Capítulo 18 – A declaração de desculpas oficial
Alice era uma estúpida! Uma idiota completa! Ela não conseguia acreditar em como havia conseguido arruinar sua única noite possível com a Bruna. No caminho de volta ela tentou reviver a conversa que tivera em sua mente, tentando descobrir onde havia errado. Depois da ligação, reparou que o estrago havia sido ainda maior do que pensara. Que burra! Ela não podia estragar aquilo! A sua relação com a Bruna era a única coisa que mantinha a sua sanidade às vezes. Ela não podia perdê-la! Não podia!
Depois de buscar os meninos tarde na escola, ela precisou aguentar o péssimo humor do Enzo que havia dormido enquanto esperava por ela. Já era madrugada quando finalmente conseguiu deitar, mas era impossível pegar no sono com a preocupação sobre Bruna em sua cabeça.
Ela precisava consertar a burrada que tinha feito, mas ela nem entendia direito o que havia feito de tão errado.
Lembrando do esporro de Bruna, ela pegou o celular e começou a pesquisar sobre a conversa que tiveram no carro sobre racismo e depois foi ler um pouco sobre política. Já era quase de manhã quando foi dormir, sentido que havia estudado mais do que fazia para as provas da faculdade. Ela precisava consertar a burrada que tinha feito! Ela não podia perder a Bruna!
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Bruna adorava sextas-feiras. Todas as meninas que trabalhavam com ela amavam. No entanto, aquela sexta estava uma merd*. Ela demorou a dormir por estar puta e magoada com Alice e com si mesma. Ela se sentia um pouco estúpida. Com a decepção grande que sentia, ela foi obrigada a admitir para si mesma que o motivo era porque estava começando a gostar de Alice. Não, ela não estava apaixonada. Ela nunca poderia se apaixonar por uma coxinha alienada que chamava crianças de dois anos de meliante e recusava-se a aceitar e oferecer tratamento para o seu filho autista. A cada dia que passava Bruna tinha mais certeza de que esse seria o diagnóstico que Enzo receberia se a família tomasse vergonha na cara e corresse atrás do que era melhor para ele.
Aquele pensamento só a fazia se sentir mais idiota e culpada. Durante todo aquele tempo que passou com Alice nem uma vez sequer ela havia tentado conversar com ela sobre Enzo. Ela deveria! Ele precisava de ajuda e ela havia ignorado aquilo apenas para não perturbar a paz de um relacionamento que nunca poderia ser mais que sex*. Sua irmã estava mesmo certa quando a acusou de fazer qualquer coisa por conta de um par de seios.
Bruna sentia como se tivesse se traído de alguma forma. Como se durante aquele tempo com Alice ela tivesse escondido uma parte de si mesma para que elas não entrassem em confronto. Esconder não era exatamente a palavra, Bruna nunca esconderia quem ela era, mas ela deixou menos evidente uma parte de si. Ela gostava de conversar sobre política e questões sociais. Ela gostava de conversar sobre educação e sobre seus alunos. Mas ela evitava todo e qualquer assunto polêmico só para poder continuar dormindo com Alice. Aquele pensamento fazia com que sentisse raiva, principalmente de si mesma. Especialmente porque ela estava tão alegre com Alice, mas era tudo uma ilusão.
Sua manhã havia sido muito estressante! Enzo teve uma das suas piores crises depois que foi impedido de ficar fugindo pela escola, possivelmente porque Bruna também estava mal, não conseguindo dar o melhor de si para acalmá-lo. Ao menos ele havia apagado na hora do soninho e ela pôde almoçar em paz.
Bruna só não esperava ser interrompida em seu momento de descanso para receber uma encomenda. Enquanto descia da sala de descanso dos funcionários e caminhava até a recepção, pensava que com certeza havia sido um engano. Ela não tinha pedido nada.
O choque ao ver um enorme buquê de flores esperando por ela foi grande. Ela sorriu automaticamente apesar do mal humor e precisou se lembrar que não é porque Alice havia sido fofa com o presente que ela estava perdoada. Flores não consertavam as suas diferenças ideológicas. Só que ao entrar com o buquê em sua sala para ler o cartão longe de todos, ela não pôde deixar de sentir o coração bater mais forte e se derreter ao ver escrito logo na parte da frente:
“Foi golpe!”.
Bruna sorriu pela primeira vez desde a noite anterior e abriu o interior do cartão, onde leu: “Sinto muito por ter sido uma idiota ontem. Eu passei a noite estudando. Não desiste de mim!”.
