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Ao Norte de lugar nenhum por shoegazer

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Palavras: 2267
Acessos: 1115   |  Postado em: 28/02/2024

Sob outros olhos

 

Apesar da minha relação com Catarina ter se amenizado com o passar dos dias, o mesmo não acontecia entre os irmãos. Tentava convencer Cristiano de que, às vezes, temos que ceder para que o outro também faça o mesmo, mas ele continuou impassível, teimoso como ele bem era.

Catarina, no entanto, parecia estar mais aberta ao diálogo do que antes. Comentava mais à mesa do café da manhã e tentava puxar assunto com Cristiano, que só respondia o básico. Apesar do momento que tivemos, não sentia que podia me dar o direito de conversar com ela ou sair puxando assunto. Tinha receio do que podia acontecer.

Certa manhã, antes que eu me levantasse, alguém bateu em minha porta. Sonolenta, com o cabelo desgrenhado de quem acaba de acordar de um sono profundo, arrastei-me até a porta e abri. Para a minha surpresa, era Catarina. O dia nem tinha amanhecido, mas os pássaros já anunciavam o começo do dia, e ela já estava em pé.

— Aconteceu alguma coisa? – perguntei, bocejante.

— Sim, se arruma que você vai sair comigo hoje.

— Eu, hoje? – continuei a dizer confusa – O quê?

— É só trocar de roupa, já preparei o café.

— Eu não posso sair hoje, o...

— Cristiano consegue se virar sozinho, relaxa.

— Sim, Catarina, mas...

Ela deu as costas para mim, me olhando de relance para que eu me aprontasse.

— Vamos?

Surpreendia-me em como ela conseguia ter essa pose autoritária tão cedo, ainda mais com tanta convicção de que eu a acompanharia, e talvez por conta disso eu tenha ido trocar a roupa de dormir pelas minhas vestes casuais e seguido atrás dela. Todos na casa ainda dormiam, mas a cozinha cheirava a café feito na hora e pão fresco.

Catarina tomou seu café em silêncio, mas o fato de ter sido levantada antes do horário por ela ainda me causava estranhamento.

— Para onde vamos?

— Para um igarapé aqui perto – ela dizia em seu tom sério – já foi em um?

— Ainda não... – nem sabia o que era isso.

— Então, é o que iremos fazer – ela fechava os olhos antes de tomar seu café – Costumo ir esse horário que não tem ninguém e posso ficar em paz.

Se ela queria tranquilidade, não entendia o motivo dela querer minha companhia para esse lugar. Terminando o café, seguimos diante o caminho que ela conhecia e que, para minha surpresa, eu também conhecia. Era o lugar que ela estava seguindo da vez em que conversamos, no qual ela seguiu o trajeto e eu voltei.

Não falamos nada o caminho todo até lá. Os momentos que tinha com Catarina eram silenciosos. Ela parecia apreciar o silêncio do lugar enquanto eu apreciava o canto dos pássaros e o amanhecer cor laranja no horizonte, lembrando a uma foto paisagística.

Catarina sempre cheirava a incenso e aromas amadeirados, como se tivesse recém-saído da floresta. Seu cabelo bagunçado soava mais se fizesse parte de si do que mero desleixo, mas não parecia sonolenta como eu. Deveria ser o trajeto que ela faz quando não toma café conosco e chega no meio do dia.

Paramos em frente a um portão de madeira, que ela afastou com destreza e gesticulou para que eu a acompanhasse.

— Sinto como se estivesse invadindo algum lugar... – murmurei enquanto seguimos caminho pelo pequeno caminho em meio ao mato fechado, na altura da minha cintura.

— E se estivermos? – Catarina disse olhando por seu ombro.

— Nesse caso, não seria melhor voltar?

— Não vai acontecer nada, prometo.

Não sabia se deveria acreditar em sua promessa, mas ainda assim segui o trajeto atrás dela. Após poucos minutos e uma leve descida, demos de encontro com um rio.

— Igarapé é um rio? – perguntei curiosa.

— Seria como um, mas... – ela apontou para a água – a água é corrente.

— E você vai tomar banho a essa hora?

Só de imaginar em entrar na água aquele horário fez meu corpo se arrepiar por inteiro. Catarina, no entanto, colocou sua bolsa de lado e devagar, começou a levantar sua camiseta.

Minha primeira ação foi virar o rosto para não ver aquilo. Sentia meu rosto queimar, afinal eu não esperava por aquilo.

— Irei.

