Capitulo 25
Capítulo 25
Beijaram-se sôfregas, as mãos percorrendo, buscando, reivindicando, extravasando. A luz da lua iluminava os corpos que se procuravam cada milímetro de pele se encontrando, de novo e de novo. Nicole deslizou a mão para o pescoço de Lianna e suavemente inclinou a cabeça dela para trás descendo os lábios em direção a sua orelha. Quando o hálito morno tocou sua pele, Lianna sentiu as pernas fraquejarem e teve o corpo amparado pela loira que sorriu em meio ao gemido que escapou da outra mulher. Suavemente ela sussurrou:
-O que acha de sairmos daqui? Tem algo que quero te mostrar...
Afastou o resto apenas o suficiente para olhar nos olhos da administradora. A permissão estava clara nas íris cor de mel.
Pegou a mão dela e saíram correndo pela praia. Corriam, riam, paravam em alguns momentos e beijavam-se. Nicole tinha certeza que havia centenas de libélulas em seu estômago. Lianna flutuava... sorria... desfrutando de um momento que mais parecia saído de um filme de comédia romântica dos anos 2000.
Passando por trás da casa onde a festa acontecia, ouviram o som das vozes, da música envolvente, mas não se detiveram, seu objetivo era outro. Presas no mundo que englobava apenas as duas nem perceberam um par de olhos negros que as observava à distância.
Pouco tempo depois, se afastando da casa, Nicole abriu a porta de um pequeno estúdio que ficava em frente a um píer no que parecia ser um trecho exclusivo da praia. Lianna não pode deixar de se admirar com o ambiente: havia fotografias, pinturas e esculturas por toda parte. Virou-se para Nicole e ela parecia tímida, algo que a morena nunca tinha visto.
-São... suas?
Com um leve rubor nas bochechas a loira assentiu.
Lianna estava surpresa, havia fotografias de crianças brincando sob uma árvore imensa. Várias. De vários ângulos. Era linda a forma como ela capturara a luz, fazendo com que as crianças parecessem quase etéreas. Chegando mais perto, ela precisou tocar a imagem para ter certeza... Não eram fotografias, eram pinturas. Ela nunca tinha visto nada assim, se não estivesse sentindo a tinta em sua pele jamais acreditaria que tal arte não tinha sido capturada pela lente de uma câmera.
Nicole se aproximou devagar, passou os braços por sua cintura e cheirou seu pescoço.
-São as crianças de um dos nossos projetos na África...
-Nicole, é lindo demais! – Lianna deixou escapar, com os olhos marejados. – Você tinha me falado que era artista plástica, mas que não praticava... eu não conseguiria imaginar...
-Agora estou ofendida! – a loira gracejou.
-Não, não é isso! – a administradora se apressou em dizer. –É que nunca vi nada igual! É de uma delicadeza... Eu sinto quase como se eu pudesse tocar nessas crianças... Essas pinturas deviam estar em uma galeria!
-Não. Elas estão onde deverão estar. Esse é o meu refúgio. Nunca ninguém veio aqui... até agora...
Lianna deixou escapar um som de surpresa e virou a cabeça para trás para que pudesse capturar os lábios de Nicole em um beijo profundo.
A loira apertou os braços ao redor de sua cintura, levantando suavemente o tecido da bata que ela usava. Deixou que as pontas de seus dedos percorressem a pele escaldante do abdômen dela sentindo o arrepio que deixava por onde passava.
Lianna deslizou as mãos trêmulas pelos braços de Nicole e entrelaçou os dedos nos seus. A loira deslizou os lábios pelo pescoço dela e mordeu o seu ombro enquanto a puxava ainda mais para si. Sentiu o quadril dela pressionado junto ao início de suas coxas e achou que fosse explodir com apenas esse toque.
Devagar a guiou para a cama que se encontrava no outro canto do aposento. Com extremo cuidado – quase como se tivesse medo de que ela se desfizesse em sua imaginação - retirou a bata que ela vestia, revelando um sutiã rosê que contrastava perfeitamente com a pele clara, rosada pelo calor do momento. Ao mesmo tempo em que desabotoava a camisa que vestia subiu na cama e pressionou o corpo da morena no colchão cobrindo-o com o seu. O encaixe era perfeito...
