Lara
Eu nem acreditava. Tinha passado na entrevista e conseguido o emprego dos meus sonhos.
-- Ufa – suspirei.
Eu o queria muito, já há algum tempo.
Eu tinha me formado em Marketing Internacional há alguns anos e finalmente havia conseguido um emprego como internacionalista em uma grande empresa. A proposta veio como uma bomba de felicidade. Eu ainda estava em meu primeiro emprego quando em uma festa conheci o Sr. Peter e ele me perguntou se gostaria de me juntar ao seu time como diretora de negócios internacionais. Meu queixo caiu e eu disse que sim, com certeza. Ainda me lembro como se fosse hoje dos meus olhinhos brilhando de ansiedade e felicidade. Ele me pediu para visitar sua empresa no outro dia e que lhe desse uma resposta. E lá estava eu, 24 horas depois com um novo emprego.
Olhando minha sala agora, arrumando-a. Lembrei da minha primeira vez aqui e de Ana, poxa vida... Ana. Olhei pela janela e viajei naquela lembrança.
-- uma semana atrás -
-- Bom dia, em que posso ajudá-la? - perguntou uma moça bonita com um coque bem feito. Eu ainda estava nervosa, tentando parecer calma e vim contando até 10, umas mil vezes, dentro do táxi que acabara de me deixar na porta.
-- Bom dia. Vim fazer a entrevista, o Sr. Peter está me esperando.
-- Um momento, por favor...
Esperei ela ligar para alguém reparando todo o lugar. Eu era muito observadora ou muito curiosa, os dois não davam a mesma coisa? Parei em um quadro em especial. Eu tinha uma pequena paixão por quadros abstratos, modernos, antigos, como fossem... Era uma menina, com uma saia vermelha, com olhos muito expressivos, cabelos loiros levemente encaracolados, uma blusa branca, sentada em uma cadeira rústica. O quadro parecia feito a óleo, lindo. Reparei também em todo o ambiente, do chão ao teto. O lugar era fino e bacana, agradável para se trabalhar. Ali seria meu lugar a partir de hoje se o Sr. Peter não tivesse mudado de ideia ou não estivesse muito bêbado quando me fez a proposta. Respirei fundo e arrumei a roupa. Me olhei no reflexo da parede para me certificar que aquela blusa caía bem naquele lugar.
-- Oi... Srta...?? – Alguém me puxou para a realidade.
-- Lara. – Sorri olhando bem para aquela moça que era realmente bem bonita.
-- Lara, sim.. – Ela sorriu de volta educadamente. - Virão buscar a Srta e levar até o Sr Peter em pouco tempo, se você puder aguardar...
-- Muito obrigada....? – Deixei espaço para que ela pudesse me dizer seu nome.
-- Vanessa.
-- Então muito obrigada, Vanessa – Dei uma piscadinha quase imperceptível. - bonito nome.
Uma coisa sobre mim? Eu não prestava muito. Bem, na verdade não era assim. Talvez eu não prestasse só um pouquinho. Ser educada não era assedio, né? Pra mim era pura educação, aquilo estava em mim. Foi nesse momento no qual voltei minha atenção para o quadro que alguém veio caminhando até mim. Virei o rosto assim que escutei o barulho firme de um salto no chão. Reparei nos cabelos, castanhos quase pretos, pesados. Era sempre a primeira coisa que eu reparava em praticamente todo mundo, o cabelo. Vestia um terninho preto como seda, a saia mostrando pernas brancas e muito bem definidas. Um decote lindo que deixava claro que seus seios eram médios, do jeito que eu gostava. Uma classificação geral? Ela era sensual e fina. Meu Deus, olhando um pouco mais para cima ela tinha os olhos mais expressivos e firmes que já vi em minha vida e a boca não era real, alguém tinha desenhado e a colocado ali, eu tive certeza disso. Vermelha, rosada, não sei... Eu só sei que eu quis provar. O seu salto naquele momento fazia um barulho ritmado ao meu coração, batendo muito alto. Nem percebi como ela chegou tão perto, minhas mãos suavam, e ainda bem que ela não estendeu a sua para um comprimento. Eu estava abobalhada.
-- Bom dia, você deve ser a Srta Lara. Sou Ana e vou levá-la até o Sr. Peter. Poderia me acompanhar, por favor.
