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Nossa canção inesperada por Kiss Potter

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Palavras: 11259
Acessos: 503   |  Postado em: 25/05/2025

Capitulo 54 - Reencontro

Capítulo 54 - Reencontro

 

Pov Liz

     Liz mal acreditou quando ouviu Lia dizer sim tão rápido ao seu pedido de casamento. Achava que teria que fazer slides e powerpoint de todos os pontos positivos para a convencer. Mas quão errada estava. E que bom que estava. A alegria que sentia não podia ser descrita em palavras.

     A irritadinha lhe abraçou emocionada e entre lágrimas. Liz ficou tão chocada com a resposta positiva que passou alguns segundos sem reação, pois realmente não estava acreditando. Mas aos poucos, ao sentir o calor de sua amada a lhe envolver e os leves soluços de choro dela, finalmente a ficha pareceu cair. Quando deu por si já estava chorando emocionada também e fez um leve esforço em abraçar a cintura dela com os dois braços, pois qualquer mero movimento lhe machucava na cirurgia, mas naquele momento nada a impediria.

     — Diz de novo, por favor! — Liz pediu novamente depois de um longo abraço. Lia sorriu com isso.

     — Eu aceito casar com você, Lisandra.

     A rockeira passou uma mão na face dela e sorriu sapeca, ainda sem acreditar no que estava acontecendo. Era muito bom para ser verdade. Só podia ser sonho.

     —  Eu estou sonhando?

     Lia sorriu lindamente e lhe deu um selinho demorado.

    — Só tem uma condição primeiro para isso dar certo! — Lia falou de supetão tirando o sorriso do rosto de Liz imediatamente.

    — Oh-oh! O que foi? - A rockeira perguntou já se sentindo ansiosa e Lia suspirou fundo segurando seu rosto com cuidado.

    — Você precisa parar de me esconder as coisas, amor. Precisa aprender a compartilhar seus pesos comigo, não importa o que seja! Eu quero sempre estar ao seu lado, te apoiando.

     E ali estavam as duas sempre voltando ao mesmo ponto. Confiança. E Liz concordava cem por cento com a condição dela. Havia aprendido ainda mais essa lição depois de toda a confusão com Artur e o intercâmbio. Se as duas tivessem sido sinceras uma com a outra, tudo teria acontecido de outra forma e com certeza teria sido menos sofrido.

     Olhando-a seriamente, Liz concordou com um leve aceno de cabeça e beijou o anel no dedo de sua amada.

     — Estou mais do que de acordo com esses termos. — A rockeira disse suavemente e fez um carinho na bochecha dela. - Eu sinto muito ter omitido tantas coisas de você. Acredite, eu me arrependi. E você tem a minha palavra de que isso nunca mais vai acontecer.

     Lia olhou-a emocionada e lhe deu um beijinho casto nos lábios. Liz estava adorando aquela "fofura" toda dela nos últimos dias.

     — Em troca, prometo que farei o mesmo. — Lia respondeu com firmeza. — Afinal, eu também escondi coisas de você. Me desculpe!

     A fala da noiva a surpreendeu novamente e de forma bastante positiva. Não conseguiu nem disfarçar a surpresa que sentiu. Durante aquele um ano de relacionamento, Lia nunca havia pedido desculpas assim antes. Foi a primeira vez que a viu passar totalmente por cima do seu orgulho e reconhecer seu erro. Ficou extremamente tocada com isso. 

     Seu coração batia de felicidade e sem se conter, puxou a irritadinha e colou seus lábios aos dela. Realmente não conseguia acreditar em nada daquilo. Liz tinha consciência de que não era verdadeiramente merecedora de uma pessoa como Lia. Bastava olhar para toda confusão que era a sua vida para saber disso. E pensando nesse fato, afastou-se dela se sentindo culpada. Era estranho como toda a certeza que tinha de querer casar com ela, deu espaço a insegurança de forma tão repentina.

     — Você tem certeza disso, Lia? Quer mesmo fazer parte do caos que é a vida da minha família?

     Lia franziu o cenho, parecendo chateada e afastou-se dela totalmente, cruzando os braços.

     — Odeio quando você faz isso!

     — Como assim? — Liz perguntou sem entender o que ela queria dizer.

     — Odeio quando fica se auto sabotando e auto sabotando nosso relacionamento. Ou tendo pena de si mesma. Para com isso!

     Ela declarou de forma cortante e isso fez Liz ficar em estado de alerta. Lia era assim, sincera ao extremo. Falava as coisas na cara sem dó e nem piedade. Foi doloroso escutá-la dizer aquelas palavras.

     — Também não é assim, Lia. Eu estou só sendo realista. Você está vendo a confusão que somos.

     — Se você acha mesmo isso, por que me fez a proposta de casamento então?

     — Porque eu te amo demais e porque eu quero ficar com você para o resto da minha vida, mas eu sei que não sou nada perfeita...

     Lia entranhou uma mão por entre os seus cabelos e selou os lábios com os seus. O gesto fez com que todos os pelos de seu corpo se arrepiassem automaticamente. Quando tentou diminuir a intensidade do beijo e se afastar, sentiu os dedos de Lia pressionarem mais a sua nuca e a língua gostosa dela invadir sua boca.

     Foi a primeira vez desde que saíra do hospital em que as duas trocavam um beijo realmente caloroso, pois até então a irritadinha estava tendo toda a cautela do mundo com sua saúde física que estava delicada. E Liz permitiu. Não conseguiria parar mesmo se quisesse. Estava saudosa em trocar carinhos com sua amada.

     Depois de algum tempo, o beijo foi amenizando, e Lia colou suas testas. A respiração das duas bastante ofegantes por conta do beijo. Liz sentia seu corpo todo respondendo ao dela enquanto sua face corava de paixão.

     — Não fala mais essas coisas, por favor! — A noiva sussurrou sobre seus lábios e depois voltou a beijá-la.

     Lia tinha o beijo mais gostoso que já provara em toda a sua vida. Amava o modo como ela usava a língua para acariciar a sua e também adorava quando ela a ch*pava daquele jeito lhe deixando toda rendida. Quando deu por si suas mãos estavam acariciando e apertando o bumbum dela por cima do short. Apenas naquele momento Lia foi acalmando o beijo e o finalizou com uma leve mordida no seu lábio inferior.

     Liz ainda passou alguns longos segundos com os olhos fechados tentando se recuperar daquele beijo tão gostoso. Sentia-se completamente molhada de tesão e suspirou frustrada. Quando finalmente abriu os olhos, se deparou com o olhar selvagem e convencido de sua namorada... namorada não, noiva!

     — Não questione mais os meus sentimentos por você, ok? — Lia disse com convicção. — Pode ter certeza que se eu não quisesse fazer parte da sua vida você saberia muito bem disso.

     — Desculpe! — A rockeira pediu ainda se sentindo em uma nuvem. — Eu só quero te ver feliz.

     Lia estava certa. Dessa vez deixaria a decisão nas mãos dela. E se Lia não queria sair do seu lado, sorte a sua. Beijou-a mais firme, apertando sua coxa com malícia.

     — Também quero te fazer feliz e quero ser feliz com você ao meu lado. — Lia declarou sem romper o contato dos olhares.

     As duas se fitavam como nunca antes. Os olhos castanhos de Lia lhe hipnotizavam e percebeu quando ela mordeu o lábio inferior. Liz não conseguiu mais se segurar, puxou-a pelo bumbum e subiu uma mão até o seio dela.

    — Eu só queria fazer amor com você, estou com tantas saudades de...

     — A gente não pode, Liz! Você está louca? — Lia disse escandalizada, interrompendo-a e se afastando. — Você não pode se esforçar. Não quero que se machuque.

     — Eu sei, eu sei. — Liz exclamou frustrada, suspirando e descansando de volta nas almofadas macias. - Só estou dizendo.

     Estava com muito tesão, mas também estava extremamente dolorida e fraca. Resolveu não insistir e deitou-se quietinha. Lia ficou instantaneamente irritada e a olhou em repreensão, colocando as mãos nos quadris.

     — Vê se fica quieta!

     Ela ficava sexy demais quando usava aquela pose de mandona. Liz riu com seus pensamentos, mas simplesmente não conseguia se controlar. Seriam dias tortuosos com Lia tão perto sem poderem matar a saudade de fato.