Aquele simples recado pareceu a melhor declaração do mundo!
As flores não foram a única surpresa do dia. Em seu horário de lanche, ao entrar na sala dos funcionários, Bruna se deparou com Alice segurando um copo plástico de café. Ela estava com uma aparência horrível com olheiras e um evidente cansaço.
– Oi – ela falou visivelmente nervosa de uma forma vulnerável tão incomum que Bruna precisou lembrar-se de que estava com raiva.
– Oi – ela respondeu sem saber exatamente o que dizer.
Ela havia amado as flores, mas aquilo não resolvia magicamente os problemas. Depois de alguns segundos de silêncio estranho, Bruna falou apontando para o café:
– Achei que você era do chá – tentou brincar, mas ainda estava séria.
Aquele comentário fez Alice acordar do torpor que estava.
– Ah sim... É para você – aproximou-se para entregar o copo à Bruna e ela poderia jurar que as mãos de Alice estavam tremendo.
– Você estava vendo a obra?
– Sim, mas na verdade eu vim mesmo porque queria te ver e falar com você sobre ontem.
Bruna deu um gole longo em seu café, reparando que estava com a quantidade exata de açúcar que ela gostava.
– Podemos não fazer isso aqui? Estou trabalhando.
Alice ficou ainda mais nervosa do que antes e Bruna não pôde deixar de pensar que aquilo era uma graça. Ela nunca imaginaria que aquela mulher poderosa e séria ficaria assim tão nervosa e indefesa.
– Claro! Mas eu posso me desculpar de verdade agora? Cinco minutos! – então ela quase que sussurrou a última parte, como se não tivesse certeza se deveria falar em voz alta – Eu não aguento a ideia de você magoada comigo por mais tempo...
Bruna ainda não tinha certeza. Ela estava com medo daquela conversa. Ela tinha ficado muito magoada e por mais que Alice estivesse tentando, ela não sabia se aquilo seria suficiente. Elas pensavam de formas muito diferentes e sobre coisas muito importantes para a Bruna.
– Por favor – Alice falou diante da sua hesitação.
Ela tinha um olhar suplicante que Bruna nunca imaginaria ver nela e não conseguiu dizer não.
– Tudo bem.
– Depois de ler sobre o assunto ontem eu entendi que fui racista, mesmo que essa não tenha sido a minha intenção. O que falei não foi com a intenção de te machucar, foi apenas ignorância da minha parte, o que eu entendo que não é uma desculpa para agir de forma racista. Você é uma mulher preta e eu te respeito e te admiro da forma que você é. Eu aceito total responsabilidade pelas minhas ações e peço de coração pelo seu perdão.
Aquilo definitivamente não era o que Bruna esperava. Ela falou todas as coisas certas e estava com uma feição claramente arrependida, mas ainda assim aquilo parecia estranho e Bruna não sabia o que dizer nem o que pensar. Diante de seu silêncio, Alice pareceu ainda mais aflita.
– Eu sei que a desculpa parece ensaiada e é porque foi! – ela admitiu – Eu decorei cada palavra, mas não porque não é sincera e sim porque eu não queria correr o risco de falar outra besteira! Eu nunca mais quero ser racista e falar algo que te magoe.
Conforme ela falava, parecia ficar mais aflita e nervosa e foi se enrolando.
– Mas eu provavelmente ainda vou falar alguma besteira porque eu sou uma idiota! Mas eu vou estudar e tentar o meu melhor!
Seu olhar suplicante, junto de suas palavras, derreteram o coração de Bruna.
– O que eu estou tentando falar é que eu sou uma idiota e às vezes falo sem pensar direito, mas eu escuto você! Eu posso demorar um pouco porque eu sou muito cabeça dura, mas eu te escuto! Eu valorizo a sua opinião e respeito quem você é! E eu não quero te machucar. Você é importante pra mim!
– Alice, para de falar! – a interrompeu.
Ela fez uma feição de pânico e Bruna decidiu que já era hora de acabar com o seu sofrimento.
=====
– Para de falar porque eu quero muito te beijar e não posso fazer isso aqui!
As palavras de Bruna tiraram um peso enorme do peito de Alice e ela respirou fundo e abriu um sorriso aliviado.
– Sério? – perguntou ainda vulnerável.
Ela era uma idiota. Uma total e completa idiota que estava totalmente perdida.
