Capitulo 1
21/10/2018 -
Acordei hoje com a sensação de que alguma coisa estava para acontecer. Levantei cedo e fiz minhas obrigações diárias pois a tarde tinha um compromisso. Desculpas deixa eu me apresentar.. meu nome é Daniela tenho 26 anos, 1,60m, loira e sou casada com Paulo, sempre me senti diferente em relação a namoros, quando todas as minhas amigas sempre tinham um "crush" em algum boyzinho eu só fazia rir e encorajá-las mas comigo nunca aconteceu nada diferente. Na minha adolescência namorei um menino mas por insistência da minha família e amigos.
Conheci o Paulo ainda com 18 anos, foi um amor louco, vivemos 5 anos de namoro na mais absoluta paixão. O casamento foi algo natural pois com o tempo sentimos a necessidade de morar juntos e assim o fizemos. O tempo veio para mim como uma frase tão clara e tão verdadeira, que me deixou uma convicção meio distorcida da realidade e com um certo desacreditar da vida e de sentimentos bons, "Você só conhece uma pessoa quando passa a conviver numa casa com ela". Descobri no Paulo um playboyzinho que achava que tinha casado com a mãe, muito machista preconceituoso e que gosta de humilhar as pessoas pra se sentir superior, confesso que nesses 5 anos de namora eu estava cega, nunca tinha visto essa face dele, mas dizem que o amor é cego, então. Enfim estava casada e descobrir essa pessoa naquele homem que tanto amava foi como cair num penhasco, minha vida virou um inferno, eu evitava estar em casa nos momentos que eu sabia que ele estaria, pois sua presença me fazia mal, olhando pra trás posso dizer que sou uma pessoa que bem guerreira porque eu tentei ao máximo fazer as coisas melhorarem até não aguentar mais. Aguentei por quase 3 anos levando esse casamento nas costas e muito do que fiz foi por cobrança da minha família muito religiosa e com medo de "me perder" com qualquer carinha por aí o que eles não sabem é que eu não me perderia com um carinha...kkkkk. Hoje me vejo em pleno processo de divórcio, num cantinho escolhido por mim, sozinha mas com mil e quinhentos quilos a menos pra carregar. Não vou ser hipócrita e dizer que não o amo. Hoje analisando a situação de fora eu vejo que ele é uma pessoa perdida e tudo que ele me fez passar foi reflexo de uma vida machista ao lado de um pai machista, isso não exclui de maneira nenhuma sua responsabilidade e também ninguém é obrigada a consertar os pensamentos de uma pessoa a esse nível. Eu o amei muito e ainda o amo, mas esse amor se transformou em amizade, não o vejo mais como alguém em que eu possa me relacionar, quero manter a civilidade se assim ele quiser.
Trabalhei duro para deixá-lo e viver minha vida como sempre sonhei, dele só queria o divórcio. Eu sou muito rancorosa, costumo dizer que eu sou um amor de pessoa e relevo muita coisa em um relacionamento, mas depois que você conseguir eliminar o meu respeito já era. Eu trabalho de gerente em um posto de combustível na minha cidade e estou entrando no mercado financeiro como investidora, meus planos que já estão quase concretizados é sair do CLT e viver dos meus investimentos que já estão me rendendo uma boa grana.
A minha saída de casa não foi muito bem aceita por ele que se nega a achar que tem algo errado na nossa relação. Ele é tão egoísta em achar que ele não erra e que nunca fez nada demais para chegar ao ponto de eu ter que sair de casa e pedir o divórcio, mas não dá mais, preciso reaver a minha vida. Preciso viver. Depois de todo o transtorno da minha separação a três meses, levo uma vida bem tranquila sem muito movimento o que me impossibilita conhecer pessoas, mas muito do meu comodismo era o medo de viver a mesma coisa do meu casamento, já disse que fiquei meio cética em relação ao amor, eu queria ser a tia solteirona e rica.
Acordei hoje, um sábado e ainda tenho que passar no posto pra confirmar o recebimento do combustível que comprei ontem e teve um atraso e como eu sou muito família, meu ponto fraco, a tarde tenho uma viagem que estou indo fazer para meu tio, ele é taxista e marcou dois compromissos no mesmo horário e me pediu pra fazer um por ele, como estou sem fazer nada não fiz questão e fui lá. Era pra pegar uns músicos de uma banda e levar ao local onde eles iriam tocar.
