Capítulo 1
Senti a vibração em meu pulso, abri um olho e apertei “adiar” na tela do meu relógio. Virei de um lado para o outro na cama, com os olhos completamente fechados. Dez segundos depois, ou pelo menos essa tinha sido minha impressão, o relógio vibrou de novo, seguido de um som baixo.
Apertei “adiar” novamente, já ficando consciente de que meu tempo de enrolação estava acabando. Quando o relógio vibrou pela terceira vez, suspirei profundamente, abri os dois olhos com dificuldade, apertei finalmente em “parar” e me sentei na cama de uma só vez, rápido, porque se não fosse assim, eu sabia que voltaria a dormir. E aí só acordaria vinte minutos depois quando o despertador — que eu tinha colocado por precaução — tocasse. E esse não vibraria no meu braço. Tocaria bem alto no meu celular, que ficava sempre ao meu lado, na cama de casal que eu não dividia com ninguém.
Eu tinha a minha rotina da manhã. Aliás, tinha uma rotina para tudo. Tudo igual, todos os dias. Exceto nos finais de semana.
Mas ao acordar era a seguinte: conferir as notificações no celular. Responder se houvesse algo importante. Depois abrir o Twitter para ver as notícias do dia. Era o meu jornal diário. Entrava no Instagram, olhava as primeiras três fotos, respondia as postagens que meus amigos me encaminhavam e saía do aplicativo. Voltava para o Twitter e rolava a tela. Rolava. Rolava. Aí me lembrava que precisava levantar da cama. Tinha que ir trabalhar.
Pegava meu roupão velho e desbotado. Calcinha e sutiã. Era o que eu levava para o banheiro. O resto eu vestiria no quarto. Se tivesse acordado bem, colocava música para tocar no celular. Prendia o cabelo em um coque mal feito no topo da cabeça. Entrava devagar no chuveiro, primeiro os pés, as mãos, os braços, as pernas, até meu corpo se acostumar com a temperatura da água.
Eram sete e vinte quando saí do chuveiro, coloquei meu roupão e peguei o celular. O horário estava bom.
Para mim, a pior parte era: escolher o que vestir. Todo dia. Calça, blusa… Essa. Não, essa não. Mexia entre as roupas da gaveta. Fechava uma. Abria outra. Não… Já usei semana passada. Abria o armário. Qual calça vou vestir hoje? Hum… Essa é melhor usar sexta. Sexta é um dia tranquilo, ninguém te exige muito, ninguém repara em ninguém. Vou deixar para sexta. Voltava para as gavetas. Blusa… Qual blusa? E assim ficava até faltar uns quinze minutos para o início do meu expediente. Agora não tenho mais tempo, vai ter que ser essa mesmo.
Uma vez fiz a bobagem de sugerir aos meus colegas de trabalho que fizéssemos um uniforme. Assim… só uma blusa igual para todos. As mulheres do setor me olharam como se eu tivesse acabado de soltar uma enorme blasfêmia. Nunca mais toquei no assunto.
Roupa vestida, colocava o tênis. Sempre tênis. Depois ia até a cozinha, preparava um leite com achocolatado. Metade do copo. Esse era meu café da manhã. Todos os dias. Bebia rápido, escovava os dentes, penteava o cabelo. Que era partido no meio. Às vezes eu jogava um pouco de lado. Mas era sempre assim, sempre solto. Passava o hidratante no rosto, depois o filtro solar com cor. Essa era minha maquiagem. Maquiagem de verdade? Muito raro, só quando eu saía. E por maquiagem de verdade eu quero dizer um lápis muito mal passado no olho e um rímel que sempre borrava. Rímel? Ou era máscara? Não sei. Não importa, de qualquer forma.
Coloquei os óculos de grau e saí de casa faltando cinco minutos para as oito da manhã. Estava atrasada? Não, pelo contrário. Eu levava três minutos da minha casa até o trabalho. A pé. Sim, eu já havia cronometrado. Isso quando não precisava parar com ninguém no caminho.