– Sério! – Bruna falou sorrindo para ela pela primeira vez desde a noite anterior.
Aquele sorriso fez todo o corpo de Alice arrepiar e o aperto em seu peito pareceu sumir como mágica.
– Graças a Deus! – ela falou aliviada e Bruna riu.
Olha só onde ela havia chegado. A menina tinha um poder tão grande sobre ela que Alice teria implorado pelo seu perdão se fosse necessário. Teria ajoelhado no chão e beijado seus lindos pés. Ela estava completamente perdida.
– Você estudou mesmo a noite inteira?
– Sim – Alice admitiu sem graça.
– Então acho que é o meu dever como professora fazer uma prova oral e testar seus conhecimentos – brincou.
– Eu gosto da parte oral dessa proposta – não resistiu em provocar.
Bruna bateu no braço de Alice rindo e ela precisou se segurar para não a agarrar ali mesmo e dizer foda-se para as câmeras.
– Eu gostaria de te levar em casa hoje. Posso pedir para os meninos ficarem até mais tarde hoje de novo. Mas não é uma carona com benefícios! – logo se explicou – Não quero que você pense que me desculpei só porque quero sex*! Eu só quero te levar em casa! E talvez possamos continuar a conversa? Também não acho que seria uma boa levar o buquê de flores em transporte público.
– Eu gostaria disso! – Bruna sorriu de novo e tomou o restante de seu café sob o olhar sorridente de Alice.
Assim que se reencontraram no final da tarde, Alice desculpou-se mais uma vez e elas passaram a conversar sobre o que ela havia estudado na noite anterior. Bruna explicou o porquê de a política afetar tanto a sua vida. Ela não estava mais irritada como no dia anterior e aquilo foi um alívio. Alice conseguiu entender melhor a reação de Bruna ao ouvir ela falando de como certas políticas sociais ajudaram a sua família desde a sua infância, principalmente na época em que seu pai precisou ficar sem trabalhar. Foi também por conta do sistema de cotas que sua irmã foi a primeira pessoa de sua família a ir para a faculdade.
Quando entraram no assunto do racismo, já estavam na rua de Bruna e ela explicou que havia sido muito difícil crescer sem entender exatamente onde se encaixava. Além de se descobrir como uma mulher lésbica em sua adolescência, também precisou entender mais sobre a cor da sua pele e em como se identificava.
– Eu lembro que você falou que sofreu bullying na escola porque era lésbica. Você também sofreu com o racismo nessa época? – Alice perguntou ao estacionar em frente a casa de Bruna, esperando que ainda pudessem continuar a conversa por mais alguns minutos.
Bruna deu uma risada triste com sua pergunta.
– Eu sofri racismo praticamente a minha vida inteira! Mesmo quando era muito criança para entender... – falou de forma melancólica – Mas acho que realmente foi pior quando estava no ensino médio.
Alice pegou a mão de Bruna tentando passar um conforto enquanto ela continuou o relato.
– Eu estudei em escola pública a maior parte da minha vida, mas quando estava no ensino médio a dona Luíza conseguiu uma bolsa para mim em uma escola particular que o dono era conhecido dela.
– Isso foi legal da parte dela...
– Sim, foi... mas eu odiei – confessou.
– Por que?
– Para começar a escola era bem mais longe da minha casa e eu tinha que pegar duas conduções para chegar, mas isso nem era nada comparado ao resto...
Alice decidiu que era melhor ficar em silêncio, deixando Bruna falar tudo em seu tempo.
– Eu era a única pessoa preta na minha turma e na escola inteira éramos só sete. E eu era a única bolsista, mas também não por razões acadêmicas. Na verdade, eu tive muita dificuldade para me ajustar porque eu nunca fui uma pessoa estudiosa e a diferença do ensino daquela escola para a minha anterior era muito grande. Eu tirava muita nota baixa, sofria para passar de ano! Eu mal tinha amigos. Era sempre vista como a garota estranha, burra e pobre e tudo só piorou quando eu fui tirada do armário.
– O que aconteceu?
Bruna apertou a mão de Alice um pouco mais forte antes de continuar.
– Quando eu estava no segundo ano entrou uma menina nova e ficamos amigas. Ela havia sido a primeira pessoa da turma com quem eu realmente consegui estabelecer uma amizade e seguindo o clichê sapatão eu me apaixonei por ela.
Ela se perdeu nas lembranças por um tempo.
