido através da prática de esportes variados. Contudo, a morena parecia não dar muita importância e levava sempre na brincadeira as investidas da ruiva.
- Ahahaha, enfim, não importa. Vamos nos posicionar que hoje eu vou arrasar.
- Faz-me rir, só se for arrasar com suas canelas. Talita provocou a amiga.
O jogo começou e a todo momento Ana marcava Laís de forma dura, a ruiva parecia adorar irritar a morena, já Laís fingia não notar. O placar marcava quatro a três para o time de Laís, mas a morena ainda não estava satisfeita. Com a marcação dura de Ana, ela quase não havia tido oportunidades de gol, só nos minutos finais ela conseguiu driblar a ruiva e aumentar o placar, para frustração de Ana.
O jogo chegou ao fim e, como de costume, as meninas se reuniram para beber cerveja e conversar.
- Ei morena, já pensou no que vai me dar em troca de eu ter aliviado a marcação em você?
- Aliviado?! Essa foi boa, Ana! No que dependesse de você era perigoso eu sair daqui direto para o hospital.
- Que isso, morena! O único lugar que eu quero te levar depois daqui é a minha casa.
- Você é uma safada, hein?! Mas pode parar de gastar essas suas cantadas furadas comigo, porque eu já disse que você não tem chances.
- Tá vendo meninas, eu toda amorzinho por ela e ela só me maltrata. Mas deixa estar, você ainda fará desse meu corpinho seu parque de diversões. Ao dizer isso, Ana passou as mãos em sua barriga e simulou uma cara sensual, fazendo todo mundo rir.
A conversa seguiu animada entre elas e já passava da meia noite quando Laís decidiu ir para casa, Ana se prontificou em oferecer uma carona, mas como de costume a morena foi com Talita. Apesar de não morarem perto, Talita insistia que a casa de Ana era caminho para a dela e sempre dava carona para a amiga.
- Nossa Lala, não sei como você aguenta essas cantadas da Ana, eu no seu lugar já teria estourado com ela.
- Ah Tá, eu levo na brincadeira, além do mais ela nunca tentou nada além desses comentários, acho que ela faz mais para fazer todo mundo rir mesmo.
- Até porque você nunca se relacionaria com uma mulher, né?!
- Ah Tá, uma coisa que aprendi na minha vida é não dizer nunca...
- Hum, quer dizer que você se relacionaria com uma mulher caso se apaixonasse por uma?
- Se estivesse apaixonada, por que não?
- E você não iria se importar com a opinião dos outros?
- Claro que eu iria me importar e é óbvio que eu sei das dificuldades que as pessoas que se relacionam com pessoas do mesmo sex* enfrentam todos os dias, seja da sociedade que discrimina e até da própria família que muitas vezes não aceita... mas sei lá, a vida é muito curta para a gente deixar de fazer algo que nos faz bem, por causa do que os outros vão pensar.
- Nossa Lala, quem te vê falando assim pode até pensar que você já vivenciou essa experiência.
- Ahahahaha, sabe que já mesmo, Tá?!
- Meeeeentira! Me conta tudo!
- Ahahaha, verdade. Quando estava no ensino médio, conheci uma menina da escola que morava perto de mim, a gente sempre conversava e era tão natural, que eu pensei na possibilidade de estar apaixonada por ela.
- Olha só, mas e aí o que aconteceu?
- Aí que eu nunca falei nada, ela também não... no fim do ano eu mudei de horário na escola e nós só nos víamos aleatoriamente no mercado perto de casa. Por fim, parei de pensar nisso.
- Hummmm e depois dela, você nunca mais se interessou por nenhuma mulher?
- Não, depois dela só me interessei por homens. Na verdade não dá nem pra falar que eu me interessava por ela como mulher ou se era porque nossas ideias batiam e eu me sentia confortável com ela para conversar...
- Sei, foi um amor platônico.
- Ahahaha, talvez, mas não houve sofrimento, simplesmente deixei de pensar nisso.
- Tá certo. Respondeu Talita, pensativa.
