CAPÃ?TULO 62: LIÃ?Ã?O 59- REFAÃ?A O CAMINHO
Meu plano tinha vários furos, um milhão de incertezas, nem quero mencionar o número de chances que eu poderia prever em falhar miseravelmente. Mas, eu não conseguia pensar em outra alternativa que não fosse lutar com Marcela com as medidas mais extremas as quais em toda minha vida nem ousara em pensar, que dirá executar. Sem calcular muito a repercussão de meus próximos passos, só comprei minha passagem para São Paulo, e aluguei o mesmo apartamento que passara meus últimos meses e parti dois dias depois da decisão tomada e de pedir a Beatriz que suspendesse meu pedido de retornar a universidade, logicamente não detalhei os motivos, o que a fez concluir que eu desistira de abandonar a pesquisa e voltaria para Oxford.
Apesar de locar o mesmo apartamento, parte do meu plano exigia uma longa estadia em São Paulo, e se tudo ocorresse como eu sonhava que acontecesse, seria definitvo, assim, eu precisava de uma residência fixa, preferencialmente perto de Marcela, tratei de contatar uma imobiliária e no mesmo dia em que cheguei, já estava visitando meus possíveis novos endereços.
A corretora percebeu minha insatisfação com tudo que me era mostrado, e no final da tarde, apresentou-me a última opção que acabara de surgir, e logo vocês concordarão comigo, que era o sinal perfeito do universo, de que minha empreitada teria êxito. Alguns minutos de percurso, e estávamos no prédio de Marcela.
-- Esse apartamento acaba de ser colocado a disposição, é um pouco mais caro do que você está disposta a pagar, por que ele também é maior.
-- Eu pago!
-- Mas, você nem viu o apartamento ainda... – A corretora deixou escapar sem entender a minha satisfação repentina.
-- Eu conheço o prédio... Então...
-- Melhor ver o apartamento para que não se arrependa da decisão.
Acenei em acordo, e dez minutos depois eu já estava a caminho da imobiliária para assinar o contrato. Como Samuel Rosa canta: “se a sorte lhe sorrir, por que não sorrir de volta?”, foi o que fiz. Morando no mesmo prédio de Marcela, apenas quatro andares acima, eu aumentaria em muito as chances de reencontrá-la, mesmo que ela não quisesse me ver. Pode soar meio psicótico ou desesperado, mas, eu tinha uma ideia fixa: estar presente na vida de Marcela, o primeiro passo foi dado.
Parei naqueles dias de enviar mensagens a ela como era minha rotina, apesar de não receber nenhuma resposta, os dois “v”assinalando que minhas mensagens estavam chegando, eram para mim uma segurança de que Marcela não me bloqueara do aplicativo, já era algo a se comemorar, contudo, eu esperava que minha decisão de mudar para São Paulo fosse uma surpresa para ela, coroada com a cereja do bolo: ser sua vizinha.
O apartamento dispunha de alguns móveis, assim, me mudei imediatamente. Aos poucos acrescentaria as mobílias que eu precisasse, o essencial eu já tinha na cozinha e no quarto, depois de acomodar minhas roupas no closet, tratei de encher os armários e a geladeira. Ao voltar do supermercado, subindo no elevador, escutei a voz familiar:
-- Segura a porta, por favor!
Prontamente e com o coração acelerado, o fiz. Como se fosse outro primeiro encontro aguardei a dona da voz chegar e meus olhos cintilaram ao ver o meu amor, parado diante do elevador com os olhos arregalados.
-- Sobe? – Perguntei.
Segundos de silêncio, até Marcela interrompê-lo, para minha tristeza com mais rejeição dessa vez ao vivo:
-- O que você está fazendo aqui, Luiza? Se veio falar comigo, nada mudou, não temos nada para falar.
-- Oi Marcela, tudo bem? Não falei nada sobre conversar com você, só segurei a porta do elevador e perguntei se você ia subir.
-- Luiza, não quero ter tomar uma atitude drástica e pedir que os seguranças te acompanhem para fora do prédio. Não sei o que você está fazendo nesse elevador, mas...
-- Marcela, você vai subir? Estamos segurando o elevador, se não vai subir comigo, então me dá licença...
-- Acha que estando na minha porta vai me convencer a te escutar?