Pisquei várias vezes e tentei dizer algo, mas nada saiu.
Diretíssima. Não me deu nenhuma chance de abrir a boca para falar, porque convenhamos, minha boca já estava aberta por ela. Eu só assenti com a cabeça, meus olhos estavam vidrados, minha boca seca e a segui. Que andado, nossa... Desejei poder dobrar minhas pernas para dispersar o desejo. O fato de ela parecer tão durona me fez fantasiar mil coisas durante o trajeto.
Depois de um elevador e caminharmos um pouco dentro da empresa, vi várias pessoas espichando o pescoço para dar uma boa olhada na 'novata' e logo chegamos a uma sala que parecia ser a de reunião. Ana abriu a porta de vidro e nada disse, consegui visualizar o Sr. Peter me esperando lá dentro.
Ele era um Sr. muito charmoso com cabelos grisalhos, terno fino. Poderoso.
-- Olá, Lara, como você está? - estendeu a mão pra mim sorrindo, passei por Ana e entrei na sala.
-- Muito bem Sr. Obrigada, e o Sr.?
-- Muito bem, sente-se...? - Ana permaneceu como uma estatua onde estava, em pé. -- Então vamos ao que interessa certo? Te tirei do seu cantinho para te propor um emprego, já ouvi varias coisas sobre você e nenhuma delas foram ruins. Você pensou na minha proposta?
-- Pensei sim Sr. - Olhei de novo para Ana parada na porta calada. Tentei voltar à conversa, mas meus olhos voavam para ela sem a minha autorização, simplesmente do nada lá estava eu olhando para ela de novo. Pensei comigo que aquela mulher era perigosa e me perguntei, indignada, porque ninguém a prendia por isso?? Me remexi na cadeira.
-- E então...? – ele bateu os dedos no vidro da mesa me lembrando de onde meu corpo estava, porque minha mente estava afundada naquela mulher. Com um susto olhei para ele.
-- Sim, claro que sim. Sem dúvida. Será um prazer Sr...
Do nada, ele bateu uma palma, levantou-se e disse:
-- Excelente! Você já pode começar semana que vem. É o tempo de você se estabilizar na cidade, eu presumo. Minha filha... – ele parou, olhou para ela, abaixou a cabeça limpou a garganta e voltou a falar: - Quero dizer, Ana irá lhe ajudar.
Será que alguém percebeu quando meus olhos arregalaram?
Filha?! Como assim filha?! Para tudo.
ELA era filha DELE? Aii Deus, ferrou-se. Senti algo dentro de mim brochando. Ela era proibida, chave de cadeia. Mas... Ele nem olhou para ela direito. Comecei a pensar enquanto desfazia cada fantasia que criei com ela nesses poucos minutos. Ele continuou e eu tentei voltar minha atenção.
-- Temos um bom apartamento em vista com um mês pago, você pode morar nele provisoriamente e se gostar, continua. O que acha? - ele sorriu, se sentando na beirada da mesa onde eu estava.
-- Pra mim está ótimo. – eu ainda me sentia meio abobalhada. Ele se levantou em um pulo e estendeu sua mão enorme para mim, me pegando desprevenida e eu tive que pular da cadeira também.
-- Nos demais, boa sorte, até mais ver. - apertou minha mão novamente e saiu. Um homem tão direto quanto a filha pelo visto. Fiquei parada em pé entre a cadeira e a mesa do mesmo jeito e olhei para Ana, sem saber o que fazer ou falar agora. Em nenhum momento ela disse algo com ele ou ele com ela, na verdade ela não disse uma palavra se quer. Mas, assim que ele saiu, ela logo disse:
-- Vem... Vou lhe mostrar sua sala.
Oi? Nenhum parabéns por eu ter conseguido esse emprego? Pelo visto não.
Ela saiu andando e eu a acompanhei pelos corredores, sempre atrás dela. Ana parou perto de uma porta, que estava meio aberta, espichei o pescoço e depois de uma olhada bem rápida, conclui que era boa e simples. Entrei dentro dela e reparei em uma mesa, uma cadeira, algumas prateleiras no fundo, um armário e alguns detalhes. Tudo muito bom pra mim, eu tinha uma sala só minha com uma porta, já era mais do que eu tinha na outra empresa. Eu estava viajando quando a voz de Ana me chacoalhou.