Ao virar de volta para onde Catarina estava, vi que ela usava um biquíni preto que realçava o seu corpo. Nunca a tinha visto daquela forma, sendo o mais próximo daquilo quando ela passava de toalha pela casa, indo para o seu quarto, porém nunca tinha reparado nela em si.

Seu corpo era curvilíneo e as sardas se espalhavam nele por inteiro. Ela balançava o cabelo de um lado para o outro e tirava os óculos. Sentia que via uma propaganda que se movia pouco a pouco, até que ela parou e me encarou.

— Você, não?

— Não tenho coragem de entrar nessa água gelada a essa hora, mas agradeço.

Ela entrou com tanta tranquilidade que, se não fosse pela brisa gelada que batia naquele dia, aparentemente a água estava com uma temperatura agradável. Mergulhou e ali ficou, enquanto eu sentava e cruzava as pernas, passando os pés na areia que tinha ao redor. Catarina emergiu e nadou até minha direção.

— Quem escolheu seu nome, Teodora?

— Ah... – cerrava as sobrancelhas – foi minha tia. É uma homenagem pra minha bisavó.

— E sua mãe, já se casou alguma vez?

— Não – ria do comentário – ela diz que não serve pra se prender a alguém. No máximo arranja um ou outro namorado.

— E você?

Catarina voltou a mergulhar, e sentia que ela voltava a me investigar.

— Sou uma grande idiota, isso sim.

— Entendo... – ela apoiava a cabeça na água, flutuando. O vento frio continuava a bater – Agora me diz uma coisa, Teodora.

— O quê?

— Naquela vez que me falastes sobre sua real motivação, eu fiquei pensando...Por que a pessoa que você se relacionava te deixou?

Senti meu peito gelar enquanto ela parecia estar totalmente tranquila ao tocar no assunto, mas tudo bem. Nada realmente me impede de ter essa conversa com alguém.

— Porquê...ela disse que eu era uma pessoa medíocre que não tinha nada pra acrescentar.

Catarina virou-se para me olhar novamente.

— Como?

Passava os dedos sobre a terra, fazendo desenhos geométricos sem sentido algum além de me distrair de olhá-la de volta ao falar sobre isso.

— Ela disse que eu era uma sem futuro, que não tinha nada a acrescentar na vida dela – dava leves socos na areia – porque não tinha grandes planos e aí encontrou alguém melhor...

— E quais são essas tuas tais aspirações ordinárias?

— Ah, deixa pra lá – ria com vergonha – é besteira.

— Não é besteira – ela falava séria – eu realmente quero saber.

— Só quero viver com alguém que me ame pelo que sou e ter uma vida tranquila, ter dinheiro pra viver bem, essas coisas... – começava a desenhar na areia – Nunca tive grandes planos pra minha vida.

Catarina saiu da água, e pegou a toalha de suas coisas, enxugando seu cabelo.

— E não acredita que possa ter mais isso?

Continuava a fazer os desenhos na areia, sentindo certa melancolia ao pensar no assunto.

— No momento ando desacreditada demais para pensar nessas coisas.

— Entendo – ela sentou-se ao meu lado, colocando a toalha sobre os ombros – E como você se manteve durante essa crise?

— Minha mãe me ajudou muito – dava um sorriso tímido – ela é o meu maior suporte. Meus amigos também me ajudaram muito...

— Mas e você, como ficou depois disso?

— Eu...não sei, pra falar a verdade – suspirava enquanto falava – fui só seguindo, um dia após o outro, acreditando que as coisas iam melhorar uma hora e entender que as coisas não saem como planejamos.

Catarina riu consigo, pegando seus óculos de volta.

— E você ainda se acha medíocre?

— Como não vou me sentir? – gesticulava para o ar ao lembrar daquela situação – Não sou uma pessoa culta, nunca li muitos livros, pouco entendo de música, só terminei o ensino médio. Como vou proporcionar alguma coisa de mais pra alguém?

— Meu irmão gosta muito de ti, Teodora, os amigos dele – ela falava encarando a água que corria impiedosamente naquela manhã – meus pais também... Se tu fosse isso que fala, por que alguém se interessaria de ter você por perto?

Dei com os ombros. Não sabia a resposta para algo que não tinha notado.

— Não faço ideia.

— Isso é mais do que pode pensar– ela me olhava profundamente, e sentia a sinceridade em suas palavras – acredite em mim.

Catarina voltou a ter seu semblante cansado, envolto na toalha enquanto o dia começava a raiar.

— E eu acho você bastante sensível para alguém que diz que não tem atribuição para nada – ela dava um sorriso de canto.

— Por que está sendo legal comigo?

