• Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Cadastro
  • Publicar história
Logo
Login
Cadastrar
  • Home
  • Histórias
    • Recentes
    • Finalizadas
    • Top Listas - Rankings
    • Desafios
    • Degustações
  • Comunidade
    • Autores
    • Membros
  • Promoções
  • Sobre o Lettera
    • Regras do site
    • Ajuda
    • Quem Somos
    • Revista Léssica
    • Wallpapers
    • Notícias
  • Como doar
  • Loja
  • Livros
  • Finalizadas
  • Contato
  • Home
  • Histórias
  • Até Você Chegar
  • Capítulo 1

Info

Membros ativos: 9524
Membros inativos: 1634
Histórias: 1969
Capítulos: 20,491
Palavras: 51,957,181
Autores: 780
Comentários: 106,291
Comentaristas: 2559
Membro recente: Thalita31

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Notícias

  • 10 anos de Lettera
    Em 15/09/2025
  • Livro 2121 já à venda
    Em 30/07/2025

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Recentes

  • Entre nos - Sussurros de magia
    Entre nos - Sussurros de magia
    Por anifahell
  • 34
    34
    Por Luciane Ribeiro

Redes Sociais

  • Página do Lettera

  • Grupo do Lettera

  • Site Schwinden

Finalizadas

  • A Prova de Fogo
    A Prova de Fogo
    Por Bia Ramos
  • Me
    Me ensina a dizer adeus
    Por LMdreams

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Até Você Chegar por AlphaCancri

Ver comentários: 4

Ver lista de capítulos

Palavras: 2028
Acessos: 3689   |  Postado em: 25/06/2024

Capítulo 1

 

            Adolescentes uniformizados passaram correndo pela calçada enquanto riam e falavam alto. O vento forte balançou as folhas das árvores e quase levou os papéis que carregava nas mãos. Lutava para tirar do rosto os fios de cabelo — que se emaranharam e bloquearam parcialmente sua visão — enquanto, com a outra mão, tentava passar o crachá na portaria.

            — Bom dia, doutora Marisa!

            Só conseguiu entrar no prédio na terceira tentativa. Estava ofegante, como se tivesse corrido uma maratona, mesmo tendo feito apenas o curto trajeto do estacionamento até ali:

            — Bom dia, Marcos!

            Viu na cara do segurança o quanto devia estar parecendo patética:

            — A senhora precisa de ajuda?

            Recusou gentilmente, enquanto colocava os papéis na valise que carregava:

            — Não, muito obrigada. Eu estou bem...

            Ajeitou a própria roupa antes de entrar no elevador e apertar o número do andar. Respirou fundo algumas vezes e olhou o relógio:

            — Merda!

            Especialmente naquele dia não deveria ter dado chance ao azar. Deveria ter se planejado para chegar ao menos uma hora antes, assim teria tempo de sobra para limpar a sujeira do cachorro, que decidiu que aquele era um lindo dia para fazer as necessidades no lugar errado. Assim como não teria se sujado ao escovar os dentes com pressa e precisado trocar toda a roupa. Provavelmente também não teria entrado em um trânsito que ficou parado por quase vinte minutos.

            Saiu do elevador apressada, parando na mesa de sua secretária, onde deixou a bolsa e a valise, pegando apenas a pasta com os documentos que precisava:

            — Bom dia, Sônia. Estou atrasada...

            A secretária riu da redundância dela, pois mesmo que o relógio na parede não indicasse um atraso de mais de trinta minutos, a afobação, o cabelo desalinhado, a roupa amarrotada e a cara sem nenhuma maquiagem, denunciariam:

            — Bom dia, doutora. Posso dizer que percebi...

            Se não estivesse com tanta pressa, talvez responderia à brincadeira dela, mas naquele momento somente uma coisa importava:

            — Eles já começaram?

            A resposta fez com que um frio tomasse seu estômago:

            — Estão todos lá dentro.

            Virou-se e foi em direção à sala que tinha a porta fechada. Bateu levemente e girou a maçaneta. Assim que ela entrou, todos a olharam. Mas seu olhar buscou apenas uma pessoa. E como esperava, a expressão dele a fez engolir em seco.