Ah, o caminho. Sempre o mesmo. Todos os dias. Fechava o portão (baixo, sem cadeado, que até uma criança de sete anos pularia), andava um pouco e encontrava Seu Manoel:
— Ô menina, tá boa?
Assim mesmo “ô menina”. Todos os dias. Ele me conhecia? Tenho certeza que não sabia meu nome, mas sabia quem eu era. Me via todos os dias. Nos cumprimentávamos todos os dias. Ele sabia de quem eu era filha, de quem eu era neta. Mas não sabia meu nome. E não faria diferença:
— Ô Seu Manel…
Assim mesmo. Seu Manel. E meneava a cabeça. Era um cumprimento comum. Não parava, só falava enquanto passava por ele, parado na porta do seu botequim, um bar minúsculo, mas que nunca ficava vazio. Terça-feira? Oito horas da manhã? Tinha gente. Assim como todos os outros dias. Mas sempre as mesmas pessoas. Homens, da idade de Seu Manoel, alguns aposentados, outros que trabalhariam depois de uma dose, alguns que ficariam bêbados pelo resto da semana…
Andei mais um pouco.
— Ciça…
Eu sorria:
— Oi, tudo bem?
Dona Vanda. Eu a conhecia? Desde que me lembrava… Sabia quem era, sabia seu nome, sabia onde morava. Isso era conhecer?
Passou por mim também sorrindo. Andei mais um pouco, quase chegando. Um carro passou e buzinou. Acenei da calçada. Tia Lia. Não era minha tia de verdade. Era amiga da minha mãe. E o esposo dela era amigo do meu pai. Jogaram futebol juntos. Ela me viu crescer. Assim como minha mãe viu os filhos dela. O costume fazia com que o “tia” perdurasse.
Cheguei na porta da minha repartição e cumprimentei mais algumas pessoas que estavam conversando. Entrei, finalmente.
— Bom dia… Bom dia…
Todo mundo respondia:
— Bom dia! Bom dia, Ciça!
Todo dia era assim. Minha rotina. E eu gostava. Minha vida era uma maravilha? Não. Mas também não era ruim. Eu morava a menos de cinco minutos à pé do meu trabalho. Numa cidade de índice quase zero de criminalidade. Era só olhar em volta. As crianças andando sozinhas, indo e vindo da escola, ou com uma bola debaixo do braço para jogar na quadra da praça. Os carros ficavam com os vidros abertos, estacionados de qualquer jeito perto das calçadas. No dia anterior, por exemplo, quando fui até a farmácia, tinha um carro parado — não estacionado, só parado — com a porta escancarada e ligado. Sim, ligado, a chave na ignição. E assim ficou por alguns minutos enquanto o dono comprava o que precisava e voltava.
— Vai querer café, Ciça?
Olhei para Fátima parada na porta da minha sala. Só o rosto aparecendo, o corpo escondido atrás da parede.
— Sim, já temos?
Ela sorriu e saiu. Sabia que iria buscar uma xícara para mim. Era assim, todo dia. Raramente eu não aceitava, só se estivesse mal do estômago ou algo parecido.
E como eu já sabia que iria acontecer, ela voltou, andando devagar com uma mão no pires e outra na alça da xícara, se equilibrando para não derramar.
— Obrigada!
Depois de algumas palavras ela se despediu:
— Ainda preciso terminar de limpar lá no arquivo…
E foi. Me deixando sozinha na sala. Meus colegas ainda não tinham chegado. O pessoal não era muito careta com horário. E a gente se ajeitava assim. Eu gostava de chegar cedo, de assinar o livro-ponto, de estar sempre correta.
Pousei a xícara na mesa e liguei o computador. Teria que esperar. Pelo menos uns cinco minutos até a máquina estar pronta para o uso. Às vezes levava meu notebook, quando sabia que teria bastante trabalho. Aquele computador devia ter quase uns quinze anos. Sempre diziam que seria trocado. Eu trabalhava ali desde os meus vinte anos, nunca tinha chegado nem perto de alguém colocar as mãos para se livrar dele e substituir por um novo. Doze anos naquele emprego. Naquela sala. Com aquele computador.