Antes que eu respondesse, outro morador entrou no elevador, e eu soltei a porta, rapidamente, Marcela entrou, imagino que ela quisesse evitar uma discussão com plateia, ela sempre odiou isso. Esperei que o morador apertasse o botão do seu andar, e propositalmente não fiz o mesmo, esperando que Marcela apertasse, e me deliciei vendo sua impaciência e nervosismo deduzindo que eu ficaria no mesmo andar que ela. O morador desceu no décimo andar e até parar no andar de Marcela, quatro andares depois, a impaciência de Marcela perdeu para o nervosismo de estar em cubículo tão próxima a mim, e eu me esforçando para não avançar em sua boca e roubar um beijo, cheio de saudade.
Chegando no décimo quarto andar, Marcela saiu e segurou a porta, dizendo:
-- Sério, Luiza. Não temos nada a conversar, não insiste, por favor. Não quero uma cena aqui na porta da minha casa, nada mudou, eu não consigo falar com você ainda...
O “ainda” me animou, confesso. Mas, o momento era outro, era para surpreendê-la, apertei o botão “18”, sorri para Marcela e disse:
-- Não estou aqui para falar com você, quando você estiver pronta para conversarmos, só precisa subir mais quatro andares, estou te esperando, sempre.
Atônita, Marcela franziu a testa, visivelmente perdida.
-- Espera um pouco, você está me dizendo que está morando aqui?
-- Uhum, 1802.
-- Luiza, você enlouqueceu?
-- Se acha loucura se mudar para a cidade onde o amor da sua vida mora para estar mais perto dela, sim, provavelmente enlouqueci.
Marcela soltou a porta do elevador como se as forças do seu braço tivessem faltado. Acompanhei com os olhos a porta se fechar, sorrindo para o meu amor, e naquela tarde despretensiosa, consegui minha pequena vitória no meu plano. Eu tinha mais algumas cartas na manga, e aquele encontro meu deu novo vigor para seguir, apesar de ter que testar meu autocontrole em nível “hard” em descer aqueles quatro andares para ver Marcela, eu me contentei em rememorar aquele encontro e as reações de Marcela, para além das suas palavras. Ela não me odiava, não me desprezava, e principalmente não era indiferente à minha presença. Pode parecer muita insegurança da minha parte, mas depois de quase um mês daquela fatídica tarde no hospital, as camadas de culpa que me cobriam me fizeram pensar por várias vezes que a mágoa de Marcela nublaria qualquer amor dando lugar a raiva e decepção, naqueles poucos minutos de reencontro percebi que havia muito pelo que lutar, eu não estava errada sobre nosso amor estar sobrevivendo.
Na semana seguinte mais um round na minha luta. Agendei uma consulta na clínica que Marcela atendia na capital, usando apenas meu primeiro e último nome: Maria Antero, usando uns enormes óculos de sol no rosto, me disfarcei para evitar que a encontrasse na clínica antes de entrar na consulta, a qual fiz questão de ficar por último. A secretária me chamou e após duas batidas na porta, entrei no consultório de Marcela.
-- Boa tarde, doutora.
-- Boa tarde, dona Maria Antero...
Marcela leu a ficha antes de olhar para mim, e mais uma vez seus olhos arregalara-se ao se deparar comigo à sua frente.
-- Luiza? Mas... O que está fazendo aqui?
-- Bem doutora, passei dos 40 anos, e meu pai recentemente sofreu um infarto, então decidi procura-la para checar a saúde do meu coração.
-- Luiza, mas... Por que... Como...
Marcela gaguejava, se atrapalhava procurando palavras, e eu fingindo normalidade na consulta.
-- Sei que és uma excelente profissional, e a julgar pela forma que cuidou do meu pai, não imagino cardiologista melhor para me atender.
-- Não posso te atender, Luiza. Você não pode ser minha paciente.
-- Ué, e por que não?
-- Está brincando comigo? Luiza, eu posso te indicar excelentes cardiologistas, aqui mesmo nessa clínica, vou pedir para Nina devolver o que você pagou.
-- Eu não aceito. Sei que você é uma médica profundamente ética, e pelo Código de Ética Médica você não pode se recusar a me atender.
-- Você não pode estar falando sério. Código de Ética? Luiza!
-- Marcela, que mal eu posso te fazer? Eu sou uma ameaça a você?
-- Você está forçando a barra... Isso aqui é meu ambiente de trabalho.
-- Por isso estou aqui. Estou procurando você como cardiologista, sabe que preciso mesmo desse checkup.
Marcela respirou fundo, bateu a caneta na mesa me encarou e perguntou:
-- Acha que me provocando assim, vai conseguir se aproximar de mim, ou apagar o que fez?
-- Não sei do que está falando, não estou te provocando, há anos não procuro um cardiologista, tenho fatores de risco, acha que não estou certa em cuidar da minha saúde?
