Ouse acreditar por lalis
Capítulo 2 - O outro lado da moeda
- Que droga de luz! Pensou Laís ao ser parcialmente desperta pela luz do sol que refletia em seu despertador e a incomodava, em um gesto quase que intencional, ela derruba o despertador e se vira na cama.
- Luz?! Ferrou! – Disse pulando da cama, totalmente desperta. Ao se dirigir para o banheiro tropeçou em um sapato e como num relance, lembrou da noite anterior: a bebida e o beijo em Saulo. – Parabéns Laís você acaba de ganhar o troféu de mais burra do ano! Não vai aprender nunca?!
Tomou um banho rápido e vestiu a primeira coisa que viu na frente, ainda precisava arrumar a mala e “voar” para o aeroporto. Era a segunda vez que iria para Curitiba e a primeira viagem a trabalho que faria pela empresa, tudo isso graças a promoção que havia recebido. Estava empolgada, havia batalhado por essa promoção desde sua efetivação, a 5 meses, quando formou-se em Engenharia Mecânica.
- Uhhhh que visão do inferno! Disse ao sair do quarto e se deparar com Giovani – seu amigo, com quem dividia o apartamento desde que se mudara para São Paulo – vestido com uma calcinha, na cozinha.
- Caralh* Laís, que susto!
- Susto, é? Hummmmm... Gio, lindo da minha vida, você tem alguma coisa para me contar? Perguntou com voz afeminada, simulando trejeitos e segurando o riso.
- Tenho sim: tem uma loira muito gostosa me esperando na minha cama e – sussurrando no ouvido dela – vou usar seus morangos para incrementar meu café da manhã, loiras ficam uma delícia com morangos!
- Aff, seu ogro! Deixa eu ir que já estou atrasada! E Gio... da próxima vez, compra uma calcinha preta, vermelha não combina com o seu tom de pele. Beijo! Fechou a porta do apartamento e saiu rindo em direção ao táxi.
Saiu praticamente correndo do táxi e foi orientada a seguir direto a fila de check-in preferencial, pois restavam poucos minutos para seu check-in ser encerrado. Depois de despachar a mala, pode enfim respirar e relembrar da noite anterior. Havia saído para beber com amigos e encontrou Saulo, seu ex-namorado. Apesar de tudo, ela não estava surpresa, a maioria dos seus amigos também eram amigos dele, era natural que alguém tivesse comentado com ele, sobre o encontro.
Apesar de não querer, o cinismo dele a perturbava, a última vez que haviam se visto ele estava nu numa cama acompanhado por uma colega do trabalho, e mesmo assim, ele veio conversar com ela como se nada tivesse acontecido. Mas o que mais a perturbava era a atitude ou melhor, a falta de atitude dela em deixá-lo se aproximar e dado margem a um início de conversa da qual ele se aproveitou para beijá-la, ela não tinha correspondido ao beijo, mas só de lembrar da cara de Saulo quando disse que ela ainda ia implorar por um beijo, sentiu raiva de si por permitir a aproximação dele.
O anúncio de que o embarque estava liberado fez Laís se livrar da lembrança da noite anterior e se dirigir a fila. Ao entrar no avião notou que tinha uma moça em seu lugar.
- Ei moça, com licença, eu acho que essa poltrona é minha. Moça?! – Ao perceber que a mulher não a estava ouvindo, resolveu tocá-la no ombro e acabou assustando-a.
- O que disse? – Falou a desconhecida encarando-a e fixando seus olhos azuis nos olhos castanhos de Laís.
- Desculpa, não queria te assustar. Acho que você está sentada na minha poltrona.
- Eu?! Éééé...não, você deve ter confundido, é este número que consta no meu cartão de embarque.
Ao perceber que o número da poltrona da desconhecida era idêntico ao seu, Laís resolveu procurar um comissário para resolver o problema.
- Com licença, senhor, você pode me ajudar?! Existe dois cartões de embarque com o mesmo número de poltrona.
- Claro que posso ajudá-la, senhora. O mesmo número de poltrona, posso conferir?
- É, nossos cartões de embarque estão com o mesmo número de poltrona. Disse Laís entregando o cartão de embarque para o comissário.
- Hummm, entendo, pedimos desculpa pela falha. Senhora queira me acompanhar, vamos disponibilizar um lugar no espaço “mais conforto” para a senhora.
- Como é que é? Desculpa, mas você sabe se esta poltrona foi reservada primeiro por mim ou por ela? – Perguntou Laís, atônita ao perceber que o comissário se dirigia a moça sentada em seu lugar.
- Não senhora, não tem como saber quem fez a reserva primeiro, nem porque aconteceu este erro.
- Então por que você vai disponibilizar uma poltrona melhor para ela e não para nós duas?! É porque ela está aí, toda bem vestida? Pois fique você sabendo que eu também quero sentar em outra poltrona!!!
- Olha, pode disponibilizar a poltrona pra ela, eu não me importo em continuar aqui.
- Ora, ora, como a patricinha é bondosa! Devo agradecer?!
- Minha senhora, eu apenas quis te fazer uma gentileza, mas se você não sabe aceitar, não é problema meu. Ao menos não sou eu que estou me vitimando por causa de uma poltrona de avião.
- Senhoras, por favor, não precisam se exaltar. Acho que já resolvemos a situação, senhora Laís, queira me acompanhar para o seu novo assento.
- Retiro o que eu disse, minha única exigência é sentar bem longe dessa patricinha azeda.
- Patricinha é a mãe e azeda é você! Azeda e mal educada.
