Sendo assim o rapaz saiu, Luiza recebeu um olhar agradecido da idosa e se aproximou da jovem.

-Ângela não é (disse a medica) vou precisar que vc se sente na maca.

-Me deixa porr*.. (disse tremula)

-filha deixa a medica ajudar ela é boa. (Disse a idosa segurando em seu ombro)

Mais esta num gesto rápido empurrou a mesma, Luiza segurou o braço da garota e a fez encarar e sem tirar os olhos dessas pediu para a idosa esperar ao lado de fora a mesma não protestou apenas saiu triste.

-vc esta drogada mais sei que ainda me entende, então vou explicar umas coisas a vc (a garota parecia sem forças apenas olhava a medica) seu corpo mostra esta no máximo dele, a qualquer momento vc pode ter uma parada cardíaca e morrer... e aviso que não será nada calmo sua partida, o coração irar bater numa velocidade absurda fazendo com que seu o corpo tenha espasmos a droga deixara de fazer efeito e sentira tudo mais não terá controle ira babar e defecar... seu corpo todo irar doer e seu cérebro parecera que ira explodir terá falta de ar por conta do vomito e isso poderá durar minutos que para vc pareceram horas, não poderá gritar por ajuda apenas torcer para morrer logo, e quando isso acontecer e acharem seu corpo dentro de algum beco ou banheiro de boate terão nojo de se aproximar (suspirou) e a única pessoa que cuidara disso é aquela senhora que esta triste e angustiada lá fora e não pela suas palavras duras com ela mais sim porque esta preocupada com vc... então te aconselho a baixar a bola e se comportar porque em consideração a sua mãe não deixarei que acabe com sua vida de um jeito tão humilhante.

 A voz da medica não era rude ou alterada mais sim calma e firme não demonstrava raiva mais sim seriedade, logo as lagrimas começaram a escorrer pelo rosto da mulher e baixando a cabeça se sentou na cama, seu corpo agora voltava ao normal.

Centro cirúrgico.

Tudo ocorria tranquilamente durante a cirurgia, o inicio desta teve seus altos e baixos a bala que atingiu a jovem se estilhaçou e por fora não era tão assustador o ferimento mais em seu interior era grande o estrago por sorte nem um órgão importante foi rompido, apenas uma veia e uma parte do intestino a quantidade de sangue perdida também complicou as coisas mais por não ter um sangue raro isso já estava resolvido, a garota agora estava estável o cirurgião já estava no seu fim depois de quase 2 horas o medico apenas terminava de limpar o ferimento e já se preparava para fechar este, quando....

-doutor ela esta ficando agitada o batimento esta aumentando rapidamente.

-2 ml de bertanol só para estabilizar, já estou fechando o ferimento, (o Medico olhou para garota) porque justo agora no final a senhorita fara birra. (Deu um leve sorriso)

 

“ Escuro, tudo estava tão escuro apenas um cheiro forte de bebida e cigarro, eu tentava abrir os olhos mais era como se não tivesse forças “droga onde estou? E porque não consigo abrir os olhos?”, sinto mãos ásperas pelo meu corpo sinto um desespero mais não consigo me mover.

-vc é minha putinha...

Aquela voz não, o desespero me atingiu, e eu lutava para conseguir me mexer ou ao menos abrir meus olhos e acordar mais era impossível pois meu corpo pesava cada vez mais.”

 

 

- Doutor ela esta tento uma parada cardíaca (disse a enfermeira)

-não mocinha agora não.

-é como se ela estivesse lutando contra o sedativo.

- chamem a Doutora Theodora agora. (Disse o Medico)

A situação da garota estava se agravando a pressão cardíaca estava alta e aumentar o sedativo não era a melhor escolha, pois ela já estava sedada algo ocorria em sua mente.

- doutora algo esta errado , a pulsação dela so aumenta e não é do ferimento do abdômen. (disse o Medico )

- eu acabei de ver a tomografia e ela esta com um hematoma subdural preparem pois vou ter que operar e tirar esse acumulo de sangue que esta comprimindo o cérebro e chamem a Luiza ela ira me auxiliar, claro que com sua permissão Doutor.

