Capitulo 6
CAP 6
POV DANIELA
Deixar Lívia em casa foi bem doloroso, eu não estava conseguindo dormir. Virei de um lado a outro na cama e tudo que eu sentia era uma saudade misturada com aflição, pois não falamos nada a respeito de nos vermos novamente. Eu tinha uma responsabilidade muito grande no trabalho e sabia que não teria muito tempo para me encontrar com ela, que por outro lado tem um horário mais flexível. Não estava disposta que o acaso ditasse minha vida, liguei pra ela e já fui despejando minha ansiedade, mas que bom que fiz, não conseguiria dormir com essa dúvida.
Acordei um pouco atrasada, odeio acordar cedo mas a minha vida não está ganha então vamos lá. Já cheguei com a pressa de toda segunda-feira, fazer o caixa do final de semana pra comprar mais combustível e nessa tarefa não posso me desconcentrar, então antes que começasse mandei uma msg pra minha princesa pra ela acordar lembrando de mim
- Minha princesa linda! Você faz qualquer manhã ter gostinho de felicidade!! Bom dia!
Corri com meus afazeres e já próximo do meio dia estava exausta mas feliz demais. Saí para almoçar na casa da minha mãe como faço todo dia. Assim que coloquei os pés dentro de casa minha mãe me olhou e foi logo perguntando.
- Porque esse sorrisinho na sua cara?
- Dona Francisca, a senhora é detetive?
- Fala logo. Vai me dizer que está feliz pq estava trabalhando? Anda, fala logo o que aconteceu? Nem aqui você veio esse final de semana.
- A mãe eu só estava cansada e precisava fazer uma faxina em casa.
- Você não me engana, tem alguma coisa. Acho bom você falar senão eu vou descobrir.
- Eu não consigo esconder nada de você não é mesmo.
-Não. Agora fala.
-Eu conheci uma pessoa.
- E?
- E o que? Estamos nos conhecendo.
Depois da minha separação eu não tinha saído com ninguém e também não falei nada sobre o meu desejo de me relacionar com mulheres, então estava com medo da reação das pessoas, principalmente da minha mãe que sempre me apoiou em tudo, eu não queria que ela me rejeitasse.
- Daniela, eu sei das coisas. Fala com sua mãe. Eu sei que você tem dificuldades de falar com amigas então fala comigo. Eu te amo acima de tudo e acima de qualquer decisão que você tomar.
Sabe aquele sexto sentido das mães. Eu pensei comigo: -"Não é possível que ela saiba?". Baixei a cabeça e fiquei um tempo processando aquelas palavras.
- Eu sei que você sabe, mas eu não estou pronta pra falar. Só quero que saiba que estou sendo feliz, pelo menos por essas 24 horas passadas.
- Tudo bem. Eu tentei, mas quando se sentir à vontade não deixe de falar comigo. Estarei sempre do seu lado.
Eu não esperava que minha família aceitasse numa boa, pois muitos deles já tinham expressado suas opiniões, mas eu nunca coloquei na minha vida a opção de excluir minha família do meu convívio, essa nunca foi uma possibilidade. Nós somos lindos juntos, um amontoado de gente que se ama de um jeitinho tão distinto. Quando nos reunimos numa casa que temos na praia é uma bagunça tão organizada, uma calmaria no meio da bagunça, é isso, e eu não desejo sair do meio deles, quero estar com eles em comunhão e quero também que a pessoa que estiver comigo se sinta à vontade no meio deles assim como eu me sinto. Não vou negar que dá medo, mas eu sei que o sentimento de família dentro de cada um de nós é maior que qualquer outro.
Almocei com minha mãe e voltei pro trabalho, ansiosa pela noite prometida. Eu não consigo me descrever naquele momento, um misto de ansiedade com nervosismo que eu não queria deixar transparecer mas estava nítido no meu rosto. Os funcionários mais próximos me perguntaram se eu estava bem pois estava meio aérea e errando as coisas simples, mas na verdade só não estava me concentrando em nada.
Sai do posto quase seis horas da noite, corri pra casa tomar um banho e ficar apresentável. Separei uma calça jogger preta e uma camiseta pra combinar com meu estilo despojado, nos pés um tênis, peguei uma garrafa de vinho, iria levar duas mas lembrei que trabalho amanhã e corri pra casa dela mega ansiosa. Quando ela abriu a porta eu babei, cabelos úmidos parecia ter acabado de sair do banho, uma saia longa estilo indiana e uma blusa que mal cobria os seios e aquela pele morena da cor do pecado a mostra me enfeitiçando.
- Linda, perfeita.
Foi só o que consegui dizer, ela abriu a porta e me deixou entrar sorrindo pra mim.
- Obrigada, você também está muito linda.
A puxei carinhosamente pra mim, dei um selinho e a abracei. Eu estava desejosa de ter ela pra mim mas quando cheguei perto eu só consegui pensar em abraçar, sentir os corpos se aconchegando e sentir aquele carinho gostoso de como se estivesse em casa, sentir os corações batendo em sintonia, sentir sua respiração no meu pescoço e eu aproveitar e inalar aquele aroma tão perfeito que é ela. Aquilo era minha felicidade, eu estava em lugar de paz.
Ficamos um bom tempo até sentir necessidade de olhá-la. Não um olhar corriqueiro mas sim um olho no olho, um carinho no rosto, um beijinho na ponta do nariz e aquele olhar de desejo foi surgindo de dentro de nós, então beijei ela sentindo cada célula do meu corpo tremer, eu estava em êxtase, ela sugava meus lábios tão lentamente mas tão feroz, sua língua passeava por minha boca com propriedade intensificando o beijo e eu só fazia retribuir todo sentimento que estava me sendo doado. Foi faltando fôlego e essa foi sua deixa pra me perguntar se não estava com fome.
- To faminta. kkk
Nos beijamos novamente dessa vez, mais calmamente, mas no meio do beijo escuto a campainha tocando...
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
yuana_let Em: 02/10/2023 Autora da história
Concertado. Muito obrigada, Lea.