Quando cheguei em frente tinha vários rapazes que deduzi ser da banda, me apresentei, falei que seria eu a levá-los ao seu compromisso. Enquanto falava com o responsável me atentei e vi que tinha uma garota no meio deles, eu já conhecia ela de vista, sempre despojada e muito bem relacionada, bem extrovertida e com uma áurea boa que todo mundo quer ficar perto dela, eu acho ela linda e sempre tive curiosidade de conhecê-la. Ela toca vários instrumentos e canta divinamente bem e eu sou apaixonada em instrumentos musicais, até tentei aprender a tocar contrabaixo, mas sou muito ruim, eu sou o tipo de pessoa que se sou ruim em uma área eu vou lá e enfrento mesmo que não dê em nada como é o caso do contrabaixo. Voltando para a garota da banda, eu não sabia nada a seu respeito, eu já tinha visto ela na cidade e uma vez tocando em um evento, nessa ocasião eu grudei meus olhos nela deixando-a constrangida, e hoje não foi diferente, quando a vi na minha frente passei a admirá-la, a diferença era que hoje eu admirava a bela mulher que se apresentada perante mim, fiquei hipnotizada por alguns minutos olhando em seus olhos deixando não só ela constrangida, mas a mim também. Virei-me rapidamente saindo daquele transe, entramos no carro e fomos em direção ao local do evento.
Eu tenho uma tática infalível para a situação em que me encontrava, eu estava muito feliz por ter a oportunidade de falar com ela, mas nervosa ao extremo então comecei a falar e tentar ser o mais simpática possível porque eu sabia que muitas vezes eu era séria demais e isso costumava confundir as pessoa a ponto delas me acharem chata, então eu comecei a puxar assunto com todos, mas para o meu desespero ela não falava comigo, só me observava, eu já começando a me achar a estranha, mas tudo bem, poderia ser por estar na frente dos meninos. Chegamos ao local fiquei sabendo que tinha que esperar o evento terminar pra levá-los de volta o que não foi nenhum sacrifício pra mim pois estava ansiosa pra ver e ouvir ela cantar novamente. Entrei no evento e fiquei observando, morena, corpo esbelto, cabelos pretos, lábios finos (acho muito lindo), olhos pretos, rosto afilado, uma voz que tocou meu coração mas o que mais me prendeu foi o seu sorriso. Sabe aquelas pessoas verdadeiras que quando sorriem mostram a alma? Pois bem, eu estava naquele evento com várias pessoas ao meu redor mas só conseguia ver ela, seu sorriso, sua voz, sua alma.
Quando o evento terminou os meninos da banda começaram a se organizar no carro para voltar e eu novamente tentando puxar assunto e tentando ser gaiata pra ver novamente o seu sorriso quando enfim ela olhou pra mim e sorriu de uma brincadeira besta que eu falei. Aquilo foi tudo pra mim eu me senti a pessoa mais sortuda da face da terra, aproveitei e cheguei perto dela:
- Como é o seu nome?
- Meu nome é Lívia e o seu.
- Meu nome é Daniela. Eu amei a sua voz e vc toca muito, eu queria aprender a tocar mas eu sou péssima.
- Obrigada, mas você não deve ser tão ruim assim.
- Vai por mim, eu não me aguento por dois minutos o que dirá vc, kkkkk
- A gente precisa tirar a prova destes dois minutos.
Nessa hora Kauan o tecladista da banda chega perto de nós e fala com ela.
-Lívia vai dar certo mesmo o jogo hoje com a galera? Vc deveria ir tbm com a gente Daniela, é só a galera do bairro pra passar o tempo e perder uns quilinhos kkkk
LÍVIA - Vai da certo sim Kauan e Daniela vamos sim estamos precisando de mais uma pessoa no time do Kauan ele só perde kkkkk
KAUAN - Gaiata vc né Lívia mas vamos sim Daniela, assim você me ajuda a vencer ela pelo menos uma vez pra tirar esse sorrisinho desse rostinho lindo.
Eu não queria tirar aquele sorriso do rosto dela de jeito nenhum, mas se fosse essa a oportunidade que eu tinha não ia desperdiçar.
DANIELA - Já que insiste Kauan eu vou sim - me virei pra ela - anota meu número pra vc me mandar a localização (com a cara mais lavada do mundo).
Eu estava sorrindo por dentro, nunca imaginei poder conhecer e passar um tempo com ela. Eu estava indo naquele jogo decidida a entrar na vida dela e mergulhar naquele sorriso que me fez ter borboletas no estômago a tarde toda.
Fim do capítulo
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