– Pensando nisso hoje, acho que nunca fomos amigas mesmo... Acho que a gente sempre gostou uma da outra e foi só uma questão de tempo até a gente começar a ficar, escondido. Foi uma época muito confusa! Eu já suspeitava que era lésbica, mas nunca tinha ficado com ninguém. Um dia viram a gente se beijando no banheiro e a escola toda logo ficou sabendo. Já não gostavam mesmo de mim e a história que começou a rolar foi que eu havia beijado a menina e ela nem queria...
Alice conseguia ver como aquela lembrança era dolorosa e ela quase falou para Bruna parar de falar, mas ao mesmo tempo, ela queria saber tudo que pudesse sobre aquela menina.
– E ela não desmentiu? – Bruna fez que não com a cabeça – Que babaca!
– A família dela era muito preconceituosa e tirou ela da escola na semana seguinte. Anos depois ela me achou na internet e veio pedir desculpas. Eu não guardo rancor dela.
Bruna era uma pessoa muito boa. Se Alice encontrasse com essa garota na rua iria no mínimo derrubar ela no asfalto.
– Mas no final das contas eu que acabei passando por toda a parte ruim sozinha. Fui suspensa e obrigada a sair do armário para minha família sem nem entender direito ainda quem eu era.
– Eu sinto muito – Alice falou acariciando a mão de Bruna.
– Foi difícil no inicio, mas meus pais acabaram me surpreendendo e aceitando muito bem. Eu sei que teve muito da minha irmã nisso. Ela conversava muito com eles me defendendo. O ruim foi mesmo na escola. Eu sempre sofri um pouco de bullying lá, mas antes eram micro agressões, sabe? E não que isso seja melhor porque às vezes eu acho até pior! Mas depois que eu fui tirada do armário o bullying passou a ser muito mais constante e descarado. Foi horrível! Eu odiava tanto aquela escola!
– Então por que seus pais continuaram deixando você lá?
– Eu nunca falei para eles do que eu sofria lá... – falou envergonhada.
– Por que não?
– Porque eu não queria dar mais um problema para eles. Dona Luíza tinha conseguido a bolsa e minha mãe estava toda feliz que era uma boa oportunidade.
– Mas você acha que a sua mãe ia preferir que você sofresse?
– Hoje eu sei que eu deveria ter falado com ela ou pelo menos com a minha irmã, mas na época eu era muito imatura e não queria atrapalhar. Eu só conversava com a minha prima Priscila. Sempre fomos muito próximas e era a primeira vez que estudávamos em escolas diferentes. O que salvava a minha vida social era o grupo de amigos meu e dela da minha antiga escola. Minhas horas na escola eram infernais, mas eu tinha um grupo seguro de amigos por fora que me ajudava a enfrentar tudo, sabe?
Alice odiava ver aquele olhar triste nos olhos de Bruna. Ela queria perseguir cada uma das pessoas que havia machucado ela e fazê-las sofrer.
– Eu sinto muito, Bruna! Não só pelo que você viveu, mas pelo meu preconceito idiota ter sido um gatilho para você. Eu sinto muito mesmo!
– Obrigada – ela agradeceu com um pequeno sorriso, tentando espantar as lembranças ruins.
– Você é uma mulher incrível e forte e eu te admiro muito! – Alice falou sem conseguir impedir os sentimentos que borbulharam dentro de si.
Ela não conseguia mais mentir para si mesma. Ela estava se apaixonando pela Bruna. Ela estava completamente perdida.
=====
Apesar de ainda estar sensível pela discussão da noite anterior, Bruna sentia-se mais leve. Ela havia perdoado Alice, mas seria mentira se dissesse que havia esquecido a dor que os seus comentários haviam causado. As desculpas sinceras e o empenho de Alice em querer aprender mais sobre os assuntos importantes para Bruna e faziam com que seu coração derretesse, mas ao mesmo tempo não mudava o fato de serem completamente diferentes. Bruna não podia mais fugir disso nem ignorar assuntos polêmicos. Ela não podia e não queria deixar de ser exatamente quem ela era.
– Estamos bem? – Alice perguntou vulnerável.
Bruna apertou a mão de Alice que ainda estava na sua e olhou no fundo de seus olhos.
– Estamos bem – ela conseguia ver o alívio estampado na mulher a sua frente.
Aquilo não podia impedir ela de fazer o que deveria ser feito.
