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TERRA SECA por Thaa

Ver comentários: 7

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Palavras: 2001
Acessos: 693   |  Postado em: 07/07/2025

Capitulo 1

 

Capítulo 1 – A Chegada

O ano era 1929.

Da janela de vidro de seu quarto onde passara a maior parte dos seus últimos seis anos, Alexandra observava os arranha-céus recém-construídos. A evolução do campo para a grande cidade que estava se tornando em João Pessoa. Podia observar as fábricas, trabalhadores, famílias em melhores condições de vida agora podiam assistir a filmes no cinema, comer pipoca doce e salgada, e ela era uma dessas pessoas, com sorte na vida por ter nascido uma herdeira abastada.  

Nas mãos trêmulas segurava a carta escrita pela madrasta, com quem tinha uma relação pouco amistosa.

Vira-a pela última vez seis anos atrás, quando deixou a fazenda e se mudou para João Pessoa, para a casa de uma tia materna, onde, junto com uma prima e um primo estudou medicina.

Seu pai estava morto.

Sim, o temido e tenebroso coronel Silvério Beltran já dera seu último suspiro.

Não tinha lembranças boas do pai. Ainda se recordava do quanto ele era cruel com a sua mãe quando viva, depois continuou seu legado de maldade com Íris, sua madrasta.

— Você vai mesmo voltar pra fazenda, Alex? — Perguntou Adélia, sentando-se na cama de Alex.

A médica deu um suspiro cansado e se voltou para olhar a prima.

— Eu preciso, Délia, papai está morto. — A expressão era de pesar, mas também de alívio.

— E qual foi a causa da morte?

— Diz Íris que foi infarto, assim foi a informação que o médico deu.

— Hum... — comprimiu os lábios contrariada. — Você não almeja nada naquela fazenda. Naquelas terras secas. Aqui é lindo, tem mar, tem verde, tem gente com vida, viva, alegre, mas aquele sertão seco dói na alma. Ainda tem aquela mulher amarga que, agora, querendo ou não, é dona e administradora da fazenda Serra Branca. E como sabemos né, prima, ela nunca gostou de você, desde que você era moça nova. Além do mais, você tem um noivo, não sei se ele vai concordar com essa sua ida pros cafundós do judas.

Alexandra deu uma risadinha.

A prima não tinha papas na língua mesmo.

Isso era fato.

— E quem disse que eu preciso que Henrique concorde com alguma coisa, Délia? Você sabe muito bem que sou uma mulher independente, me formei, e agora sou médica. Em breve trabalharemos todos em um hospital, pois tio Arnaldo é deputado e tem muitos conhecimentos, pode muito bem ajeitar um emprego pra gente.

— Ah, isso com certeza é bem verdade, Alex, mas você está prestes a ir embora, mulher, como vai trabalhar? — Indagava preocupada com o bem-estar da prima.

— Eu vou apenas para o velório de papai, não pretendo me demorar por lá. — Sentou-se na cama também ao lado de Adélia.

— Bom, se você diz, quem sou eu pra duvidar, né? — Segurou-lhe as duas mãos com carinho. — Você não combina com aquele lugar seco e triste, Alex. Você aqui tem um grande futuro e você sabe muito bem disso.

— Sim, sei disso muito bem, mas estamos falando de papai.

— Meu tio sempre foi rude com você, sabemos que seus sentimentos por ele são poucos, quase inexistentes.

— Mas nem por isso ele deixou de ser meu pai, sangue do meu sangue.

— Você ainda tem um coração bom, pois se fosse eu, jamais o perdoaria, ainda bem que papai nunca bateu em mamãe, pois eu nunca seria capaz de perdoá-lo.

— Às vezes o perdão é a nossa única arma, Délia.

— Eu sou orgulhosa, não perdoo ninguém fácil.

As duas riram.

— Pois aprenda, a vida é dura, mas não precisamos ser rocha também. Isso é apenas um conselho de prima, amiga, irmã. Nesta sociedade de lobos, precisamos saber lidar com eles, e perdoando às vezes é o único jeito de sobreviver aos lobos.

— E você já tem ideia de quando vai pro sertão?

Alexandra deu outro suspiro.

Até ela mesma, que foi criada naquele lugar, temia o regresso.

Não sabia como as coisas estavam por lá agora.

Seis anos era muito tempo, com certeza, houvera muita mudança naquelas terras, naquela casa.

— Ainda estou pensando, mas não devo demorar a ir, o corpo de papai não deve demorar muito mais a não ser debaixo de sete palmos. Logo o odor vai começar a exalar.

— Bom, só posso lhe desejar boa sorte, minha prima. Agora vamos descer, pois o jantar já está servido à mesa.

— Não estou com fome, acho que nem vou descer pra comer.

