Capitulo 1
O ano era 2.255, o mundo onde nossos antepassados viveram não existia mais, tudo que conheceram havia sido destruído durante a terceira guerra mundial. Boa parte do mundo se tornou inabitável devido à radiação, fome e doenças que se espalharam depois do fim. No entanto, muitas colônias de sobreviventes se formaram por todos os continentes, principalmente na América do Sul, Central e do Norte. Onde foi recuperado através dos anos, diversas tecnologias antigas que facilitam a vida de todos, como a energia e combustível.
A maioria das colônias na América era formada por pessoas de bem, agricultores, construtores e curandeiros. O conhecimento foi passado de geração para geração e quanto mais essas colônias cresciam, mais atenção chamava. Assim como no tempo antigo, os mais fortes, mais cruéis e ambiciosos como os que levaram o planeta a se autodestruir, roubavam, matavam, estupravam e escravizam os povos mais fracos.
Foi numa tarde de verão, que a colônia mais produtiva da América do norte, que abastecia boa parte das demais colônias, foi invadida e aterrorizada por um grupo vindo do antigo oriente. Os suprimentos produzidos e estocados foram saqueados, boa parte das mulheres foi violentada, centenas de homens foram mortos e algumas crianças levadas para serem escravas ou coisa pior. A colônia invadida se autodenominava como “Nascer do Sol”, pois toda vez que o sol nasce, traz consigo a esperança de um dia melhor.
A colônia era formada por mais de quatro mil pessoas, sendo a maioria agricultores, o que os tornava um povo muito produtivo, mas que não era capaz de se defender de ameaças externas.
O último ataque sofrido por Nascer do Sol foi de longe o mais devastador, ao longo das gerações sofreram diversos ataques, mas ultimamente haviam se intensificado e estava destruindo a paz e harmonia da colônia, deixando-os amedrontados e causando a fuga de diversas famílias, na esperança de se saírem melhor sozinhos.
O líder da colônia era Harald Grand, o poder estava na sua família desde a fundação da colônia. Harald era um homem sábio, perspicaz e astucioso, foi escolhido dentre os cinco filhos do seu pai, para liderar a colônia até o dia que passaria essa tarefa ao seu filho mais velho, ou mais sábio.
Harald estava desolado, sabia que havia falhado com seu povo, sabia que tinha cometido os mesmos erros dos seus antecessores, focou muito no desenvolvimento da sua colônia e esqueceu de uma parte importante, que era a segurança de tudo e todos.
O velho homem com pouco mais de sessenta anos, se ajoelhou na terra quente, deixando as lágrimas escaparem dos seus olhos sem se importar com os julgamentos que receberia.
Três covas com três caixões, os corpos pertenciam aos únicos filhos homens de Harald, Arthur, o filho mais velho de 40 anos, Thomas de 34 e John de apenas 19.
Harald chorou copiosamente diante da perda dos seus filhos e ainda mais diante da perda do seu sucessor, agora lhe restava apenas três filhas mulheres, as quais não poderiam herdar a liderança da colônia, diante das regras de sucessão.
Os dias seguiram sombrios depois do último ataque a colônia, todos sabiam que era só questão de tempo para que tudo acontecesse outra vez, o peso estava todo sobre os ombros de Harald que não tinha muitas opções. Diante do dilema que enfrentava, Harald passou a ponderar as opções que surgiram sugeridas pela sua comissão de conselheiros e alguns meses depois, tomou sua decisão.
Harald comunicou a todos que receberia em sua colônia, a visita muito importante do líder de uma colônia nova que havia se formado a Leste, na costa do oceano, vindo de terras muito distantes, fugindo da fome e do frio.
Os moradores da colônia não receberam muito bem aquela notícia, pois não faziam idéia de quem eram aquelas pessoas e temeram que fossem barbarizados mais uma vez.
No entanto, toda cidade estava reunida diante do grande casarão, onde Harald e sua família moravam no dia e no horário que o líder da colônia desconhecida chegaria para aceitar ou não a proposta do seu líder.
A cerca de 200m dos portões da colônia, um grupo enorme de aproximadamente 100 homens aguardaram do lado de fora, enquanto um pequeno grupo formado por dez homens adentrou pelos portões da frente, galopando em cavalos na direção do casarão de Harald.
Todos ali ficaram espantados diante do que viram, era um pequeno grupo de homens, porém todos com a mesma aparência peculiar. O grupo era formado por homens extremamente fortes e armados, com armas de fogo e também longas espadas. Todos de pele branca e cabelos longos e loiros, enrolados e trançados, barbas gigantescas e tatuagens pela maior parte da pele que ficava exposta.