     Depois do momento emocionalmente intenso do pedido de casamento, Liz e Lia voltaram a se deitar na cama, ainda abraçadas e em silêncio. Lia acariciava os seus cabelos, enquanto Liz olhava para o anel em seu dedo, sentindo-se ainda em um sonho.

     Elas permaneceram assim por alguns minutos, aproveitando o momento e a companhia uma da outra, até que finalmente, Lia se levantou e disse:

     — Vou buscar o jantar. Sua tia já deve ter mandado preparar algo delicioso.

     Liz sorriu e acenou com a cabeça. Por motivos de resguardo Liz estava levantando da cama apenas quando extremamente necessário. Descer a escada então, era fora de cogitação. Mas

     Quando Lia desceu as escadas para buscar o seu jantar, Liz não pôde evitar de pensar em como sua vida estava prestes a mudar. Ela olhou ao redor do quarto, sentindo-se grata por ter Lia ao seu lado e o sorriso não conseguia deixar sua face.

     Enquanto esperava sua noiva voltar com sua refeição, Luísa entrou no quarto e soltou um sorriso leve ao vê-la descansando.

     — Como vai a paciente mais paparicada do mundo? — Ela perguntou sentando-se ao seu lado na cama.

     — Se sentindo exatamente assim, paparicada — respondeu no mesmo tom de brincadeira. — Lia vai chegar com o jantar e eu suspeito de que ela vai querer dar a comida na minha boca.

     Luísa soltou um gargalhada leve e gostosa com sua réplica irônica e voltou a falar após alguns segundos:

     — Realmente a Lia está me saindo uma enfermeira de mão cheia. Acredita que fico muito tranquila sabendo que ela está aqui cuidando de você?

     — Pois eu estou ficando é incomodada. Até banho ela já me deu!

     Não era mentira. Estava mesmo ficando um pouco constrangida e incomodada. Lia era sua noiva, sua amante, não a queria como sua enfermeira/babá.

     — Para com isso! — Luísa passou a mão em seus cabelos em um ato de carinho. — O apoio da Lia está mostrando mais ainda o quanto ela é a pessoa certa para você. São nesses momentos que vemos em quem podemos contar. Eu vejo o quanto ela tem prazer em cuidar de você porque te ama de verdade.

     Liz apenas soltou um suspiro e recostou a cabeça sobre o travesseiro.

     — Só que daqui a alguns dias ela volta para Londres, então...

     A tia reparou no seu tom entristecido e tentou animá-la.

     — Mas veja dessa forma: Ela largou os estudos por duas semanas para vir te ver e irá voltar por um bom motivo. E ainda digo mais, logo logo você irá se recuperar e vai poder viajar para ficar com ela do jeito que sempre planejou. O pior já passou.

     Liz sabia que isso era verdade. Estava apenas sendo manhosa e mimada. Se pudesse ficaria grudada em Lia para sempre.

     — É, eu sei disso!

    Naquele momento ela teve vontade de contar sobre o pedido de casamento para a tia, mas decidiu que era melhor não. Por enquanto aquilo ficaria apenas entre as duas. Nem mesmo havia oferecido um anel de noivado decente para ela.

     Lia retornou ao quarto com uma grande bandeja nas mãos e Luísa levantou-se para ajudá-la. Com a chegada dela, as três se sentaram à mesa da varanda e ficaram jogando conversa fora sobre assuntos leves enquanto Liz fazia a refeição.

***

    Lia e Liz decidiram não inflamar sobre o assunto do noivado para ninguém. Aquilo era uma coisa só delas por enquanto e combinaram de que fariam um jantar especial com ambas as famílias para contarem a novidade assim que Lia voltasse do intercâmbio. Até porque, Os Moraes e Os Alcântara estavam se devendo esse encontro há muito tempo. Não podiam mais adiar.

     Na segunda-feira, Lia e a tia lhe acompanharam até o hospital para que o médico pudesse fazer uma nova revisão e retirar os seus pontos. O doutor disse que ela estava se recuperando mais rápido do que ele pensava e a parabenizou por estar tendo cuidado e se alimentando bem.
Mais do que nunca ele lhe recomendou repouso total para que sua cirurgia cicatrizasse devidamente.

     Quanto mais cedo se recuperasse, mais rápido poderia se entregar a sua irritadinha. Contudo os dias de licença que ela havia tirado do intercâmbio estavam acabando, mas já era grata demais por ter a presença dela, isso já era muito mais do que o suficiente e ajudava muito em seu ânimo.

     Naqueles dias mais calmos, apuraram mais sobre a vida e as possíveis motivações que levaram Artur a fazer tudo o que fez. Todos tinham muitas perguntas que infelizmente nunca teriam respostas.

     Flávio estava respondendo um inquérito enorme em liberdade condicional depois de pagar uma gorda fiança. Contudo, no final, ficou em registro que ele atirou em legítima defesa e para proteger Liz e Luísa.

     Aparentemente Artur tentava conseguir construir fortuna às custa dos outros. Foi assim com sua primeira esposa de quem herdou uma riqueza muito boa. Depois disso ele passou a criar empresas laranjas para enviar dinheiro para o exterior.

     Com relação a tentativa de assassinato de Luísa, o que restou foram apenas conjecturas. Mas com certeza ao tentar matá-la, ele pensou que conseguiria atingir dois coelhos com uma só cajadada ao incriminar Flávio. Isso daria a ele um controle maior sobre a empresa. E com o tempo ele, com certeza, daria um jeito de tirar Liz da jogada também. Porém, como a tentativa de assassinato foi frustrada, talvez para disfarçar qualquer suspeita, decidiu propor casamento e, quem sabe futuramente, fizesse com Luísa o mesmo que havia feito com a sua primeira mulher. Sendo assim, seria possuidor de um grande patrimônio.

     O investigador e a polícia estavam fazendo uma excelente e rápida investigação sobre ele. Marina, filha de Artur, que ainda estava em choque com as atitudes do pai, ajudou-os. Ela disponibilizou acesso sem restrições a casa e ao escritório dele, tanto como em documentações, bens e propriedades.

     Liz estava começando a andar sozinha aos poucos. Ainda sentia bastante dor no estômago e na costela. Segundo o médico ela teve muita sorte da bala não ter se alojado em um local delicado e nem acertado uma de suas costelas, mas que havia sido algo bem perigoso mesmo assim, por isso tanto cuidado.

     Já era dia 26 de Outubro e aquela era a semana do aniversário de Lia. Mesmo com toda a situação Liz não pode deixar de lembrar. Já seria no dia seguinte. Pediu para que a tia encomendasse um bolo e um jantar bem especial para ela. Obviamente a irritadinha não conseguiu se reunir com a família dela, mesmo estando no Brasil, devido a distância e também a correria do dia-a-dia, mas seus pais entenderam a situação.

***

     Depois do almoço que foi servido em seu quarto, as duas deitaram na cama e ficaram quietinhas uma ao lado da outra assistindo uma série de mistério muito boa. Lia nem tinha coragem de chegar muito perto de Liz com medo de perderem o controle. Ela tinha medo de se entregar e acabar lhe machucando e com o tanto de saudades que estavam sentindo, perder o controle era uma consequência na qual não podiam enfrentar agora. Ao menos Liz não poderia.

     — Vem cá, amor! — Liz pediu suavemente e esticou o braço oferecendo espaço ali.

     Lia a olhou indecisa por alguns segundos, mas acabou se rendendo e repousou a cabeça de leve sobre seu ombro. Ela estava um pouco arredia ao redor de Liz naqueles dias. Não podia mentir que a irritadinha estava tendo bastante cuidado.

     — Eu perguntei ao médico daqui a quanto tempo eu posso viajar para Londres. — Confessou baixinho. Não conseguia disfarçar a tristeza.

     — Eu quero tanto ficar mais tempo. Meu peito dói só de pensar em ir para tão longe e deixar você assim. — Lia disse triste e as fez entrelaçar os dedos, depois beijou-os suavemente. — Quero ficar aqui cuidando mais de você.

     — É só o que você tem feito desde que voltou. Praticamente me deu banho e comida na boca. — Liz disse azeda. Odiava dar trabalho e se sentir tão dependente de alguém, ainda mais esse alguém sendo Lia.