— Mas você está muito magrinha, Alex. Precisa se alimentar sim, ainda mais com essa agora de querer deixar a cidade e ir pro meio da terra seca. Uma flor tão delicada no meio daquele lugar, não sei como será regada.

— Deixe de coisa, Délia, você bem sabe que nasci no meio da terra seca, ali é que estão minhas raízes e me orgulho disso, muito, não foram seis anos na cidade grande que poderão mudar quem sou.

***

O caixão de madeira escura estava no centro da sala principal da fazenda, rodeado de velas e silêncio. Havia algo de teatral na morte do coronel Silvério. Mesmo morto, ainda dominava o ambiente com a mesma imponência de sempre. A casa grande parecia menor com ele ali, imóvel, e ainda assim era ele quem ocupava todo o espaço.

Alexandra chegou da cidade grande ao entardecer, quando o sol queimava com mais raiva. Fora sozinha mesmo, dirigindo o próprio carro, coberta de poeira da estrada vermelha. Usava vestido sóbrio, sapatos fechados e os cabelos aloirados presos como a cidade lhe ensinara. Mas bastou pisar na varanda de Serra Branca que algo nela tremeu por dentro. Era como voltar a um tempo que nunca fora bom, mas que doía mesmo assim.

No alpendre, Íris já a aguardava, sentada de pé reto e mãos juntas. Usava preto da cabeça aos pés, e o luto não era apenas roupa, estava nos olhos, no queixo orgulhosamente erguido, na ausência de lágrimas.

Alexandra percebeu que nada naquela mulher mudou.

Ela permanecia a mesma carrasca de antes.

Alguém que guarda segredos inconfessáveis e que poucos gostariam de descobri-los.  

— Alexandra, seja bem-vinda. — disse ela, com voz seca, como quem cumprimenta uma visita indesejada.

— Dona Íris. — respondeu, com um aceno breve, quase que formal, que era a maneira como sempre se tratavam.

O silêncio entre elas era denso. Tinham se visto pela última vez seis anos atrás, quando Alexandra fora para a capital estudar Medicina. Desde então, trocaram apenas algumas cartas formais, sempre com “cordialmente” no final. Nunca foram próximas. Íris havia se casado com Silvério quando Alex já era moça. E naquela casa, afeto era coisa que não se cultivava, infelizmente. A frieza, para Alexandra, sempre foi uma presença indesejada.

Íris observava o quanto a enteada havia mudado. Parecia mais bonita, mais mulher, trinta e três anos, não mais aquela garota rebelde que vivia a afrontá-la por tudo, como se nutrisse um ódio mortal o qual carregava secretamente no coração. Agora era médica, independente sempre fora, feroz e desafiadora. Os cabelos antes eram quase ruivos, agora tinham mudado para um loiro afogueado. Os olhos meios rasgados pareciam mais vivos, de alguma forma, mais brilhantes. A cidade mudava mesmo as pessoas.

Conjecturava Íris, no seu silêncio descomunal.

Alex atravessou o salão principal em passos firmes. Parou diante do caixão e olhou para o pai, agora sereno, coisa que nunca fora em vida. O bigode ainda impecável, o rosto enrugado como a terra do sertão. Não sentiu saudade, nem raiva. Sentiu apenas a estranha tranquilidade de saber que, finalmente, ele não poderia mandar em mais nada.

O coronel não podia mais maltratar ninguém.

— O padre já rezou a missa. A família de Araripina chegou antes do meio-dia. — Informou Íris, atrás dela.

— Sinto muito pela senhora. — disse Alexandra, por educação, mas não pôde deixar de aspirar aquele cheiro que jamais esqueceu, cheiro de lírios novo do campo. Era o dela.

— Não sinta. Eu me preparei pra essa morte por anos. Só não sabia que doía mesmo assim. Apesar de toda a rigidez e brutalidade, seu pai foi um bom amigo.

“Mas nunca meu amor”, teve vontade de dizer.

A sinceridade da frase surpreendeu Alexandra, que se virou lentamente para encarar a mulher que era alguns centímetros mais alta. Havia algo de duro e belo em Íris. Os olhos negros, iguais aos fios sedosos dos cabelos sempre presos com a mesma rigidez, os traços firmes, a voz sem hesitação, rouca, profunda. Parecia feita de pedra, mas havia rachaduras, ainda que discretas, profundas.

— Quer ver o quarto? Ficará no mesmo. Mandei arrumar. — disse Íris, já caminhando à frente.

A médica a seguiu em silêncio. O corredor da casa parecia mais estreito, ou talvez fosse o peso das lembranças. As paredes guardavam o eco de brigas velhas, jantares frios e silêncios que duraram anos.

No quarto, tudo estava impecável. A colcha bordada, o jarro com flores do mato, o armário limpo.

Alex pousou a mala no chão e respirou fundo.

