Capitulo 9
sete meses se passaram desde que eu entrei no projeto EQPro, e, de alguma forma, nada havia mudado. Eu ainda estava lá, lidando com Luísa, e ela ainda era... bem, Luisa. A diferença era que, agora, ela estava ainda mais insuportável.
Todo dia era uma tortura. Cada trabalho, cada relatório, cada ideia que eu colocava em prática, parecia ser um convite para a Luisa encontrar algum defeito. Eu passava mais tempo refazendo coisas do que realmente criando. E claro, sempre a mesma ladainha: “Bianca, você pode fazer melhor. Isso não está nem perto de ser bom o suficiente.”
E eu, como sempre, lá estava eu, ficando até mais tarde, refazendo tudo de novo. Às vezes, me pegava imaginando como ela ainda conseguia me fazer sentir tão incapaz. Era como se o tempo tivesse parado para mim... mas para ela, parecia que os anos estavam só aprimorando aquele olhar penetrante, aqueles sorrisos sarcásticos e aquela voz rouca que me fazia derreter por dentro.
“Bianca, você é um caso perdido, sabia?” A voz dela cortava o silêncio da sala mais uma vez. Eu queria arrancar meus cabelos. “Você vai ter que se esforçar muito mais se quiser chegar a algum lugar com isso aqui.”
Mas, claro, eu não podia dizer nada. A pressão da Luísa era como uma bola de neve, e eu estava sempre tentando empurrá-la para baixo, enquanto ela ia só aumentando.
Quando a Ana me encontrou em uma dessas minhas crises de autocrítica, ela teve a audácia de dar aquele sorriso maroto e falar:
“É, sim, Bianca... isso e mais um pouco. Se aquele peixão cai na minha rede, eu como até o rabo.” Ela riu, e eu, com aquele olhar perdido de quem está tentando se convencer do óbvio, disse, tentando me fazer de durona:
“Eu já superei, Ana. Luisa? Pfff, foi só um crushzinho bobo. Ela nem é tão gata assim. Não, não mesmo. Ela... ela não tem envelhecido tão bem, não.” Eu ri, tentando me convencer.
Ana me olhou com uma sobrancelha levantada, como quem diz “vai nessa, então”, mas eu não podia mais enganar nem a mim mesma. Eu já sabia que estava mentindo.
“Droga, quem eu estou tentando enganar?” Eu pensei em voz alta, sem querer. “Aquela mulher é uma deusa. Uma deusa do inferno, que faz da minha vida um inferno. Como é que ela tem aquele corpo, aquela voz rouca, aqueles olhos... Não, não, não. Para, Bianca. Supera isso.”
Mas, no fundo, eu sabia que não era tão simples. O que eu sentia por ela não era só um crushzinho qualquer. Era algo muito mais intenso, e, por mais que eu tentasse esconder, a sensação de estar presa naquela montanha-russa emocional me consumia.
Ana, com aquele tom debochado de sempre, não me deixou continuar minha luta interna. “Ai, Bianca... para de se enganar, amiga. Se você continuar com esse joguinho de ‘superar’, eu vou ter que chamar a Luisa de ‘sua deusa’, porque, convenhamos, o que ela faz com você é quase divino. Vou até levar uma vela de rezar pra ela, só por precaução.”
Eu só soltei uma risada nervosa. Eu sabia que Ana tinha razão, mesmo que ela estivesse fazendo piada de tudo. Porque, se eu fosse ser honesta comigo mesma, a Luisa estava sempre ali, como um feitiço, e eu não sabia como quebrá-lo.
Fim do capítulo
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Gaya
Em: 06/02/2025
Hallooooo Lenass!
Que trama danada de boas!
Essa Ana é uma figurassa! Acredito que, graças a ela, Bianca ainda não infartou!
Pô autora lindas... Dê um empurrãozinho na Bia... Que ela possa surpreender literalmente em todos os sentidos essa Profê "carrasca" e gostosona de acordo com as personagens.
Bianca precisa ter coragem pra mergulhar profundamente e enxergar a parte oculta do iceberg que Luísa camufla com essa postura de durona.
Jogue pólvoras nas brasas das protagonistas!
Grande abraço!
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lenass Em: 06/02/2025 Autora da história
Adorei o comentário! Fico muito contente que você esteja lendo e gostando! Eu particularmente adoro a Ana, ela deixa tudo melhor.
E olha... eu bem que queria dar só um empurrãozinho na Bianca, mas do jeito que ela é, tá difícil! Esse povo de exatas... complicados até pra cair na real!
Eu super apoio dar uma incendiada nisso, tá tão parado, né!?
Abraços...