Harald estava visivelmente incomodado ao se ver diante do grupo de cavaleiros, que estava em frente a sua casa e entre o seu povo. Porém, não dava pra voltar atrás na sua decisão, principalmente porque sabia bem que estava diante de uma colônia forte e potencialmente perigosa a julgar pelo que seus olhos viam.
O Lord Harald andou na direção dos cavaleiros, se colocando diante do homem mais velho, o qual julgava ser o líder da colônia de nórdicos.
– É um prazer recebê-los na nossa preciosa colônia! Eu sou Harald Grand, o líder desse grupo.
– Drittsekk! “(Imbecil)”.
O líder dos nórdicos balbuciou uma palavra qualquer, fazendo os integrantes do seu grupo rirem. Harald sabia que devia ter sido ofendido, porém, ignorou a ofensa e aguardou pacientemente enquanto o brutamonte descia do seu cavalo, assim como os demais.
O líder da colônia visitante se aproximou de Harald, ficando um palmo mais alto que o velho, e então praticamente cuspiu as palavras, com um sotaque norueguês extremamente carregado.
– Qual a oferta?
Ninguém presente sabia o que ele proporia ao visitante, mas ele o havia convocado até ali para formalizar a oferta.
Harald engoliu seco, antes de fazer um gesto para que o homem o acompanhasse, depois seguiu pela escadaria do casarão, indo até a metade da gigantesca varanda, onde sua esposa e filhas estavam.
– Esta é minha esposa, Astrid! E estas são minhas filhas, Stephanie, Elisabeth e… Anne!
Harald tremeu a voz ao falar o nome da filha mais nova, Anne de apenas 14 anos, mas sabia o que precisava fazer e isso significava sacrificar muito mais que sua honra, mas a vida de uma de suas filhas, qual entregaria pra ser a esposa de um dos filhos do Lord Agnar, em troca da união e proteção do seu povo.
Agnar, o líder dos nórdicos, o homem mais forte e sábio de toda colônia de bárbaros, sorriu, sua aparência rindo era ainda mais intimidadora. Depois, trocou olhares e sorrisos com os homens que o acompanhavam, antes de se pronunciar.
– O que tem a oferecer?
– Temos muitas coisas aqui na colônia, coisas que talvez nunca tenham visto antes. Não sabemos ao certo de onde vieram, o que deixaram pra trás e o que trouxeram consigo. Mas, acredito que temos riquezas aqui, que podem ser muito úteis pra você e sua colônia.
– Mostre!
– É claro! Acompanhe-me!
Harald deu as costas a sua família, sem conseguir encarar as quatro mulheres paradas no meio da varanda, não queria imaginar o que estavam pensando e nem como reagiriam ao saber que ele as usaria como moeda de troca.
Os homens seguiram Harald para o interior do imenso casarão, sob os olhos atentos de todos ali presentes.
Harald apresentou aos nórdicos a energia solar, que por muitos anos trabalharam arduamente para fazer funcionar aquela tecnologia antiga e magnífica. Também apresentou o chuveiro aquecido, a água encanada, alguns equipamentos como ferramentas e utensílios domésticos, o toca disco, o aparelho de dvd, o carro que os nórdicos nunca viram além de carcaças. Harald por um momento se esqueceu do temor que tinha por ter colocado aquele povo estrangeiro dentro da sua colônia, e se deixou levar pelo encantamento nos olhos de todos aqueles homens, que no começo estavam descrentes e agora, observavam tudo atentamente.
Harald realmente havia feito um ótimo trabalho ali, assim como toda a geração da sua família que passou conhecimento através dos anos, facilitando a vida dos que vieram e viriam depois.
Além de toda a tecnologia fornecida através da energia, Harald também enalteceu sua produção alimentícia, suas terras eram ricas em grãos, frutas e hortaliças, além de uma enfermaria gigantesca, no qual a muito custo conseguiu produzir alguns medicamentos e fornecer o mínimo de cuidados à saúde, graças ao conhecimento passado de geração em geração.
De volta à entrada do grande casarão, Harald aguardava impaciente pela resposta de Agnar, que mesmo deslumbrado com tudo que tinha visto, não parecia ser um homem fácil de conquistar.
– Então? Temos um acordo?
