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A Psicanalista por Clarice

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Palavras: 1926
Acessos: 196   |  Postado em: 06/09/2025

A Paciente

A Paciente Fabiana sentou-se no divã, abraçando a almofada no colo, como de costume, num gesto que fazia parecer querer se proteger da vulnerabilidade a que aquele espaço convidava. Usava um vestido leve de tecido fino em tom mostarda, que contrastava perfeitamente com sua pele morena e deixava sentir o estofado liso e frio sob suas pernas. A sala de Júlia era sempre a mesma, um refúgio de tons neutros e livros em estantes que pareciam respirar. Há pouco mais de dois anos, Fabiana vinha até ali para desarmar sua armadura, peça por peça, sob o olhar atento e acolhedor de sua analista. Júlia estava sentada na poltrona à sua frente e um ângulo se formava entre a poltrona e o divã, de forma que a paciente pudesse encará-la quase frente a frente; sua presença era uma força constante, ou, escolher manter a analista fora de seu campo de visão, como uma âncora invisível, apenas a voz que a guiava, a inteligência que a confrontava, o porto seguro. Aquela era a primeira vez que Fabiana se abria a um processo de análise. No início, sentia-se constrangida ao se revelar àquela desconhecida que, desde o primeiro encontro, naquele mesmo consultório, lhe pareceu misteriosa, porém confiável. Cada vez que o assunto levava Fabiana a se aprofundar em suas intimidades querendo narrar detalhes sexuais que, percebeu ali, nunca havia falado a ninguém, um rubor invadia seu rosto e ela encabulava-se mais ainda quando pensava que a mulher à sua frente estaria notando seu constrangimento. Se perceber observada, analisada, olhada e vista pela psicanalista causava em Fabiana sensações novas e desafiadoras. Mas com o tempo, algo mudou. A voz de Júlia adquiriu uma melodia. As pausas, que antes eram apenas silêncio, tornaram-se carregadas de significado e aquele espaço, o físico e o da relação, foi gradualmente deixando de ser de certa forma ameaçador para se transformar em um lugar de abertura e entrega, onde Fabiana precisou por muitas vezes chorar como um bebê e em outras tantas se negou, sem sequer se dar conta, a ouvir ou permitir-se ter a abertura para entender algumas pontuações da analista. Aos poucos foi tornando-se capaz de admitir, para a mulher que a ouvia, mas principalmente para si mesma, seus enganos, suas pequenas hipocrisias, as repetições que a levavam sempre ao mesmo lugar, suas angústias, a raiva contida, suas culpas, desejos e arrependimentos. Era a primeira vez que Fabiana experimentava aquela intimidade diferente, que só é possível em uma relação terapêutica, e os últimos dois anos frequentando semanalmente as sessões com Júlia já tinham transformado sua vida, não apenas em relação à evolução do tratamento, que de fato ocorria, mesmo estando distante de uma possível conclusão de suas questões, mas também quando percebia Júlia cada vez mais fazendo parte de seus pensamentos. “Normal, dizem mesmo que a análise não cessa com o fim da sessão”, racionalizava. Com personalidade extrovertida, Fabiana era uma pessoa agradável e até subserviente em algumas ocasiões. Seu jeito doce, carinhoso e amigável com que tratava a todos contrastava, em certa medida, com sua beleza sedutora e presença brilhante. Era um “mulherão”, como dizem por aí. Tudo isso somado a um gestual irreverente, espontâneo e quase juvenil, trazia um ar enigmático à mulher. Acostumada a ser admirada e desejada pelos homens enquanto se divertia dançando com desenvoltura, sensualidade e sem descanso nas noites de forró, Fabiana agora se via em uma posição de vulnerabilidade total, sem entender muito bem o que sentia, mas incapaz de negar a atração que a desestabilizava. A relação com a analista logo no começo se fortaleceu graças à escuta qualificada, atenta e acolhedora, fazendo com que Fabiana se sentisse cada vez mais confiante em se abrir para si mesma através daquela mulher firme e generosa, confiante e segura de si, que a conduzia para que revisitasse seus lugares mais profundos com cuidado, presença e sem julgamento. Fabiana sentia-se amparada. Em seus momentos mais frágeis, era como se Júlia a pegasse pelas mãos, com