- claro que sim, (olhou para enfermeira) chame a Doutora Luiza.

-mais doutor o senhor Ricardo avisou que não quer a Doutora Luiza operando. (Disse a enfermeira receosa)

- faça o que mandei, o Ricardo pode ser o diretor do hospital mais dentro da ala cirúrgica quem manda sou eu, afinal ele me nomeou como chefe desta, agora vá antes que a garota volte a piorar.

A enfermeira saiu as pressas torcendo para Luiza ainda estar no hospital, logo se aproximou da recepção e se informou com atendente e rapidamente saiu indo em direção do consultório, viu varias pessoas cochichando algo, embora a curiosidade fosse grande ignorou e se aproximou da porta que estava fechada, já se preparava para bater mais foi interrompida.

- Ela esta atendendo minha filha. (Disse a idosa)

A enfermeira nada disse apenas bateu na porta e ouvindo autorização entrou, encontrou a medica examinando uma moça toda suja e visivelmente desnutrida.

-doutora sua presença e necessária no centro cirúrgico.

-o Ricardo me proibiu de entrar lá (disse Luiza sem encarar a enfermeira)

-Eu sei, mais o doutor Marcos mandou chama-lá e disse que ele se entenderia com senhor Ricardo,(fez uma pausa esperando a medica dizer algo, não obtendo resposta continuou) a garota que a senhora trouxe ela esta com um acumulo de liquido no cérebro e precisa ser operada agora ou terá morte cerebral.

As palavras agora pareceram despertar a medica q encarava a enfermeira com olhar preocupado.

- Eu quero que coloquem essa garota na enfermaria ela ainda esta sob o efeito da droga mais já esta mais calma, peça a uma das enfermeiras para te ajudar a limpar ela e depois coloquem ela no soro (olhou para a mulher) ela ira se comportar não é.

A Mesma tinha um olhar contrariado mais mesmo assim concordou, então Luiza continuou.

- informem a dona Felícia que mais tarde falarei com ela e que esta pode ir para sua casa que a filha ficara bem, a convenção a ir (finalizou a medica)

 Já estava na porta mais voltou e olhando fixamente para a mulher na cama tornou a alerta-la.

-não esqueça o que te falei. (Dizendo isso saiu)

-doutora cadê minha filha ?( disse a idosa assim que viu a medica)

- Calma dona Feliz ela esta bem apesar de tudo, mais terá que ficar internada pois esta muito debilitada ficará tomando soro e quando estiver mais forte passará por uma bateria de exames (sorriu)

O olhar da idosa era melancólico e sua voz descrente.

-minha filha ira fugir doutora a Ângela sempre foge e volta depois de um tempo cada vez pior ... não sei porque dessa vez seria diferente.

- Dona Felícia (segurou a mão da idosa) vou fazer o possível para não deixar isso acontecer, as meninas ficaram responsáveis de cuidar da Ângela ela ficara no soro agora e assim que eu sair da cirurgia vou ate ela, e a senhora por favor vá para casa e descanse ok.

 A idosa sorriu e agradeceu mais a medica sabia que esta ainda estava receosa pois a mesma tbm estava, mais naquele momento precisava deixar de lado todas essas coisas e se concentrar em uma certa garota dos cabelos pretos.

 - Theo qual a situação ?

 Falou Luiza assim que entrou na sala cirúrgica, esta já estava com as roupas apropriadas, se aproximou da garota que estava desacordada na cama, Theodora começou a explicar o procedimento, e Luiza ficou observando o rosto adormecido da garota este agora era tão sereno e sem as manchas de sangue e sujeira podia se ver as sardas próximo ao nariz que contrastavam perfeitamente com a boca que era extremamente vermelha e com a pele clara que agora estava mais branca ainda devido a perda de sangue, Luiza num impulso tocou a mão da garota os aparelhos, apitaram demonstrando uma leve aceleração cárdica o que fez a medica sai do transe e recolher mão.

- bem então devemos começar logo não é doutora.

 Disse Luiza assim que Theo se calou, a medica se aproximando da jovem falou em seu ouvido.

-eu te tirei daquele carro mais não foi pra morrer nessa sala fria ouviu.