Eu estava reclamando? Do computador, sim. Do meu emprego, acho que não.
Eu estava na faculdade de administração, no sexto período, quando fiz sem maiores pretensões o concurso municipal. Fiz porque me disseram para fazer. “É concurso, para a vida toda.” “Faz! Você vai ter estabilidade. E depois vai vendo o que você quer fazer da vida…”
Fui vendo… E vendo… E nunca via de verdade. Terminei a faculdade, que fiz sem realmente amar. Odiava? Não. Mas também não podia dizer que era a realização de um sonho. Também não tive muitas opções. A Universidade mais próxima ficava a mais de duas horas da minha cidade. E o número de cursos disponíveis era bem limitado. Fui meio que por eliminação. Morar lá? Não compensava. Minha família não era rica. Nem pobre. Mas pagar um aluguel, contas, alimentação em outra cidade, apertaria — e muito — o orçamento dos meus pais. Meu pai era funcionário público. Minha mãe vendia produtos artesanais que fazia em casa. E depois veio o concurso. Não podia abrir mão do meu emprego — estável! — e me mudar.
Mas havia um ônibus gratuito que levava os alunos todos os dias. Saíamos daqui cinco da tarde. Chegávamos de volta quase meia-noite, em um dia sem intercorrências na estrada.
Quatro anos assim. Me formei. E agora? Aqui na minha cidade não tinha nenhum escritório ou empresa que pudesse me oferecer uma vaga. Abrir um? Acho que não. Mandei currículos para escritórios de cidades vizinhas. Até recebi propostas, mas valia a pena? Financeiramente, receberia quase a mesma coisa que já recebia. E sem a estabilidade. A bendita estabilidade. Acho que me acostumei com ela. E ela foi se alastrando para todas as áreas da minha vida. Gostava da estabilidade.
Bateram na minha porta, que estava aberta. Levantei os olhos do computador — tinha ligado, finalmente — e vi Jonas. Ele trabalhava na tesouraria, por isso de vez em quando precisava de alguma coisa do meu setor, que era de administração e RH.
— Bom dia, Ciça… Já posso te perturbar?
Sorriu um sorriso amarelo para mim. Sorri de volta, sem mostrar os dentes:
— Bom dia…
Tentei ser simpática:
— Fala pra mim, do que você precisa?
Não sei se consegui. Nunca tive traquejo social. Muitas vezes tive certeza que me achavam estranha. Ou antipática. E com Jonas era pior porque, fiquei sabendo por uns amigos, ele confessou ter interesse romântico em mim. O Jonas! Não era nada pessoal. Só que eu gostava de mulheres. Não sei se ele sabia. Eu sempre tinha sido muito discreta. Nunca assumi um namoro publicamente, apesar do meu círculo de amizade saber, nunca andei de mãos dadas na rua com uma mulher. Nunca postava nada explícito nas redes sociais. Era sempre uma coisa nas entrelinhas, mas que, para bons entendedores, bastava.
Olhei para ele. Era dois anos mais novo que eu. Eu sabia. Ali todo mundo sabia da vida de todo mundo. Era inevitável. Sabia porque sabia. Porque ele sempre estudou no mesmo colégio que eu. E era duas séries atrás da minha. Era magro, não era alto, alguns centímetros maior que eu — eu tinha 1,63 — usava o cabelo cortado como todos os outros homens héteros daquela cidade. E uma tentativa de barba, que ficava no meio termo, porque ele não tinha pêlos suficientes para encher a cara.
— Preciso daqueles empenhos que te falei ontem… Consegue pra mim?
Continuei com meu sorriso que era só um puxar dos cantos dos lábios:
— Consigo sim. Já levo na sua sala, pode ser?
