Capitulo 1
Certa manhã Elizabeth acordou com um pressentimento de que algo estava em falta em sua vida, constantemente esse sentimento a invade, sua mãe diz que pode ser um desejo do seu inconsciente de ter filhos e Elizabeth acredita que ela viaja nas ideias às vezes. Como sempre faz, deixou esse sentimento de lado e foi resolver a pilha de problemas na sua mesa e a fila de pessoas do lado de fora do sebo. Quando sua mãe abriu achou que não iria durar, se lembra que era bem pequena e teve que lutar muito para conseguir, seu pai sempre a ajudou.
Assim que abriu a porta, notou que o dia seria longo, a decisão de tocar o negócio da sua mãe agora parecia uma ideia sem jeito, assim como a de colocar no jornal um anúncio de vaga de emprego, trinta pessoas era o mínimo que tinha do lado de fora, chutando um número baixo. Dentre as inúmeras pessoas que foram fazer entrevistas, muitas chamaram a sua atenção, mas houve uma pessoa que chamou toda a atenção para ela, já no fim do dia, quando já estava para fechar a loja, ela entrou, esse podia ser um daqueles momentos de filmes em que a pessoa entra com pressa porém deslumbrante na cena, contudo na vida real ela entrou tropeçando em tudo deixando cair pilhas de livros, a bolsa e tudo que tinha dentro, Elizabeth não sabia se ficava desesperada pela pessoa ou pelo trabalho que foi arrumar tudo aquilo.
Seu primeiro impulso foi correr para ajudar a pobre mulher que estava estatelada no chão, pegou em sua mão e a ergueu, quando olhou em seus olhos Elisabeth paralisou, seu olhar capturou sua alma, tão profundo e forte, nunca havia conhecido alguém com esse olhar. Talvez tenha demorado muitos minutos em seus devaneios, pois ela a olhou e logo disse.
- Prazer sou Rebeca, vim para entrevista de emprego, mas acabei que me atrasei e sai correndo, nem vi que o piso estava molhado, mil perdões não queria estragar nada, mas é que eu queria chegar antes de fechar e nem prestei muito atenção, desculpa mesmo foi sem querer ...
Rebeca falava tão rápido que Elizabeth nem conseguia pensar direito, tentou acompanhar o ritmo, porém se perdeu em emprego e depois disso só voltou a entender no sem querer, ela mais parecia um rapper e isso deixou sua interlocutora com a cabeça bem confusa, teve que intervir para poder entender bem o que estava ocorrendo.
- Calma, espera, devagar, sou Elisabeth muito prazer em lhe conhecer, não precisa se preocupar amanhã arrumo esses livros, não quebrou nada. Você está bem, parece que foi uma queda grande? Bateu a cabeça? Quer água?
- Prazer Elizabeth - Ela apertou sua mão bem forte e logo após reclamou - Aí meu pulso, acho que o machuquei, aceito a água, perdão a pressa em falar é que às vezes falo muito rápido. Como estava dizendo, vim para a entrevista de emprego, sou formada em letras, já trabalhei em uma livraria e eu moro a umas seis quadras daqui, acabei de me mudar por isso me atrasei.
- Acho que devíamos te levar no médico antes de qualquer coisa, vou pegar água, pode deixar que eu te levo a UPA, é muito perigoso caso você tenha faturado seu pulso, então melhor dar uma olhada nisso. - lhe entregou um copo com água. - Espera um minuto que vou fechar a loja e subir ali em casa para pegar minhas coisas e chamar um carro de aplicativo.
- Não precisa se incomodar Elizabeth, vou ficar bem.
- Eu insisto em te levar, vai que quebrou ou teve uma torção séria, tem que olhar isso, espera aqui que eu não demoro.
Elizabeth fechou a loja e subiu para pegar suas coisas em casa, sentia que precisava ajudar aquela moça, afinal se ela tivesse se machucado e não ajuda-se iria ficar com esse peso na sua cabeça por um bom tempo e não custava nada levar ela, geralmente não fazia nada a noite mesmo. Chamou o carro e desceu para levá-la a UPA, enquanto elas esperavam resolveu falar sobre a vaga, quem sabe ela se encaixava no perfil.
- Então Rebeca, você fez letras? Por quê?