     — Não fala assim! Eu adorei cuidar de você. — Lia beijou sua têmpora e depois fez carinho em sua bochecha com o nariz. — Isso é só uma fase, amor. Logo logo você vai ter sua independência de novo. — Terminou de falar dando um beijinho na ponta do seu nariz.

     A rockeira não pode evitar de sorrir com aquilo, ela lhe entendia melhor do que ninguém. Lia estava calma e ainda mais carinhosa do que ó normal. Era até estranho, mas estava adorando e iria aproveitar o quanto pudesse essa fofura incomum dela.

     — Então vamos aproveitar bastante. Estou adorando você assim toda carinhosa comigo!

     Lia sorriu e abraçou-a com cuidado.

     — Está mesmo pensando em ir a Londres ficar comigo quando estiver melhor?

     — É claro que vou. Assim que o médico me liberar será a primeira coisa que eu vou fazer. Vou até trocar o dia da passagem que já tenho paga.

     Naquele momento Lia lhe deu um sorriso de tirar o fôlego e as duas se beijaram calorosamente com essa promessa de estarem juntas novamente em pouco tempo.

***

     Liz aproveitou ao máximo os dois dias ao lado de Lia antes de sua partida para Londres, seguindo à risca as recomendações médicas para seu repouso.

     Na noite antes da viagem elas estavam deitadas e abraçadinhas na cama apenas curtindo o frio do ar-condicionado e assistindo um filme romântico qualquer. Lia já estava com suas malas prontas para partir no outro dia. O sentimento amargo de dizer tchau novamente já estava instalado em cada uma.

     Elas não estavam assistindo ao filme de fato, apenas estavam se acariciando, se beijando ou apenas olhando uma para a outra. Era um momento cercado de desejo, onde uma energia magnética as envolvia, mas conseguiram se controlar bem. Em determinado momento Lia segurou seu queixo e sussurrou sobre seus lábios:

    — Eu já estou com saudades! — A frase saiu dolorida. — E se eu não voltasse mais?

     Os olhos de Liz se arregalaram de forma automática ao ouvir a noiva falar aquilo.

     — Por mais que eu queira que você fique, mas nós sabemos que você precisa voltar. — A rockeira acariciou a face dela com delicadeza e depois beijou-a delicadamente. — Eu também já estou morrendo de saudades.

     — Promete que você vai ficar lá comigo assim que estiver totalmente recuperada? — Lia perguntou dengosa e com voz de choro.

     — Mas é claro que sim, meu amor. Dessa vez nada vai me impedir de ficar ao seu lado. Vamos curtir muito ainda em Londres.

     — Vou contar as horas, os minutos e os segundos até lá.

     — E eu também.

     Lia e Liz se abraçaram apertado, como se nunca mais fossem se soltar. Os olhos de Lia estavam úmidos de lágrimas, e Liz sentia o coração apertado de saudade.

     As duas se beijaram apaixonadamente, como se quisessem guardar o sabor do beijo para sempre. Lia segurou o rosto da rockeira com as mãos e olhou nos seus olhos, como se quisesse memorizar cada detalhe.

     — Promete que você vai ficar bem. — Lia pediu, com a voz trêmula. — Promete que vai se cuidar direitinho.

     — Eu prometo. — Liz respondeu, sorrindo fracamente.

     Lia sorriu de volta e beijou Liz novamente, antes de se afastar lentamente.

     — Eu vou contar os dias até você chegar a Londres. — Lia disse, com os olhos brilhando de lágrimas.

     — Eu também, amor. — Liz respondeu, sentindo o coração apertado de saudade.

     As duas se abraçaram novamente, e Lia sussurrou no ouvido de Liz:

     — Eu te amo.

     — Eu também te amo. — Liz respondeu, sentindo as lágrimas correrem pelo rosto, era inevitável.

     Elas uniram as testas e trocaram um beijo casto. Não muito tempo depois adormeceram de mãos dadas sem querer mais pensar no amanhã onde voltariam a se separar novamente.

 

***

1 mês e meio depois...


     Liz estava viajando fazia um dia e logo mais chegaria onde seu coração mais desejava. O voo mais rápido que conseguiu foi um direto  para Londres de doze horas sem parada. Depois de quase dois meses falando com a irritadinha apenas por ligações e troca de mensagens, finalmente o médico de Liz a liberou para viajar  com a condição de não fazer muito esforço e se cuidar.

     Infelizmente Lia não poderia recebê-la no aeroporto, pois estaria trabalhando no estágio até a tarde. Liz teria de esperá-la até o final do expediente, o que seria uma tortura, mas era necessário. Por sorte estava chegando na sexta-feira e elas teriam o final de semana todo para matar a saudade. Tinha ânsias de encontrá-la.

     Após o momento enfadonho de desembarcar e pegar a mala, Liz vestiu bem seu casaco e sentiu o frio cortante do inverno londrino exatamente como Lia havia descrito em suas mensagens. Faltava uma semana para o Natal, e os aeroportos estavam ainda mais lotados do que de costume.

     Durante a viagem de meia hora até o hotel, Liz admirou a vista da cidade, que mesmo sob um céu acinzentado, não perdera o seu glamour. Depois de um dia sem dormir muito bem, a rockeira estava ansiosa para chegar até o hotel e descansar.

     O hotel em que se hospedaria era um dos mais tradicionais de Londres. Queria viver uma experiência completa em sua viagem já que nunca visitara Londres antes e de quebra pediu um quarto com a melhor vista da cidade. Ao chegar até a habitação, ficou muito satisfeita. A vista era realmente perfeita, podendo ser apreciada através de uma janela de vidro enorme. O cômodo era muito confortável, elegante e aconchegante, com uma decoração que misturava bem elementos de modernidade e tradição.

     Imediatamente ativou o aquecedor e ligou para a tia a fim de avisar que já chegara e que estava bem. Pediu uma refeição no serviço de quarto, pois estava faminta. Também enviou uma mensagem para Lia avisando que estava no hotel. Após um banho quente e relaxante, Liz dormiu boa parte da tarde para descansar bem.

     Ao acordar, viu que estava escurecendo. Já era quase 18h e ela se animou ao pensar que Lia logo estaria chegando. Pegou o celular na mesa-de-cabeceira e viu uma mensagem de Lia:

     Lia: "Já estou saindo daqui. Chego em quinze minutinhos." Ás 17:45

     Aquilo fez com que Liz despertasse ainda mais rápido e seu coração começou a bater acelerado com a expectativa de ver sua amada novamente.

     O telefone do quarto tocou, sobressaltando-a. Atendeu a ligação e, com um pouco de dificuldade conseguiu entender que Lia havia chegado. Liberou sua entrada e correu para pentear os cabelos e passar um perfume leve.

     Os minutos que se seguiram foram uma eternidade. Sentou-se de frente para a porta, com o coração batendo forte no peito. Finalmente ouvir leves batidas. Levantou-se em um pulo, com um sorriso radiante no rosto, e abriu a porta ansiosamente.

     Lá estava Lia, com uma expressão cansada, mas também muito feliz. Seus olhos se encontraram, e antes de mais nada elas se atiraram nos braços uma da outra, fundindo-se em um abraço apertado. O mundo ao redor desapareceu, e tudo o que restou foi o calor dos seus corpos e a batida dos seus corações. Liz sentiu os braços de Lia ao redor de seu pescoço, e o cheiro do seu cabelo a envolveu, transportando-a para um lugar de pura felicidade.

     Liz sentiu seus olhos lacrimejarem. Não tinha como não se sentir assim. A saudade era enorme, parecia que seu peito explodiria. Sentia falta de absolutamente tudo em Lia. Do calor, do cheiro dela e de sua presença que a acalmava. Finalmente sentia que estava no lugar certo e um calorzinho de pertencimento tomou conta de seu coração.

     Lia foi quem rompeu o contato primeiro, olhando-a emocionada e segurando sua face entre as mãos. Via como os olhos dela estavam cheios de amor e ternura. Aquilo esquentava seu corpo de uma forma inexplicável. Reparou que ela usava um longo casaco preto, um gorro também preto e tinha uma enorme mochila nas costas.

     — Que saudades, meu amor!

