Capitulo 18
Helena, ao Por Helena:
Eu tinha decidido que não me permitiria ser afetada por toda essa confusão de sentimentos. Quando vi Lucas e Isabela se despedindo, com aquele beijo longo, cheio de afeto e melação , senti uma pontada desconfortável. Era difícil admitir, mas a cena mexeu comigo mais do que eu queria. Eu tinha decidido construir uma relação profissional e respeitosa com Isabela, então por que essas situações estavam me incomodando tanto?
Tentei afastar esses pensamentos. Eu precisava focar no trabalho e lembrar o motivo de eu estar em Vintervile. Além disso, eu tinha algo pelo que realmente estava empolgada: meus amigos Marcos e Bia Albuquerque viriam passar o fim de semana comigo. Nós havíamos planejado essa visita há algum tempo, e seria ótimo ter um pouco de companhia. O Festival da Colheita aconteceria no fim de semana, e, embora a ideia de uma festa no interior não me animasse tanto, rever os dois significava muito para mim. Eu sentia que precisava disso naquele momento.
Marcos é um daqueles amigos de longa data, de quem sempre se espera um bom humor e uma dose de sarcasmo. Conheci ele na faculdade. Ele é ruivo, com olhos verdes que parecem sempre estar brilhando com alguma piada interna. A combinação da sua aparência marcante com o charme despretensioso sempre fez com que ele se destacasse onde quer que fosse.
Bia Albuquerque, por outro lado, é quase uma força da natureza. Alta e loira, com uma beleza que parece ter saído diretamente de uma revista de moda, ela é muito mais do que sua aparência deslumbrante. Inteligente e determinada, Bia sempre teve o dom de animar qualquer ambiente com sua presença vibrante. Bia é cirurgiã plástica e influencer. Tivemos um relacionamento por um tempo, mas as coisas não deram certo porque nossas vidas profissionais tomaram rumos diferentes. Bia viajava o mundo todo a trabalho, enquanto, na época, eu estava firmemente enraizada em Porto Grande.
Naquela manhã de segunda-feira, enquanto eu tentava manter o foco no trabalho, recebia mensagens de Marcos e Bia em um grupo só nosso:
Marcos: "E aí, pronta pra nos receber na sexta? Prepara a cachaça da boa, hein!"
Sorri ao ler a mensagem. Com Marcos, as coisas nunca ficavam muito sérias.
Eu: "Prontíssima! Vou separar as melhores. Vocês vão amar a festa do interior."
Logo em seguida, Bia mandou uma mensagem:
Bia: "Estou empolgadíssima também! Linda, antes de arrumar as malas, preciso saber se está frio aí, porque não quero congelar!"
Eu ri baixinho, imaginando Bia com suas malas enormes cheias de roupas.
Eu: "Tá mais fresquinho, sim. Traga um casaco, mas nada exagerado."
Bia: "Claro! E que tal jantarmos fora na sexta à noite? Vi que na cidade vizinha tem um restaurante super bem avaliado. Dá menos de duas horas de Vintervile. O que acham?"
Marcos: "Não sei se vou conseguir acompanhar vocês nessa. Na sexta tenho cirurgia, vou chegar mais tarde e exausto, então prefiro descansar bem para sábado. Tudo bem por vocês?"
Eu: "Por mim, sim, Quanto ao jantar, eu topo! Fiz alguns remanejamentos esta semana para ter a sexta à tarde livre."
Bia: "Òtimo! Então na sexta-feira será apenas você e eu. xxx Vou fazer a reserva e mal posso esperar pra estar com vocês, seus lindos!"
A ideia de passar um tempo com eles, longe das tensões e da rotina do hospital, parecia perfeita. Eu precisava dessa distração, de algo que me trouxesse de volta ao meu próprio eixo. E o fim de semana com Marcos e Bia prometia ser exatamente o que eu precisava.
A semana estava passando a mil por hora, mas cheia de trabalho. Não tive mais momentos a sós com Isabela, e, para ser sincera, achei que era o melhor. Só a encontrava de vez em quando nos corredores do hospital, e não havia conversa, apenas breves cumprimentos.
Em casa, durante o almoço, Geralda estava empolgada com o Festival da Colheita, falando animadamente sobre como o evento transformava a cidade.
— Você vai ver como vai ser bom. O centro fica deserto e todo mundo vai pro interior — disse ela, com um brilho nos olhos.
— Que beleza, Geralda. Admito que estou ficando cada vez mais empolgada — respondi, tentando acompanhar o entusiasmo dela.
— E tem que ficar mesmo, menina. Ainda mais que seus amigos chegam amanhã. Deus nos ajude que não chova forte. Aquelas duas pontes somem se acontecer — Geralda comentou, com uma preocupação visível.
— Não vai chover forte, não, Geralda. E se o centro de eventos lá no interior é coberto, o chuvisco previsto para o fim de semana não vai atrapalhar. Agora, me explica de novo sobre o chalé — pedi, querendo entender melhor.
— Claro, é que assim... o pessoal que vem de longe e alguns aqui da cidade também costumam ficar nos chalés que tem lá pela região. Primeiro por conta da distância, você lembra como era longe pra chegar lá em casa, né? — Geralda começou a explicar, enquanto eu assentia com a cabeça.
— Pois então, o local do festival é ainda mais longe. Mas lá tem um nascer do sol e um pôr do sol lindos, e por isso o pessoal fica por ali. E claro, tem os cafés coloniais — ela continuou, animada.
— Geralda, e será que consigo um quarto triplo ainda? — perguntei, um pouco preocupada.
— Menina, acho meio difícil. Deve estar tudo lotado já, mas posso fazer assim... pergunto pros compadres de lá e se tiver mais um livre, peço pra reservar pra você. Pode ser?
— Claro, Geralda. Te agradeço muito — respondi, grata pela ajuda dela.
Enquanto a conversa avançava, eu me sentia cada vez mais animada com a chegada dos meus amigos.
Fim do capítulo
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Anny Grazielly
Em: 06/01/2024
Aiaiaiaiaai... que ja ta na hora das duas se beijarem ... eeeeee, estou achando que esse mala do prefeito e do filho vao fazer elas acharem que são irmãs....
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