Laís resolveu responder ao insulto mostrando o seu dedo do meio, enquanto se dirigia ao seu novo assento. Estava muito brava com a mulher e não entendia o motivo, afinal, ela havia a insultado primeiro e a moça não tinha culpa pelo fato do comissário ser tendencioso na escolha de quem ia sentar na melhor poltrona.
Depois do ocorrido, a viagem seguiu tranquila, em menos de uma hora eles pousaram em Curitiba, na hora do desembarque ela percebeu a moça dos olhos azuis apressada ao levantar e não hesitou em gritar: Além de querer sentar no melhor lugar, a patricinha ainda quer ser a primeira a sair?! Pessoal, todos esperem a madame passar! Sorriu ao ouvir a resposta dela e ao vê-la mostrar o dedo do meio também.
- Olha Laís, é Laís, né?! Vá para a puta que pariu!
Então a patricinha também sabe sair da linha e falar palavrão, pensou sorrindo. Caminhou em direção a esteira para esperar sua bagagem e ficou decepcionada por não encontrar certos olhos azuis por lá. O que está acontecendo comigo? Por que eu gostei tanto de provocá-la?
Sem encontrar uma resposta, pegou sua bagagem e foi direto para o hotel, só teria que participar da reunião na parte da tarde, ainda teria um tempo para organizar a proposta que faria ao cliente e principalmente se vestir de uma forma mais formal. Depois de repassar todos os detalhes do contrato, ela resolveu tomar um banho e sair para almoçar, escolheu um restaurante perto da empresa do cliente, assim poderia ir a pé até lá.
Tudo ocorreu bem na reunião, o cliente se mostrou muito satisfeito com a máquina teste e por isso, havia resolvido dobrar seu pedido inicial e comprar doze colhedoras. Como em seu novo contrato ela também recebia comissão pelas vendas que fechava, Laís resolveu comemorar, ligou para Giovani e o chamou para sair a noite. Ele a buscaria no aeroporto e de lá eles iriam ao bar da Selma, beber para comemorar ou seja, até que um dos dois não aguentasse mais.
A volta para São Paulo foi tranquila, não houve confusão com as poltronas e o voo chegou no horário. Ao desembarcar ela deu de cara com Giovani segurando uma placa escrito “Senhora Pateta”, fuzilou o amigo com o olhar e seguiu reto.
- Ei senhora Pateta, me espera!
- Giovani, seu desocupado, você bem que podia usar essa sua criatividade para ganhar dinheiro e parar de se escorar nos seus pais.
- Ai, essa doeu, senhora Pateta. Ele gritava para dar ênfase a palavra pateta.
- Saiba a senhora que eu faço bom uso da minha criatividade e dinheiro não é problema.
- Sei sei.
- Que bom que sabe! Mas me diga, o que vamos comemorar?
- Hoje fechei meu primeiro contrato e o cliente simplesmente dobrou o pedido inicial.
- Opa, então quer dizer que hoje é você quem paga? Vamos logo pro bar!
- Ué, você não acabou de dizer que dinheiro não era problema?!
- E não é mesmo, é a solução dos problemas e você vai provar isso, pagando várias rodadas de breja pra gente.
- Seu abusado, vamos logo então.
Chegaram no bar e deram início a comemoração, após algumas rodadas, um par de olhos azuis chamou a atenção de Laís, a bebida já estava fazendo efeito e ela se esforçava para tentar focalizar o rosto da mulher a sua frente.
- Laís! Laís?! Giovani a fez desviar o olhar e encará-lo.
- O que foi, Gio?!
- Acho que você é que tem algo pra me dizer, tá aí secando a gata da mesa da frente. Olha se quiser, posso participar.
- Como é que é? Tá louco?! Eu não tô secando ninguém, só achei que era uma conhecida.
- E não é?
Ela olhou a mulher da frente novamente e percebeu que não era a patricinha do avião, aliás, não chegava nem perto de ser, a moça do avião era muito mais linda.
- Não vai responder?
- Responder o que Gio?
- Se você conhece a gata da mesa da frente?
- Ah, não conheço, me confundi. Vamos pra casa?
- Mas já? Tá cedo. Além do mais, nunca é tarde, já que você não vai poder nos apresentar, vou me apresentar por conta própria. Giovani falou e foi em direção a mesa da frente.
Ao perceber que a conversa entre a moça e ele havia engrenado, Laís resolveu ir para a casa. Pagou a conta e se despediu do amigo com um aceno. Chegou em casa, tomou banho, se deitou e antes de pegar no sono se lembrou dos olhos azuis mais lindos que já havia visto.
Fim do capítulo
Oi meninas, quero agradecer os comentários e dizer que fico muito feliz em saber que vocês estão gostando. Segue mais um capítulo! Beijo
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Luh kelly
Em: 06/10/2015
Oláááá Lalis adorei seu nome, e também a foto das duas são lindas mas a Roberta é mais gataaaa, Lais aproveitando bem sua noite esse amigo dela é uma figura. Não esquece a "patricinha", foi fisgada pelos olhos azuis.
Beijo enorme e um abraço.
Até a proxima.
Resposta do autor:
Ahahaha, obrigada Luh. =) Sabe como é, olhos iguais o da Roberta são mesmo difíceis de se esquecer, rs. Tem capítulo novo, espero que goste. Beijo!!!
Srta Petrova
Em: 05/10/2015
Eita que se apaixonou pelo olhos azuis rsrsrsr como diz o ditado quem desdenha quer comprar rsrsrsrs
boa muito boa, só não demore Please.
Resposta do autor:
Não é?! Muito desdém para uma só pessoa, muito suspeito. rs Atendendo ao seu pedido, já tem capítulo novo.
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