            Sentou-se na cadeira vazia mais próxima que encontrou. Um dos advogados continuava falando, de pé, enquanto todos prestavam atenção nele. Alguns faziam anotações e outros folheavam maços de papel. Se esforçou para acompanhar o que era dito, mas teve um pouco de dificuldade, já que havia perdido o começo da reunião.

            Uma hora e meia depois, quando terminou, todos se levantaram para sair, mas o chefe do escritório pediu:

            — Doutora Marisa, por favor, fique.

            Lentamente voltou a se sentar na cadeira. Ele manteve os olhos nos papéis, só os levantando quando a última pessoa saiu e fechou a porta. Quando a olhou, a voz soou calma, mas Marisa sabia que não indicava que ele realmente estava calmo.

            — Posso saber o motivo do seu atraso?

            Limpou a garganta e se ajeitou na cadeira antes de responder:

            — Me desculpe...

            Ele a cortou prontamente:

            — Não quero suas desculpas. Perguntei o motivo do seu atraso.

            — Eu... Fiquei presa no trânsito.

            A expressão e o olhar dele não vacilaram ao dizer:

            — Por que não saiu de casa mais cedo?

            — Aconteceram alguns imprevistos...

            Dessa vez, ele a interrompeu apenas levantando a palma da mão. Depois disse:

            — Espero que você tenha ciência de que está dando brechas para que falem de você... Como minha filha, deveria ser a primeira a dar o exemplo, para que ninguém pense que está neste emprego apenas por ser quem é.

            Concordou imediatamente com ele:

            — Eu sei, tem razão. Não vai se repetir.

            Ele recostou as costas na cadeira antes de dizer:

            — Pode ir.

            Marisa se levantou imediatamente, mas antes de chegar à porta, ouviu:

            — Sua mãe quer que vocês jantem conosco hoje. Edgar já está avisado.

            Fez um sinal afirmativo com a cabeça, pediu licença e saiu. Assim que fechou a porta, deixou que todo o ar preso nos pulmões saísse. Voltou até sua sala, parando na porta quando Sônia perguntou:

            — Tudo bem?

            Respondeu já girando a maçaneta:

            — Poderia ter sido pior.

            A secretária disse com a eficiência de sempre:

            — Deixei sua bolsa e a valise no sofá. E um café bem forte em cima da mesa.

            Olhou para a mulher de meia idade e disse com a mais profunda gratidão:

            — O que seria de mim sem você?

            Quando enfim fechou a porta da própria sala, desabou sobre a cadeira. Fechou os olhos e apoiou a cabeça no espaldar. Ficou parada nessa posição por alguns segundos, inspirando e expirando repetida vezes, tentando se desacelerar interiormente.

            Quando voltou a abrir os olhos, tomou um gole do café quente, tentando se preparar psicologicamente para o jantar para o qual foi intimada. Recriminou-se por ainda ser tão refém dos pais, se importar tanto com a aprovação deles e fazer de tudo para não os contrariar. Era uma mulher de trinta e dois anos e não conseguia tomar as rédeas da própria vida. A sensação que tinha era de que, desde sempre, lhe deram uma falsa sensação de escolha, pois a verdade era que sempre era induzida a fazer o que eles achavam melhor para ela. Prova disso era a faculdade de Direito que já sabia que cursaria antes mesmo de terminar o ensino fundamental. Ideia gradualmente plantada pelo pai, com uma cobrança velada que ouviu a vida toda: “Você é a herdeira do escritório”.

            Fazendo-a lembrar de outra área de sua vida — completamente pautada na aprovação dos pais, Edgar abriu a porta, sem bater antes:

            — Está viva? Pela cara do seu pai, achei que sairia daquela sala direto para o IML.

            Ele riu como se tivesse falado a coisa mais engraçada do mundo. Depois completou:

            — Teremos jantar essa noite.