suas intervenções precisas; sentia que a psicanalista era seu colo. Aos poucos, viu-se envolta em algo novo, confuso, desconhecido, como se quisesse que aquela sensação de colo, de ser levada pelas mãos, se tornasse literal. Para Fabiana, tudo ficou mais intenso quando, numa sessão meses atrás, teve um comportamento completamente impensado e um tanto inapropriado, que a deixou desconcertada. Ela contava entusiasmada sobre a reaproximação de um ex-namorado da adolescência, com quem havia se encontrado casualmente no caminho até o consultório naquele dia e que, num gesto de flerte, acariciou-a no rosto, contornando a linha da mandíbula com o polegar, olhando profundamente dentro dos seus olhos, ao seu despediram. Fabiana relatou o ocorrido com detalhes, porém hesitou quando pensou em prosseguir, pois o que completava a cena era o efeito que o gesto provocou em seu corpo. Então travou a fala quando veio à mente a palavra “excitada” e, num rompante disruptivo, impulsivo e impensado, seu corpo foi mais rápido que seu juízo e ela levantou-se e caminhou alguns passos obstinados em direção à terapeuta, um movimento que pareceu tão inocente que trouxe leveza ao inusitado. Ao chegar perto, inclinou-se, aproximando-se ainda mais da analista, e repetiu no rosto dela o mesmo gesto, exatamente como havia descrito. Fabiana assustou-se quando se viu ali, porém, quando seus dedos tocaram a pele de Júlia, uma eletricidade percorreu todo seu corpo e então entendeu que desejava causar na mulher à sua frente, sua confidente tão íntima, a mesma excitação sexual que sentira. Pôde ver em seus olhos, através do olhar profundo e direto que dirigiu a ela, que seu corpo também reagiu; seus olhos disseram o que nem a boca nem a expressão facial treinada deixaram escapar. Quando Júlia acordou do que pareceu ser um transe e retornou ao divã, Fabiana notou a postura distante e profissional que ela conseguiu sustentar e ficou em dúvida se a mulher teria sentido o que sem querer quis provocar, ou se a reação teria sido somente pelo inusitado daquela ação que, assim que finalizada, pareceu apenas uma travessura boba e fora de contexto. Ainda assim, ficou sem graça e envergonhada, mas novamente viu-se acolhida por Júlia, que deu continuidade à sessão, levando-a à certeza de que o julgamento que pairava em seus pensamentos era só seu. Fabiana seguia cada vez mais comprometida com o tratamento, mas agora era evidente que aguardar pela próxima sessão era também esperar com uma ansiedade gostosa não só por rever Júlia, mas por estar com ela naquela sala fechada, que mantinha um ar de cumplicidade, segredo e afeto, uma hora para ficar a sós com ela. Suas fantasias quase proibidas de virem à consciência continuavam querendo sair para o mundo real e, numa das sessões subsequentes àquela, sentindo-se à vontade no divã, contava despretensiosamente sobre a manhã daquele dia na casa de sua irmã. Olhando nos olhos da terapeuta, Fabiana realinhou o corpo, que ficou totalmente voltado de frente para Júlia. Sentando-se com as costas eretas, puxou as pernas com as mãos, num movimento distraído, com os pés por baixo das coxas e as pernas abertas, cruzadas numa postura descontraída de meditação. Ela não mudou o tom da voz nem revelou qualquer entonação que evidenciasse que aquele fosse um gesto deliberado de sedução, embora quase inegável. Por isso, permitiu que o vestido se acomodasse como quisesse, subindo até acima das coxas, deixando sua calcinha de renda à mostra. Inocentemente, trouxe a almofada para o colo, como tinha o costume de fazer, mas agora num movimento mais lento que o necessário e completamente ineficaz para esconder o que já estava à mostra. Fabiana não deixou transparecer nenhuma intencionalidade no gesto, mas gostou de perceber que Júlia olhou. Também notou que seus olhos não tiveram urgência em se desvencilhar daquilo que via, antes de retornarem para o rosto de Fabiana. O profissionalismo da analista às vezes a deixava frustrada, pois sentia cada vez mais a necessidade de alguma reciprocidade para o que nem ela mesma ousava admitir, mesmo quando seus gestos a traíam. Fabiana sabia que Júlia era lésbica assumida, o que a excitava e ao mesmo tempo a desafiava, num devaneio de que sua orientação