-- Sua sala. Pedi que a secretária desse uma geral, mas pode arrumar à sua maneira...
-- Adorei... - sorri. - Olhei para trás, direito para ela e disse: - Nunca tive uma sala só minha antes, para mim está mais que ótimo. Obrigada.
Pude ver seus olhos se arregalarem um pouquinho de espanto. Ela sempre teve uma sala só dela? Sendo a filha do chefe imaginei que sim. Depois ela deu um sorrisinho e eu soube que por trás de toda aquela fibra e olhar perfurador, havia uma mulher.
-- Se você quiser podemos sair agora e te mostro o apartamento que o Sr. Peter lhe disse ou fica à sua escolha comprar um jornalzinho e achar algo melhor pra você.
Como sempre, mais direta impossível. Engoli seco ou talvez engoli minha vontade daquela mulher. Ah se ela não fosse a partir de hoje minha chefe. No mais eles estavam me disponibilizando um apê com um mês pago, aquilo era perfeito. Que jornalzinho que nada.
-- Ta bom, pra mim está ótimo. Vamos!
Seguimos até o tal apartamento no carro dela, e conforme as ruas passavam ela foi me mostrando alguns pontos da cidade, algumas cafeterias por perto da empresa, alguns restaurantes, outros tantos bares. O perfume dela se tornou o oxigênio ali dentro, e que perfume delicioso, com cheiro suave de rosas. Devia ser importado, pensei. Ela era séria e educada, mas por vezes um sorrisinho escapava. Com o tempo me peguei tentando fazer esses momentos se repetirem mais vezes. Ela me mostrou também um ponto de metro ali perto e alguns ônibus que chegavam ao local, me confessando que não usava o sistema urbano de transporte, mas que poderia perguntar mais detalhes a sua secretária caso eu precisasse. Comentei que também tinha um carro, mas havia ficado em minha cidade e não era problema voltar ali com ele da próxima vez. De Minas a São Paulo não era tão longe assim. Ela olhou pra mim como ' OK, você quem sabe ' e continuou prestando atenção no trânsito.
Chegamos ao apartamento e havia uma guarita a qual ela se apresentou e o porteiro nos deixou entrar. O prédio era alto, com detalhes em vermelho, os quais eu adorei. Vermelho era o detalhe da minha vida. Tinha um elevador e assim que saímos dele e ela abriu a porta, eu soube que a partir daquele dia, aquele seria o meu apartamento. Dentro era lindo. A sala, o quarto, e principalmente como o vento soprava na varanda. A cozinha era toda de inox, não que fizesse muita diferença pra mim, eu não sabia usar o fogão direito mesmo, o importante era o micro-ondas. Ela esperou na porta e foi assistindo minha reação aos poucos. Eu tinha um apartamento meu, poderia ligar o som quando quisesse e andar só de calcinha e sutiã, era maravilhoso! Senti um ar diferente, de que minha vida estava mudando. Sua voz me tirou do transe e com o que me pareceu um sorriso me perguntou:
-- Gostou?
A olhei assustada e maravilhada, ela tinha sorrido de verdade, um sorriso pequeno e simples, mas não deixava de ser um. Respondi de imediato.
-– Adorei! Da pra fazer uma super festa! Se for barato, até compro!
Ela ergueu uma sobrancelha e sorriu apenas com os lábios, achei lindo. Acrescentei caindo na realidade que ela era minha chefe e talvez eu não deveria ser tão espontânea assim de primeira.
-- Brincadeira... Mas gostei muito sim, obrigada. – ela assentiu com a cabeça e logo disse:
-- Podemos ir? Ainda tenho um bocado de trabalho. – E lá estava ela séria e direta de novo.
-- An.. claro, vamos. – Eu disse não querendo me despedir do meu apartamento, e muito menos dela.
Ela fechou o apartamento e me entregou as chaves.
-- É seu, divirta-se. - Senti um sorrisinho maroto ali. Peguei as chaves e senti seu toque de leve, suave, mal tocando minha pele, mas que despertou algo muito forte dentro de mim! Descemos o elevador e parei na calçada.
-- Vou pegar um táxi. Estou em um hotel, meu voo sai só amanhã.
-- Tudo bem, te levo de carro sem problemas, Lara. – Ela disse meu nome e uau! Como soava bem com ela falando, enchi o peito com aquilo.
