Capitulo 35
A luz suave da manhã entrava pelas frestas das cortinas, iluminando o quarto com um brilho cálido. Gabriela piscou lentamente, sentindo o corpo relaxado, envolvido por um calor confortável. Quando se virou, encontrou Olívia ainda dormindo ao seu lado, os cabelos bagunçados espalhados pelo travesseiro. A policial parecia quase irreconhecível: sua expressão normalmente firme e controlada agora era vulnerável, pacífica, com apenas o som suave da respiração e o leve farfalhar das cortinas, quando o vento suave da manhã se fazia sentir. Gabriela ficou ali, sem pressa, absorvendo cada detalhe daquele momento. Ela não se lembrava de quando foi a última vez que se permitiu estar tão tranquila, tão completamente presente com alguém.
Gabriela sorriu ao vê-la assim, tão calma, era uma visão rara, e ela queria aproveitar cada segundo. Tentando se mover sem fazer barulho, começou a se levantar, mas uma mão a puxou de volta.
O silêncio confortável tomou conta do quarto, a ternura do gesto de Olívia, de se enroscar nela, parecia uma revelação. A policial, sempre tão firme e controlada, estava ali, vulnerável, mostrando uma faceta que Gabriela sabia que poucos tinham o privilégio de ver. Ela sentiu uma mistura de emoções: carinho, desejo, mas também uma leve ansiedade. O que tudo aquilo significava? Ela não tinha respostas, mas naquele momento, não havia pressa para encontrar.
"Você não vai a lugar nenhum", Olívia murmurou, a voz rouca e arrastada pelo sono. Seus olhos ainda estavam fechados, mas sua mão apertava a cintura de Gabriela com firmeza.
"Bom dia pra você também", Gabriela disse, rindo baixinho, enquanto era puxada de volta para a cama.
Olívia abriu os olhos lentamente, revelando um brilho suave, ainda envolto pela sonolência. "Você está tentando fugir antes que eu acorde?" perguntou, a voz carregada de um tom brincalhão e manhoso.
Gabriela revirou os olhos, mas o sorriso em seu rosto entregava sua diversão. "Claro que não, a casa é minha, sabia? Só estava pensando em pegar um café."
Olívia soltou um som de protesto, puxando Gabriela para mais perto. "O café pode esperar. Fica aqui comigo." Ela envolveu Gabriela com os braços, aninhando-se contra ela como se fosse a coisa mais natural do mundo.
"Você sempre é assim tão manhosa de manhã?" Gabriela provocou, passando os dedos pelos cabelos de Olívia.
"Só quando estou com você, gatinha", Olívia respondeu, enterrando o rosto no pescoço de Gabriela. "E nem tente usar isso contra mim."
Gabriela riu, sentindo a respiração quente de Olívia em sua pele. "Você é cheia de surpresas, sabia?"
"Boa coisa eu ser toda sua, então. Só aproveite", Olívia murmurou, apertando-a ainda mais. Por um momento, as duas ficaram em silêncio, aproveitando o conforto uma da outra, sem a pressa ou as responsabilidades que normalmente dominavam suas vidas.
Gabriela se inclinou para beijar a testa de Olívia, sentindo uma onda de ternura que a pegou de surpresa. "Tá bom, eu fico. Mas só porque você pediu de um jeito tão irresistivelmente fofo."
Olívia ergueu o olhar, com um sorriso preguiçoso e satisfeito. "Sabia que você não resistiria, gatinha. Eu sou sua namoradinha, afinal."
Fim do capítulo
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