– Mas precisamos conversar sobre o Enzo – Bruna falou e viu o exato momento em que Alice tensionou e involuntariamente afastou suas mãos.
– Não tem nada de errado com o meu filho – ela repetiu o que havia falado na reunião e naquele momento ela entendeu completamente a reação de Ana.
– Vocês falaram que iriam colocar ele numa fono e até agora nada. Ele precisa!
Aquela discussão não era fácil e ela entendia agora o porquê de terem focado na fono quando a fala nem era a questão principal. Era um começo e do jeito que Alice estava resistente, precisavam iniciar de alguma forma. Uma outra profissional avaliando Enzo seria um bom primeiro passo e seria outra pessoa que fatalmente iria auxiliar a convencer os pais de levá-lo para uma avaliação. Enzo era bem novo e provavelmente não fechariam um diagnóstico naquela idade, mas entender que a possibilidade de ele ser autista era grande, fazia toda a diferença. Ele poderia começar desde cedo tratamentos que auxiliariam muito no seu desenvolvimento.
– Você vai receber o relatório semestral dele nos próximos dias e ele não avançou muito desde aquela primeira reunião. Ele precisa de ajuda!
Bruna geralmente conseguia ler Alice com tranquilidade, mas naquele momento parecia que ela havia se fechado e voltado a ser aquela mulher que a infernizava.
– Alice! – ela falou séria – Olha para mim! – disse segurando gentilmente o seu rosto, virando-o em sua direção – Me promete que essa semana você vai entrar em contato com uma fonoaudióloga.
Sendo obrigada a olhá-la, Bruna viu que por trás das defesas Alice ainda mantinha a mesma vulnerabilidade em seus olhos. Ela sabia que toda aquela resistência era por conta da culpa que sentia. Agora que conhecia mais de Alice e da sua história, ela já havia reparado que a mulher se sentia culpada por tudo que envolviam seus filhos e ela entendia que não era fácil aceitar que Enzo era diferente. A dor que viu em Alice, fez com que seu coração derretesse.
– Ele precisa de ajuda, meu bem – ela falou de forma carinhosa e automaticamente percebeu as defesas de Alice cedendo – Me promete que você vai ver isso essa semana ainda!
Demorou alguns segundos antes de ela responder em um sussurro:
– Eu prometo...
Como recompensa, Bruna a beijou delicadamente e Alice agarrou-se a ela como se necessitasse daquele contato mais do que qualquer outra coisa no mundo. Elas se perderam naquele momento por alguns minutos e quanto se afastaram, trocaram um sorriso antes de Bruna se despedir e sair do carro, sentindo-se bem mais leve.
Fim do capítulo
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Mahinju
Em: 04/04/2024
Parabéns!!!! Autora pelo capitulo.
Chegou o momento que estava esperando o diálogo delas sobre Enzo.
Fiquei encantada com Alice se desculpando com Bruna, acredito que a conexão delas só vai evoluir principalmente quando o assunto for Enzo.
Carol Barra
Em: 18/05/2024
Autora da história
Sim sim! Elas precisam saber lidar com essas questões sérias se terão um relacionamento duradouro! E o Enzo precisa de ajuda!
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Zanja45
Em: 04/04/2024
Oi, Carol, bom dia!
Amei você estar trazendo para a discussão a questão sobre o autismo. Na trama, a personagem, Alice, tem um filho com dificuldade de acompanhar as outras crianças no aprendizado. Bruna, que é a professora dele, já percebeu que Enzo é autista. Só que Alice, a mãe, não quer admitir que seu filho tenha algum problema. Isso, tem dificultado o avanço da criança.?A mãe de Enzo é advogada, uma pessoa esclarecida, mesmo assim, há certa resistência por parte dela, em levar o filho para ser avaliado por um profissional especializado.
Atualmente, a detecção de criança com autismo tem aumentado gradativamente, haja visto, que tem muitas informações a respeito do tema, conscientização, campanhas, etc. Todavia, alguns pais, talvez, por medo de ser apontando por ter um filho com alguma deficiência, ainda resiste em admitir.No entanto, por que será que Alice procrastina tanto em levar o filho a um especialista para fazer o diagnóstico?
Até o próximo!
Carol Barra
Em: 18/05/2024
Autora da história
Oi, Zanja! Realmente é uma questão muito importante. Asism como a Bruna eu também trabalho na educação infantil, mas como orientadora pedagógica e professora de inglês. Eu vejo muitos pais apresentarem essa mesma resistência que a Alice. Infelizmente é muito mais comum que deveria, principalmente quando a criança ainda é muito pequena, pq acham algumas questões exagero.
