Capítulo 3
Sofia.
Juro que naquele momento senti ate minha alma fugir do meu corpo, minha mãe me olhava incrédula, resolvi abrir a minha boca e falar algo.
Eu tinha que dizer algo, mas dizer o que? Eu devia explicações e pra meu bem elas tinham que ser muito convincentes.
--Mãe eu posso explicar, não é nada do que a senhora esta pensando, eu e a Deb a gente estava... É a gente estava...
É comecei tudo errado, a cara da minha mãe me dava medo e depois da minha curta tentativa de explicar a situação a coisa só piorou.
--CALA ESSA BOCA SOFIA!
Dei um pulo com grito que ela deu, olhei pra Déb que nesse momento estava branca de medo, mas eu não conseguia fazer nada, minha mãe continuou.
-- Eu vi muito bem o que você e essa vagabunda estavam fazendo aqui!
Minha mãe falava com tanto ódio que eu achei que ela fosse bater na gente, meu medo aumentou quando ela foi pra cima da Débora que só teve tempo de arregalar os olhos, na mesma hora segurei minha mãe.
-- ME SOLTA SOFIA! - Ela gritava, resolvi gritar também, quem sabe assim ela não me ouvia?
-- MÃE SE ACALMA EU POSSO EXPLICAR NÃO E NADA DISS...
Quando penso que a coisa não pode piorar abro a minha boca e acabo com tudo, foi pior quando eu gritei, ela me empurrou com tanta forca que eu cai no chão.
-- NÃO ENCOSTA-SE A MIM!
E saiu puxando a minha amiga pelo braço berrando horrores, nunca tinha escutado tantos palavrões como aquele dia principalmente vindo de minha mãe.
Comigo o negocio foi bem feio também, depois que ela literalmente jogou minha amiga porta a fora o único barulho que ouvi foi o estrondo da porta do quarto dela batendo. Ficamos por uns dias sem trocar uma única palavra sequer, ela me evitava de todas as formas possíveis e sempre que me olhava eu via decepção em seus olhos.
Eu tentava falar com ela, mas ela se mostrava irredutível, até que um dia me irritei e a encurralei em seu quarto. Isso mesmo! Entrei tranquei a porta escondendo a chave e disse que só sairia de la após conversarmos, deu certo porque ela me ouviu porem não gosto muito de me lembrar de tudo o que fui obrigada o ouvir dela, as palavras ainda me machucam mesmo que já tenha se passado alguns anos
Toda vez que eu e Deb nos lembramos daquele beijo damos boas risadas, no fim das contas em uma coisa minha mãe tinha razão ela realmente se aproveitou, não de mim como mamãe pensa, mais da minha situação. Contou-me que há algum tempo tinha vontade experimentar ficar com uma garota e quando eu contei o meu "problema" ela viu a chance.
Mas tudo bem, afinal se não fosse a "ajudinha" da Deb eu demoraria muito mais pra descobrir do que eu realmente gosto.
**DIAS ATUAIS.
Sai da faculdade e fui direto pra casa, eu estava cansadíssima e louca por um banho, fui o caminho todo pensando na discussão que tive com minha namorada, já fazia três dias que não nos falávamos, ela e muito ciumenta não gosta dos meus amigos por isso brigamos direto, se eu não fosse louca por ela já tinha terminado tudo.
Depois de pensar muito a respeito do que faria pra ficarmos bem outra vez resolvi fazer uma surpresa pra ela, cheguei em casa e tomei um belo de um banho pra relaxar o corpo e tirar o cansaço, já renovada comecei a me arrumar, caprichei no visual estava simples mais muito bonita, parti rumo a casa da minha linda, não liguei nem avisei, afinal queria fazer uma surpresa.
Mas na verdade quem foi surpreendida fui eu.
Cheguei e como a sogrinha era gente boa fui entrando direto, ela estava sentada no sofá vendo televisão quando me viu abriu aquele sorrisão se levantando pra vir em minha direção dei um beijinho no rosto dela e perguntei:
-- Cadê a Jessica?
-- Está lá no quarto com uma amiga, vai lá minha filha ela vai ficar feliz em te ver, andou tão tristinha esses dias.
Dei um meio sorriso pra ela sabendo que o motivo da tristeza da filha era eu e fui pro quarto, a porta estava fechada mais não trancada, fui chegando e abrindo devagar e o que vi me deixou completamente sem chão, minha namorada, aquela que me sufocava por um ciúme exagerado estava com a cabeça entre as pernas de uma fulaninha que sinceramente... Ainda bem que não vi nem a cara! Sai correndo...
Não sei se a traidora me viu, nem olhei pra traz, minha cabeça estava rodando não dava pra acreditar no que eu tinha visto, passei pela sala onde estava a senhorinha de volta em seu sofá vendo alguma novela, ela se levantou quando me viu, mas passei tão rápido que nem ouvi se ela disse algo.
Meu celular começou a tocar, olhei no visor pra ver de quem de quem se tratava e era ela, desliguei o aparelho.
Eu odeio bebidas alcoólicas, mas a situação pedia entrei no primeiro bar que eu encontrei e nem liguei de estar chorando, eu queria que toda aquela dor passasse, pedi uma dose de conhaque e uma cerveja, nem vi como foi mais depois de algumas eu já estava bem melhor, e bêbada também.
Resolvi ligar meu celular, tinha varias mensagens da traíra e ligações, no meio delas tinha uma chamada da minha prima Natascha, que veio a pouco tempo morar aqui em Curitiba, retornei a ligação.
-- AlÔ?
--E ai menina maluquinha! - Respondi já com a voz embargada pela bebedeira.
--Sofi você esta bêbada?
--Não sei não, acho que to!
--Sua loca! A Jessica está com você?
-- Nem me fale daquela vagaba!
-- Me diz onde você esta Sofia, sua maluca... O que houve entre vocês duas? - Nesse momento fiz uma careta ao me lembrar da cena que fui obrigada a presenciar mais cedo, sem pensar direito respondi em alto e bom som.
-- Aquela sem vergonha estava com a cabeça enfiada entre as pernas de uma das galinhas que ela com certeza deve ter pegado de monte, odeio ela! Odeio mais ainda ser corna!
Quando terminei de dizer olhei ao redor e o bar inteiro me encarava... Pronto! Agora além de tudo eu ainda era corna assumida! Fechei meus olhos sentindo meu mundo girando, estava bêbada demais pra me importar com os olhares e risos em minha direção.
-- Sofi me diz onde você esta? Você não esta de carro não né? Ai sua maluca!
Conversamos mais um pouco coisas que eu nem me lembro e desligamos, acho que eu devo ter falado pra Nat onde eu estava.
Eu já estava em guerra com o dono do boteco que não queria me vender outra cerveja quando minha irmã chegou e me levou embora.
No outro dia eu tive a pior ressaca da minha vida, mas com ela a certeza...
"Nunca mais eu quero amar alguém"
Fim do capítulo
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