            Olhou para o homem que há seis anos chamava de marido. O conheceu quando os dois ainda estavam na faculdade. Naquele tempo, tinha a ilusão de que poderia se interessar tanto por homens quanto por mulheres, e continuou se enganando nos anos seguintes, fingindo gostar dos beijos dele, fingindo que estava feliz e fingindo ter ficado radiante com o pedido de casamento.

            — Estou sabendo.

            — Que horas você quer sair?

            O que menos queria naquele momento era gastar energia para resolver aquele assunto. Já iria ter que se concentrar demais no trabalho durante todo o dia:

            — Te mando uma mensagem mais tarde.

            Assim que ele saiu, fechou e apertou os olhos por alguns instantes. Foi até o sofá, abriu a bolsa e pegou um analgésico. Tomava pelo menos um comprimido por dia, tentando aplacar a dor de cabeça que sempre a acompanhava. Ver Edgar pareceu acionar um gatilho para que a primeira do dia a incomodasse. Apesar de casados, nos últimos anos, os dois estavam tão distantes que não eram nem mesmo amigos. Moravam na mesma casa, mas já não dividiam o mesmo quarto. Nunca haviam conversado sobre o que havia se tornado a relação, cada um escondido no seu próprio comodismo. Mas na frente dos pais, tanto dela quanto dele, cumpriam o dever do casal perfeito e feliz. A única queixa que recebiam era de não terem tido filhos. Coisa que Edgar queria no início do casamento, mas ela achava uma covardia colocar no mundo um ser fruto de um relacionamento falido. No começo mentia para ele, dizendo não estar tomando remédio contraceptivo. Os dois foram a consultas médicas apenas para ouvirem que não havia nada de errado, como ela já imaginava. Continuou assim, escondendo a verdade dele, até que não foi mais preciso, quando a vida sexual dos dois – que nunca foi muito ativa – se tornou inexistente.

            Sabia que tinha a fama de mulher traída em todo o escritório e no círculo de amigos dos dois, pois ele já não se preocupava mais em esconder. Mas a sua realidade era que ficava extremamente aliviada, pois dessa forma ele não tentava nada com ela. Sabia também que ela própria queria que aquilo acontecesse, pois o rechaçou repetidas vezes, mesmo que fidelidade nunca tivesse sido o forte de Edgar. Não foram poucas as vezes em que amigas tentaram alertá-la de que ele era infiel, ainda na época em que eram apenas namorados, coisa que também não a incomodava, já que passou a ter relações fora do relacionamento, com algumas mulheres. A diferença era que sempre tinha sido discreta e nunca se permitiu criar vínculos com ninguém. Quando a relação ameaçava se tornar recorrente e a outra pessoa demonstrava muito afeto, cortava na hora. Se começava a sentir que estava desenvolvendo sentimentos românticos, sumia, desaparecia, simplesmente nunca mais voltava a falar com aquela pessoa. Sofria calada por um tempo, buscava apoio na bebida, viajava quando era possível, até superar e fingir que aquele relacionamento nunca havia existido.

            Tomou mais um gole do café, buscando energia para finalmente começar a trabalhar. Digitou a senha no computador que Sônia já havia deixado ligado para ela e canalizou toda sua atenção para o trabalho.

            Mais tarde, batidas na porta fizeram sua atenção deixar o documento que lia. A secretária a abriu, mas não entrou, apenas perguntou de onde estava:

            — Não vai almoçar?

            Marisa olhou para o relógio no canto da tela e só então percebeu que já eram quase três da tarde:

            — Vou pedir alguma coisa.

            — Quer que eu peça para você?

            Agradeceu a proficiência de Sônia, mas recusou. Na verdade, não estava com fome, pediria alguma coisa leve, apenas para não deixar o estômago vazio por muito tempo.

            Passou o resto do dia fechada dentro do escritório, achando que o relógio estava passando rápido demais para quem gostaria de evitar a noite. Quando o fim do expediente chegou, trouxe a vontade de ficar por mais algumas horas, como já havia feito por diversas vezes. Arrumou suas coisas, se despediu de Sônia e pegou o elevador. Quando entrou no carro começou a recitar seu mantra: “São só por algumas horas, vai dar tudo certo”. Repetiu a frase para si mesma durante todo o caminho até chegar em casa. Estacionou e, ainda dentro do carro, mandou a mensagem para Edgar:

            “Sairemos às 19h”.