-- Tudo bem, Luiza, será como quer. Vamos iniciar a consulta.
Marcela, colocou seus óculos de grau delicados, ficando ainda mais linda, iniciando as perguntas da anamnese, evitando me olhar diretamente. Eu mantive minha postura, a fim de não sair da personagem de paciente, aguardando ansiosa o exame físico.
-- Muito bem, dona Maria Luiza, vamos examinar esse coração. Por favor, sente-se naquela maca.
Aquele exame ia me complicar, por que meu coração estava aos galopes. Marcela ficou na minha frente com o estetoscópio pendurado no ombro, aumentando ainda mais minha frequência cardíaca. Como eu amava aquela mulher, como eu a desejava!
Marcela primeiro pegou no meu pulso, senti seus dedos gelados, enquanto eu queimava por dentro. Depois pôs-se ao auscultar meu coração que não mais galopava, ele já buscava furar meu peito para sair em disparada, e essa foi a vez do plow twist na consulta, por que Marcela se deliciou com aquele sinal incontestável da minha vulnerabilidade ali.
-- Está nervosa, dona Maria Luiza? Ou seu coração sempre acelera assim?
As minhas bochechas queimavam, certamente estava corada. Marcela sorriu com o canto da boca.
-- Algumas vezes acelera, devo me preocupar?
-- Vou pedir alguns exames...
-- É grave então, doutora?
Voltando ao controle da situação procurei os olhos de Marcela, me aproveitando da proximidade dela, ao colocar o aparelho de pressão no meu braço.
-- Grave? É... O que? O coração acelerado? É... São exames de rotina... É...Agora, vou aferir sua pressão, por favor não fale.
Outra vez Marcela se desconcertou e começou a gaguejar. E minha pressão certamente não estaria no padrão normal, por que a proximidade com o perfume da minha nova cardiologista me excitava em um nível que eu não esperava.
-- Foi bom que me procurasse mesmo, sua pressão está alta, precisa monitorá-la.
Minha última preocupação era minha pressão arterial ali, eu me apegava na verdade a oportunidade de estar tão próxima de Marcela com uma desculpa perfeita para falar sobre meu coração.
-- Acha que coração partido causa esses sintomas?
Marcela me encarou deixando evidente em seus olhos a mágoa que nos afastava.
-- Se causasse, eu já estaria morta.
A resposta dela me jogou de volta a dor que lhe causei.
-- Apesar de alguns estudos falarem da Síndrome do Coração Partido, não temos evidências robustas de que ela exista. De toda forma, não acho que deva se preocupar, não seria seu caso. Por favor, pode levantar?
Levantei-me enquanto Marcela voltava a se sentar em sua mesa.
-- Vou solicitar alguns exames, como adiantei, são de rotina. Até retornar e me mostrar os resultados, volte a praticar atividade física.
Marcela me entregou os papéis com a solicitação dos exames, nessa hora percebi suas mãos trêmulas.
-- Obrigada, doutora.
Alguns segundos de troca de olhares foram o suficiente para nossos olhos denunciarem o desejo latente entre nós. Naquela noite as imagens de Marcela naquela consulta foram minha companhia para dar vazão a todo aquele desejo contido, eram meus os toques, mas o gozo era total responsabilidade de Marcela.
A outra etapa do meu plano precisava ser colocada em prática. Para isso eu precisava de Celina, como professora universitária ela poderia me dar algumas informações preciosas. Marcamos um almoço em um restaurante perto do campus, e mais uma vez, eu tive certeza que o universo conspirava a meu favor.
-- Deixe-me ver se eu entendi, Luiza... Você desistiu de uma pesquisa revolucionária em uma das melhores universidades do mundo, está disposta a pedir uma licença sem vencimentos em uma universidade onde você é a pesquisadora mais bem sucedida, se mudou para uma cidade desconhecida, longe de sua família para perseguir uma mulher que não quer falar com você?
-- Você foi cruel nesse sumário heim? Perseguir?
-- Fui? E como você descreve o que está fazendo?
-- Eu escolhi ficar perto de Marcela, não estou perseguindo-a.
-- Ah minha amiga... Você começou a persegui-la desde que foi a Ribeirão espioná-la. Luiza, você está em dia com sua terapia?
-- Poxa Celina, pensei que poderia encontrar algum apoio em você. Pra me julgar, basta a Cris.
-- Não me compare a Cris, ela tem grande culpa nessa asneira que você cometeu. Eu nunca te deixaria fazer algo do tipo. Por isso, meu apoio vai ser de outro tipo.