E essa era uma constatação genuína. Encarei ela de canto, mas ela não me olhou de volta.

— Não estou sendo legal – disse ela com seu costumeiro desdém – só quero entender o que está acontecendo.

Ela parou para acender seu cigarro de cheiro suave, e encarou o céu acima de nós.

— Chego em casa e tem uma garota estranha que conquista o coração de todos em casa, sobretudo do meu irmão – ela deu uma tragada profunda e cerrou os olhos – e então, do nada, ela é uma herdeira ligada com minha família. Quem não se interessaria por isso?

Arqueei as sobrancelhas antes de cerrar.

— Então você está me estudando?

— Não penso em trabalho o tempo inteiro – ela fez uma careta e se voltou pra mim, e mais uma vez aquela fumaça ficou entre nós.

— Você não pensa em parar de fumar ou... – pude voltar a olhar para ela, que se deitava com a cabeça apoiada em sua bolsa – Porque você fuma igual minha tia.

— Isso aqui é um paliativo de nicotina – dizia ela entre outra tragada – é só um monte de coisa mistura pra aliviar a ansiedade. A universidade fodeu com minha cabeça....

Seu semblante era cansado, e sua voz soava como um desabafo. Só me prestei a ouvir o que ela tinha a me dizer.

— Apesar de amar o que faço, não tive tempo para mim e muito menos para superar certas coisas. Agora que estou podendo tirar um tempo para mim...Assim como você, aposto.

— É... – Concordei, e me vi encarando Catarina mais uma vez deitada, apenas com o biquíni, o cabelo que caía por seus ombros, o cigarro em seus dedos, os olhos fechados.

Desviei o olhar para as árvores, e para o dia que raiava aos meus olhos, mas a cena de Catarina deitada sob sua bolsa me atraiu a ponto que apoiasse a minha do outro lado, e encarasse o raiar do dia ali.

— E o que te fez vir pra cá quando te chamei? – Catarina disse em um quase murmúrio.

— Porque, apesar de sua má fama, te acho legal – fechei os olhos e me deixei levar pela brisa suave da manhã.

Catarina nada disse, até que deu um risinho contido. Passado algum tempo, levantou-se, se vestiu e gesticulou para que eu a acompanhasse.

Andamos em silêncio, uma ao lado da outra. Continuava a olhar ao arredor, os pássaros cantando, o vento que batia tão fresco que podia sentir o orvalho das árvores, a terra da estrada, o calor que se formava. Toda aquela sensação era tão boa que queria senti-la todos os dias.

Ao chegarmos em casa, Catarina entrou primeiro, e a primeira pessoa que a recebeu foi Cristiano.

— Catarina – ele parecia nervoso – tu viste a...

Assim que entrei, ele olhou surpreso.

— Téo?

— Levei ela para dar um passeio – ela disse em seu tom sério novamente – coisa que você não faz. Só fica enfurnado nesse quarto o dia todo.

— Eu estava preocupado – ele dizia encarando a irmão – não te ouvi agora pela manhã.

Cristiano olhava para tudo aquilo receoso, taciturno. Cíntia e Alfredo, no entanto, pareciam animados ao nos ver de certa forma próximas. Alfredo pediu que eu o acompanhasse nas compras do dia para a casa, mas antes que Cristiano falasse, Catarina interviu dizendo que ele iria tomar conta da loja hoje, fato que ele não recebeu a bons olhos pela intervenção da irmã.

Fizemos compras na feira da cidade e supermercado, com Alfredo me mostrando como se escolhia cada verdura e legume. Ele era o homem que cuidava da casa enquanto Cíntia trabalhava com seus projetos sociais. Eles eram bastante queridos na comunidade, o que dava para notar pelas pessoas que os procuravam e os cumprimentavam na rua.

Alfredo tentava me adentrar naquele mundo, dado a certeza que ele tinha da parentalidade com Tadeu, mas ainda assim, me sentia desconexa daquela realidade. Cada vez que pensava em meu pai, me via o misto de desprezo do seu olhar em direção a mim com a vontade de provar que ele estava errado, mas sem saber o que faria caso ele estivesse.

Ainda não sabia se eu confirmaria isso e tentaria uma aproximação ou só confirmaria isso e iria embora seguir a minha vida. Quanto mais eu pensava, menos eu tinha resposta e torcia para que, no decorrer dos dias, eu a encontrasse, de uma forma ou de outra.

 

Fim do capítulo


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Comentários para 10 - Sob outros olhos:
Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 29/02/2024

Catarina está sendo legal com a Téo.

Cristiano não vai gosta dessa aproximação das duas.

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