Capitulo 20

Tequila, Dança e Encontro

Lisa

Eu não podia acreditar no que havia acontecido, eu finalmente consegui a aprovação de Rubí e seríamos parceiras, aquilo com toda certeza tinha que ser comemorado, sem falar que eu havia conhecido Dália que era um amor de menina e ficamos amigas de cara. Como toda data ou evento importante estava eu e Pierre meu amigo de infância indo para o Saveur Unique, um restaurante francês que tinha bem no centro da cidade e após comermos iríamos até o Infinit Dreams, uma boate cheia de estilo que já havia marcado várias fases de nossas vidas. Assim que nos sentamos um sommelier nos abordou para que pedíssemos a bebida e Pierre logo se adiantou em pedir champanhe afinal ele também estava comemorando, ele era o mais novo artista plástico a expor seus quadros e esculturas no Museu do Louvre ou como ele gostava de dizer Mouséeu Du Louvre, Pierre era alto, de olhos azuis e cabelos alourados, seu sorriso branco e seu sotaque francês era uma combinação fatal para conquistar qualquer mulher, no auge dos seus 23 anos já viajava o mundo com seus quadros e participava de convenções onde ensinava aos novos artistas das faculdades locais seus métodos de pintura entre outras coisas de artista que ele sempre tentava explicar, mas eu não entendia uma palavra, éramos amigos desde os meus doze anos quando comecei a estudar em sua escola e desde então não nos desgrudamos, nossa rotina de comemoração começou quando eu fiz dezoito anos e decidi que precisávamos comemorar de forma correta eu não tinha muita noção naquela época e Pierre sempre pareceu ser mais velho então após comermos em um restaurante japonês fomos pela primeira vez ao Infint Dreams e até hoje eu não sei o que eu tinha na cabeça para levar um menor de idade para uma boate mas desde então virou nosso ritual.

O sommelier voltou com o melhor champanhe do lugar, brindamos e pedi que deixasse a garrafa o que o garçom logo atendeu e chamou o garçom para que trouxesse os cardápios onde fizemos nosso pedido e enquanto aguardávamos conversamos sobre seus projetos e sua viagem que seria em breve para promover sua grande exposição no Louvre à exposição seria no final de setembro, mas ele teria que ir bem antes para acompanhar cada obra e supervisionar as arrumações e papeladas, lhe falei sobre os últimos acontecimentos de minha vida e como eu me sentia com tudo aquilo enquanto comíamos.

_ Mas por que você não conta para ela de uma vez? - Disse Pierre enquanto se recostava na cadeira saboreando o champanhe.

_Eu não sinto que é o momento certo, meu objetivo é ganhar sua confiança sabe, não quero apressar nada. - Falei enquanto me servia de mais champanhe.

_Tudo bem você pode estar certa, me conta como foi finalmente conhecer Dália, como ela é? - Disse empolgado.

_Nossa foi incrível, ela é uma garota tão cheia de energia, falante e extrovertida, ficamos o dia todo andando atrás de seus móveis e depois fomos fazer compras ela me contou sobre a sua infância e como Rubí era protetora quando ela era criança, fazer a menina ficar quieta é a parte mais difícil, mas quem sou eu para criticar, não é? - Disse empolgada e rindo com a lembrança.

_Ah isso é verdade, você quando se empolga é difícil calar a boca e a tal de Carolina que você me contou aceitou ir à entrevista com sua mãe, vocês estão saindo ou algo assim? - Falou curioso.

_Carolina está fora do meu radar meu querido, ela aceitou ir à entrevista e passamos uma tarde até que agradável, ela e Dália se deram super bem, porém isso é bom para Rubí porque ela está completamente apaixonada por ela e eu não vou entrar nessa não. - Disse bebendo meu champanhe e olhando o salão.

_Sério? Rubí também gosta de mulher? Por essa eu não esperava.

_Mas eu te falei que meu gaydar explodiu quando eu a conheci, mas ela ainda está no armário de qualquer forma. - Disse dando de ombros.

_Não por muito tempo se depender de Carolina. -Disse ele rindo e me fazendo rir junto.

Conversamos mais algumas coisas, mas logo ele pediu licença para ir ao banheiro e foi quando eu a vi, sentada a algumas mesas de distância sozinha, parecia esperar alguém enquanto bebia de uma taça de vinho tinto, estava linda, cabelos presos de um lado só com um vestido preto frente única e eu podia apostar que por baixo teria uma lingerie para deixar qualquer um louco, Luna olhava o relógio de pulso com certa impaciência e eu fiquei me perguntando quem deixaria aquela mulher esperando.

_Por que não vai lá falar com ela de uma vez? - Disse Pierre ao meu lado me fazendo sobressaltar.

_Que nada, ela está esperando alguém e não quero atrapalhar. - Disse desconfortável por ter sido pega em flagrante.

_Ela é linda, quem é? Se você não quer se aproximar eu posso pelo menos oferecer outra taça de vinho. - Disse ele se sentando e olhando na direção de Luna.

_O nome dela é Luna e ela é chefe da perícia lá do DP e desde quando você é predador Pierre? - Disse de forma divertida.