     A irritadinha sussurrou antes de puxá-la sem mais demoras para um beijo colado ao qual correspondeu com a mesma vontade. Ela estava com um hálito gostoso de hortelã e sentir a maciez de seus lábios despertou sua saliva. Queria devorar Lia e imediatamente começou a tatear o corpo dela, mas frustrou-se ao sentir tanta roupa.

     Liz interrompeu o beijo apenas para tirar a mochila e o gorro que ela usava. Lia sorriu e afastou-se o suficiente para retirar também o casaco. Por baixo ela vestia uma blusa branca de tecido bem grosso e gola alta que cobria todo o seu pescoço.

     Suspirando de felicidade, Lia passou os dois braços enlaçando o pescoço de Liz novamente e tocou o nariz dela com o seu em uma carícia emocionada.

     — Como é que você está? Como foi a viagem? — A irritadinha perguntou sussurrando sobre seus lábios.

     — Estou ótima! Já a viagem foi bem cansativa e agitada. — Liz suspirou ao responder e apertou mais ainda os braços em volta da cintura dela. — Mas já está valendo muito a pena. E você? Como está?

     — Ah! Cansada, e com muitas saudades de você.

     — Eu também estou morrendo de saudades de você, minha linda. Vem cá, vem!

     Lia lhe abriu um sorriso alegre e verdadeiro e Liz procurou a boca dela novamente em um beijo cheio de vontade. A rockeira logo colocou as mãos por dentro da blusa dela, finalmente conseguindo tocar a pele quente de sua cintura. Começou a andar de costas puxando Lia consigo até sentir a cama bater em suas pernas. Sentou-se e fez a noiva cair sobre seu colo. Estava louca por ela, não aguentava mais de desejo.

     — Saudades de você todinha! — Liz sussurrou ao pé do ouvido dela e viu como os pelos dela se arrepiaram.

     Entranhou os dedos nos cabelos castanhos de Lia que estavam mais compridos que o normal e apertou sua nuca de forma possessiva enquanto a beijava. Lia gem*u levemente quando sentiu a sua língua acariciar a dela e depois ch*pou-a sem reservas. Beijar os lábios doces de Lia e trocar saliva com ela parecia algo como quando comia sua sobremesa favorita. Queria devorá-la e instantaneamente sentiu seu sex* pulsar.

     Conseguia sentir a quentura aumentar entre seus corpos, mas quando tentou retirar a blusa dela, Lia parou o beijo aos poucos impedindo-a. Liz a olhou confusa e franziu o cenho, mas Lia apenas suspirou ainda ofegante e lhe deu um sorrisinho sem graça. Então se aproximou encostando a testa na sua enquanto mordia os próprios lábios e lhe fazia cafuné.

     — O que foi? — Liz perguntou apertando a coxa dela bem próxima a virilha e viu como os olhos da noiva acompanharam seu toque com um brilho de luxúria. — Por que parou?

     — Eu só preciso tomar um banho primeiro. — Ela disse meio sem jeito e Liz soltou uma gargalhada espontânea. — É sério! Eu estou assim desde que saí pela manhã, passei o dia inteiro sem parar lá no curso. — Seu tom de voz era cuidadoso e podia sentir que havia frustração também.

     Liz riu aliviada e libertou-a do aperto de seus braços sem mais alarde.

     — Tudo bem! Vou ficar aqui te esperando — disse sorrindo e deu um selinho nela.

     Quase ofereceu-se para tomarem banho juntas, mas se refreou. Mesmo com a saudade que as consumia, percebeu que ela precisava de um pouco de privacidade.

     — Eu não demoro. — Lia lhe deu mais outro selinho e foi em direção ao banheiro, mas logo ela parou de frente à janela do quarto. — Nossa, que vista linda, Liz!

     Realmente a vista estava perfeita. O cair da noite e as luzes brilhantes dos prédios tradicionais de Londres era de tirar o fôlego.

     Liz deitou-se nos lençóis brancos e macios e começou a encarar o teto com ansiedade. Sentia seu sex* pulsar de expectativa com o que viria a seguir. Liz usava um conjunto de moletom cinza e tratou de retirá-lo. O quarto estava bem aconchegante por conta do aquecedor, então aproveitou para ficar só de lingerie. Certificou-se de pegar um par recente que havia comprado, preto e rendado do jeito que Lia amava. Ela ficaria louca.

     E não estava errada. Assim que Lia saiu do banheiro usando um roupão e secando os cabelos, ela travou bem no meio do quarto quando encarou Liz. A rockeira viu como os olhos dela brilharam e um sorriso sarcástico tomou conta de sua face. A boca de Lia abriu um pouco e logo ela estava com a respiração ofegante. A noiva lhe lançou um olhar predador. Era um perigo tê-la assim.

     — Uau! — Lia exclamou de forma sensual. — Que saudades dessa visão.

     — Só da visão? — Retrucou sapeca.

     Como previra, sem mais demoras, Lia foi ao seu encontro engatinhando pela cama como uma leoa indo até a sua presa. Liz sentia seu coração a mil por hora. Tantos meses sem ter um momento íntimo para valer com Lia lhe deixou incrivelmente carente e com muito tesão acumulado. Sentiu todos os seus pelos se arrepiarem conforme sentia o cheiro e o calor do corpo dela cada vez mais em contato com o seu.

     A irritadinha começou beijando-a com devoção pelos pés de forma lenta e sedutora. O sangue de Liz esquentou mais com a quentura daqueles lábios macios por suas panturrilhas, joelhos, coxas e pernas quadril. Porém, quando Lia chegou na altura de sua barriga, estancou. Liz, que estava de olhos fechados apenas apurando as sensações que os lábios dela faziam em sua pele, olhou-a estranhando o cessar de seu carinho selvagem.

     Logo viu que ela estava parada fitando a cicatriz do tiro em sua barriga. Lia acariciou a marca com cuidado e depois depositou um beijo delicado ali. Depois de alguns segundos Liz percebeu que ela estava com os olhos cheios d'água.

     A rockeira aprumou-se na cama imediatamente preocupada e puxou-a com cuidado até o seu colo. Depois acariciou sua face tentando enxugar as lágrimas dela que não paravam de cair. Liz não esperava por aquela reação. Sentiu seu coração comprimir dolorido no peito ao vê-la chorar.

     — Não precisa ficar assim, amor...

     — Só o pensamento de te perder, Liz... — A voz de Lia quebrou-se em um pranto dolorido e ela agarrou o seu pescoço em busca de consolo.

     "Então é isso!" Liz pesou consigo mesma. 

     Ver esse choro de Lia significava o quanto ela se importava de verdade com o seu bem estar. A irritadinha sempre demonstrava o quanto se preocupava de verdade com ela e isso só dava mais certeza que escolhera a pessoa correta com quem compartilhar sua vida.

     A rockeira abraçou-a firme e com carinho. Faria de tudo para não vê-la chorar, por isso começou uma sequência de leves carinhos e massagem com as mãos pelas costas dela por cima do roupão. Em seguida distribuiu selinhos por sua nuca.

     — Por que está chorando, minha linda? — Liz perguntou com a voz mansa. Estava se segurando para não quebrar também, precisava ser forte por ela. — O que você está pensando?

     Lia tentou acalmar seu choro e depois de alguns segundos ela tirou o rosto da curva de seu pescoço e olhou-a profundamente. Seus olhos e sua linda face estavam avermelhados devido. Ela fungou um pouco, limpou o nariz usando a manga do roupão e disse em seguida:

     — Acho que você não entende, Liz. Eu nunca pensei que um dia eu fosse amar tanto uma pessoa do jeito que eu te amo. — Ela cruzou as mãos atrás de seu pescoço aumentando mais ainda o contato ao encostar a testa a sua. — Você é tudo para mim!

     Lia disse isso um pouco sem jeito e rapidamente escondeu a cabeça na curva de seu pescoço. O coração da rockeira acelerou mais ainda com a declaração totalmente inesperada dela. E sentiu seus olhos lacrimejarem de vez, não conseguiu se conter. Lia conseguia lhe despertar tantas emoções ao mesmo que era até difícil entender.

