Capitulo 8

Carolina

Acordei cedo e sem ninguém para ficar com Arthur ir trabalhar estava fora de cogitação, não era a primeira vez que faltava ao trabalho para ficar com ele, todas as vezes que Mônica viajava a negócio ou simplesmente queria viajar com alguma nova namorada ela simplesmente aparecia e me deixava Arthur sem a menor explicação ou aviso prévio, se não fosse por meu filho iria considerar minha relação com ela um terrível erro do começo ao fim. De toda forma doutora Sarah sempre entendeu e me ajudou todas as vezes que isso acontecia. Após tomarmos café levei Arthur para o parque que havia a algumas quadras de onde morávamos, enquanto ele brincava no balanço recebi uma ligação de Matheo um amigo que fiz ainda no tempo da faculdade e que agora tinha um restaurante de comida italiana no centro comercial da cidade, Arthur amava comer lá pois meu amigo sempre o deixava comer qualquer sobremesa que pedisse. Matheo queria me ver e me chamou para almoçar e conversarmos um pouco e eu aceitei na mesma hora, estava precisando por minha cabeça no lugar e uma conversa cairia bem, precisava conversar sobre uma morena de olhos penetrantes que havia conhecido e que estava tirando meu sono então após dar a notícia para meu filho partimos em um taxi direto para o restaurante, Arthur só falava em comer as conchinhas com molho de queijo e eu só ria com sua alegria.

Assim que chegamos Matheo me abraçou e cumprimentou Arthur com um "toca aqui", fazia tempos que não nos víamos, Matheo estava vestido de cozinheiro era alto e com ombros largos e pele bronzeada, seus olhos eram verdes com tons amendoados e juntando isso ao charme e o sotaque italiano deixava qualquer mulher aos seus pés, porém ele preferia os rapazes.

_ Olha como você está linda! Como você está menina? - Disse me abraçando novamente.

_ Ah Math, estou bem, minha vida não mudou muito desde que conversamos pela última vez. - falei sem muita empolgação.

_ Aquela “figlia del diavolo” ainda não lhe deixa ficar com o menino, não é? - se tom era sério e baixo para que ninguém ouvisse.

_ Não! E mesmo que deixasse ainda não posso cuidar dele como ela cuida, ou melhor paga para cuidar, então tenho que aguentar mais um pouco. - Disse jogando meu cabelo para traz em um gesto tens só em lembrar dela.

_ Bom eu ainda acredito que ela vai se dar muito mal com tudo isso e sabe que adoraria ter seu dom culinário em meu restaurante, então se precisar já tem uma vaga. - Disse rindo e me fazendo rir junto.

_ Sabe que não cozinho tão bem assim, mas assim que eu me formar adoraria promover seu nome. – O provoquei o fazendo rir.

_ E os amores? Já está pondo esse coração para bater? – Math nos conduziu para a parte de dentro do restaurante que por sinal era bem aconchegante.

_ Não, acho que não...ah Math não sei! – Sorri ao lembrar de Rubí e sua postura séria.

_ Ah até que enfim! E qual é o nome da felizarda?

_"Ubí”!

Disse Arthur ao mesmo tempo em que saía correndo pelo salão quase causando alguns acidentes no percurso, soltei um simples desculpe para meu amigo antes de sair atrás de meu filho que agora passava por debaixo de uma mesa causando espanto e sorrisos aos clientes. Encontrar Rubí no restaurante do meu amigo foi de fato uma surpresa, quando Arthur a viu, demorei alguns segundos para reagir e acredito que se não fosse a algazarra que meu filho fez no restaurante eu ainda estaria parada no mesmo lugar só a admirando, vê-la conversar com aquela mulher me deu um certo incômodo, elas estavam rindo e Rubí parecia relaxada vestia uma camisa de manga curta preta, calça jeans azul escura e um tanto justa pois podia ver as belas curvas de suas coxas, um sapato que parecia mais para escalar do que para trabalhar e claro seu onipresente óculos pendurado na gola da blusa. Assim que me aproximei fui apresentada a amiga de trabalho da morena, Lisa era bem bonita e muito galanteadora, a cada investida da mulher eu confesso que fiquei sem graça, mas minha atenção estava tomada pela mulher que estava cuidando do meu filho, Rubí era misteriosa e carinhosa, tinha um jeito de moleca e ao mesmo tempo sexy e conseguia fazer meu corpo se arrepiar só com um olhar, tudo que eu queria era que ela se sentisse assim também, porém ao que tudo indicava ela era muito heterossexual apesar de meu gaydar apitar horrores por ela.