-- Que tipo de apoio?
-- Vou ocupar sua cabeça! Acho que o ócio deixou essa mente brilhante a mercê do diabo.
-- Ei! Eu estou trabalhando, tive reuniões remotas com o grupo de pesquisa de Oxford, e ontem mesmo enviei um artigo revisado.
-- Luiza isso não é seu padrão de trabalho! Um talento como o seu não pode ficar assim, todo mundo perde, inclusive a ciência e os stalkers ganham um reforço de peso, isso é um perigo.
-- Stalker? Ai Celina que exagero!
-- Olha que a Marcela pode te denunciar por isso, sabia? Ao invés disso, por que você não volta a ser a Doutora Luiza, a mulher pela qual ela se apaixonou? A professora brilhante, a pesquisadora premiada...
-- Eu ainda sou a mesma Luiza, Celina. Mas eu não vou voltar para o Rio, nem tampouco para Inglaterra. Já deixei a Marcela longe uma vez, não vou repetir esse erro, e eu preciso que ela me perdoe...
-- Shi, tá bom eu entendi essa parte. Você não precisa ir embora de São Paulo, acorda mulher! O celeiro da pesquisa do país está aqui, não chega nem perto do que você tem em Oxford, mas, é o melhor lugar para desenvolver qualquer pesquisa médica, eu cansei de dizer isso a você. As universidades brigariam de foice para ter você como pesquisadora e professora visitante.
-- Mas, não vi nenhum concurso em andamento, procurei esses dias.
-- Para ter você, eu fabrico um! Adoraria ter você no meu departamento, funcionamos muito bem como parceiras de pesquisa. Vou conversar com a pró-reitora de pós graduação, enquanto isso, que tal você ir dar uma palestra na Reunião Científica Paulista? Estou organizando e seu nome foi muito citado para fazer a abertura, mas, você não me retornou as ligações...
-- Ah, desculpa amiga, eu estava...
-- Focada em perseguir a Marcela. Esquece isso por um momento, e pensa que voltando para esse mundo acadêmico pode continuar presente para Marcela e da melhor forma, ajuda a apagar a merd* que fez.
-- Mas, a Marcela não é mais uma estudante, Celina, como isso a encantaria?
-- Luiza, a Marcela ainda é pesquisadora, a orientadora dela estará na mesa de abertura também, certamente ela vai comparecer.
O convite de Celina me encheu de esperança e me abriu os olhos sobre o caminho que eu precisava refazer até Marcela. Não pestanejei em aceitar, e duas semanas depois, no dia marcado, como Celina sugeriu, quando subi ao parlatório para proferir a conferência de abertura da Reunião, com o auditório lotado, avistei sentada na primeira fila, o foco do meu plano de vida atual, o meu amor: Marcela.
Por mais experiente que eu fosse e acostumada a proferir palestras pelo mundo, diante de Marcela eu estava nervosa como uma estudante caloura. O que me deixava ainda mais nervosa era saber que Marcela estava ali para me assistir, ela não foi enganada, o meu nome como palestrante foi amplamente divulgado, então ela queria estar ali, o que deveria ser lisonjeiro para mim, foi um gatilho para meu coração galopar mais uma vez. Talvez eu tenha demorado a dominar o microfone e o tom da minha voz nos primeiros cinco minutos e uns dez para controlar o passador de slides, toda hora eu travava uma luta para avançar minha apresentação, mas, depois disso, me senti em casa, mostrando parte da pesquisa desenvolvida em Oxford, arrancando aplausos fervorosos, me senti uma “rock star”, para o mundo da ciência isso equivalia a um solo de guitarra perfeito.
Ao final da apresentação como de praxe, todos vieram me cumprimentar, no coquetel servido, muitos se apresentaram falando de seus programas de pesquisa, incluindo a orientadora da pesquisa a qual Marcela fazia seu mestrado, ela eu precisava dedicar mais atenção, e foi dela o convite para comparecer a um evento interno no HCor com outros pesquisadores, o qual também aceitei sem sequer mencionar minha agenda. Mas, o convite mais empolgante da noite veio do representante da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), órgão do governo federal responsável pelo fomento a pesquisa. Celina nos apresentou, e ela parecia a beira de um surto, se remexendo toda, fazendo caras e bocas e dando socos no ar quando o homem ficava de costas para ela.
-- Doutora Luiza, a doutora Celina me falou do seu interesse em voltar a pesquisar no Brasil, mas, algo me preocupou, ela me disse também que a senhora pretende sair dessa pesquisa que apresentou aqui, o que podemos fazer para colocar o Brasil nessa fase do estudo, na fase dos ensaios clínicos?