      A fala dela ecoava em sua cabeça sem parar: "Eu nunca pensei que um dia eu fosse amar tanto uma pessoa do jeito que eu te amo." Liz se sentiu segura, protegida e amada. Sabia que Lia era a pessoa certa para ela. Olhou nos olhos de Lia, vendo a sinceridade e a paixão refletidas neles.

     Sentiu o calor da respiração dela em sua pele, o toque suave dos seus dedos em seu rosto. O cheiro do seu cabelo, um misto de shampoo e do perfume dela, a envolveu em uma sensação de calma e felicidade.

     — Eu também jamais pensei que um dia eu fosse amar tanto alguém do jeito que eu te amo — disse Liz, com a voz trêmula de emoção. Se sentia sem jeito em falar todas essas coisas, mas o momento pedia esse toque. — E é por isso que eu quero passar o resto da minha vida com você, Lia.

     Lia sorriu e voltou a mirá-la, seus olhos brilhavam de felicidade.

     — Eu também quero isso - disse ela, sua voz suave e sincera. - Eu quero tudo com você, Liz.

     As duas se beijaram, a intimidade entre elas aumentando a cada segundo. O toque das suas peles, o som das suas respirações, a sensação de seus corpos unidos... tudo isso criou uma sensação de unidade e conexão que Liz nunca havia sentido antes.

     — Você é minha - sussurrou Liz, sua voz rouca de paixão. — Você é minha e eu sou sua.

     Lia sorriu novamente, seus olhos fechados em êxtase.

     — Sim, eu sou sua - disse ela, sua voz quase inaudível e sensual. — Completamente sua.

     Liz sentiu seus poros se arrepiarem ao ouvir Lia falar assim baixinho. O desejo que estava sentindo voltou com força. Queria muito fazer amor com ela até perder todas as forças, mas precisava fazer algo antes. Por isso retirou a aliança pendurada em seu pescoço e presenteou Lia. Era um lindo anel de ouro e cravejado com diamantes, era uma joia de verdade, imponente e delicada ao mesmo tempo.

     A primeira coisa que Liz fez quando conseguiu ser liberada do repouso absoluto, foi ir até a joalheria comprar uma peça de verdade para presentear sua noiva. Era um anel caríssimo, chique, lindo e elegante, assim como Lia. Tinha certeza que ela iria amar sua escolha.

     Lembrou do momento em que o comprou. A rockeira precisava escolher a peça correta, uma joia que demonstrasse o quanto Lia era importante e preciosa em sua vida. E quando a vendedora lhe mostrou aquele, não quis saber do preço, apenas pagou. Sentia que era o símbolo correto para a sua amada.

     — Essa é a sua devida aliança de noivado.

     Lia a olhou emocionada e soltou novamente mais lágrimas.

     — Meu Deus, Liz! — Lia parecia nervosa ao reparar na aliança tão exuberante, seus olhos arregalados. — É uma joia muito linda. Não acredito que comprou algo assim tão... tão... valioso.

     — É exatamente isso que você é para mim, Lia. Muito valiosa. Você merece isso e muito mais.

     — Ai, Liz! — Lia parecia nervosa, o que era novidade. — Você sempre consegue me surpreender. Nunca pensei que você pudesse ser assim tão romântica.

     Liz tomou a mão esquerda de sua amada e delicadamente colocou a aliança em seu anelar, depois beijou sua mão. De fato, Lia era sua joia mais rara e preciosa. Se sentia sortuda por tê-la encontrado.

     — Nem eu sabia. Mas era tudo o que eu mais queria fazer. Agora sim eu sinto que esse foi um pedido de verdade. — Liz acariciou seu cabelo com carinho. — Sonhei o mês inteiro com esse momento, não posso mentir. Simplesmente porque eu não esperava que você fosse aceitar assim tão fácil.

     — É claro que eu aceito. — Lia respondeu sorrindo emocionada. — Eu aceito, eu aceito. Mil vezes se for necessário.

     Ver aquele lado tão delicado de Lia estava se tornando uma novidade. Durante todo o período em que se conheciam ela parecia ser tão durona e irritada que nunca conseguiu imaginá-la tão derretida assim antes.

     — Você me faz feliz, Liz. E eu também quero te fazer feliz. E te amar, acima de tudo.

     — Eu também só quero te amar. — Liz segurou o rosto de Lia com as duas mãos e lhe fez carinho com os polegares. Era diferente vê-la tão rendida com o seu pedido de casamento. —Quero te conhecer ainda mais, todos os dias. Até mesmo as nossas brigas eu quero.

     Elas sorriram com a declaração e Liz sentiu que estavam entrando em uma nova fase do relacionamento. Nunca antes elas tinham feito tantas confissões assim, não era muito da personalidade delas serem tão românticas. Claro que vez ou outras tinham momentos fofos, mas nunca nenhum havia sido tão "meloso" assim. Mas era isso, elas se casariam, era um passo a mais e não podia ser diferente.

    As duas trocaram olhares apaixonados. Pode sentir o desejo queimar em Lia também quando a viu morder os lábios e olhar para a sua boca. Enfim elas pareciam voltar aos desejos de seus corpos. A rockeira não pode mais se conter e lentamente desatou o nó do roupão dela, despindo-a até a cintura e admirando a linda visão dos seios empinados e rosados. Agora sim estavam agindo mais como elas mesmas.

     — Quero fazer você sentir um monte de outras coisas também - sussurrou com a voz rouca próximo à boca dela e encheu as mãos com o seios dela preenchendo suas palmas. Imediatamente a respiração dela ficou ofegante. — Estou louca para fazer amor com você, Liana.

     — Eu também quero fazer amor com você. — Lia sussurrou sobre seus lábios de volta e depois beijou-a com tanta vontade que fez os pelos de sua nunca se arrepiarem. — Sem parar. Estou morrendo de saudades.

     Se Liz já não tivesse deitada teria caído, pois seus joelhos viraram gelatina na hora. Sempre ficava extremamente excitada quando Lia dizia aquela frase com a voz rouca de desejo.


***

Pov Lia


     Lia avançou nos lábios de sua noiva com toda a vontade acumulada em seu corpo. Se sentia extremamente sensível com os toques dela em seus seios. Sentia que poderia goz*r somente com esse estímulo. Gem*u mesmo quando ela lhe pegou com vontade pelas coxas e empurrou-a contra o colchão, ficando por cima.

     Sem demora sentiu a boca dela devorar seus seios. Lia fechou os olhos apurando o contato quente e morno da língua dela a lamber seus mamilos. Uma verdadeira corrente elétrica passou por todo seu corpo e terminou com seu sex* se derretendo todo. Amava esse efeito que Liz tinha sobre ela. Nunca tardava em ficar excitada com suas carícias. A sensação de desejar e ser desejada era indescritível.

     Passou as mãos pelos cabelos dela, retirando-os de sua face para ter uma melhor visão dela devorando seus seios. Ela tinha os olhos fechados de puro deleite e sua boca sugava seu seio direito completamente. Logo em seguida ela trocou, indo eriçar o seu mamilo esquerdo com a língua.

     Esse toque levava Lia direto para o céu e a pulsação em seu sex* aumentou. Apertou mais as pernas em volta do quadril de Liz, insinuando-se e acabou soltando mais um gemido quando sentiu seu clítoris roçar na pele da barriga dela.

     — Puta que pariu! — Liz deixou os seios dela e depois sussurrou sobre seus lábios. — Já está assim?

     — Sente como eu estou por você. — Lia sussurrou também com a voz rouca e em seguida guiou a mão de Liz até sua pulsação. Não iria aguentar muitas preliminares naquele momento, precisava matar seu desejo. — Me come!

     Lia gem*u e fechou os olhos quando os dedos de Liz lhe tocaram intimamente pela primeira vez depois de longos meses. O fato de terem ficado tanto tempo sem os toques uma da outra era uma camada maior de intensidade e desejo. Suas pernas se abriram mais, se sentia completamente rendida. Queria que Liz lhe fodesse forte e rápido. Seu quadril começou a rebol*r contra a mão dela que estava por todo o seu sex*.

     A noiva pareceu entender sua pressa e sem mais demora ela já lhe penetrou com os dois dedos, anelar e médio. Era exatamente assim que gostava de ser fodida. Era delicioso ser tomada assim. O som da mão dela em atrito com sua pele tomou conta do quarto. Era disso que precisava. Ser comida com tanta vontade pela mulher que amava.

