Capitulo 33
Luísa estava na sala, ainda tentando se recompor. Seus pensamentos estavam agitados, e a memória do que acabara de acontecer com Bianca não saía de sua cabeça. A sala estava silenciosa, mas sua mente estava longe disso. As lembranças do beijo, da intensidade, do toque de Bianca, continuavam a invadir seus pensamentos, e ela sentia um calor em seu corpo que parecia não querer dissipar. Luísa se apoiou na mesa, tentando recobrar o controle.
"Foco Luisa, foco...", pensou, ainda sentindo as pernas bambas e o calor do toque em sua pele. Como eu pude deixar isso acontecer?
Ela suspirou profundamente, tentando afastar os pensamentos, mas a sensação de prazer que ainda se estendia por seu corpo a traía. Levantou-se, caminhando até a janela, olhando para fora, tentando se distrair. Mas, a cada segundo, a memória do momento com Bianca só aumentava, como uma chama que não queria se apagar.
Foi então que ouviu uma batida na porta. Antes de conseguir se recompor e dispensar quem quer que fosse, a porta se abriu, e Mariana entrou, com aquele olhar curioso e uma expressão descontraída, como se nada fosse um problema para ela.
“Posso entrar ou você tá ocupada demais, professora?” Mariana perguntou, com um tom de provocação, fechando a porta atrás de si e olhando Luísa de maneira desconcertante. “Eu só queria saber se é seguro estar aqui... já deu pra ouvir um…barulho... intenso vindo dessa sala, sabia?” Mariana cruzou os braços e se aproximou, parecendo completamente à vontade, como se estivesse em casa.
Luísa, ainda tentando manter a compostura, soltou um riso nervoso, mais por causa do desconforto do que pela própria situação. "Ah, é... foi... Mari, foi uma loucura, eu sei. Não pensei direito, acho que ela também não pensou... não deu pra evitar, foi um imprevisto."
Mariana deu um sorriso travesso, mexendo na franja que caía sobre os olhos, e se aproximou ainda mais. "Imprevisto, né? Sei... Sei... Fiquei aqui pensando, e olha, vou te ser sincera... tá fedendo a perereca aqui, sabia? Não queria te incomodar, mas parecia que a coisa estava bem quente, e sinceramente, nem é seguro por aqui o que vocês andam aprontando. Não vou nem perguntar se você pirou, mas... será que eu quero saber como as coisas chegaram a esse ponto ou é melhor nem perguntar e ficar com a negação plausível?"
Luísa ficou paralisada por um momento, sem saber se ria ou se ficava completamente vermelha. Ela olhou para Mariana, tentando disfarçar a tensão que ainda corria por seu corpo. "Mariana, por favor, você tem que me apoiar. É pra isso que melhores amigas servem."
"Ah, claro que tenho, professora", Mariana respondeu com tom de voz ainda mais ousado. “É claro que sei! O problema é que eu não sei se fui só eu que ouvi a festa do oba oba que tava rolando, porque você não gem*, você grita. Sinceramente, não quero nem saber o que essa menina fez com você. Agora, só não sei se o problema é o barulho... ou o cheiro ou a sua cara. Mas, sinceramente, não sou eu que vou julgar, né?”
Luísa deu uma risada nervosa, tentando esconder o desconforto, mas foi impossível. "Você realmente não tem jeito, Mariana."
Mariana olhou para Luísa com uma expressão divertida, como se já soubesse que estava tocando um ponto sensível. "Ah, é... A senhorita poderia me ajudar, né? Eu só...,Espero que mantenha suas atividades extracurriculares em casa. Deus sabe o que essa menina vai fazer com você na próxima vez. Quer uma pomadinha pra assadura?"
Luísa, por um momento, não soube o que dizer. O que ela poderia responder? Mariana estava certa, e pior, parecia se divertir com a situação. Tudo o que Luísa queria agora era escapar da conversa, mas Mariana estava determinada a fazer o momento ainda mais desconfortável.
“Mariana, você... já deu, né? Errei, fui moleque... não resisto a uma pirralha loira. Precisa mesmo de tanto julgamento?” Luísa tentou dar um tom sério, mas não conseguiu esconder o pequeno sorriso no canto da boca, sabendo que não conseguiria se livrar dessa situação tão facilmente nem da felicidade culposa que parecia reluzir por seus poros.
Mariana, com um olhar de quem já havia vencido a batalha ou talvez de quem sabia que era uma batalha perdida, deu de ombros. "Eu sei que você já tá se julgando muito, Luluzinha, então vou te dar um alívio. Mas olha, eu só tô aqui pra alertar você sobre o escândalo que você fez enquanto sua novinha fazia coisas que eu não quero nem imaginar. Da próxima vez, tenta fazer de um jeito mais discreto, porque, pelo visto, as coisas estão realmente pegando fogo entre vocês duas. E diz pra sua 'namorada' pegar leve, na sua idade... tsc, tsc, é perigoso."
"Ela não é minha namorada", Luísa respondeu rápido, mas a ideia de Mariana a fez pensar. Afinal, era uma boa ideia... O que era um peido pra quem já estava toda cagada?
Fim do capítulo
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