Era um final de tarde tranquilo quando Bianca recebeu a mensagem de Luísa.

Minha Malvada Favorita: Oi. Quer vir aqui em casa ver um filme?

Bianca sorriu ao ler aquilo. A pergunta parecia inocente, mas sua mente, claro, fez questão de transformar em algo mais sugestivo. Ela não ia perder a chance de provocar um pouco.

Bianca: Você tá me chamando pra "ver um filme" ou pra "Netflix"?

Passaram-se alguns segundos antes da resposta de Luísa chegar.

Minha Malvada Favorita: Ué? Tenho vários canais de streaming. A gente pode ver o que você quiser. Mas se você gosta de Netflix, pode ser também.

Bianca soltou uma risada alta. Era impossível não achar graça da completa falta de malícia da outra.

Bianca: Luísa, você é uma graça. Sério.

A resposta veio quase imediatamente.

Minha Malvada Favorita: O quê? Você vem, né? Eu não me importo muito com o que a gente vai ver. Só queria passar um tempo com você. Por que você tem que complicar tudo?

Bianca sentiu o rosto esquentar um pouco. Luísa era sempre tão direta que a deixava sem graça às vezes. E, sendo sincera consigo mesma, a ideia de passar um tempo só as duas parecia absurdamente tentadora.

Bianca: Tá bom, tá bom. Eu vou. Mas se for um filme chato, vou reclamar o tempo todo.

Minha Malvada Favorita: Não espero menos de você, mas se você ficar matracando eu te dou um cala boca, a casa é minha, minhas regras.

Bianca arregalou os olhos e ficou encarando a tela por alguns segundos. Então, mordeu o lábio e digitou a resposta antes que se arrependesse.

Bianca: E vai fazer isso como, posso saber?

Minha Malvada Favorita: Para de enrolar e vem logo, se você não se comportar eu te monstro.

O celular apitou de novo, e a resposta de Luísa veio acompanhada de um emoji de carro e outro de piscadinha.

Bianca soltou um suspiro e jogou o celular no sofá, mas seus olhos continuavam fixos na tela. O erro de digitação de Luísa só deixava tudo mais cômico, mas, ao mesmo tempo, o efeito da mensagem ainda estava ali.

Ela passou a mão no rosto, tentando disfarçar um sorriso. Seu coração batia mais rápido do que deveria para algo tão simples, e a ideia de estar sozinha com Luísa numa casa… no sofá… assistindo um filme…

— Eu vou me meter em encrenca.

Ela pegou a chave do carro. E, claro, o celular.

Bianca: Tô indo. Se eu desaparecer, a culpa é sua.

Minha Malvada Favorita: Eu assumo a responsabilidade. Vem logo.

Bianca riu, sentindo a ansiedade e a empolgação se misturarem no peito.

Ela definitivamente não ia se comportar.

Fim do capítulo