Não queria ir na sala dele. Era um reduto de masculinidade tóxica e frágil. Só homens. Quatro, para ser mais exata. Mas o que eu poderia fazer? Deixá-lo em pé esperando na minha sala, em um silêncio constrangedor, enquanto eu procurava?
— Ótimo! Valeu!
Sorriu largo de novo. Deu dois tapinhas no batente da porta e saiu.
Voltei minha atenção para o computador. Acessei o sistema. Procurei o que precisava. Gabriela chegou.
— Bom dia, Ciça!
Respondi desviando o rosto da tela e sorrindo para ela, mas sem tirar as mãos do teclado. Escutei os sons da rotina dela. Puxava a cadeira de rodinhas, colocava o casaco no encosto. Deixava a bolsa no canto da mesa. Sentava e ligava o computador. Tinha que esperar. Levantava e saía da sala. Iria voltar depois de alguns minutos com uma xícara de café. Dependendo de quantas pessoas encontraria na copa, demoraria um pouco.
Achei os empenhos. Imprimi o que precisava. Abri uma gaveta daquelas de arquivo de aço. Procurei. Achei. Coloquei tudo na capa. Jussara chegou. Caminhou até a mesa dela, que era ao lado da minha. Precisava esperar para saber o humor do dia. Às vezes ela chegava cantarolando e dava um bom dia bastante animado. Em outras chegava muda e saía calada. Durante todo o expediente. Todo. Nós já sabíamos, então ninguém falava com ela. Naquele dia parecia estar um meio termo, pois sentou e, sem me olhar, disse um bom dia neutro. Respondi e avisei que levaria uns documentos na tesouraria.
Caminhei pelo corredor, suspirei desanimada, passei por algumas pessoas que ainda não tinha visto naquele dia:
— Bom dia…
Cheguei na porta da sala e bati rapidamente. Abri e escutei na mesma hora as risadas. Parecia que estava entrando em uma sala de aula da quinta série. Sim, quinta série, era assim que se chamava na minha época. Os quatro homens se viraram para mim.
— Bom dia, Ciça!
Respondi sem olhar para nenhum deles diretamente. Levantei a capa que tinha nas mãos e olhei para Jonas:
— Trouxe os empenhos.
Ele se levantou e pegou os papéis da minha mão, agradecendo. Pronto, eu iria sair dali. Ufa! Sem maiores interações. Mas Cláudio me chamou:
— Hein, Ciça, olha esse sapato de Renato… Isso é de mulher, não é não? Fala sério…
Eu não precisava responder. Nem conseguiria. Na mesma hora um amontoado de vozes e risos e tapinhas nas costas de Renato, que também ria, tentando se defender:
— Vocês estão com inveja… Isso aqui é couro, tá bom? Olha aqui…
E levantou um pouco a barra da calça, mostrando o sapato, que mais parecia uma bota, dando mais material para os outros continuarem.
Aproveitei que desviaram o foco de mim e saí, fechando a porta. Balancei a cabeça de um lado para o outro enquanto andava pelo corredor de volta para minha sala. Era sempre assim. Aquele era o retrato perfeito dos homens daquela cidade e das cidades vizinhas. Eu poderia culpá-los? Foram criados assim. Então de quem era a culpa? Dos pais? Dos avós que criaram os pais? Bom, mas já estamos no século XXI. Existe um milhão de maneiras de entrar em contato com outras pessoas, outras culturas, outras formas de se viver e de ver a vida… Mas ali? Alguém se interessaria em pensar diferente? Acho muito difícil.