– Meu povo é um povo forte, capaz de conquistar qualquer outro povo mesmo em desvantagem numérica. Porque você acha que não tomarei para mim essa colônia, assim que nos estabelecermos aqui?
Todos se espantaram com a fala do grande homem, e Harald ainda que temeroso, sabia bem que o que estava fazendo era arriscado, porém a única forma de proteger toda a colônia.
– Não me interprete mal, não que eu esteja duvidando da sua capacidade e da capacidade do seu povo, mas acredito que nada adiantaria todo esse conhecimento e riquezas que possuímos se não tiver pessoas com conhecimento para mantê-los. E acredito que o seu povo é sim um povo forte e capaz de conquistar qualquer outro, são uma colônia de guerreiros, mas acima de tudo isso, são um povo inteligente. A união dos nossos povos só trará benefícios a todos nós.
– E como terei certeza que honrará com a sua parte do acordo? Que o meu povo será alimentado e abrigado que terão as mesmas regalias que o seu povo, e não serão apenas usados como cães de guarda?
– Eu deixei essa parte para o final!
Harald lançou um olhar rápido para sua família, depois voltou sua atenção ao brutamonte e prosseguiu.
– A milhares de anos, nossos antepassados já uniam suas famílias e seus povos através do matrimônio. É um laço sagrado e impossível de quebrar. Eu ofereço uma de minhas filhas para se casar com um de seus filhos, e selar nosso acordo para sempre. Seremos um só povo através do matrimônio.
Agnar riu alto, enquanto as filhas de Harald se desesperavam diante da oferta do próprio pai, sem acreditar que ele as estava oferecendo aqueles bárbaros que se pareciam mais com animais do que homens. Astrid começou a chorar, deixando Harald completamente incomodada com a reação de sua família diante do visitante.
– Então eu acho que temos um acordo!
Harald sorriu, ainda que seu rosto não esboçasse alegria com aquela situação, porém era algo necessário e tinha que ser feito.
– Qual dos seus filhos irá se casar com uma de minhas filhas?
Agnar sorriu e se voltou para os homens a sua frente, dentre eles apenas quatro eram seus filhos. Erling, o mais velho de 40 anos, Gunnar a filha mais velha dentre as mulheres, com 37 anos, Enok de 33 e Heimdall de 18.
– Erling, min arving, min førstefødte, hva synes du om å ha en andre kone? “(Erling, meu herdeiro, meu primogênito, o que acha de ter uma segunda esposa?)”.
Agnar andou até seu filho mais velho, dando um soco no peito, enquanto o mesmo sorria, encarando as mulheres do alto da varanda.
– Acredito que já tenha escolhido! Bom, acredito que uma das minhas filhas mais velhas o agradará. Stephanie tem 27 anos e Elisabeth 24.
Harald andou até onde sua família estava com os olhos marejados e esbugalhados encarando-o. Porém, Erling ignorou totalmente as filhas mais velhas de Harald, se colocando na frente de Anne de apenas 14 anos.
– Essa!
Harald pigarreou e esfregou as mãos uma na outra, se manifestando em voz baixa logo em seguida.
– A Anne ainda é muito jovem! Stephanie e Elisabeth já têm idade para se casar!
– Exatamente por isso escolho essa! Ela pode me dar muitos filhos!
Harald suou frio, não queria entregar sua menininha àquele homem, mas sabia o tamanho do problema que teria caso recusasse.
Astrid puxou Anne para próximo do seu corpo, tentando protegê-la dos homens que riam da sua situação de desespero.
– Meu filho fez sua escolha! Estamos de acordo?
Agnar possuía um sorriso sarcástico no rosto, certamente aprovando a escolha do filho.
– Sim! Te…temos um acordo!
– Harald!?
Astrid tentou intervir na decisão do marido, mas foi corrigida severamente pelo homem, que acertou um tapa no seu rosto com as costas da mão.
– Cale-se! Isso não é assunto pra você!
O clima ficou muito intenso naquele momento, Harald nunca foi um homem violento com sua esposa ou filhos, muito pelo contrário, apesar de ser o líder de um povo, era extremamente amoroso e carinhoso para os seus.
Agnar se reuniu com seus homens do lado de fora dos portões da colônia, o acordo era realmente vantajoso para ambos os lados, porém seus planos futuros não eram muito favoráveis para os moradores de Nascer do Sol.
– Hva skal vi gjøre pappa? “(O que faremos pai?)”