     Seu corpo estava muito tenso de tesão e extremamente sensível. Parecia até mentira, mas já se sentia a ponto de goz*r de tanta vontade acumulada. Além do quê, Liz também era muito habilidosa o que aumentava potencialmente o seu prazer.

     — Goz* bem gostoso, minha safada! — Ouviu a voz de Liz ao pé do seu ouvido e em seguida a boca dela mordeu seu lóbulo. — Diz que estava morrendo de tesão por mim.

     — Sim... Faz o que quiser comigo — falou com a respiração ofegante e agarrou-se a ela, puxando-a para si.

     Não conseguia raciocinar bem. Só queria sentir alívio daquele fogo que lhe consumia. Liz lambeu sua orelha toda e foi descendo beijos por todo seu pescoço até chegar aos seus seios novamente, isso parecia deixar uma trilha de fogo em sua pele. Sentira mais falta dessas sensações do que pensara.

     — Você é gostosa demais, Lia! — Liz falou depois de ch*par seus mamilos novamente e voltou a lambeu ao redor nas auréolas. — Que delícia!

     Os movimentos dos dedos de Liz iam cada vez mais profundos. Ela sabia bem o ponto em que Lia sentia mais prazer. A noiva parecia conhecer seu corpo melhor do que ela própria, ela fazia gostoso demais. Lia nunca conseguia goz*r com a mesma intensidade de como quando era com ela. Isso fazia toda a diferença do mundo. Por isso o sex* das duas era sempre pura intensidade.

     — Eu quero ch*par você!

     Liz anunciou antes de descer rápido com os lábios por entre suas pernas. Ela agarrou as coxas de Lia com força, abrindo-as mais e fazendo Lia ficar completamente exposta. Ela beijou e lambeu suas virilhas rapidamente antes de aproximar a cabeça e cheirar seu sex* lisinho e encharcado. Via como Liz encarava sua intimidade com selvageria e safadeza, com olhos gulosos e atentos.

     — Porr*! Como eu senti falta disso!

     Lia já estava para segurar na nuca de Liz e puxar a cabeça dela de encontro a sua intimidade, mas ela foi mais rápida e sem mais delongas baixou seus lábios beijando e lambendo seu clítoris durinho de tanto tesão.

     — Aaaah... — Lia gem*u sem controle. — Puta que pariu!

     Liz lhe lambia e roçava a língua sem trégua. Não tardou muito para que aquela leve ardência do prazer começasse a tomar conta de sua intimidade. Seu quadril ganhou vida própria e acompanhava o ritmo da língua de Liz, não tinha mais controle sobre seu corpo. Estava vindo forte e muito mais rápido do que imaginara. A pressão contínua da língua de Liz desencadeou o gozo que tanto esperava.

     — AAAHHH! — O gemido que saiu de sua boca foi alto e sem controle.

     As contrações involuntárias tomaram conta de seu sex*, enquanto sentia aquele alívio prazeroso tomar conta de seu corpo, e sentiu o líquido do gozo se espalhar mais. Suas costas se curvaram e seu corpo se inclinou  da cama com o prazer que tomou conta dos seus sentidos. Podia sentir seus clítoris pulsar sem parar na língua dela que ainda a lambia.

     Lia ficou extremamente sensível e logo após alguns segundos de respiração ofegante, a gargalhada de alegria e alívio preencheu seu peito. Quase sempre sorria assim depois de um orgasmo como aquele. Enquanto isso Liz ainda a ch*pava com vontade.

     — Ai, amor! — Lia tomou a face dela em suas mãos, e forçou-a a parar de ch*pá-la. Estava extremamente sensível.

     Quando a fitou, observou que Liz estava com os olhos negros de desejo e suas pupilas dilatadas. Ela também estava ofegante, suada e com os lábios avermelhados e melados. A boca de Lia aguou. Aquela era a visão mais bela que poderia ter e sem mais demoras, puxou Liz pelo pescoço e as duas grudaram as bocas em um beijo devorador e obsceno.

     Lia amava beijá-la depois de um sex* oral bem feito. Adorava sentir aquele gosto salgado de prazer na boca dela. Passou a língua lábios dela provando tudo o que pudesse. Não existia nada mais gostoso na face da terra, e aquele cheiro de sex* e suor invadiu suas narinas. Sentiu seus mamilos ficarem eriçados novamente.

     — Nunca te vi goz*r assim tão rápido, Lia. — Liz falou sedutora e sorriu com aquele seu sorriso provocador. — Estava carente, amor?

     A pergunta era óbvia. É claro que ela se sentia carente. Fazia praticamente seis meses que seu corpo não tinha contato com o dela dessa forma. Logicamente o tesão ficou acumulado por todo aquele tempo. Lia estava se sentindo insaciável, por isso dessa vez ela que empurrou Liz contra o colchão e ficou por entre as penas dela.

     — E você também não está por acaso? — Lia perguntou e em seguida lambeu a orelha dela.

     — Eu estou subindo pelas paredes há meses. — Liz levou suas mãos até o bumbum dela, apertando suas nádegas com força e fazendo seu quadril se chocar contra o dela.

     — O que você quer que eu faça, Liz?

— Me come do jeito que você quiser, Lia. — Liz segurou o rosto dela com as duas mãos e a puxou para mais um beijo colado e devorador.

     Lia só conseguia imaginar que Liz deveria estar na mesma situação que ela, apressada e necessitando de um orgasmo com urgência. Por isso levou os dedos até ela e com satisfação, sentiu o quanto ela estava molhada.

     — Ai que delícia! — Liz gem*u quando sentiu os dedos dela em sua intimidade. — Me come, Liana.

     Lia amava ouvir Liz falar "sujo" daquele jeito. Despertava um lado dominador seu que ainda era um pouco desconhecido, mas que gostava de desbravar. Liz era naturalmente ativa, e Lia não tinha problemas em ser mais passiva. Porém, dar também era tão bom quanto receber e queria muito dar prazer a Liz naquele momento.

     O cheiro do corpo suado dela lhe atraía. Era química pura. Não tinha outra explicação. Lia segurou os dedos de uma das mãos de Liz, e os levou até a própria boca, lambendo-os e a provocando. Viu como ela abriu a boca surpresa com sua atitude. Liz gostava quando Lia a dominava.

     Foi a vez da irritadinha sorrir cínica, e em seguida beijou o corpo de Liz, começando por seu pescoço, indo para os seus seios e depois descendo mais e mais. Dessa vez foi Liz que começou a insinuar seu quadril em um pedido silencioso para ser devorada de vez por sua boca.

     Sem mais delongas, Lia caiu de boca no sex* dela como tanto queria. Chegava a salivar com o gosto do líquido da excitação de Liz. Ela gem*u muito gostoso quando Lia passou a língua pelo clítoris durinho dela. A noiva estava tão excitada quanto ela e ficou satisfeita em perceber isso.

     A sensação de fogo, desejo se misturava com amor, paixão e pertencimento. Fechou os olhos se deliciando e se lambuzando com o prazer de sua amada. Liz a tomou com os lábios, beijando-a e usando a língua naquele lugar específico que sabia que ela tinha mais sensibilidade.

     — Aaaaahhh... Que delícia. — Liz gem*u safada. Ela sempre ficava com a voz mais rouca do qque o normal quando estava com tesão. — Você ch*pa muito gostoso, Lia. Vai!

     Ouvir isso foi como combustão. Usou a língua em todos os movimentos possíveis. Sentia que estava verdadeiramente devorando Liz. Seu próprio sex* começou a pulsar de tesão novamente. Já se sentia pronta para outra. Precisava de mais.

     Sem pensar muito, se colocou em posição de tesoura encaixando bem os quadris e os clítoris. Lia começou a rebol*r seu sex* contra o dela. Geralmente quem sempre ficava por cima nessa posição era Liz, mas dessa vez estava com vontade de ser mais ativa.

     Era inexplicável aquela sensação de quando os clítoris roçavam um no outro. E o líquido as lubrificando deixava aquela sensação ainda melhor, mais suave e mais gostosa. Sentiu o seu sex* pulsar ao entrar em contato com o dela. Sentia como se estivesse no paraíso de tão gostoso que esse movimento era. Liz abriu mais ainda as próprias pernas e puxou o seu quadril contra o dela para aumentar o contato. Se surpreendeu quando percebeu que já estava quase a ponto de goz*r novamente. Dessa vez as duas começaram a gem*r juntas, enquanto sentiam seus clítoris unidos se dando prazer.