-- Ah... É meio longe Srta. – Disse meio sem graça, mas louca para que ela não desistisse de mim e me deixasse ali.
-- Se acelerar, dá. - Ela falou enquanto dava a volta para entrar no carro com um sorriso quase me matando, pois o sol refletiu aqueles dentes brancos. Que sexy. - O Sr. Peter não gosta de serviço pela metade e é minha função hoje te ajudar.
Achava tão esquisito o fato de ela nunca chamar o pai de pai, sempre e apenas Sr. Peter, mas nada comentei, ainda estava lá babando naquele sorriso refletido pela luz do sol. Entrei no carro sem contestar. Falei o endereço e ela foi guiando. Que trânsito doido e esquisito. Mas chegamos rápido demais lá, uma pena. Ela realmente acelerou.
-- Humm, você dirige muito bem... - não consegui conter o comentário com uma mescla de ironia. - Obrigada pela carona
-- Como uma louca, você gostaria de dizer? - Deu aquele sorriso meio preso, vindo do fundo da garganta, meio rouco e totalmente sexy. Um sorriso lindo. Lá estava ela de novo, sendo... Humana? Ou bipolar na verdade.
Eu com um sorriso torto, rebati:
-- Isso já são palavras suas. – Fechei a porta do carro e disse através da janela. - Até semana que vem Srta. Ana. –
Sai e não deixei tempo para uma resposta, mas acho que escutei um risinho abafado. Pelo visto, ponto pra mim hoje.
--------------------------------- HOJE ------------------------------------
Agora aqui estava eu, uma semana depois, na minha sala. Tinha até uma plaquinha na porta com meu nome, acreditam?! E eu ainda não a tinha visto, mas me disseram que ela chegaria logo. Coloquei algumas coisas nas gavetas e comecei a trabalhar. A secretaria já tinha me passado alguns serviços e um rapaz chamado Lucas, que mais parecia um garoto, foi me dando algumas dicas sobre o trabalho, a empresa e as pessoas. Gostei muito dele, do seu espírito libertino e responsável. Me descreveria assim também se precisasse. Era fácil rir com ele, mesmo estando nervosa pelo meu primeiro dia.
Lucas estava me explicando algumas coisas, quando de longe percebi que ela chegou, passou no corredor com o barulho inconfundível do seu andado e como minha porta estava aberta, a vi conversando com sua secretária. O terninho na mão, uma calça de linho e uma blusa branca. Não tinha mais palavras, se eu for falar linda toda vez que a vê-la, isso aqui vai ficar muito repetitivo. Estiquei o pescoço e Lucas percebeu para onde eu olhava. Ele deu um risinho e disse:
-- Linda, né?
Pigarreei sem graça, a boca seca de novo.
-- Hum, muito...
-- Filha do chefe.... – Ele disse como quem avisa, 'terreno proibido'.
Suspirei...
-- É.. Tô sabendo.
-- Uma pena me parece, não? - outro risinho.
Olhei pra ele com um olhar cúmplice, pisquei e voltei a atenção para ela que logo entrou em sua sala e fechou a porta.
Não a vi mais durante a manhã e logo depois do almoço o Sr. Peter me ligou perguntando se estava bem acomodada na cidade. Também aproveitou e me disse que eu e Ana trabalharíamos meio que juntas por algum tempo. Não sei se achei bom ou ruim. Na verdade, achei ótimo, mas senti aquela pontada de medo. Ficar perto dela era sair voando sem sair do lugar e não ficar perto dela era ter torcicolo de tanto espichar o pescoço procurando-a.
“Ela só é muito bonita, por isso você está assim!” dizia pra mim mesma. Eu estava há algum tempo sem ninguém, devia ser... Loucura, claro. Desde minha ex, eu não me ligava em ninguém de verdade. Alguns encontros aqui, umas saídas ali. Nada sério e estava bom assim. “Ela só é muito bonita, só isso.' Repeti de novo.
Sua secretária me ligou um pouco depois, informando que ela estava me esperando em sua sala. Suspirei, puxei a blusa pra baixo tentando parecer apresentável e fui. Tinha vindo com minha melhor roupa e sapato, desses que fazem barulho quando pisam e blusa branca de botão. Bati na porta e ouvi sua voz pela primeira vez depois de uma semana.