Eu mesma demorei, lutei, sofri, me maltratei por bastante tempo. Eu era uma menina. Então eu deveria gostar de um menino. E falar dele entre risinhos com minhas amigas. E escrever sobre ele no meu diário. E pensar nele antes de dormir. Teve o Ian. Eu gostava de Ian. Gostava? Na época me convenci que sim. E ele gostava de mim de volta. Tínhamos os casais formados. Eu era o par de Ian. Ele realmente era bonitinho. Era um namorico infantil que não passava de troca de cartas, por um tempo. Só fomos nos falar diretamente quando tínhamos treze anos. Me lembro como se fosse ontem, eu sentada na escada da casa de Paula, porque minhas amigas me disseram que ele queria conversar comigo. Conversar o quê? Fiquei sentada sozinha. Depois ele apareceu, sem me olhar. Estava escuro, só a fraca luz do poste iluminava alguma coisa. Ele sentou distante de mim. Ficamos em silêncio. Ele queria conversar comigo. Silêncio. Minutos de silêncio. Ele meio que se contorcia, tirava o boné, colocava o boné, mas não falava nada. Nem me olhava. Eu muito menos sabia o que dizer. Até que depois de longos minutos — e de alguns amigos, meus e dele, aparecerem para espiar o que estávamos fazendo — ele falou:
— Quer ficar comigo?
Não!
Acho que não queria. Mas naquela época o meu pensamento não passava nem perto da possibilidade de eu ser lésbica. Não era uma questão. Isso não existia na minha cabeça, nem na minha realidade. O que me amedrontava era o fato de ter que beijar. Eu não sabia beijar. Eu nunca tinha beijado. Todas as minhas amigas sim, mas eu não. Eu queria beijar. Queria deixar de ser a “BV” do grupo, mas morria de medo. De fazer alguma coisa muito errada. Dele não gostar. De rirem de mim.
Eu lembrava de quando uma amiga beijou pela primeira vez e o garoto riu e disse que ela tinha mordido sua boca. Disse na frente de todo mundo que estava esperando — e vigiando — enquanto eles se engalfinhavam, os rostos colados, se mexendo de um lado para o outro, no que para mim parecia muito estranho.
E se Ian fizesse o mesmo? E se ele risse? E se falasse para todo mundo que eu não sabia beijar?
— Hoje não…
Foi o que eu pensei. Eu queria tentar. Pior é que eu queria. Não porque meu corpo ansiava pelo beijo de Ian, mas porque eu queria tirar aquela pressão, queria não ficar constrangida e calada quando o assunto das minhas amigas era beijo. Mas ao mesmo tempo parecia errado. Eu não conseguia, não sabia como aproximaria meu rosto, minha boca da de Ian e… depois o quê? Abrir a boca? E deixar aberta? E a língua, o que eu ia fazer com a língua, meu Deus? Tinha que movimentar a cabeça? Eu estava apavorada.
— Que dia então?
Eu não sei, Ian! Eu não sei, cacete.
Fui eu que demorei a falar daquela vez:
— Não sei…
E aí ele se levantou, sem olhar para mim. E andou, sem olhar para trás. Eu ainda fiquei um tempinho parada no mesmo lugar, até me levantar e sair da escada da casa de Paula. Estava dividida entre o alívio daquele momento constrangedor ter acabado e a vergonha de falar com minhas amigas, que me esperavam sentadas no portão de outra casa, um pouco mais para frente:
— E aí? Beijou?
Baixei meu olhar e disse tentando parecer descolada:
— Hoje eu não tô afim…
Essa lenga-lenga com Ian ainda durou um tempo. Uma vez estávamos assistindo filme na casa dele. Eu, ele e mais um casal de amigos. Casal assim, que se beijava no recreio do colégio, não namorados de verdade. E aí começou a conversa, beijo, ficar…
— Vamos? Vocês dão um selinho e a gente dá também… Primeiro vocês.
Acho que todos queriam ajudar o pobre do Ian que não conseguia nada comigo. E aí teve um selinho. E esse foi o ato mais íntimo que aconteceu entre eu e Ian. Logo depois eu fiquei sabendo que ele estava ficando com outra menina. Eu era apaixonada por Ian? Não. Mas ele era o meu par. A culpa foi minha que enrolei o garoto? Com certeza. Mas mesmo assim eu me lembro de ter ido dormir chorando, ouvindo Too Little Too Late no meu MP3 à pilha.
Fim do capítulo
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