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Entre Garras e Beijos por DeboraBatista

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Palavras: 2122
Acessos: 77   |  Postado em: 15/07/2025

Sombras que Dançam

🌑 

 

A névoa já havia se dissipado quando Rhae e Clara voltaram à trilha de folhas úmidas que levava de volta ao vilarejo escondido entre os vales. O sol filtrava-se por entre as copas das árvores antigas, espalhando feixes dourados como dedos que buscavam tocar a terra. Mas mesmo sob essa beleza suave, o peso no ar permanecia. Algo no silêncio da floresta havia mudado desde a luta — algo mais profundo que o cansaço físico, mais denso que a magia que queimava sob a pele de Rhae.

 

Ela caminhava ao lado de Clara em silêncio, mas cada passo era uma conversa muda com o chão. A floresta parecia viva de um modo que nunca sentira antes — como se respirasse, como se a observasse com olhos que existiam além dos troncos e folhas. A conexão com a natureza era tão visceral que, por vezes, Rhae tinha a impressão de que o chão pulsava sob seus pés.

 

— Está tudo diferente — ela murmurou, quase para si mesma.

 

Clara olhou de relance, os olhos azuis escurecidos pelas sombras das árvores.

 

— Você está diferente. E a floresta sempre responde àqueles que carregam a marca.

 

Rhae levou a mão ao ombro, tocando o símbolo que ainda parecia arder em brasas sob sua pele. Desde o confronto com seu irmão corrompido, a marca havia mudado. Pulsava de forma irregular, como se tentasse acompanhar o ritmo de algo que ainda escapava ao seu controle.

 

— Isso nunca vai parar, vai? — perguntou.

 

— Não — respondeu Clara com uma sinceridade brutal. — Mas também nunca mais estará sozinha.

 

Foram poucas palavras, mas elas pesaram sobre Rhae como uma âncora. Ela não sabia o que doía mais — a responsabilidade crescendo dentro de si, ou a forma como o olhar de Clara a envolvia com tanta certeza, como se já soubesse o que viria.

 

🐺

 

Ao se aproximarem do vilarejo da alcateia, Rhae notou os olhares.

 

Eles vinham de janelas entreabertas, de portas apenas encostadas, de sombras por trás das casas de pedra e madeira. Ninguém falava, mas as expressões diziam tudo: choque, curiosidade... medo.

 

Clara caminhava a um passo atrás dela, postura ereta, olhar direto. A tensão entre ela e os membros da alcateia era palpável. Não a queriam ali. E isso não era novidade.

 

O santuário da clareira, onde as decisões da matilha eram tomadas, estava cheio quando elas chegaram. Lobos em forma humana, todos com vestes de couro e peles rústicas, estavam reunidos em torno da fogueira ancestral. Anciões, caçadores, curandeiras. Lys, a irmã de Rhae, já aguardava à frente, braços cruzados e olhos atentos.

 

Rhae caminhou até o centro da clareira como se seus pés soubessem exatamente onde pisar. Seu corpo ainda doía, mas a dor agora era sua aliada. Um lembrete de que havia sobrevivido. E mudado.

 

— Todos sabem o que aconteceu ontem à noite — disse ela, em voz firme. — E sei que muitos de vocês estão com medo. Eu também estou.

 

Um murmúrio se espalhou pelo círculo.

 

— Mas o medo não me define. A marca que carrego não foi escolha minha. Mas o que faço com ela... é. E eu escolhi lutar.

 

— Lutar contra o quê, Rhae? — questionou um dos anciões, levantando-se. Era Idran, o mais velho entre os lobos. A voz dele soava como pedras arrastando-se pelo chão. — Seu irmão? A criatura que você insiste em chamar de sangue? Ou contra si mesma?

 

— Contra tudo o que ameaça essa alcateia — respondeu ela, firme. — Inclusive contra a ignorância que nos impede de ver o perigo real.

 

Lys sorriu discretamente do lado, e Clara se manteve em silêncio, atenta a cada movimento, como uma sombra viva.

 

— Há uma força corrompida se espalhando por nossas florestas — continuou Rhae. — Ela já tomou meu irmão. E não vai parar por aí. Ela quer mais. E se não nos prepararmos, ela vai nos consumir.

 

Idran olhou para os outros anciões, depois para Clara.

 

— E você espera que acreditemos nas palavras de uma bruxa das sombras?

 

Clara deu um passo à frente, os olhos queimando em tom glacial.