     — Não para, Lia! — Liz grunhiu e continuou apertando o quadril dela com as pernas. Ela queria o alívio do prazer tanto quanto Lia.

     Sem cessar aquele vai-e-vem molhado e gostoso, Lia se esfregou nela ainda mais. Já escutava o leve barulho de sucção que seus sex*s grudados fazia. Isso junto da respiração ofegante das duas e dos gemidos, compunham a sinfonia mais sensual e deliciosa que poderia existir.

     — Aaaahh... Aaaahh... Lia... eu vou...

     — Goz* bem gostoso, amor! Goz* em mim.

     Lia continuou rebol*ndo sobre ela sem trégua. Seu clítoris pulsava junto ao dela. Aquela ardência deliciosa começava a queimar quando sentiu as unhas de Liz arranharem suas costas e um gemido mais profundo ser proferido por ela.

     Se Lia pudesse, ela gravaria a cena de Liz se revirando de prazer em sua retina. Sua face estava avermelhada, esbaforida, suada e com os cabelos presos em seu rosto devido o suor. Ela caiu na cama mole, ofegante e com um lindo sorriso.

     Ver isso, aumentou ainda mais a sensibilidade de Lia e ela continuou à procura de seu próprio alívio se insinuando em Liz sem parar. Estava muito perto.

     — Puta que pariu! — Liz exclamou alto entre um gemido e outro e voltou a atenção para Lia. — Goz* de novo, sua gostosa.

     Nesse momento Liz subiu as mãos para os seios de Lia que balançavam de acordo com as estocadas dos movimentos. Logo ela começou a brincar com seus mamilos, eriçando-os sem parar. Com isso, Lia sentiu aquela onda de prazer tomar conta do seu corpo com ainda mais força.

     — Aaahhh... aaaahh... ai! — Lia soltou um gemido alto e extremamente safado.

     Ainda de olhos fechados, Lia convulsionava com seu corpo por cima de Liz, e sentiu quando a namorada segurou seus cabelos ao pé da nuca, puxando-os e provocando-a enquanto Lia abria a boca e ofegava de olhos fechados. Sentir os fios sendo repuxados ao pé de sua nuca foi uma mistura de prazer e dor deliciosa que pareceu prolongar a sensação de prazer em seu corpo.

     Após se sentir explodir por dentro por alguns segundos, acabou desabando molinha sobre o peito de Liz. Seus cabelos totalmente desalinhados, sua face avermelhada e suada. Na verdade, os corpos das duas estavam molhados de suor e era uma delícia a sensação daquele contato.

     Ela ficou deitada sobre Liz por alguns segundos enquanto recuperava as forças e a respiração. Liz fez carinho em sua face e em seus cabelos, esperando-a pacientemente, ela também tinha a respiração ainda um pouco ofegante.

     Quando Lia levantou seu olhar, viu que ela tinha um sorriso de contentamento nos lábios e o olhos dela tinham aquele brilho familiar de quando as duas compartilhavam aqueles momentos intensos. Liz amava quando as duas faziam uma boa sacanagem.

     — Que cara é essa? — A irritadinha a provocou.

     — A cara de quem está muito feliz por ter levado uma surra. — Ela respondeu ainda sorridente e com o tom sapeca de sempre. — Finalmente depois de meses... eu estava ficando louca já.

     Lia sorriu e se desprendeu do aperto das pernas dela que ainda estavam ao redor de seu corpo e subiu mais até deitar-se com os seios em contato com os dela. Sentir os mamilos em contato um com o outro era uma sensação prazerosa.

     — Eu também estava louca de saudades. — Lia respondeu e depois mordeu o lábio inferior dela.

     — Percebi. Que delícia você goz*ndo em mim duas vezes seguidas. — A rockeira encheu a mão com o cabelo dela, o prendendo bem pela nuca e espalhando um ardor por todo seu corpo ainda sensível. — Eu já quero mais.

     Lia sorriu. Era incrível a sensação de desejar e ser desejada por ela, por outra mulher tão incrível e gostosa. Não importava o que os conservadores dissessem ou o que os religiosos alegassem, fazer sex* com outra mulher era bom sim e sua relação com Liz não deixava nada a desejar.

     — Será que saudade nos deixou ainda mais alteradas? — Lia sussurrou e voltou a beijá-la com força.

     — Faz praticamente seis meses sem esse tipo de contato. Do jeito que o nosso sex* é fogo o que você esperava?

     — Eu esperava exatamente isso. — Lia sussurrou risonha e voltou a beijá-la. — Quero te dar prazer, Liz. Quero te fazer goz*r bem gostoso também.

     Liz mordeu o lábio inferior com sensualidade e depois colou os lábios aos dela. O fato de Lia sempre se preocupar em lhe dar prazer parecia deixá-la sempre mais excitada.

     — Faz o que você quiser, amor.

     Não muito tempo depois as duas recomeçaram a se tocar e a se amar novamente. A saudade era grande demais, necessitavam recuperar o tempo perdido nos braços uma da outra.

***

     Por volta das nove e meia da noite, Liz deitou sobre as costas de Lia recuperando sua respiração e descansando para repor as forças. Os corpos das duas estavam molhados de suor. O quarto deveria estar com cheiro forte de sex*, pois elas simplesmente não conseguiam parar de se amar. Só que agora estavam realmente cansadas.

     As duas passaram um tempo assim. Lia deitada de bruços contra o colchão e Liz recostada sobre suas costas. Deitaram assim logo após Liz lhe comer de quatro.  Sentiu os lábios da rockeira a beijar a sua nuca suada. Lia sentia seu corpo muito sensível e exausto.

     — Hum! — Ela exclamou dengosa para que Liz escutasse. — Você está acabando comigo, hoje.

     — Você também está acabando comigo. — A rockeira sussurrou em seu ouvido. — Eu precisava demais disso, mas agora eu me sinto exausta.

     Liz rolou de cima dela e deitou-se no travesseiro ao seu lado. Imediatamente a irritadinha rolou para deitar-se sobre o peito dela, não queria perder o contato das peles. Não conseguia explicar em palavras o fato da química das peles ser assim tão intensa. A saudade que sentira do corpo de Liz não era normal.

     O fato é que elas também necessitavam uma da outra com loucura. Juntas elas despertavam o melhor uma da outra. Lia sentia que até seu humor melhorava quando estava de bem com Liz e quando as duas estavam ativas sexualmente na relação. Como naquele momento. Mesmo cansada, sentia uma leveza que há meses não sentia. Tinha saudades de beijá-la, dormir com ela, de brincarem e sorrirem uma com a outra.

     De repente uma ideia cruzou a mente de Lia e sorriu sapeca consigo mesma antes de falar.

     — Não imaginei que você ia estar tão carente assim. — Jogou para ver qual seria a reação dela. Tinha certeza que Liz havia sido fiel, só queria brincar um pouco com a noiva.

     — Como assim? O que você esperava? — Liz perguntou sorrindo ainda sem entender onde ela queria chegar.

     — Vai me dizer que passou esses meses todos sem ter contato com alguma outra mulher?

     A pergunta teve o efeito esperado. Logo Liz cerrou as sobrancelhas e olhou-a com estranheza e descrença.

     — Ah, qual é, Lia! Você está brincando, não é?

     Lia não conseguiu segurar o riso e Liz apenas negou com a cabeça reprovando a sua atitude.

     — Brincadeira besta. — Liz falou em tom sério. — Você sabe que isso não aconteceu, não é?

     — Eu estou brincando, amor. — Lia falou a centímetros dos lábios delas e lhe deu um selinho para quebrar o gelo.

     — Até parece. Ciumenta do jeito que você é, deve estar mesmo cheia de ideias.

     Lia gargalhou da cara enciumada que ela tinha e depois tocou a face dela com delicadeza.

     — Juro que não estou pensando isso. Estava só brincando, amor. Eu confio em você.

     — Sério? — Liz perguntou surpresa e gradualmente foi abrindo um leve sorriso de contentamento. — Muito bom ouvir isso.

