Capitulo 9
Acordo num susto com o telefone tocando, estico o meu braço que estava livre e atendo de forma sonolenta. Os meus olhos se arregalam no momento em que escuto a voz do outro lado da linha.
- Rosa, bom dia! Tudo bem? Aconteceu alguma coisa? - Respondo com a convicção de que aquela ligação é para mim.
- Lia? Oi, bom dia, tudo bem? Não aconteceu nada, eu estou ligando para a Ágatha, quero saber se vocês já estão vindo pro churrasco aqui em casa. Não se esqueçam dos biquínis.
- Churrasco? Vou ver com ela. - Tento falar de forma mais branda e tento disfarçar a minha surpresa.. Percebo a Ágatha me olhando com uma cara meio constrangida. Só então eu me dou conta de que o celular não é o meu. - Ela está aqui do meu lado, um momento que eu vou passar para ela. - Arregalo os olhos e entrego o aparelho para ela.
Saio do quarto para deixá-la à vontade, vou à procura do meu celular na sala e vejo que ainda não passam das 09h. Eu estou quase surtando com o que aconteceu e me sinto tão envergonhada. Como eu pude ser distraída dessa forma?! Primeiro que atendi sem nem mesmo me dar conta de quem era e muito menos de que o telefone não era meu. Sorrio com o meu desespero. Tento espairecer os meus pensamentos e corro pro quarto escolher o que iria usar. Agora, depois dessa situação toda não tinha como fugir e nem tempo para pensar.
Por mais que fosse um churrasco, eu não poderia ir tão informal, ainda mais na casa da minha chefe e eu ainda beijei a filha dela. Escolho um short mais social de estampa lisa vinho, um cinto rosê claro e uma regata clara combinando. Aproveito para pegar o biquíni e arrumar a minha bolsa. Entro no meu banheiro e tomo um banho. Como eu quero estar cheirosa para ela!
Estou saindo do quarto e a encontro já arrumada na porta me esperando com um olhar de deslumbramento e ao mesmo tempo apreensão.
- Você quer conversar antes de irmos? - Aceno que sim e ela continua. - Ontem eu fiquei tão envolta por estar com você no sofá que acabei não te falando. Eu estava na minha mãe ontem e ela decidiu fazer um churrasco hoje. Eu me esqueci de dizer que fomos convidadas. E eu sinto muito por você ter sido pega de surpresa.
- Estou me sentindo envergonhada, sem saber como agir. - Digo sincera e sem jeito com um meio sorriso. - Eu não faço ideia agora de como me comportar. Não sei se eu vou conseguir esconder os meus sentimentos por você, sabe?!
- E não precisa esconder! - Ela faz uma expressão de quem aprontou. - Minha mãe acabou me encurralando ontem e eu acabei falando um pouco sobre o que eu sinto por você. Então ela sabe que eu gosto de você e está apoiando.
- Agora mesmo que eu não vou saber onde enfiar a minha cara. - Digo sorrindo envergonhada. - Eu atendi o seu celular, então agora com certeza ela sabe que estamos tendo alguma coisa. - Solto sem pensar.
- Então estamos tendo alguma coisa? - Ela me abraça me puxando pela cintura olhando diretamente nos meus olhos com um olhar brilhante e apaixonado.
Na medida em que ela fica me segurando com os seus braços, levo as minhas mãos para o seu rosto em uma carícia singela. Não resisto e olho para a sua boca. Em seguida, encosto a minha testa na sua. Ela me agarra ainda mais colando os nossos corpos. Sinto o meu ventre se contrair nesse momento e quando os nossos lábios se encontram um gemido involuntário sai da minha boca.
Só foi ela escutar aquele som que imediatamente ela me puxa ainda mais contra si e invade a minha boca com a sua língua. Ela me empurra contra a parede e uma de suas mãos vão para a minha nuca conduzindo o beijo cada vez mais voraz e intenso. Minhas mãos começam a acariciar a lateral do seu corpo e vão descendo até o seu quadril, puxando-a ainda mais para mim. O meu íntimo palpitando de todas as maneiras. Não resisto e puxo a sua bunda. Sinto a mão dela que estava apertando a minha cintura em direção a parte interior da minha coxa, massageando, acariciando e apertando.
Eu me dou conta do que está acontecendo e em um ímpeto corto o beijo e seguro em suas mãos. As nossas respirações ofegantes e nossas testas encostadas uma na outra.
- Ágatha, nós precisamos ir... - Digo ainda ofegante e com um sorriso envergonhado. - Vamos nos atrasar e se continuarmos não sairemos daqui hoje.
- Isso é verdade! - Ela me abre um sorriso e me dá um selinho antes de continuar. - Mas você não me escapa mais.
Desde que cheguei acredito que seja a primeira vez que a carreguei de moto, uma sensação tão boa de tê-la na minha garupa me abraçando. Acho que finalmente estava aceitando que não conseguiria resistir a minha bela por mais tempo.
Chegamos em frente a casa de seus pais e que lugar enorme. Ela pega a minha mão, entrelaça os nossos dedos e me puxa para irmos em direção ao portão. Quando ela aperta a campainha meu coração começa a acelerar de uma forma e começo a suar frio. Não quero me precipitar e nem me sentir tão desconfortável na presença de seus pais, então eu desfaço o entrelaçar dos nossos dedos.
Rosa aparece abrindo o portão e me cumprimenta em um abraço apertado. Seu esposo ao lado sorridente também me abraça e nos convida para entrar.
- Entrem.. os meninos já chegaram e só estávamos esperando por vocês. Estão todos curiosos para conhecer a primeira namorada que a minha filha traz aqui em casa. - Diz o pai dela e pisca para mim.
Fim do capítulo
A vergonha de voltar a escrever essa história ?
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Marta Andrade dos Santos
Em: 30/04/2024
Oxente! Não tenha vergonha.
Adorando a história.
Aí Lia segura logo a Agatha.
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Josi Silva
Em: 29/04/2024
Oi autora!
Penso que não deve sentir vergonha por voltar a escrever um texto tão bem escrito.
Como iniciei a leitura agora, só posso dizer que continue, pois a história está ótima.
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