" Frio ... cada vez mais frio, eu me sentia vazia as vozes calaram assim como os toques ásperos em meu corpo, mais eu ainda me encontrava no escuro e sem poder me mexer era angustiante aquela situação:

- acho que morri e estou no meu limbo, eu realmente fui uma garota má.... mais não me arrependo de nada tudo o que fiz foi pra minha sobrevivência e aqueles do qual fiz mal sempre mereceram, (suspiro) mais ficar nessa inercia pra sempre será um saco pensei que o inferno fosse pelo menos agitado ”

 Um toque senti um leve queimar na mão esquerda e foi como se meu corpo despertasse, um leve sussurro aos meus ouvidos não sei se eram palavras ou apenas uma leve e suave brisa mais era como se meu corpo fosse puxado ate a voz e minha mente apagasse."

 

   A cirurgia se iniciou, Theodora era uma excelente neurocirurgiã que mesmo com a precariedade do hospital não perdia a competência sempre em cirurgias no Santa Helena que exigiam muita atenção optava pela ajuda da amiga, em quem tinha total confiança.

 Tudo ocorreu bem algumas oscilações na frequência cardíaca mais nada de muito grave apenas o esperado. A cirurgia durou em torno de 4 horas e meia, 2 para a retirada da bala e o resto para a retirada do liquido no cérebro, as duas saíram da sala exaustas, já se passava das 00:00, a garota foi encaminhada para a uti para ficar em observação.

-Nossa que cansaço (disse Theo assim que sentou no sofá) dois dias já que madrugamos nesse hospital

Luiza permanecia de pé e tinha uma expressão preocupada sua mente estava em outro lugar.

-Luiza ta me ouvindo??? (Disse Theo agora mais alto)

Luiza encarou a medica , mais nada disse.

-esta dormindo em pé doutora.

-Vc acha que a menina terá sequelas? (Falou encarando a amiga)

- Vc esta bem preocupada com ela não é.

Luiza apenas suspirou antes de concluir.

-ela ainda é jovem, e já parece ter tantos problemas.

-ouvi dizer que a policia estava atrás dela.

-eles não estavam atrás dela apenas querem informações.

-ok ok... senta um pouco relax , respondendo sua pergunta um baque na cabeça sempre pode trazer sequelas, mais digamos que em muitos casos nada de anormal acontece e so saberemos isso quando a garota acordar.

 Luiza sentou-se ao lado da amiga e agora se permiti-o relax e seu corpo pedia por aquilo, foi realmente um dia cheio de surpresas, mais o sossego da medica foi interrompido .

-Dr. Luiza (chamou a enfermeira)

-ah não Antônia deixe a pobre medica descansar (disse Theo)

A enfermeira sorriu envergonhada.

- ignore ela Tonia (disse Luiza dando um sorriso disfarçando o cansado) qual a bronca da vez?

- A policial esta lhe aguardando na entrada (disse a mulher)

 Luiza sentiu o corpo gelar e automaticamente se pôs de pé, enquanto a enfermeira continuava a falar.

- já tem um tempinho avisei q estava em cirurgia mais ela quis esperar.

Luiza saiu da sala sem dar atenção a amiga q falava algo, seu corpo estava rígido e suas mãos suavam como antes, enquanto caminhava ate a policial sua mente novamente voltou ao passado.

 - vamos Luiza se solte (dizia a mulher a sua frente)

A medica se sentia perdida no meio daquele jogo de luzes e alto som, as pessoas dançavam e empurravam a mulher q ainda se perguntava como tinha aceitado estar ali.

 

 

"-vou voltar para o bar. (Disse Luiza não dando chance para ser impedida)

Caroline seguiu atras da Medica, as duas haviam criado uma amizade a policial com seu jeito espontâneo e insistente conseguiu quebrar um pouco os “muros” de Luiza, e depois de descobrir sobre a perda que esta havia sofrido resolveu ajuda-la a voltar a “viver”.

- Vamos Luiza vc já veio ate aqui ficar apenas no bar é o mesmo q ficar em casa (disse a policial assim q se aproximou do balcão)

-vir ate aqui já foi um grande avanço.