 

— Eu não peço que acreditem. Eu ofereço ajuda. E uma chance de sobreviverem.

 

O silêncio caiu como um machado.

 

Até que Lys ergueu a voz:

 

— Eu vi a marca com meus próprios olhos. Senti a força que se espalhou pela floresta. Minha irmã não é mais só uma loba. E negar isso... é suicídio.

 

Aos poucos, os olhares hesitantes começaram a mudar. As expressões se suavizaram. Os anciões assentiram em silêncio. Não era uma vitória absoluta. Mas era o suficiente.

 

Rhae foi reconhecida, não como alfa oficialmente, mas como guardiã temporária do equilíbrio. Um título simbólico — e pesado.

 

🌘

 

Mais tarde, no abrigo onde ela e Clara haviam sido alojadas temporariamente, Rhae se deixou cair na cama de peles com um suspiro exausto. Clara estava ao lado da janela, observando a floresta como se pudesse ver além do visível.

 

— Você estava incrível — disse ela.

 

— Eu estava apavorada.

 

— E mesmo assim, falou como uma alfa.

 

Rhae virou-se de lado, apoiando a cabeça na mão. Seus olhos encontraram os de Clara, e ali havia algo que não era apenas desejo. Era admiração. Confiança. Intimidade.

 

— Você me assusta — confessou Rhae.

 

Clara se aproximou.

 

— Porque te mostro quem você pode ser?

 

— Porque você vê isso antes de mim.

 

A morena se ajoelhou à beira da cama, colocando as mãos sobre os joelhos de Rhae.

 

— Você é uma tempestade, Rhae Cerwyn. E eu sempre preferi o caos à calmaria.

 

E então o beijo veio. Lento, envolvente. Um mergulho. As mãos de Clara exploravam como se desenhassem o corpo de Rhae com feitiços silenciosos. O calor aumentava a cada toque, a cada suspiro entrecortado.

 

Rhae puxou Clara para si, e os corpos se entrelaçaram como se pertencessem àquela exata forma, naquele exato momento. O mundo lá fora desapareceu.

 

E naquela união — entre pele, alma e desejo — Rhae sentiu, pela primeira vez, que seu poder não era apenas um fardo.

 

Era uma escolha.

 

E ela escolhia Clara.

 

 

Rhae dormia entre os lençóis de linho grosseiro, o corpo exausto, mas em paz. Ao seu lado, Clara permanecia desperta. Seus dedos traçavam lentamente os contornos da marca no ombro da loba adormecida — agora envolta em um brilho tênue, quase imperceptível, como uma cicatriz viva pulsando à medida que os sonhos vinham.

 

Clara sabia que aquele momento de calma era uma ilusão delicada.

 

A floresta estava viva demais. Atenta demais. E uma força, ainda distante, se agitava.

 

Ela se levantou devagar, cobrindo Rhae com uma manta, e foi até a janela da cabana. O vento da noite soprou contra seu rosto, trazendo cheiros misturados: terra molhada, madeira queimada… e algo mais. Algo... podre.

 

Ela sussurrou algumas palavras em uma língua esquecida — e uma pequena luz azul flutuou sobre a palma de sua mão. Ela a soltou, observando enquanto flutuava até a beirada do bosque, onde se dissolveu em um estalo suave.

 

— Eles estão se movendo — murmurou.

 

Atrás dela, Rhae se mexeu, despertando com um leve resmungo.

 

— Você saiu da cama — disse a loba, sonolenta, com um sorrisinho de canto. — Isso devia ser crime depois do que fizemos.

 

Clara voltou para perto da cama, sentando-se à beira do colchão com a expressão grave.

 

— Eu não queria te acordar. Mas há algo estranho rondando a floresta. Algo que se aproxima devagar, como quem estuda o terreno.

 

Rhae se sentou, o cabelo ruivo desgrenhado, mas os olhos dourados já atentos.

 

— Ele?

 

— Não sei. Mas algo dele. Um fragmento.

 

Rhae sentiu a pele arrepiar. A marca em seu ombro reagiu, aquecendo como uma brasa sob a carne.

 

— É como se… ele estivesse tentando me chamar — disse ela, fechando os olhos.

 

— Está. Mas agora você sabe resistir.

 

— Acho que preciso de mais do que isso. Preciso aprender a lutar com isso. Não só contra ele.

 

Clara a observou por um momento, e então se levantou.

 

— Então vamos começar agora.

