Capitulo 13
Eu desliguei o telefone com Ana e fiquei ali, parada no meio do quarto, com o coração ainda batendo acelerado e a mente uma bagunça. Não sabia se ria, se chorava ou se simplesmente tentava ignorar o que acabara de acontecer. O beijo com Luísa foi impulsivo, confuso, mas, de alguma forma, deixou algo diferente no ar. Eu não conseguia deixar de pensar nisso.
Respirei fundo, tentando colocar a cabeça no lugar. Se eu fosse atrás de Luisa, o que diria? Como começar a conversa depois daquele beijo bagunçado? Eu sabia que precisava resolver, mas o medo de ser julgada, de ter feito algo errado, estava me consumindo.
Decidi que iria procurá-la. Só que não seria agora. Eu precisava de tempo para me preparar. Mas o que eu não sabia era que Luísa também estava lidando com os próprios demônios. Ela era a professora. Ela tinha controle. Mas no fundo, ela sabia que não conseguia se controlar completamente quando estava perto de mim.
Era quase como uma brincadeira de poder. E eu não sabia até onde estaria disposta a ir.
Enquanto isso, no campus, as coisas continuaram seu curso. Eu fui para as aulas como se nada tivesse acontecido, mas a tensão estava ali, pairando no ar. Foi então que, no corredor, vi Luisa. Ela estava parada, conversando com um grupo de alunos, mas quando me viu, seus olhos brilharam de uma forma que me fez parar por um segundo. Ela sorriu, mas foi um sorriso rápido, contido.
Eu não podia fugir agora. Ela estava ali. Eu estava ali. O que eu ia fazer agora?
Caminhei até ela. O coração estava batendo forte, mas não podia mostrar que estava nervosa. Eu sabia que tinha que ser forte.
“Professora,” eu disse, minha voz mais firme do que eu me sentia. “Podemos conversar?”
Ela me olhou por um momento, a maldita da sobrancelha arqueada, mas depois deu um passo à frente, como se tivesse se preparado para isso. “Eu pensei que você fugiria de mim,” disse ela com um sorriso cínico.
“Eu não fujo de ninguém,” respondi, tentando esconder a incerteza. “E não fui eu que corri como se a minha calcinha estivesse pegando fogo.”
Ela olhou ao redor, como se estivesse avaliando a situação. “Aqui não é o lugar certo,” disse ela, sua voz baixa, quase imperceptível para os outros. “Bianca, você é minha aluna, e estamos na faculdade, lembre-se disso?”
Fim do capítulo
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