            Entrou e foi direto para o banho. Sabia que Edgar já estava em casa, pois o carro dele estava estacionado ao lado do seu na garagem do prédio. Quando ficou pronta foi até a sala onde ele já esperava tomando uma dose de uísque.

            Foram juntos no carro dele, como de costume, para não levantar nenhuma suspeita. Não conversaram no caminho, os dois acostumados com o silêncio que  já era habitual entre eles. Desceu do carro e respirou profundamente, antes de entrar na casa que um dia morou.

Como se estivesse gravando uma cena e o diretor tivesse acabado de gritar “ação”, colocou seu melhor sorriso no rosto. O que mais detestava naquele teatro era ter o braço de Edgar pousado no seu ombro, às vezes a mão em sua perna, os beijos que ele forçava…

            Quando, enfim, se despediram, entrou no carro exausta. O caminho de volta foi exatamente como o de ida. A única diferença foi que dessa vez ele ligou o som. Quando chegaram ao prédio, desceu com pressa e foi direto para o quarto. Pegou o celular enquanto desabotoava as sandálias. Os dedos tatearam a tela, procurando e encontrando o nome que queria. Antes de se livrar do vestido, que só usava naquelas ocasiões, digitou a mensagem:

            “Preciso te ver.”

            A resposta foi imediata:

            “Estou te esperando.”

 

Fim do capítulo


Comentar este capítulo:
[Faça o login para poder comentar]
  • Próximo capítulo

Comentários para 1 - Capítulo 1:
Andreia2024
Andreia2024

Em: 25/08/2024

Que trama envolvente! 


AlphaCancri

AlphaCancri Em: 25/08/2024 Autora da história
Oi, Andréia! Espero que você acompanhe e goste da história!


Responder

[Faça o login para poder comentar]

jake
jake

Em: 23/08/2024

Olá comecei a ler agora  eita que Marisa vive uma vida de aparencia, deixando ser manipulada pelos pais.Acorda mulher...

Já gostei da história 


AlphaCancri

AlphaCancri Em: 23/08/2024 Autora da história
Oi, Jake! Seja bem-vinda!
Exatamente, Marisa não consegue controlar a própria vida…

Espero que continue acompanhando!


Responder

[Faça o login para poder comentar]

Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 30/06/2024

Misericórdia mulher tenha amor próprio e manda tudo a merda.


AlphaCancri

AlphaCancri Em: 30/06/2024 Autora da história
Marisa tá precisando, e muito, de amor próprio.
Que bom que você veio acompanhar essa história também!


Responder

[Faça o login para poder comentar]

Raf31a
Raf31a

Em: 30/06/2024

Já li os 4 primeiros capítulos e voltei aqui para comentar o primeiro. 

Marisa é uma personagem bem complexa e espero que Laila consiga atingi-la em cheio. Já favoritei a história para não perder nenhum capítulo.

Parabéns pela escrita e obrigada por compartilhar conosco. 


AlphaCancri

AlphaCancri Em: 30/06/2024 Autora da história
Oii! Fico feliz que você tenha voltado pra acompanhar essa história também!
São tantas questões de Marisa... Será que Laila consegue dar uma sacudida na vida dela?


Responder

[Faça o login para poder comentar]

Informar violação das regras

Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:

Logo

Lettera é um projeto de Cristiane Schwinden

E-mail: contato@projetolettera.com.br

Todas as histórias deste site e os comentários dos leitores sao de inteira responsabilidade de seus autores.

Sua conta

  • Login
  • Esqueci a senha
  • Cadastre-se
  • Logout

Navegue

  • Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Ranking
  • Autores
  • Membros
  • Promoções
  • Regras
  • Ajuda
  • Quem Somos
  • Como doar
  • Loja / Livros
  • Notícias
  • Fale Conosco
© Desenvolvido por Cristiane Schwinden - Porttal Web