Bianca recebeu uma mensagem simples de Fernanda: "Voltei. Te pego às oito para jantar." 

Quando Fernanda chegou, impecavelmente vestida, com um sorriso enigmático nos lábios, Bianca sentiu seu coração acelerar. A atração que sentia por ela era inegável, e, por mais que quisesse confrontá-la sobre as ausências, naquele momento, tudo o que queria era estar perto.

Elas foram a um restaurante sofisticado, como de costume. O jantar foi regado a conversas leves, trocas de olhares intensos, e sorrisos sedutores.
No fim do jantar, Fernanda tocou a mão de Bianca suavemente, com um sorriso discreto.
— Vamos para casa?

A sugestão era clara. Bianca sabia o que aconteceria depois. A intimidade física era a maneira como Fernanda reconectava o que a distância separava. Bianca sempre cedia a essa dança silenciosa.
Quando chegaram em casa, Fernanda a puxou para perto assim que a porta se fechou, seus lábios encontrando os de Bianca em um beijo profundo e cheio de necessidade. Era como se todas as palavras não ditas e as dúvidas evaporassem a cada toque. Havia uma urgência na maneira como ela a beijava, como se Fernanda estivesse tentando preencher o vazio que deixara com a distância.

— Eu senti sua falta, meu amor — sussurrou Fernanda, enquanto as mãos deslizavam pelos ombros de Bianca, descendo lentamente pelas costas.
Fernanda a guiou até o quarto, e, ao chegarem à cama, seus movimentos se tornaram mais lentos, mas ainda intensos. As roupas caíram no chão uma a uma, e logo as duas estavam envoltas apenas no calor uma da outra.

Fernanda beijou Bianca em cada canto do corpo, demorou um pouco mais nas coxas.. passeando sua língua até o seu lugar de desejo, a ch*pou com vontade, os corpos delas se moviam em sincronia, um desejo quase palpável no ar. Fernanda sabia como prolongar o prazer, como fazer cada momento durar... 
Enquanto recuperavam o fôlego, os corpos ainda entrelaçados, Bianca se virou de costas para Fernanda e ficou em silêncio por um momento.  ..... 

— Amanhã... — começou Bianca, com a voz baixa, como se temesse quebrar o momento. — Podemos conversar sobre o que você faz nessas viagens?

Fernanda ficou em silêncio por um tempo, e Bianca sentiu o coração apertar. Finalmente, Fernanda sussurrou — Eu vou viajar menos.

Bianca ficou surpresa com a notícia. — Como assim? Pensei que seu trabalho exigisse essas viagens.

Fernanda ficou em silêncio por alguns segundos, como se estivesse escolhendo cuidadosamente as palavras. — Eu... estou tentando reestruturar algumas coisas. Quero ficar mais tempo com você. 

Aquelas palavras aqueceram o coração de Bianca de uma maneira que ela não esperava. Ela sorriu, achando que, finalmente, algo no relacionamento delas poderia mudar para melhor.
Mas o que Bianca não sabia era que, para Fernanda, essa mudança trazia complicações de outra natureza. Menos viagens significava menos tempo para fazer o que ela fazia nas sombras — caçar e matar criminosos. Fernanda sabia que teria que ajustar sua vida secreta, acelerar seus planos, ou até diminuir o ritmo de suas "justiças". Não era uma escolha fácil. Matar era uma necessidade que ela carregava como um fardo, algo que a mantinha em equilíbrio, mas Bianca... Bianca a fazia questionar o que era mais importante.

— Isso significa que a gente vai ter mais tempo juntas? — perguntou Bianca, cheia de esperança.

Fernanda assentiu, embora soubesse que aquilo carregava um peso maior do que Bianca podia imaginar. — Sim meu amor, eu vou estar mais presente. 

As palavras saíram verdadeiras, mas escondiam uma camada de conflito interno que Fernanda nunca poderia compartilhar. Bianca era a única pessoa por quem Fernanda consideraria desistir de sua vida dupla. Ela não sabia como chamar esse sentimento, mas era forte o suficiente para que, pela primeira vez, pensasse em mudar. .... O que Fernanda não sabia é que, ao reduzir suas viagens, seus segredos ficariam ainda mais difíceis de esconder. E a proximidade com Bianca poderia ser tanto uma benção quanto uma maldição.

Fim do capítulo