- Sempre amei livros, literatura e tudo mais, confesso que tive dificuldades com gramática, contudo logo fui pegando o jeito e fui amando também. Claro que aproveitei o curso do começo ao fim, até fui eleita melhor aluna. Trabalhei na biblioteca da faculdade e em uma livraria, mas foram experiências bem diferentes e todas bem gostosas. Então resolvi me mudar para cá, precisava dar uma virada na vida, peguei minhas coisas e vim com medo, receio, dúvidas, porém vim e logo no primeiro dia de mudança vi seu anúncio e resolvi tentar.
- Legal, você pode me dizer o que mais gostou de estudar na faculdade?
- Muitas coisas, porém minha paixão sempre foi literatura, as épocas literárias e não só do Brasil, fui desenvolvendo uma paixão maior ainda pelos livros, eles são mágicos um mundo inteiro dentro de algumas páginas, te faz viajar por horas sem te tirar do lugar, simplesmente adoro.
- Gostei de sua paixão, também sou amante dos livros, te entendo bem, você tem um currículo aí?
- Claro, só um instante que vou pegar aqui na bolsa - Quando ela foi abrir a bolsa, soltou mais uma reclamação de dor - Aí.
- Acho melhor você me entregar depois, o motorista chegou.
Ficaram em silêncio durante o caminho para o hospital, passada a agitação Rebeca pode notar melhor a outra mulher, seu jeito despojado, roupas pretas, cabelos curtos, botas nos pés e o sorriso, um lindo e profundo sorriso, seus olhos era duas pedras preciosas verdes, ela era realmente bonita. Assim que chegaram desceram e foram à recepção, Rebeca foi levada para o consultório. Logo ela voltou com o punho esquerdo enfaixado e uma tala, soltou um sorrisinho de lado e levantou a mão dizendo.
- Bom, acho que você estava certa, quebrei um ossinho bem pequeno, mas vai ficar tudo bem.
- Ainda bem que não foi algo muito grave, vou te levar para casa, vai precisar de algum remédio?
- Não, já peguei na farmácia da UPA.
- Certo, então vamos.
Pegaram novamente um carro de aplicativo, desta vez para a casa de Rebeca. No caminho falaram uma ou duas coisas sobre o tempo, trânsito, música. A conversa foi tão animada que nem notaram quando chegaram em frente ao prédio.
- Bom então é isso, boa noite, descanse, se ainda quiser trabalhar no sebo te espero amanhã para uma entrevista mais formal, sabe aquelas que são para parecer séria - Elisabeth disse sorrindo de lado.
- Claro que quero, que horas posso ir? Não sei se você sabe mais parte da formalidade é marcar horário. - Ela disse rindo de sua interlocutora.
- Não é certo rir de mim assim. Pode ser umas nove horas, para dar tempo de você fazer as coisas tendo só uma mão.
- Engraçadinha, minha outra mão é ótima, então estarei lá às nove, obrigada por me socorrer, boa noite.
- Então até amanhã, boa noite.
Elizabeth seguiu caminhando até sua casa, era bem perto e fazia bem respirar o ar da noite. No caminho foi pensando na noite estranha e divertida que teve, se questionou sobre destino, será que foi ele que colocou Rebeca no sebo ou foi puro acaso do desastre. Ela não tinha respostas, mas sabia que ela era divertida e iria dar muito certo no sebo. Foi com esses devaneios que chegou em casa e pode enfim descansar do dia exaustivo que teve.
No outro dia logo pela manhã escutou um burburinho vindo da cozinha, risadas altas em meio a conversa mais alta ainda, então já sabia que seu pai estava em casa, levantou animada e feliz por escutar a voz do pai.
- Bom dia linda família tradicional brasileira - Brincou com seus pais.
- Bate na madeira filhota, de tradicional aqui nessa casa só arroz e feijão, mas conta pro papai onde a senhorita estava ontem que chegou tarde? Alguma pretendente nova? - Ele interrogou.
- Não me faça rir duas vezes, senhor Carlos - Debochou do homem à sua frente.
- Olha os modos, mocinha, Maria toma conta de sua filha - O homem fala como se pedisse ajuda para a mulher que acabou de entrar na cozinha.
- Não me meto entre vocês, se virem, e larga de drama Carlos. - Maria lhe retrucou.
- Agora pronto as duas mulheres de minha vida são umas brutas, uma grossa que só e a outra uma verdadeira brutamontes, onde estão as donzelas que ensinei a serem? - Ele fala dramatizando em uma pose forçada.