 

🐺

 

Saíram da cabana antes do nascer do sol, caminhando em silêncio até um antigo círculo de pedras nos arredores da floresta. Era um local antigo, onde as primeiras alfas treinavam sob a orientação da matriarca original. As pedras estavam cobertas por musgos, e uma neblina rasteira cobrindo o chão dava ao lugar um ar místico e assustador.

 

— Esse lugar… — sussurrou Rhae. — Sinto como se o sangue da minha família ainda estivesse impregnado aqui.

 

— E está — respondeu Clara. — Aqui é onde as emoções se tornam armas. Mas também onde os segredos se revelam.

 

Clara desenhou símbolos no chão com a ponta dos dedos. Círculos, garras, luas crescentes e espirais. Um brilho azulado brotou do chão.

 

— Deite no centro. Respire. Escute. E me diga o que vê.

 

Rhae hesitou, mas confiava nela. Sempre confiara, desde o primeiro olhar.

 

Deitou-se entre as pedras. Clara se afastou alguns passos, mas permaneceu com os olhos fixos nela.

 

Quando Rhae fechou os olhos, o mundo mudou.

 

Ela viu a floresta como nunca antes. Não com os olhos, mas com o sangue. Cada folha tinha voz, cada raiz pulsava com história. O som da água correndo pelo leito do riacho misturava-se ao bater de asas distantes, ao som surdo de corações alheios. E, ao fundo, uma presença a observava.

 

Não era seu irmão. Era algo mais profundo. Mais antigo. Uma criatura feita de sombras líquidas, com olhos opacos e sem boca. Mas ela sentia... era a sombra que falava por ele. Que queria entrar nela. Que queria possuir.

 

E então, como um lampejo, Clara apareceu ali — mesmo naquele plano —, segurando uma tocha de chamas prateadas. As sombras recuaram. O fogo era puro.

 

Rhae se levantou de súbito, o corpo tremendo, suada, ofegante.

 

— Eu vi... Eu vi o que ele é. Aquilo não é mais meu irmão. É uma marionete.

 

— E agora você viu o que pode enfrentá-lo.

 

— Você?

 

Clara se ajoelhou diante dela, segurando suas mãos com força.

 

— Nós.

 

🔥

 

Ao voltarem para o vilarejo, o céu já ameaçava clarear. Mas o cheiro no ar havia mudado.

 

Fumaça.

 

Densa, amarga.

 

Um lobo veio correndo pela trilha, o corpo coberto de arranhões. Era Bran, um dos caçadores da alcateia. Ele arfava, sangue escorrendo de um corte profundo na testa.

 

— A parte norte da floresta — disse ele, ofegante —... ela está queimada. Alguém ateou fogo ao bosque. Nossos totens foram quebrados. As marcas sagradas... todas destruídas.

 

Rhae sentiu um gosto metálico na boca. A marca em seu ombro queimou com fúria.

 

— Foi ele — disse Clara, a voz baixa e tensa. — Um aviso. Está mais perto do que esperávamos.

 

— Então vamos responder — disse Rhae, os olhos dourados brilhando como brasas.

 

Lys apareceu ao lado delas, as mãos sujas de fuligem.

 

— A alcateia quer uma resposta. Quer saber se vai fugir de novo ou se vai liderar.

 

Rhae olhou para as árvores, que ainda se curvavam sob a fumaça. Depois para Clara, cuja presença era sua âncora. Depois para o próprio peito, onde o fogo da lua crescia.

 

Ela respirou fundo.

 

— Reúnam todos.

 

— Para quê? — perguntou Lys.

 

— Para ouvir a minha voz como alfa pela primeira vez.

 

E quando ela subiu na pedra ancestral no centro do vilarejo, a floresta silenciou.

 

Os lobos se reuniram em volta, olhos fixos, atentos, desconfiados... esperançosos.

 

Rhae olhou cada um deles nos olhos.

 

— O tempo da espera acabou. Aqueles que quiserem fugir, fujam. Aqueles que quiserem lutar, fiquem. Mas saibam: a guerra já começou. E nós... não seremos as presas.

 

Os uivos vieram em resposta.

 

Altos.

 

Longos.

 

Poderosos.

 

E a floresta, por um breve instante, pareceu uivar com eles.

 

🐾

 

E entre todos os olhares, foi o de Clara que segurou o de Rhae por mais tempo. Não havia palavras. Mas havia a promessa.

 

A de que, entre garras e beijos, entre sombra e luz, elas atravessariam tudo.

 

Juntas.

Fim do capítulo


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