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Narciso sem espelho por Billie Ramone

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Palavras: 1632
Acessos: 346   |  Postado em: 07/04/2023

Capitulo 1

 

É tão estranho que esteja chovendo justamente agora...

Você aí, toda embrulhada em um cobertor, cabelos molhados depois do banho quente, tomando um cappuccino que eu fiz meio que às pressas – e com certeza sem muita boa vontade.

Já limpei seus respingos pelo chão do apartamento. Tá tudo bem, não precisa pedir desculpas mil vezes de novo. Acontece.

A chuva lá fora aumenta e diminui de intensidade, num ritmo imprevisível.

Tudo é imprevisível quando se trata de você.

Nem sei de onde tenho tirado forças para suportar educadamente o favor que estou te fazendo. Ao menos o seu constrangimento silencioso me consola, assim a gente não é obrigada a jogar conversa fiada fora, ou tocar em assuntos que eu definitivamente não quero tocar.

Quando a chuva cair e te lavar, você saberá...

Parece que faz poucas semanas desde que você veio toda entusiasmada incluir um cover dessa música em nosso repertório. Faz mais de um ano, na verdade.

A chuva veio, te lavou, te levou junto com a enchente, e aqui está você de volta, sã, salva, se secando e se aquecendo em meu sofá.

Fazer sucesso com nosso trio, ou banda, como você sempre preferiu chamar, não estava em meus planos. Por mim, enquanto eu pudesse tocar e cantar ao seu lado, sem preocupações, nós três apenas nos divertindo como amigos, você e eu tendo algo bonito em comum como casal – por mim tudo estaria bem. Nem eu, nem o Cléber, contávamos com sua megalomania narcisista.

Não somos o Fleetwood Mac, nem Os Titãs, a Cássia Eller, nem mesmo a Mallu Magalhães, mas você queria viver como se fôssemos.

Mas admito que a maior tolice foi a minha. Eu não dei importância às red flags pelo caminho, e foram tantas...

Você amava dedilhar a guitarra enquanto flertava com o público. Especificamente, com os sorrisinhos indecentes das menininhas, que não paravam de gritar obscenidades pra você diante do palco.

Depois veio o dia em que tive dor de garganta e o Julinho foi chamado às pressas para me substituir. As redes sociais de meia dúzia de garotas que eu nunca vi na vida me mostraram o quanto foi boa a sua noite de “liberdade”, como você me disse depois durante a discussão.

Eu não tinha direito de cobrar nada de você. Eu estava te cerceando. Você se sentia sufocada. Eu era louca. Eu era paranoica. Eu era controladora.

Como o Cléber é meu amigo desde a infância, não foi capaz de mentir pra mim por você. E mais red flags: você o atacou com garrafas verdes vazias de cerveja, enquanto o expulsou sumariamente do grupo. Eu mesma quase fui vítima de uma dessas garrafadas, só por ter a decência de levar meu amigo ao hospital para dar pontos no braço que você cortou.

Depois, sua ressaca, seus pedidos de perdão melodramáticos. Aproveitando a enorme plateia, composta de parentes seus, meus e do meu amigo, não tive escolha, senão te perdoar, ou sairia como a intransigente.

E aí você apareceu uma semana depois com essa música e seu sorriso cínico:

“Pensei em você quando escutei, acho que ficaria ótimo em sua voz!”

Eu só tive um pressentimento ruim: quando é que seria minha vez de dizer a você, num tom ressentido “e aqui vem você dizer de novo que quer sua liberdade...”

Uma festa junina e uma suposta amiga de adolescência do antigo bairro onde você morava. Fazia um frio desgraçado, mas a dita fez questão de usar uma roupa mínima e um perfume doce e enjoativo para se esfregar em você.

“Você lembra, Gabi? Eu fingia que era seu namorado pros ‘cria’ e todo mundo achava que eu era um moleque...” – e tome de risos debochados e toques em excesso no braço e nas coxas nuas da tal Gabi.

“Lógico que lembro! Como esquecer aquele beijão que você me deu na frente de todo mundo?”

Você continuou rindo, mas olhou para mim constrangida.

“Ih, desculpa, eu não queria falar isso na sua frente...” – a “amiguinha” Gabi ficou séria de repente e disse na maior cara de pau – “Você me perdoa?”

E o que você faria se eu não perdoasse sua “amiguinha”, não é? Capaz de me esculhambar, dizendo à “amiguinha” o quanto eu era chata e não sabia levar as coisas na brincadeira.

Os raios e trovões vieram algum tempo depois. Eu chorei, e você não se importou. Chorei muito, e você se irritou. Pedi para que me compreendesse, e você me acusou de não compreendê-la. Supliquei para não ir embora, mas você nem olhou para trás quando saiu.

Precisei de um tempo. Procurei o isolamento. Sofri cada etapa do luto até a última gota. Evitei aqueles que, só pelo gosto da fofoca, vinham pedir notícias minhas para, na verdade, me atualizar sobre você e sua liberdade e te contar minha reação depois.

Desativei minhas redes sociais por um tempo.

Por sorte, focar nos estudos e no trabalho me fez muito bem. Os poucos amigos que sobraram voltaram para junto de mim. Se em algum momentos falávamos de você, era só para agradecer pelo livramento.

 

 

“Eu vou dormir, amanhã tenho que acordar muito cedo. Fique à vontade, se tiver fome, se precisar ir ao banheiro, já sabe onde ir.”

“Bárbara, fica comigo aqui esta noite!”

“Eu realmente não posso, Jéssica. Amanhã nós conversamos mais, ok?”

“Eu preciso de você!”

Olhei para ela, genuinamente surpresa.