– Foreløpig gjør vi det vi ble enige om. Vi vil godta avtalen, gifte deg med den amerikanske kvinnen, så vil vi lære å bruke all denne teknologien, og til slutt vil vi bli kvitt lederen deres og alle som utgjør en trussel, og vi vil slavebinde resten. “(Por hora faremos o combinado. Vamos aceitar o acordo, casar você com a americana, depois, vamos aprender a usar toda essa tecnologia e por fim, nos livraremos do líder deles e de todos que representem uma ameaça e escravizaremos o resto.)”
– Kan jeg beholde jenta? “(Posso ficar com a menina?)”.
– Erling, vi beholder dem alle sammen. “(Erling, ficaremos com todas elas.)”
Os homens riram diante do comentário de Agnar, principalmente Erling que era moralmente o mais parecido com o pai.
No entanto, um pouco mais afastada dos irmãos estava Gunnar, com seu semblante fechado e misterioso de sempre, sem esboçar qualquer reação ou sentimento diante das decisões do pai e de dos irmãos.
– Jeg skal etterlate en gruppe her, ca 30 menn, det burde være nok, de var ansvarlige for å rapportere mistenkelig aktivitet i kolonien. “(Vou deixar um grupo aqui, uns 30 homens, deve ser o suficiente, ficaram responsáveis por reportar qualquer atividade suspeita da colônia.)”
Agnar andou na direção de Gunnar, que no seu íntimo sabia que sempre foi a filha mais brilhante dentre todos os seus filhos, acima inclusive de Erling, porém não podia demonstrar ou isso causaria uma guerra entre sua família. Gunnar infelizmente havia nascido mulher, e ainda que fosse mais forte mais feroz e mais astuta que todos os homens que havia conhecido em sua vida, não merecia o título de filho preferido.
– Gunnar, bli her og lede gruppen, hold dem i stram bånd og hindre dem i å gjøre noe dumt! Rapporter enhver aktivitet som ikke virker normal for deg. Og sørg for at når vi kommer tilbake, er vi bedre sett enn i dag! Vær nyttig, bruk intelligensen din. “(Gunnar, fique aqui e lidere o grupo, mantenha-os a rédea curta e os impeça de cometer qualquer burrice! Observe qualquer atividade que não te pareça normal. E garanta que ao nosso retorno, sejamos mais bem vistos do que hoje! Seja útil, use sua inteligência.)”
– Regn med meg pappa. “(Conte comigo pai.)”
Agnar apertou fortes os ombros da filha, depositando um beijo na sua testa em seguida.
– Velg 30 menn etter eget valg. “(Escolha 30 homens de sua preferência.)
– Heimdall, mine menn og resten som melder seg frivillig. “(Heimdall, meus homens e o restante que se voluntariar.)”
Enok, o segundo filho mais novo de Agnar, se manifestou, ele tinha ciúmes do tratamento que seu pai dava a Gunnar, mas por medo da reação da irmã não demonstrava isso, porém, quando se tratava de Heimdall, o irmão mais novo, ele fazia questão de brigar.
– Heimdall? Han er tåpelig og svak! Hvorfor velge ham og ikke meg? “(O Heimdall? Ele é tolo e fraco! Porque escolher ele e não a mim?)
Heimdall não gostou do comentário do irmão, porém antes que pudesse rebater, Gunnar inteligentemente interveio, acalmando os ânimos dos irmãos.
– Nettopp derfor trenger Heimdall å bygge opp styrke og erfaring på fiendtlige steder, for å bli en stor kriger som deg, Enok. Ingenting er bedre enn å starte på et sted som dette! De har ikke nok følelser for deg her bror. “(Exatamente por isso, Heimdall precisa criar corpo e experiência em lugares hostis, para se tornar um ótimo guerreiro como você Enok. Nada melhor do que começar em um lugar como esse! Não têm emoção o suficiente pra você aqui irmão!)”
Gunnar pronunciou cada palavra com a mão apertando o pulso de Heimdall, impedindo-o de questioná-la e criar ainda mais discórdia com Enok. Este por sua vez, sorriu de forma debochada para o irmão mais novo, afastando-se em seguida do pequeno grupo reunido.
O restante dos homens se apresentou voluntariamente para completar o grupo que permaneceria na colônia, enquanto o restante se preparava para voltar para casa a leste do Nascer do Sol. Gunnar tinha um grupo de guerreiros que confiava mais do que em sua própria arma, eram oito homens escolhidos não só por suas habilidades em batalha, mas pelos seus valores não corrompidos diante da forma de vida que os nórdicos adquiriram ao longo dos anos.