Agora realmente estamos muito melhores em detectar essa questão. Muitos adultos inclusive estão recebendo diagnósticos tardios e as crianças estão sendo diagnosticadas muito mais cedo o que ajuda muito no tratamento. Quanto antes as crianças começam terapias melhor é para o desenvolvimento delas. Já tinha alunos autistas que mudaram e evoluíram muito em pouco tempo quando os pais abraçaram a causa e se dedicavam.
Vamos ver como a Alice vai lidar com todo esse processo. É doloroso, com certeza, mas uma hora a ficha tem que cair!
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Laylla
Em: 04/04/2024
Estou abandonando a leitura desse romance, atualização está demorando demais . Quando eu comecei a ler, os capítulos estavam acumulados, mas a autora atualizava toda semana, agora ela passa semanas sem atualizar,o que poderia causar ansiedade no leitor está causando tédio. Se algum dia ela terminar essa estória quem sabe eu termine de ler.
Até...
Mahinju
Em: 04/04/2024
Olá! Peço licença para te responder.
Acredito se você for olhar nos capítulos anteriores, vai encontrar explicação pela demora da atualização, ela está passando por momentos delicados na vida pessoal.
Então a sua mensagem acaba sendo injusta.
Até.
Carol Barra
Em: 18/05/2024
Autora da história
Oi, Laylla, tudo bem? Infelizmente eu passei por algumas questões delicadas e a postagem e escrita não foram minha prioridade, por isso acabei precisando me afastar um pouco e dar mais atenção para minha família. Como leitora eu super entendo que é chato esperar por atualizações e elas demorarem, então compreendo você desistindo da leitura. Espero que dê mais uma chance quando estiver finalizada.
Carol Barra
Em: 18/05/2024
Autora da história
Oi, Mahinju! Agradeço de coração pelo carinho, compreensão e pela defesa! =)
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Wilson
Em: 03/04/2024
Ainda bem que agora as duas estão bem... ansiosa para próximo capítulo
Carol Barra
Em: 18/05/2024
Autora da história
Elas conseguiram se acertar apesar das diferenças!
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patty-321
Em: 03/04/2024
Ah que legal, o pedido de desculpas sinceras e o desejo de ter mais conhecimentos foi tudoooo. Todos podemos mudar, melhorar, sermos nossa melhor versão é uma questão de consciência e decisão. Duas fofas apaixonadas, diferentes sim, mas viva a diferença, assim crescemos mais rápido. Bjs
Carol Barra
Em: 18/05/2024
Autora da história
Exatamente! Todos podemos ser melhores! basta querer e de fato de esforçar para mudar!
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Dessinha
Em: 03/04/2024
Bela conversa, bem esclarecedora. Precisava disso, demais. Agora sim tá ficando mais interessante ainda. Torcendo para que Alice perceba a preocupação de Bruna de forma benéfica, ela precisa disso para que as coisas não desandem. Bruna tá na hora de ceder também, né? Abrir a boca e falar de sentimento, ou nao? Obrigada pelo capítulo, querida autora. Super abraço :)
Carol Barra
Em: 18/05/2024
Autora da história
Esse capítulo foi importante para que as duas lidassem com essa primeira crise, primeira vez que ficou evidente o quanto são diferentes. Ainda mais com as duas teimosas!
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Mmila
Em: 03/04/2024
Capítulo muito importante. Parabéns autora.
Carol Barra
Em: 18/05/2024
Autora da história
Obrigada! Gosto smepre de trazer temas importantes!
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Marta Andrade dos Santos
Em: 03/04/2024
Alice aceita que dói menos o Enzo precisa muito da sua ajuda.
Carol Barra
Em: 18/05/2024
Autora da história
Precisa muito!
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NovaAqui
Em: 03/04/2024
Foi golpe!
Alice fazendo de tudo para ser uma pessoa melhor!
Muito bom isso
Parabéns pela bela abordagem de um tema tão difícil
Obrigada pelos capítulos lindos
Abraços quentinhos
Carol Barra
Em: 18/05/2024
Autora da história
Obrigada! Tentei trazer o tema sério com um pouco de humor!
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Carol Barra Em: 18/05/2024 Autora da história
Oi, jake! Muito obrigada pelos seus comentários! Adora acompanhar!