_Ah, só quis tentar para ver como é que soa, mas de fato não sou esse tipo de cara, mas pelo menos poderia dar um oi antes de irmos, não é? É melhor do que tentar limpar sua baba. - Disse rindo e fazendo um gesto para chamar o garçom com a conta.

Revirei meus olhos para ele antes de me levantar e ir até onde Luna estava, me senti nervosa no momento em que comecei a andar e culpei o álcool por isso, ela estava lendo o cardápio concentrada quando cheguei ao seu lado e chamei seu nome, seus olhos castanhos estavam delineados e me encararam com curiosidade antes de sorrir e se levantar para me cumprimentar, até aquele momento eu não tinha percebido como o sorrio dela era fofo e nem que o seu perfume era tão bom.

_Lisa o que faz aqui? - Disse depois de me abraçar.

_Estou com um amigo, estamos indo comemorar, pois você está falando com a futura parceira de Rubí Valdez. - Disse alegre e me gabando.

_Que ótimo! Mas espera por que futura?

_Ah, nada demais é que ainda tenho que fazer a prova de aptidão, mas é certo que eu passe então não se preocupe, então está esperando alguém? Porque se não estiver você está mais do que convidada para se juntar a nós. - Disse empolgada e sentindo meu coração disparar com a possibilidade dela aceitar.

_Ah, seria ótimo, mas infelizmente estou esperando meu noivo, mas acredite estou tentada a ir com vocês. - Disse rindo e ficando vermelha logo em seguida.

_Que pena, mas se mudar de ideia estaremos no Infinit Dreams qualquer coisa só me ligar.

Me despedi de Luna ainda sorrindo, mas por dentro ainda estava rodando a palavra noivo, o que eu esperava afinal que toda mulher que eu encontrasse gostasse de mulher? Apressei Pierre para que fossemos logo para boate, estava com uma necessidade absurda de dançar e precisava mesmo beber. Chegamos à boate e a primeira coisa que fiz foi ir para o bar e pedir uma dose de tequila ao qual fui seguida por Pierre que bebeu fazendo careta e eu ri de sua reação, estava tocando Blame - Calvin Harris e John Newman, logo fomos atingido pela batida empolgante da música e fomos para o centro onde se acumulava as pessoas dançando e pulando ao ritmo da música, eu e Pierre dançamos e cantamos aos berros a música que invadia nossos ouvidos, revezamos entre ir ao bar reabastecer e voltar para a pista de dançar até Pierre se cansar e ir para uma das áreas com sofá no segundo piso com sua garrafa de água, mas eu queria ficar e dançar até esquecer aquele sorriso e para isso eu tinha que beber mais um pouco eu não sei quanto tempo já havia se passado desde que chegamos mas já era tempo o suficiente para eu me sentir mais leve, bebi enquanto aguardava uma música dançante o suficiente até que começou a tocar  Lento - Lauren Jauregui e eu vi aquela mulher na pista, cabelos soltos, calça jeans justa e uma blusa de alças finas, eu não sabia se meu nível de álcool estava tão grande ao ponto de eu imaginar coisas, me aproximei e Luna sorriu, ergueu as sobrancelhas como me desafiasse a me aproximar, meu coração disparou e eu sorri me aproximando mais, nossos corpos se encontraram e ela virou de costas enquanto seus braços envolviam meu pescoço e minhas mãos foram de encontro a sua cintura que rebol*va devagar de encontro ao meu corpo, apertei sua cintura e dancei com ela daquela forma até que ela se virou lentamente de frente e eu apenas grudei nossos corpos e dançamos assim, nossos passos eram lentos e nossos corpos estavam em um único ritmo sem tirar os olhos uma da outra, meu olhos desviaram para sua boca e a vi sorrir e morder os lábios, sorri de volta, quando a música acabou ela se afastou e me encarou prestes a dizer algo, mas mãos masculinas a apertaram por traz e eu franzi o cenho enquanto ela aparentemente sem graça me apresentava a seu noivo, o cara sorriu e apertou minha mão e eu retribui o sorriso de forma o mais natural possível, eles me acompanharam até o bar onde eu e Luna pedimos uma garrafa de água, bebemos ávidas enquanto o cara falava algo sobre não gostar daqueles ambientes, que eram muito barulhentos e blá blá blá, ele falava e eu só queria entender que porr* tinha acontecido lá na pista afinal de contas, eu imaginei ou ela estava me dando mole mesmo? E por que ela continua com aquela expressão de desejo enquanto olha para mim?

Decidida a tomar um pouco de ar eu pedi licença ao casal e fui chamar Pierre para ir embora, ele cochilava na poltrona abraçado a garrafa de água e eu me arrependi de deixar meu celular na chapelaria, pois aquilo daria uma ótima foto, acordei o belo adormecido para que fossemos embora e pegamos o táxi para meu apartamento, enquanto o carro deslizava pelas ruas em direção ao endereço que eu havia dito minha cabeça voltava àquela cena de Luna dançando encostada em mim e em sua expressão de desejo, em sua boca e o quanto eu queria tê-la beijado, mas que porr* por que ela tinha que ser hétero e ainda por cima ter um maldito noivo? Eu tinha que tirar aquela mulher da cabeça antes de acabar fazendo merd* e no final a única machucada iria ser eu.

Fim do capítulo