sexual se sobrepusesse à conduta profissional e a fizesse sucumbir ao desejo que Fabiana sentia e queria que fosse notado. Tinha curiosidade sobre o que a terapeuta pensava a seu respeito, que tipo de mulher a atrairia. Assustava-se cada vez que percebia-se de alguma forma atraída por ela. Nunca havia se interessado por alguém do mesmo sex*, tampouco entendia esse universo tão distante do seu entorno até então. Não compreendia o que estava sentindo, não sabia ao certo o que queria fazer com tudo o que vinha descobrindo e muito menos tinha coragem de falar sobre essas questões com a pessoa mais indicada para isso, sua analista. Há duas semanas, Fabiana chegou à sessão devastada após o término repentino do namoro que começara há alguns meses. Ela vinha se convencendo de que a relação era uma escolha acertada, ainda que ouvisse nas pontuações e silêncios de Júlia que talvez fosse exatamente uma repetição daquilo que ela se queixava há tempos na análise. Embora não quisesse admitir, ela própria percebia que não estava realizada, não sentia-se mais como no início da relação, mas o medo da solidão a impedia de enxergar que o término talvez fosse, sim, a melhor escolha. Foi ele quem terminou e Fabiana sofria por se ver mais uma vez à mercê das escolhas dos outros, como se só agora, aos 40 anos completados recentemente, percebesse o quanto era insegura diante da vida e o quanto evitava tomar decisões por medo de desagradar os outros. Proporcionalmente, conforme se permitia ser conduzida pela analista para entrar em contato consigo mesma e encontrar seus desejos mais genuínos, sem se colocar como coadjuvante da sua própria história, mais crescia aquele calor em seu corpo diante da presença forte de Júlia. Entretanto, sem entender o que sentia ou o que queria, via-se impelida a aproximar-se dela fisicamente. No abraço habitual, ao se despedirem no final daquela sessão, Fabiana demorou um pouco mais para desencostar do corpo da psicanalista, envolvendo-a fortemente com os braços, cruzando-os em suas costas por cima dos ombros, prolongando aquele momento que não sabia mais se era de vulnerabilidade e pedido de colo ou se de puro desejo. Sentia em torno de sua cintura os braços quentes de Júlia, que sustentou o abraço, deixando-a ainda mais confusa: ela estaria percebendo seu desejo?, estaria retribuindo à sua investida velada?, ou simplesmente a acolhia em seu desamparo? Muitas perguntas pairavam sem respostas em sua mente. Sem saber o que fazer ou sentir, distanciou-se, pegou a bolsa na cadeira e saiu pela porta sem conseguir encará-la. Ela passou a se pegar fantasiando com o cabelo curto e estiloso de Júlia, imaginando a sensação dos fios entre seus dedos. A maneira como a luz da tarde incidia em seu rosto, a inclinação de sua cabeça ao ouvir um relato, a lateral da nuca revelando-se sensual, a curva suave de seus lábios em um sorriso contido... Fabiana, que sempre se orgulhou de sua autossuficiência, encontrava-se em uma fantasia que não havia divã, nem poltrona, nem silêncio terapêutico, mas apenas duas mulheres em um encontro onde a proteção não era necessária. Ela queria ser acolhida, mas não sabia como pedir. Nunca tinha sentido nada parecido, muito menos por uma mulher e, no fundo de sua alma, o desejo era que aquela mão que a guiava no labirinto de suas emoções fosse a mesma que a confortasse fora dali. A cada sessão, sua pele ansiava pelo toque daquela que a entendia como ninguém, mas que estava, por definição, inalcançavelmente distante.

Fim do capítulo


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Comentários para 1 - A Paciente:
Zanja45
Zanja45

Em: 09/09/2025

Eh, Fabiana está transformando as sessões de análise em campo de sedução. - Ninguém sabe o que se passa na cabeça da Júlia e como ela se sente em relação a essas investidas da paciente?


Clarice

Clarice Em: 09/09/2025 Autora da história
Oi, Zanja45!

Dá mesmo muita curiosidade em saber o que se passa na cabeça do analista, não é!?
O 2º capítulo dá alguns spoilers, mas só a própria saberá o que se passou com ela!
A imaginação das leitoras pode preencher essas lacunas da história…

Gratidão por acompanhar essas sessões por aqui!
Um forte abraço!


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