-- Para começar, o grupo de pesquisas de Oxford teria que aceitar incluir brasileiros na amostra dos ensaios, se isso acontecer, seria preciso um investimento bilionário de longo prazo, pois nas melhores hipóteses nossos participantes viveriam muito tempo para acompanharmos os resultados, se forem promissores.
-- Penso que o Brasil já ficou para trás muito tempo em pesquisas, incluindo no meio médico, nós temos o SUS, um campo vasto para dar assistência, não podemos ficar de fora de resultado na cura do câncer.
-- Concordo com o senhor, mas, o orçamento destinado a pesquisa obriga nossos melhores pesquisadores a sair do país, como eu fiz.
-- Estamos em outro tempo, depois da pandemia, acredito que podemos dar mais crédito a ciência, mesmo com tanto negacionismo, prefiro acreditar nos ventos bons e quero garantir que o Brasil não perca o bonde. Então deixe-me fazer uma proposta, a senhora articula com seus colegas de pesquisa a presença do Brasil nos ensaios e eu garanto o financiamento para que a senhora conduza os estudos com a amostra brasileira.
-- Senhor, acho que não tem noção do valor que custaria um financiamento como esse. Todo orçamento de hoje não pagaria o necessário, tiraria o dinheiro de outras pesquisas no país, isso não é justo.
-- Eu me preocupo com orçamento, podemos fazer parceria com outros órgãos de fomento a pesquisa, se o grupo de Oxford aceitar, o operacional eu garanto.
-- O senhor não pode garantir isso, se perder o cargo? Se outro governo for eleito, e cortar o financiamento? Passei por isso várias vezes.
-- Criaremos um fundo para essa pesquisa, o que acha? Tenho meus recursos de articulação, estou disposto a me empenhar pessoalmente para isso, sabe doutora Luiza, perdi minha mulher e minha filha para o câncer de mama, não quero que minhas netas sofram mais por causa dessa doença.
-- Se o senhor me mostrar isso em um projeto, ficaria feliz em defende-lo junto ao grupo de Oxford.
-- Estamos combinados, a senhora convence Oxford, e eu criarei o fundo.
Minha vontade era pular no pescoço do senhor de idade e abraça-lo, mas me contive em um aperto de mãos que possivelmente luxou algumas falanges dos dedos dele. Mas, Celina fez isso em mim, ignorou as convenções e me abraçou longamente, beijando meu rosto demoradamente também. Eu, completamente tímida só pedia: contenha-se, doutora, minha timidez deu lugar a inquietude quando percebi estar sendo vigiada de longe por Marcela que olhava descaradamente virando taças de vinho, notadamente incomodada ao ver a cena de carinho de Celina comigo. Ao notar que eu a observava, Celina resolveu colocar mais lenha na fogueira, me puxou pela mão e andou comigo por aquele salão, minutos depois vi Marcela sair apressada dali, não hesitei e saí correndo para alcança-la.
Fim do capítulo
Aproveitando o espírito natalino, vocês podem perdoar essa autora que está tentando finalizar esse conto épico de 5 anos? kkkk
Gente, final de ano para professor é duro, quem me acompanha sabe que sempre fico no sufoco!
Vamos torcer pra 2024 fique marcado por concluir essa novela, e outra começar
Obrigada pela lealdade e todos os comentários, bom domingo
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theycallmeangel
Em: 19/12/2024
A cada novo capítulo, fico mais empolgada. Estou completamente envolvida pela história da Marcela e Luiza, esperando um desfecho repleto de amor!
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Lilian Santos
Em: 16/12/2024
Ainda não consigo acreditar na Marcela, ela não fala nada da família e tem aquele rapaz na festa que ela saiu com a professora que falou mal dela e não foi esclarecido. Ainda acho ela falsa, ou não.
Rafaela L
Em: 19/01/2025
Por favor, continua!!!!
A Marcela, sentir um tantinho de ciúmes, é " bom" vaai
Rafaela L
Em: 22/01/2025
Boa noite,autora querida!
Por gentileza,manda um capítulo gigante,seguido de outro.
Tô com abstinência dessa história.
Tava até relendo-a.
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SAraujo Em: 22/08/2025
Autoraaa...toda semana entro pra ver se saiu capítulo novo. Desde a primeira vez que você postou essa história por aqui eu fico com a curiosidade de saber como termina, se você vai aprofundar um pouquinho na Marcela também, enfim.
Será que sai?
Tô na torcida.
=)