- Papis quanto drama, está treinando para novela mexicana? Mas respondendo seus questionamentos, fui levar uma moça ao hospital, ela sofreu um acidente dentro do sebo ontem e não ela não é minha pretendente, quanto a donzela nunca tive o dom de ser princesa. - Elizabeth respondeu entre risadas.
- Minha filhotinha linda puxou a mãe, uma ogra, que orgulho. - Disse apertando as bochechas da filha.
- Quem é ogra Carlos? - Maria gritou e o olhou com os olhos semicerrados.
- Maria meu bem, você é minha melhor amiga então tenho licença poética para lhe dizer que às vezes você é um pouquinho ogra. - Ele se justificou com um tom debochado e teatral.
Os dois ficaram discutindo se eram ou não ogros, Elizabeth ria com o clima era assim as manhãs, muitas risadas, cumplicidades e pequenas discussões quase teatrais entre seus pais, amava-os demais eles lhe ensinaram que amor e respeito são essenciais em qualquer relação. Quando se preparava para descer escutam uma voz grave conhecida reclamando.
- Meus amores acabei de ser assaltado no mercado, os preços estão muito altos, acho que vamos ter que vender os órgãos - Armando segundo pai de Elizabeth diz ao adentrar a cozinha.
- Pai que horror.
- Armando pare de assustar nossa ogrinha ela vai ficar traumatizada - Carlos diz abraçando a filha de lado.
- Ogrinha? Essa é nova, Maria vai deixar?
- Armando já desisti desse daí a anos, agora a bucha é sua, eu avisei a você onde estava amarrando seu burro. - A mulher fala com um sorriso vitorioso nos lábios enquanto bebericava seu café.
- Nossa Maria, isso é jeito de falar do seu grande amigo, saiba que eu te perdoo. - O homem dramatiza a de modo teatral. - E você Armando saiba que casou comigo porque quis.
- Quanto drama, vou descer para trabalhar e não ter que vender meus órgãos. - Elizabeth fala se levantando.
- Falando em trabalho, chegou tarde ontem filhotinha, crush nova? - Armando inquiriu com o olhar.
- Deus até você senhor Armando, expliquei tudo para o papis e para mamãe pergunte a eles, beijos que eu já vou. - Saindo e deixando para trás protestos de todos.
Assim que abre a porta a primeira pessoa que vê é Rebeca, com um sorriso enorme no rosto e toda empolgada, agora vendo com a luz do dia e sem o desespero da noite anterior nota o quanto ela é bonita, seu rosto era único, possuía traços fortes que combinava perfeitamente com seu rosto fino, o olhar profundo estava ali desnudando a alma da mulher a sua frente. Os longos cachos contornavam seu rosto como se emoldurassem um precioso quadro, a perfeita combinação entre olhos, boca e nariz lhe dava um ar sério e amigável. Talvez Elizabeth tenha demorado mais do que pretendia admirando quanto escuta Nestor falar próximo ao seu ouvido.
- Elisabeth fecha a boca, vai molhar o chão de tanto babar.
- Ahhhh, desculpa, acho. Bom Nestor essa é Rebeca, se ela passar na entrevista será nossa nova colega de trabalho. Rebeca, esse é Nestor, meu braço direito e grande amigo, ele trabalha aqui a anos. - Os apresentou.
- Prazer Rebeca, vou lhe avisar que se começar a trabalhar aqui nunca mais querer sair, vai ficar presa aqui - Nestor brincou com a moça, arrancando uma risada.
- Prazer Nestor, não me incomodaria de ficar presa aqui, vejo que estarei em boa companhia. - Ela disse olhando nos olhos da mulher a sua frente e essa pode jurar que naquele momento o oxigênio do mundo acabou.
- ÉEEE, bom, então, vamos para minha sala terminar nossa entrevista? Né, termina de abrir a loja, quando a Elen chegar pede para ela fazer uma lista do que falta no café por favor. -Saiu acompanhada de Rebeca para sua sala.
A conversa foi rápida, realmente as qualificações e recomendações de Rebeca eram excelentes, muito boas para uma simples vaga em um Sebo, depois de acertar valores, horários e alguns detalhes, saíram da sala encontrando Nestor fazendo o que fazia de melhor, jogar charme para Elen.
- Né você já conquistou a mulher, não precisa paquerar tanto.
- Chefa minha, sou romântico e tenho que conquistar essa morena todo dia. - Ele disse piscando para Elen.