- Nossa que silêncio, tá me julgando dona Talita?
- Ahaha, claro que não Lala. Só estava refletindo...
- Sobre o que?
- Hum? Ah, nada demais, vamos mudar de assunto...me fala, como foi a viagem pra Curitiba?
Neste instante, Laís se lembrou de Roberta, na verdade da forma inusitada que se conheceram e se reencontraram. Lembrou também de sua professora da Universidade que falou como após conhecer uma pessoa você passa a encontrá-la ou melhor enxergá-la em vários lugares, já que segundo ela, as pessoas sempre se cruzavam, mas o fato de nunca terem conversado fazia com que elas não se enxergassem.
- Se isso for mesmo verdade, eu ainda vou cruzar com ela outras vezes. Pensou alto.
- Cruzar com quem, Lala?
- Oi?
- Você estava falando em cruzar com alguém novamente, quando eu perguntei da sua viagem.
- Nossa, estava viajando aqui, desculpa Tá. A viagem foi ótima, dobrei o contrato inicial com o cliente.
- Que maravilha, parabéns Engenheira!
- Ahahaha, obrigada, “dotôra”. Falou para a amiga que era advogada.
- Obrigada nada, quero saber do fim de semana em Paraty que você tá me devendo.
- Nossa, necessito. Podemos ir daqui a duas semanas, o que acha? Eu já vou ver o hotel.
- Fechado! Também preciso me desligar das minhas peças e do escritório.
Depois de praticamente cruzar a cidade, as duas finalmente chegaram ao apartamento de Laís.
- Então tá, mando por e-mail para você as opções de hotel que eu encontrar e a gente escolhe junto. Obrigada pela carona, Tá! Vai com cuidado para casa e manda mensagem quando chegar. Boa noite! Despediu-se Laís, com um beijo no rosto de Talita.
- Pode deixar, Lala. Boa noite pra você também, beijo.
Após entrar em seu apartamento, Laís foi direto para o banho. Pensou que o banho iria fazer com que relaxasse e sentisse sono, mas já passavam das duas da manhã e ela ainda estava totalmente desperta. Começou a se irritar, pois sabia que teria que acordar cedo e que se não descansasse a sexta demoraria a passar, resolveu ler, mas isso também não estava ajudando. Colocou o livro na escrivaninha, apagou a luz e voltou a pensar em Roberta...
Fim do capítulo
Ei meninas, mais um capítulo para vocês. Super beijo!
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graziela
Em: 09/10/2015
Muito legal essa história. E essas 2 hein? Nenhuma querendo assumir o que estão sentindo. E realmente o que a professora da Lais falou eh verdade, começamos a notar as pessoas quando conversamos com elas, antes disso podemos passar diariamente que não prestamos muito atenção nelas. 👏 👏 9
Srta Petrova
Em: 08/10/2015
Isso já está virando paixonite aguda para Laís kkkkk
Isso Laís quero te ver caidinha por Roberta, adoro! rsrs
Maravilha autora querida, beijos!
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Ana_Clara
Em: 08/10/2015
Adorei a ideia do questionário, mas olha, sinto que não sou a tua amiga, mas nada impede de ser uma nova amiga. rsrs Já que a ideia do questionário partiu de ti, o que acha de fazer as perguntas e eu respondo? Bom, posso fazer perguntas tbem... Como sou curiosa, adoraria receber as respostas. kkkkkk
Resposta do autor:
Será, Ana? Tenho 3 perguntas... seu nome, de fato, é Ana Clara? De onde você é? Você fala francês? Fique a vontade pra perguntar. ;-) Beijo
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Ana_Clara
Em: 08/10/2015
Na adolescência não deu certo, mas espero que agora na vida adulta seja um sucesso a experiência de ficar com mulheres. E ainda mais com uma gata como a Beta. ;)
Podemos tentar descobrir se sou sua amiga. O que acha? kkkkkk
Resposta do autor:
Esperamos, Ana. =) Ahaha, podemos! Como a gente faz? Um questionário? Rs
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