- agente já se conhece a 1 mês vc me devia isso. (Disse dando um leve sorriso) eu salvei sua vida uma vez lembra, mais se quer ficar ai então fique eu vou curtir (sorriu)

A medica a encarou e suspirou de leve ao vela se afastar e sumir na multidão, sua atenção se voltou para o bar logo vendo sua bebida, Luiza sabia q estava deixando a policial entrar em uma area perigosa permitindo toda aquela liberdade e facilidade em quebrar suas barreiras, a medica via um pouco de Melissa na nova amiga aquele jeito extrovertido, despreocupado e seu sorriso facil e isso lhe assustava mais não ao ponto de querer fugir, tentando espantar esses pensamentos Luiza bebeu em um so gole sua bebida sentiu o liquido descer queimando seu peito, mais não apagando os pensamentos pediu mais uma dose e assim em apenas alguns minutos já começou a ver as coisas rodando e seu corpo mais leve, era hora de ir embora pensou a medica, seguiu em direção ao banheiro mais parou quando seu olhar caiu na pista de dança e seu corpo congelou com o que viu, era ela ali dançando sua Melissa o mesmo sorriso no rosto os mesmo gestos a medica se aproximou em passos rápidos e sentiu o sangue ferver ao ver um homem a segurando pela cintura e a puxando para si.

-solte-a (disse entre dentes)

-Luiza vc esta bem?

A medica novamente encarou a mulher e foi então que viu Caroline a sua frente com um olhar confuso, Luiza olhou para os lados procurando Melissa mais baixou o olhar concluindo que ela não estava ali e que havia apenas imaginado.

-me desculpe ... eu .. er... eu tenho que ir (disse segurando uma lagrima)

A Medica se sentia tonta e o desespero lhe abalar como podia pensar que sua Mel estaria ali nos braços de um homem, sentiu o ar lhe faltar e acelerou o passo já conhecia aqueles sintomas estava preste a ter um ataque de pânico, entrou no banheiro e se encostou na pia tentando controlar as emoções tudo rodava e aquela sensação de angustia aumentava a ponto de quase a fazer gritar.

-Luiza vc esta bem? (Ouviu uma voz ao fundo)

 A medica encarou a mulher a sua frente ainda contento os sintomas do seu corpo e apenas negou com a cabeça, foi surpreendida pelos braços quentes da mulher que lhe apertavam com força fazendo seus medos se esvaírem dando um longo suspiro Luiza se permiti-o relax e por incrível q pareça seu corpo foi se acalmando, a medica ouvia uma voz no fundo do seu pensamento que dizia que ela precisa daquilo ela precisava de contato fisico muito alem daquele abraço, e isso assustava Luiza, se afastando de vagar a medica encarou a mulher a sua frente que tinha um olhar calmo e solidário, num impulso a beijou, sentindo aquele calor que a tempos não sentia, o beijo não foi correspondido de imediato a médica já se afastava quando foi puxada firmemente para outro beijo dessa vez mais quente as respiração curta e as mãos vagando explorando cada parte de seu corpo sua mente permanecia vazia deixando apenas seu corpo sentir as sensações, quando o ar faltou se separaram lentamente a médica continuou de olhos fechados sentindo a respiração quente da outra.

- sei que está com medo da resposta mais terei que ser sincera. (Ouviu a voz da mulher)

Luiza abriu os olhos e a encarou intrigada.

- que resposta? (Perguntou a encarando )

- vc precisa praticar mais o beijo (disse sorrindo)

Fazendo Luiza sorrir, jamais imaginaria aquela observação, sua mente antes estava em um conflito se acusando e ao mesmo tempo não se arrependendo do beijo, fazia tanto tempo sem beijar outra boca aquela sensação o calor.

- podemos ir embora (disse ela dando um leve sorriso) acho que já superei muitas coisas por hj.

Luiza se afastou da policial mais antes de chegar na porta sentiu as mãos da mesma segurarem seu braço.

- se vc quiser agente finge que nada aconteceu q esse beijo foi só uma alucinação do álcool e nunca mais falamos sobre isso.

Os olhos da mulher agora transmitiam uma angústia e temor assim como os da médica.

- só vamos sair daqui, conversar em um lugar mais calmo."

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fim do capítulo