- Mereço mesmo, enfim, Rebeca essa é Elen, ela cuida do café e faz o melhor bolo do mundo. Maria essa é Rebeca, ela vai nos auxiliar aqui no sebo. - Às apresentou.
- Prazer Rebeca, espero que goste daqui, somos meio loucos, mas nós somos legais juro - Disse Elen sorrindo para Rebeca e lhe estendendo a mão.
- Hahahaha, prazer Elen, tenho certeza que gostarei, os melhores personagens de um livro são os loucos, mas vocês podem me chamar de Beca.
- Bom apresentações feitas, vamos ao trabalho que os boleto não se pagam sozinhos, Beca o Né vai te mostrar o trabalho, qualquer dúvida pode falar, Né vou arrumar aqueles livros que chegaram ontem, pelo jeito ficaram anos guardados, se perguntarem por mim estou lá no fundo. - Elizabeth sai para trabalhar nos seus tesouros de páginas.
A manhã passou rápido, Elizabeth ficou imersa entre os livros que precisavam ser limpos e organizados, amava fazer isso, olhar as capas, folhear cada livro, ver as lombadas, alguns tinham até dedicatórias, era uma viagem pela história de cada livro. Em meio às suas divagações, se peguei pensando na Rebeca, no formato dos seus lábios, seu olhar penetrante, o sorriso que com toda certeza poderia derreter um iceberg e seu jeito cativante. Balançou a cabeça para espantar esses pensamentos.
- Foco Elisabeth você não pode pensar nela dessa forma, ela é sua funcionária doida. - Disse para si mesma.
- Arraaahhh, sabia que tinha ficado caidinha pela bela donzela. - Né gritou atrás de si lhe assustando, a fazendo quase cair da cadeira em que estava.
- AHHH QUE SUSTO SEU MAL PARIDO - Gritou para ele.
- Mal parido? Não tinha xingamento melhor não? Enfim conta para mim, você tá afim dela né, senti no ar o clima, daria um casal tão lindo, já estou até vendo, quero ser padrinho viu. - O amigo lhe encarou com um sorriso sapeca no rosto.
- Que mané padrinho, e não fiquei a fim de ninguém não, só notei a beleza dela tem mal nisso, nenhum pelo que sei. - Falou com ar interrogativo.
- Mas nem treme pra mentir, olha só gente, aló aló Manuel Carlos temos a próxima Helena aqui. - Né começou a rir e Elizabeth a bater nele. - Ai sua bruta, para de me bater, vou ligar no Ministério do Trabalho para te denunciar.
- Afff Né para com isso, não tem clima, não tem "a fim", a Rebeca é hetero, acabou esse assunto, sem falar que ela é minha funcionária.
- Primeiro ela não é hetero e segundo o fato dela ser sua funcionária não te impediu de ficar com a Elen anos atrás, lembra? O que te aflige de verdade, esperança de que a Julia volte? Ou medo de se entregar de novo e dar merd*? - Né falou em tom calmo, acolhedor e ao mesmo tempo debochado.
- Não tenho esperança de que Julia volte, ela nunca vai voltar da sua vida perfeita na Austrália, já deixou isso claro quando foi sem nem se despedir, quanto a Elen foi uma vez só, agora a pergunta que não quer calar, como você sabe que ela não é hetero? - Indagou seu melhor amigo.
- Vamos dizer assim que eu meio que já investiguei ela.
- Como assim? Na lata, nem esperou uns dias. - O encarou enquanto ele ria.
- Não na lata, eu perguntei qual era a série preferida dela e é The L Word, bom não precisa ser gênio, já que você me fez ver essa série inúmeras vezes quando éramos adolescentes.
- Bom gênio, obrigada pela informação, mas não estou interessada, estou melhor solteira, agora chega deste assunto. Como foi o trabalho de manhã? - perguntou para ele.
- Foi ótimo, tivemos bastante clientes e a Beca foi maravilhosa, pegou tudo rápido, ela é excelente e simpática. Acredita que ela conseguiu vender de primeira para aquele senhor que dá trabalho sempre para escolher, o homem não demorou nem cinco minutos e saiu feliz, diz que volta semana que vem. - Né falou em tão espantoso e risonho.
- Gente, temos um milagre aqui? Isso quero ver ao vivo na próxima, mas fico feliz que deu tudo certo com ela, agora vai almoçar, vou ficar lá na frente com ela, depois trocamos.