Lisa se mostrou claramente interessada em mim e fiquei tentada em corresponder às investidas dela, já havia ficado afim de uma menina hetero na escola uma vez e não foi nada agradável, quando enfim Lisa pediu meu telefone meu coração deu um salto de esperança ao ver a reação de Rubí, poderia dizer até que foi ciúmes o que vi e eu não poderia ficar mais feliz, depois que lhe expliquei o motivo de pegar o telefone de Lisa ela pareceu estar mais tranquila, depois disso tivemos que nos separar, elas tinham que voltar para o trabalho, mas antes Rubí fez questão de pagar nossa conta mesmo um pouco emburrada, Arthur se debulhou em lágrimas ao ter que deixá-la ir embora, mas a morena fez questão de acalmá-lo antes de ir e isso derreteu meu coração.

Continuei no restaurante a pedido de meu amigo que nos levou para seu escritório no andar de cima, Arthur enfim se distraiu desenhando em algumas folhas que encontramos por lá e finalmente pude contar há meu amigo tudo que tirava meu sono, Matheo era um bom amigo e me aconselhou a ir com calma com a morena que ele concordou ser linda. Conversamos mais um pouco e por fim ficamos de marcar um jantar em minha casa para por todos os assuntos em dia, nos despedimos de Matheo e assim que entramos no taxi Arthur não parou de falar em Rubí um minuto até que ao chegar em casa tive que prometer trazê-la para assistir DVD de novo e so assim ele finalmente decidiu ir brincar enquanto eu tentava não surtar com a ideia da morena em meus aposentos novamente. Lisa me mandou algumas mensagens que respondi com neutralidade, ela parecia uma pessoa legal, mas não me despertou nem uma fagulha do que sua amiga despertava, eu estava me sentindo uma adolescente em seu primeiro amor, sem saber o que fazer ou que atitude tomar e agora estava eu aqui sentada no tapete de minha casa aproveitando que meu pequeno tornado dormiu para tentar lhe mandar um sms, mas travei no "oi". Eu confesso que estou com medo de ser rejeitada ou que ela tenha desconfiado que eu goste de mulher e tente se afastar o que seria péssimo porque apesar de toda a minha atração por ela eu também gosto da sua companhia, me sinto segura como há muito tempo não sinto.

_Ah qual é Carolina é só uma mensagem, o máximo que você vai ter é uma recusa sutil ou curta e grossa como ela costuma ser. - resmunguei em voz alta.

Escrevi e apaguei a mensagem umas dez vezes antes de mandar algo simples e torcer para que ela respondesse e para minha total felicidade não demorou nem segundos para que ela me retornasse.

Carolina: Oi boa noite...

Rubí: Olá boa noite...

Carolina: Foi legal te encontrar lá no restaurante hoje.

Rubí: Sim... Foi legal ver vocês..., mas porque comer conchinhas tão longe de casa?

Ri ao ler que ela usou o apelido do macarrão como Arthur usava.

Carolina: Meu amigo é o dono e cozinheiro chefe de lá, ele havia me convidado para almoçar e como Arthur adora aquele macarrão resolvi fazer uma visita... E você?

Rubí: O restaurante é próximo ao DP e estávamos famintas... Srsr

Carolina: Imagino... Rsrsr... Arthur não parou de falar de você e me fez prometer que traria você para assistir DVD aqui de novo..., mas expliquei que você não teria muito tempo para poder vir aqui nem tão cedo...

Rubí: Sério que ele pediu? E porque você disse isso? Eu adoraria ver filme com ele... E nossa batalha épica ainda não terminou... Rsrsr... E bem... Sábado iríamos sair, não é? Eu não me importo de trocar uma noite de bebida por mais uma rodada de rei leão... Kkkk.

Meu sorriso foi instantâneo quando li a mensagem... Ela queria vir, ai meu Deus... Calma ela quer ser só minha amiga e tem que bastar. Mas ela tinha que ser tão sexy?

Carolina: Ah ele vai ficar feliz em saber que você vem no sábado rsrsr vou avisá-lo amanhã.

Rubí: Só ele vai ficar feliz?

Meu coração acelerou quando li a mensagem e por um momento eu não sabia o que responder é loucura minha ou aquilo era um flerte?

Carolina: Eu também ficarei.

Rubí: OK então sábado chegou aí por volta das 18h tudo bem?

Depois de concordar e dar boa noite, fui deitar ao lado de meu pequeno furacão que se aninhou em mim na mesma hora, beijei sua cabeça e adormeci imaginando nosso final de semana e desejando que Rubí tivesse nem que fosse um pouco de curiosidade há respeito de ficar com outra mulher.

Fim do capítulo