— A senhora ainda é tão rígida quanto antes? — perguntou franzindo o cenho, como quem testa o gelo do rio antes de pisar.

Íris sorriu com o canto da boca. Aquele sorriso involuntariamente sedutor.

— E você ainda tem essa mania de chamar “senhora” quem quer conhecer melhor? Sou mais velha do que tu apenas oito anos, “criança”.

Alexandra ficou sem resposta.

Íris virou-se e saiu do quarto antes que o constrangimento pesasse mais.

Alex jogou a cabeça para trás e passou as mãos com força nos cabelos.

Sentou-se sobre a cama e ficou ali por um bom tempo.

Olhou no espelho, observando a figura magra, mas com curvas bem definidas, apesar do vestido as esconder.

Pensava no quanto Íris permanecia rígida e nada feliz com a sua volta, e isso lhe causava ainda mais raiva, um furor no peito, pela indiferença dela.

O tempo jamais mudaria aquela mulher.

Agora que seu pai faleceu, temia pela estadia dela sozinha para cuidar daquelas terras.

Uma mulher sozinha no meio daquela terra seca e cheia de lobos humanos era perigoso demais.

Mas isso não era coisa com o que devesse se preocupar, pois Íris era uma mulher bem mais sábia, com certeza, saberia lidar com lobos, leões e...homens.

 

***

 

Naquela noite, o velório durou até a madrugada. Homens do campo, velhas com véu, crianças curiosas. Havia choro discreto, olhares fugidios, cochichos. Alexandra permaneceu em pé, encostada a um canto da sala, observando tudo. Sentia-se como uma estranha em sua própria terra. O pai morto era só o pretexto. O verdadeiro incômodo vinha da presença firme de Íris, que cruzava a sala como uma sombra alta, serena e perigosa.

Quando as últimas pessoas partiram e o silêncio da madrugada caiu sobre a casa, Alexandra foi até a cozinha pegar água. Encontrou Íris lá, sozinha, com um copo de conhaque nas mãos.

— Não dorme? — perguntou baixinho.

— Nunca durmo na primeira noite de luto. — respondeu, sem se virar.

Alexandra ficou parada por alguns segundos, tentando encontrar coragem para perguntar o que nem sabia se queria saber.

— A senhora... amava ele?

Íris virou-se devagar, encarando-a nos olhos cor de azeitona.

— Aprendi a respeitá-lo. Isso é tudo que se exige de uma mulher que casa com um coronel.

E então, como se estivesse falando com outra mulher e não com a enteada, acrescentou mais outras palavras.

— O amor…esse ninguém exige. Ele acontece ou não.

E saiu da cozinha, deixando Alexandra com o copo d’água na mão e o coração batendo forte por um motivo que não ousava nomear.

Alex apenas ficou em silêncio, tentando processar as palavras ditas pela madrasta.

Nunca entendeu o motivo de Íris lhe tratar de maneira tão rígida, quase gélida, quase como uma pedra.

Uma indiferença que não tinha explicação.

E agora, mesmo depois de tantos anos, percebia que nada mudou.

Ela ainda era a mesma de antes.

 

 

Fim do capítulo

Notas finais:

BOA LEITURA! :)


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Comentários para 1 - Capitulo 1:
Nenete
Nenete

Em: 11/07/2025

A história promete. Essas duas tem personalidade bem forte. Essa rigidez será uma Paixão enrustida? Veremos. Bem vinda de volta, se cuida.

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Tuka
Tuka

Em: 10/07/2025

Nao esperei pelo Amazon, capricha !

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Hanna28
Hanna28

Em: 07/07/2025

Rapaz...paixão reprimida de anos enteada kkk

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Zanja45
Zanja45

Em: 07/07/2025

Oi, Thaa!

Já gostando do que se apresentou no capítulo inicial. - Como outra leitora comentou abaixo, também sou fã de personagens fortes. - E Alexandra e Íris aparentam ser bastante vicerais. -  Essa paixão não revelada ainda, promete ser explosiva, do jeitinho que eu gosto.

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HelOliveira
HelOliveira

Em: 07/07/2025

Feliz por sua volta....nem preciso falar que amo suas histórias né....

E a curiosidade já bateu para conhecer melhor Íris e Alexandra...

Será que frieza de Íris é apenas para esconder um sentimento?...

Até o proximo

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Mmila
Mmila

Em: 07/07/2025

Personagens fortes.

O que será que tem por trás de tanta amargura, no caso de Íris?!?!?!

Alexandra aparenta ter "voltado" por alguma inquietação.... ou curiosidade?!?!?!?

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MaahS
MaahS

Em: 07/07/2025

Olá, amo sua escrita, desde que começou a escrever aqui acompanho suas histórias. É a primeira vez que comento, até criei uma conta para isso. Adoro o fato de suas personagens principais terem uma "personalidade forte". 

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