Agnar e sua tropa partiram para a costa do oceano, enquanto Gunnar liderou seu grupo de volta para dentro dos portões da colônia.
Parte do povo americano havia dispersado, a maioria voltou para suas tarefas enquanto o restante ainda rondava o casarão de Harald, bisbilhotando a tropa de nórdicos que retornaram indo até onde seu líder estava.
Gunnar e Heimdall adentraram no salão onde Harald e sua família discutia fervorosamente, atraindo a atenção de todos para eles.
Gunnar alguns passos à frente de Heimdall, se posicionou a poucos metros de Harald, iniciando a conversa.
– Meu nome é Gunnar e esse é Heimdall! Sou a filha mais velha do Lord Agnar e ele o filho mais jovem. Meu pai nos deixou juntamente com mais vinte e oito homens, para vigiar suas terras até que ele retorne com o restante do nosso povo!
Gunnar falava alto, com sua voz firme, rouca e carregada de sotaque, fazendo todos prestar atenção. Gunnar era facilmente confundida com um homem, graças a sua altura de mais de 1,90m, e seu físico extremamente forte. Porém agora que se apresentou e deixou claro se tratar de uma mulher, todos ali perceberam os traços femininos que ela carregava consigo. Os cabelos longos, loiros e ondulados, iam até metade das costas, com duas finas tranças que iam do topo da cabeça até a ponta, deixando o restante esvoaçante. Nas laterais dos cabelos acima das orelhas, seu cabelo era raspado e exibia a pele tatuada da cabeça, os olhos eram absurdamente claros, num azul acinzentado, os dentes brancos e perfeitamente perfilados, nas orelhas piercings e brincos, muitos colares no pescoço, e diversas cicatrizes em toda parte exposta de pele. Ela vestia calças justas e escuras, botas de couro amarradas às pernas, uma camisa esvoaçante da mesma cor da calça, coldre na cintura com um revólver de cada lado, duas longas e afiadas espadas nórdicas nas costas formando um x, além de um pequeno machado pendurado na cintura.
Sua aparência era de longe uma das mais intimidadoras que Harald viu em toda sua vida, até mais que a de seu pai Agnar.
No entanto, sua voz apesar de grave e intimidadora, passava confiança ao homem, ou ao menos algo similar a isso.
– Isso é…é ótimo! Assim podemos ir nos conhecendo. Vou providenciar acomodações a todos! Dê-me um momento e mandarei desocupar algumas casas para que possam se abrigar. Até que consigamos construir suas mais novas moradias.
– Não se incomode! Podemos montar acampamento. Meus homens estão acostumados!
– Eu faço questão! São meus convidados e logo, parte da família!
Harald se voltou para uma das empregadas da casa, ordenando em seguida.
– Preparem uma refeição farta a todas essas pessoas! Sirvam na sala principal, são meus convidados para o jantar!
A mulher rapidamente concordou e desapareceu no interior do casarão, enquanto Harald pediu para que os nórdicos se sentissem em casa e desapareceu do ambiente acompanhado de dois dos seus conselheiros.
Gunnar analisou rapidamente a família de Harald, as mulheres pareciam desoladas com o desenrolar daquele encontro, certamente não faziam idéia de que seriam oferecidas em casamento a homens desconhecidos, menos ainda de que a mais nova dela seria escolhida. Gunnar era uma rocha, gélida e inabalável, mas no seu interior, condenava a decisão do irmão Erling, afinal a menina tinha a idade da sua própria filha com a primeira esposa. No entanto, ela não podia questionar as decisões do pai e nem mesmo do irmão mais velho, afinal ele seria o seu líder um dia, não podia ir contra centenas de anos da cultura do seu povo, pós o mundo moderno e regrado que não existia mais.
A garota pequena soluçava baixinho agarrada a cintura da mãe, que aterrorizada tentava consolar a pe
quena, enquanto as irmãs mais velhas, bastante assustadas, encaravam Gunnar e Heimdall de longe.
– La oss gå! “(Vamos!)”
Gunnar deu as costas às quatro mulheres, deixando o casarão seguida de perto pelo irmão mais novo.
Fim do capítulo
Boa tarde meninas!
Espero que tenham gostado desse início, por favor, comentem o que acharam desse capítulo.
Abraço a todas!
Comentar este capítulo:
Marta Andrade dos Santos
Em: 29/02/2024
Cara escroto escolher loga a criança.
Resposta do autor:
Polêmico né?
[Faça o login para poder comentar]
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]