Voltou para frente da loja onde passou o resto do dia, e era notável a habilidade com os clientes que Beca tinha, sempre sorrindo com uma simpatia contagiante, a tarde foi tranquila e bastante calma, organizaram os livros que ficavam expostos, Elizabeth ensinou Beca a utilizar o caixa, Né implicou com Elizabeth o resto da tarde e tinha diversos clientes na cafeteria, estavam quase fechando quando Elizabeth escuta a voz de Carlos invadir o ambiente.
- ELISABETH MEU BEBÊ, PAPAI CHEGOU. - Ele veio logo lhe abraçando e beijando.
- Pai, por favor, nos vimos no café e no almoço. Bom deixa eu te apresentar essa é Rebeca ela vai trabalhar aqui com a gente, Rebeca esse é meu Pai Carlos. - Os apresentou.
- Nossa filhota que linda, estou chocado com a beleza dela, se eu não fosse casado quem sabe? Brincadeira linda, prazer em te conhecer, sou pai deste filhote de ogro que todos conhecem por Elisabeth. - Beca riu com a brincadeira do homem, notou as bochechas vermelhas de Elizabeth e achou linda a relação dos dois.
- Prazer em conhecê-lo, senhor Carlos, pode me chamar de Beca. - Rebeca estendeu sua mão sorrindo.
- Então você me chama só de Carlos combinado? Bom apresentações feitas vou subir, amorzinho do papai te espero para jantar, beijinhos. - O homem deu dois beijos estalados na bochecha de sua filha e saiu.
- Tchau pai te amo.
Assim o dia terminou tão rápido como começou, organizaram tudo para fechar, Nestor saiu mais cedo para ir a faculdade e Beca ficou para fechar tudo, Elizabeth ficou impressionada com a rapidez que ela fez tudo e como não parecia cansada. Assim que fechamos desabou em um sofá que havia próximo a algumas estantes.
- Nossa que dia, senhor não sinto minhas pernas. Gostou do seu primeiro dia Beca? - Elizabeth indagou, com aparente agitação.
- Amei demais, as pessoas, os livros, vocês, adorei, espero que tenha gostado do meu trabalho porque realmente adorei, confesso que estava com um pouco de medo, afinal é muito novo para mim, mas foi incrível melhor do que eu pensava. Ai desculpa, falei sem parar. - Ela falou com os olhos brilhando e um sorriso sincero em seus lábios.
- Tudo bem, gostei de ver sua empolgação, fico feliz que tenha gostado porque adorei o seu trabalho, você foi ótima. Mas quero que saiba que se em algum momento você sentir que está cansada não tenha medo de sentar pelo amor de Deus, não te vi sentada um segundo sequer, sem falar em seu pulso, tem que cuidar para se recuperar bem. - Beca olhou seu pulso e retornou seu olhar para o par de olhos verdes brilhantes.
- Hahahahaha sim, desculpa é que sou meio acelerada, mas você tem razão se continuar assim uma hora vou ficar acabada, posso me sentar junto com você. - Elizabeth apontou para o lugar vago ao seu lado. - Amei conhecer seu pai também, um amor.
- Meu pai é ótimo, ele construiu isso junto com minha mãe, trabalharam muito duro para isso. Agora minha mãe deixou em minhas mãos e ela está se dedicando a paixão da vida dela a pintura, meu pai Carlos é professor de história e meu pai Armando confeiteiro, amanhã vai conhecer ele, também é um amor e muito calmo, desculpa acho que quem falou sem parar agora fui eu. - Disse meio sem jeito.
- Tudo bem Elisabeth, gostei de ouvir um pedaço da sua história, gostaria de ouvir mais qualquer dia desses, se você for se sentir melhor posso te contar um pouco da minha também. - Ela piscou e Elizabeth sentiu-se derretendo, o coração acelerou e a boca secou.
- Bom, vamos para casa? Amanhã é um novo dia. Boa noite Beca, até amanhã. DESCANSA.
- Pode deixar. - Ela sorriu. - Vou descansar, até amanhã. Boa noite.
Elizabeth subiu para casa enquanto Beca andava rumo a sua casa, sentiu novamente aquilo que sentiu ontem a noite estava feliz e encantada, talvez fosse o acaso ou o destino, mas sentia que ela era alguém que iria trazer muitas mudanças em sua vida.
Fim do capítulo
Primeira vez escrevendo aqui, espero que gostem.
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