Olhou para ela e sentiu que seu coração podia saltar por sua boca a qualquer momento. Instintivamente agarrou o peito quando viu que os lábios dela tremiam fitando-a. Os olhares estavam presos profundamente um no outro. Por um momento Nicole sentiu medo. Era forte demais. Diferente demais. Um medo tão grande que a fez querer se afastar, mas o movimento foi impedido por Lianna que entrelaçou as mãos no pescoço da loira e a puxou em direção à sua boca. O movimento dos lábios dela, a língua macia contra a sua, a respiração curta, entrecortada, fez com que Nicole esquecesse qualquer receio que a tivesse assolado segundos antes. Só conseguia se concentrar o suficiente para sentir o corpo quente mexendo suavemente sob o seu. Os seios de ambas pressionados um contra o outro, produzindo arrepios sucessivos.
Nicole distribuiu beijos pelo rosto de Lianna e seguiu pontuando-os por todo seu pescoço e colo. O corpo dela arqueou quando a loira arrastou o lábio por sobre os seios que arfavam parecendo querer fugir do sutiã que os aprisionava. A loira não conseguia se lembrar de nada mais incrível que aquilo. Levantou a cabeça e encontrou seu olhar novamente. Cálido. Ansioso. Quase suplicante. Ela precisava perguntar, com Lianna importava…
-Lianna… você já… -deixou a pergunta subentendida, ela entenderia.
Apesar do rosto afogueado, Nicole podia jurar que ela havia corado. Mas surpreendeu-se quando mãos hábeis subiram por suas costas e soltaram o fecho do seu sutiã. Um sorriso surgiu no canto da boca da morena quando levantou a perna, sentindo o calor de Nicole em sua coxa, e ouviu um gemido surpreso escapar sem que Nicole conseguisse segurar. Sem mais lembrar do que estava falando, a loira mergulhou novamente na boca da administradora. Era como se gasolina entrasse em combustão, mas não só isso. Era muito mais.
Enquanto sentia Lianna apertar a parte baixa de suas costas puxando-a intensamente, entrelaçando as pernas nas suas, as calças que ambas ainda vestiam se tornaram demais para suportar. Nicole desceu pelo corpo da outra plantando pequenos beijos e mordidas, observando… aprendendo como ela reagia. Logo o tecido que as vestia já não era mais um empecilho.
Encaixando-se sobre ela novamente, olhou profundamente em seus olhos enquanto deslizava suavemente sua mão pelo abdômen de Lianna, baixando, procurando… os quadris da morena mostravam o quanto ela queria… ansiava… pareciam ter controle próprio. Quando finalmente suas digitais a alcançaram, apaixonou-se pelo som que escapou de sua boca ao mesmo tempo em que ela inclinava a cabeça pra trás e entreabria os lábios vermelhos, úmidos, chamando seu nome.
Nicole havia lido certa vez ou ouvido de alguém a expressão “simples como o amor”... Nunca entendera exatamente o que queria dizer, mas foi nesse momento em que fez sentido: enquanto moviam-se em sincronia, os olhares se prendendo, para logo serem escondidos pelas pálpebras que se apertavam denunciando o ápice mútuo. Houve fogos de artifício explodindo por toda parte e não apenas na festa que acontecia fora daquele quarto.
*******
Algum tempo depois, enquanto estava deitava com a cabeça no peito de Nicole, escutando seu coração voltar ao ritmo normal e sentindo as espirais que eram desenhadas em suas costas pelas unhas dela, Lianna ergueu o rosto e carinhosamente, depositando um beijo suave no pedaço de pele mais próximo, sussurrou:
-Respondendo sua pergunta anterior…com uma mulher… nunca. Parece que esperei a vida toda por você…
*********
A resposta a essa frase foi o sorriso mais lindo que Lianna já vira na face de Nicole, desconfiava que fosse o sorriso mais lindo do mundo. Mas quando a outra suspendeu-a e aproximou lentamente os lábios dos seus, foram interrompidas pelo som estridente do celular da loira.Ela jogou a mão para o lado tentando desligar o telefone, mas ao em vez disso atendeu a ligação. Ambas ouviram a voz preocupada de algum amigo de Nicole.
-Nick, você está me ouvindo? Onde você está? Correa qui, Manoela não está bem…
Fim do capítulo
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