Coração na boca, excitação a mil.
-- Entra, Lara. Bem vinda de novo. - ela olhava alguns papeis e não tirou os olhos de lá por muito tempo.
-- Obrigada. Tudo bem?
-- Tudo, tudo... Senta.
Sentei. Ela tirou os olhos do que fazia e trouxe sua atenção para mim.
-- O Sr. Peter te ligou, certo?
-- Aham..
-- Ótimo. Trabalharemos assim; eu te passo alguns casos, você resolve lá na sua sala, alguns a gente senta e discute aqui, você vai ser meio que minha...
-- Parceira - me arrisquei sorrindo. Às vezes eu era arteira, muito indireta mesmo ou muito louca, tanto faz.
-- Assistente. - puxou um sorriso torto no rosto. Ponto pra ela dessa vez.
-- Ahhh... Certo. - murchei e assenti. Ela continuou como se nada tivesse acontecido.
-- Por enquanto você pode ir para sua sala e o Lucas vai te ajudando como ele já está. - então ela já sabia que ele estava me ajudando. Imaginei que ela devia saber de tudo, a espiã do papai. - E mais tarde ou amanhã te chamo e começamos a analisar algumas coisas aqui. Precisamos de um bom plano de marketing para o nosso próximo negocio com alguns alemães, caso grande. Sei que você fala e entende alguma coisa. Vamos começar trabalhando e vendo os talentos que o Sr. Peter diz tanto ouvir que você tem.
Senti uma pressão camuflada ali.
-- OK. - Foi tudo que consegui dizer.
Ela olhou pra mim, ficou calada e esperou o que pareceu uma eternidade. Encarei-a com suavidade depois de algum tempo. Depois que meu coração saiu da minha boca e voltou pro peito.
-- Então está bem assim, qualquer coisa te ligo no seu ramal. Pode ir.. - e voltou a mexer nos mesmos papeis.
-- Estarei esperando então, Srta. Qualquer coisa...- Sorri. - Me liga.
Eu tinha que parar com esses meus eus zombeteiros e irônicos, eles não iam me manter naquele emprego muito tempo desse jeito. Mas presumi que ela estava tão absorta nos papeis que nem percebia minha existência mais ali.
Caminhei para a porta. Quando coloquei a mão na maçaneta ela me chamou sorrindo, aquele mesmo sorriso de quem também tem seus lados sagazes e disse.
- Lara... – Esperou que eu olhasse para ela e disse: -- Parceiras me soa bom também.
Sorri de volta, aqueles sorrisos que mostram até a gengiva sem conseguir me conter e sai da sala.
Fim do capítulo
Oi, meninas, tudo bem? Escrevi essa história em 2013 (acho rsrs) e postava no antigo ABCLes. Negue se for capaz estava - e está - finalizada nesse antigo site quando comecei a escrever Limite Mortal. Nesse meio tempo o site saiu do ar e foi excluído. Ainda bem que a Cris salvou todas nós e criou esse aqui. Os anos foram passando e se em 2013 eu tinha 19 aninhos, hoje tenho 32 rsrs. A vida de adulto foi me engolindo, como acho que vai engolindo todo mundo, e a correria para pagar contas, sobreviver aos perrengues do dia a dia, passar a sofrer com doenças mentais e demorar alguns anos para encontrar o diagnóstico correto - mas agora acredito que consegui! Tudo isso acabou me fazendo sumir por um bom tempo daqui. Porém, nunca esqueci a escrita e o quanto eu amo isso.
Então, decidi voltar a postar com o Negue se for Capaz. Espero que com o tempo, apoio e motivação de vocês, eu consiga terminar o Limite Mortal - falta beeem pouquinho, uns 7 capítulos apenas. Quero voltar a escrever como antes, me reconectar com esse meu lado que eu amo tanto e espero que esse seja o primeiro passo para isso. Conto com vocês, ein?
Já postei 2 capítulos e depois os outros virão semanalmente, OK?
<3
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S2 jack S2
Em: 23/06/2024
Bem-vinda Autora!
Que alegria te ter por aqui.
Conte conosco para ler e comentar.
Quanto a história, eu me lembrei vagamente quando li a sinopse. Reler em tempo real será muuuuuito legal.
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Marta Andrade dos Santos
Em: 21/06/2024
Vai com calma cocada Kkkkk.
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