     — Se eu não confiasse você acha que eu teria ficado de boas quando aquela puta da Cíntia atendeu seu telefone?

     Liz revirou os olhos e pôs outro travesseiro atrás de suas costas para ficar com o tronco mais elevado. Logo em seguido pareceu lembrar de algo e respondeu:

     — Falando nela, tem uma novidade que eu acabei esquecendo de te contar.

     Instantaneamente o corpo de Lia reagiu. Já começou a sentir seus sangue esquentar de raiva. Se Cíntia tivesse aprontado mais uma, iria se ver com ela.

     — Não vai me dizer que essa puta aprontou outra de novo e você não me contou. — Vociferou já sentindo as mãos tremendo com a raiva.

      — Nada disso, fica calma! — Liz passou as mãos pelas costas dela, afagando-a. — Muito pelo contrário. Ela nem fez e nem vai fazer mais nada.

     Naquele momento Lia sentiu seu corpo relaxar novamente. E se aquietou, mas ficou curiosa em saber o que havia acontecido para a noiva falar assim com tanta segurança.

     — O que foi, Liz? — Perguntou sem rodeios. — O que você fez com ela?

     — Quando eu contei para a tia Luísa daquela última que a Cíntia aprontou, ela ficou puta. — Liz começou a contar e continuou a lhe fazer carinho nas costas e nuca. — Ela ficou revoltada com a ousadia da Cíntia e disse que ia tomar providências. Alguns dias depois ela me mostrou um documento judicial alegando assédio e pedindo uma medida protetiva para mim contra a Cíntia.

     — Ela fez isso? — Lia perguntou admirada, mas muito feliz ao mesmo tempo. Sua admiração por Luísa aumentou ainda mais. Finalmente elas tinham tomado medidas adequadas a respeito daquela situação descabida. Já não suportava mais a sombra daquela mulher na relação das duas. — Finalmente! Agora sim possa ser que a Cíntia se controle. Porque se ela tentasse mais alguma coisa, eu juro...

     — Hey, não vai acontecer mais nada. Te prometo!  — A rockeira tratou de acalmá-la e segurou uma de suas mãos, beijando sua palma com carinho e cuidado. — Nada e nem ninguém nunca mais vai se meter entre a gente de novo. Nem muito menos a Cíntia. 

     — Assim eu espero. — Lia suspirou. Tudo o que queria era viver em paz o seu amor com Liz. Queria estar com ela e ser dela sem a sombra de uma ex-namorada perturbada. — Eu também não quero mais nada separando a gente.

     Liz encostou a testa na sua e lhe fez carinho nos cabelos. Lia sempre se sentia mais tranquila com os afagos de sua amada. Mas logo Liz também lhe fez uma pergunta inesperada.

     — E quanto a Vanessa? — O tom de voz dela saiu um pouco enciumado. — Não rolou nada mesmo entre vocês?

     — Claro que não, Liz! — Respondeu sem titubear. Não acreditava que ela ainda estava com essas caraminholas na cabeça. — Vanessa e eu somos só amigas.

     — Hum! — Exclamou duvidosa. — Ela realmente não tentou mais nada?

     — Nada, nada. Tira isso da sua cabeça, por favor.

     — Eu morri de medo de acontecer algo entre vocês duas juntas e sozinhas aqui. — Liz confessou sem olhá-la nos olhos e falando baixinho. — Eu fiz tudo errado.

     — Amor, já esclarecemos tudo isso, não foi? — Lia puxou seu queixo fazendo-a lhe encarar. — Tudo passou. O que importa é que estamos juntas agora.

     — Você tem razão. — Ela respondeu com um sorriso e acariciou sua face. — Estamos aqui e vamos curtir muito juntas.

     — Era o que eu mais queria. Aqui em Londres eu não fiz nada além de estudar e sempre que a gente saía pela cidade era para algum pub junto com a galera do curso.

     — Fez muitas amizades aqui, não é? — Liz sorriu e a observou atentamente. — Eu lembro que você comentou sobre um amigo gay que conheceu aqui. Qual era mesmo o nome dele?

     — O Edson. — Lia falou sorrindo ao pensar no amigo. Somente nesse instante lembrou que tanto Edson quanto Vanessa e o resto da turma tinham marcado de sair à noite. — Inclusive eu tinha esquecido de te dizer um detalhe.

     — O quê? — Liz perguntou abraçando-a.

     — A turma marcou de sair para um pub hoje e eles pediram para eu te convidar. — Lia tapou a boca e sorriu de forma sapeca. Havia esquecido completamente dos amigos na sua ânsia de estar com Liz. — Só agora lembrei. Você ainda quer ir? Todos querem te conhecer, especialmente o Edson.

     Liz pareceu pensativa por alguns segundos, mas logo abriu um sorriso enviesado e respondeu:

     — Por mais que eu esteja louca para ir conhecer os barzinhos daqui e também os seus amigos... — Liz puxou-a até que ela estivesse sentada sobre sua cintura. — Mas hoje à noite eu preciso ficar sozinha com você nesse quarto matando a minha saudade do teu corpo.

     Em seguida, sentiu quando Liz abocanhou seus seios sensíveis, beijando-os e lambendo-os. Lia fechou os olhos apurando o contato, se sentia incendiar novamente, mas seu corpo estava sensível e cansado, e também sentia a barriga roncar de fome.

     — Eu estou com fome, amor. — Lia respondeu e riu de leve, abraçando a noiva pelo pescoço. — Preciso comer e repor minhas energias primeiro.

     Liz parou de ch*par os seios dela e gargalhou. Depois de alguns segundos, respondeu:

     — Eu também estou com fome. Vamos comer aqui no hotel mesmo, então. Vou pedir serviço de quarto.

     Lia arregalou os olhos. Sabia como as refeições em hotéis geralmente eram os olhos da cara.

     — Por que a gente não sai rapidinho para comer algo ou pedimos uma entrega? Vai sair muito caro você pedir aqui.

     — Só hoje, linda. Amanhã a gente dá uma volta. Essa noite eu não quero sair daqui, já disse.

     Lia sorriu e beijou-a. Sabia que dinheiro não era problema para ela, inclusive o quarto de hotel onde estavam deveria ter um preço salgado pelo estilo elegante, localização e a vista maravilhosa de Londres à sua frente.

     A irritadinha concordou com um aceno de cabeça. Depois disso elas olharam o cardápio e pediram um prato leve acompanhado por um espumante. Liz parecia querer comemorar o reencontro quente e gostoso das duas e a irritadinha também queria isso.

     Enquanto esperavam a refeição foram tomar um banho juntas na banheira do hotel, o que foi uma experiência nova e diferente para ambas, que ficaram o tempo todo se agarrando até reacenderem o fogo que parecia longe de atenuar, mas foram interrompidas por batidas na porta. 

     Era o jantar. Atenderam a porta de roupão e fizeram a refeição à meia luz do quarto em frente a grande janela de vidro. Chovia lá fora o que dava ainda mais um clima de romance ao momento. Agora sim Lia se sentia completamente realizada por estar ali em Londres, eram esses momentos com Liz que estavam lhe faltando para desfrutar melhor da experiência.

     As duas terminaram de esvaziar o espumante e voltaram para a cama. Se abraçaram com carinho conversando sobre tudo e inclusive fazendo planos para o futuro, até que o desejo as consumiu novamente e se entregaram nos braços um da outra mais uma vez.


***

Fim do capítulo

Notas finais:

Então pessoal. Quem é viva um dia aparece kkkkkk.


Em meus planos esse capítulo deveria ser o final, mas não deu certo. Iria ficar muito longo. Tive que dividir mais uma vez.


Mas o próximo será realmente o final e eu não pretendo demorar muito tempo novamente. Preciso encerrar o ciclo de Lia e Liz e quero que seja um desfecho satisfatório para todos nós.


Agradeço quem ainda está acompanhando até aqui mesmo depois de tanto tempo.


Espero estar de volta logo com o capítulo final.


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Comentários para 54 - Capitulo 54 - Reencontro:
patty-321
patty-321

Em: 30/06/2025

Que maravilha você voltar !! Agora teremos o final dessa estória maravilhosa!! Essas personagens são muito queridas por mim. Bjs gatinha. Obrigada por postar.

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