“Pra quê?”

Ela pôs a caneca de cappuccino ainda não terminado na mesa de centro da sala e estendeu sua mão para mim. Dei-lhe o benefício da dúvida e segurei uma de suas mãos meio geladas.

“Eu... Quero você de volta!”

Eu suspirei, quase rindo. Mas não para zombar dela. Era só o riso de quem confirmava as próprias suspeitas.

“Amanhã a gente fala sobre isso, tá bem? Eu preciso mesmo...”

“Você não sabe quantas coisas eu preciso te dizer! Por favor, fica comigo e me ouve!”

Suas mãos não queriam largar a minha de jeito nenhum. Meu celular exibiu um highlight avisando que faltavam quinze minutos para a meia noite, e junto com ele, outros recados.

Os olhos dela cravaram-se nas minhas mensagens particulares. A primeira que ela viu foi a de minha chefe.

“Quem é Samira?” – agarrou meu telefone e tentou desbloquear a tela – “Quem é essa Samira?”

Ela me encarou e me disse isso com um ar feroz de quem ainda achava que tinha direito a respostas. Estendi minha mão calmamente para retomar o celular, mas, para meu espanto, ela pulou do sofá e se afastou de meu alcance.

“Já tá saindo com alguma vagabunda?”

“Jéssica, devolve meu celular” – tentei manter a calma.

“Responde para mim agora quem é essa puta, ou eu jogo a porr* desse celular pela janela“ – ela ameaçou, apontando para a janela fechada envidraçada da sala.

Isso estava muito longe e acima do surreal. Mas ela não ia ganhar essa, nem mais nada de mim. Nunca mais.

Fiz o que ela não esperava: em vez de insistir pela devolução do celular, baixei a cabeça, suspirei e soltei uma risadinha, enquanto me sentava calmamente no mesmo lugar do sofá onde ela havia estado.

“Responde, sua filha da puta, quem é essa desgraçada?!”

Minha calma a fez perder o controle. E eu não daria a ela a menor chance do gostinho de me ver perder o meu.

“Pode jogar, se quiser. Eu não vou discutir com você.”

“Ah, mas você vai ver se eu não vou!” – Jéssica se adiantou para a janela, tentou abrir, viu que, além de trancada, estava sem chave. Tentou a varanda, e deu na mesma. Então ameaçou – “Eu arrebento essa merd* aqui no chão mesmo!”

Vendo que meu silêncio a exasperava ainda mais, disse em tom baixo e sereno:

“Se você quebrar meu celular, simplesmente vai ter que me dar outro. Para mim não é problema nenhum, mas para você, que foi expulsa de sua casa de novo, e não tem mais ninguém para te receber além de mim, vai ser uma encrenca e tanto. Os vizinhos vão escutar essa barulheira, vão chamar a polícia, e pode ser que a gente acabe passando esta madrugada na delegacia. Você vai ter que dar um jeito de arrumar outro celular igual a esse para mim, que não é nada barato, e, de quebra, vai ficar na rua de novo, a menos que volte para a casa de seus pais. Você decide.”

Ela tremeu, começou a lacrimejar, baixou aos poucos a mão que erguera para arremessar meu aparelho contra o chão. Depois, foi encolhendo e se sentou em posição fetal no chão, chorando, encostada a um móvel da sala. Aproveitei para me aproximar o mais silenciosamente possível e retirar meu celular de sua mão afrouxada.

Ela se revoltou.

“Você não presta! Eu sabia que você não prestava, sua maldita! Você vai me pagar! Prefiro ficar na rua debaixo de chuva a passar mais um minuto aqui com você, sua vadia cretina! Sua vagabunda!”

Pegou suas poucas roupas molhadas no varal da área de serviço, seu tênis velho encharcado, sua mochila e se foi, com minha camiseta e meu short velho que emprestei para ela dormir. Suspirei.

“Enfim, paz.”

Da última vez que ouvi falar de Jéssica, foi quando recebeu ordem judicial para internação compulsória em uma clínica psiquiátrica. Lá de dentro ela fazia vídeos curtos e longos para redes de entretenimento na internet, tocando violão, cantando, fazendo caras e bocas para a câmera, desabafando sobre sua vida infeliz, acusando todos (a mim indiretamente, inclusive) por tudo de ruim que lhe aconteceu, e se gabando dos seguidores e das “admiradoras” que angariou dentro e fora de lá, graças às suas lamentações e histórias fantasiosas.

“Tem aí algum sonho que você queira vender em troca de sua liberdade agora?”

 

Fim do capítulo


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Comentários para 1 - Capitulo 1:
thays_
thays_

Em: 07/04/2023

Eu amo a versão de Dreams do The Corrs! Amo essa música! Eu estava com umas ideias de escrever alguns contos com algumas músicas de tema, mas até agora não rolou nada, acho que faltou inspiração. 

Conviver com uma pessoa como a Jéssica é duro demais. É o tipo de pessoa que mesmo ela estando errada, inverte a situação e faz você começar a questionar se você quem está errada e sente até culpa pelo que aconteceu. É uma merda.


Billie Ramone

Billie Ramone Em: 07/04/2023 Autora da história
Nunca vi essa versão que vc falou. Fui ver e me apaixonei principalmente pelo lugar onde eles filmaram, pq cultura chinesa é um dos meus grandes amores ((((((((((:
Pretendo escrever outras histórias com essa temática, pq relacionamentos abusivos acho que todo mundo já passou um dia. Ou às vezes a gente é a abusiva da relação e nem tá sabendo. E vou te falar, conviver com narcisistas é destruidor! Haja terapia!
Mil beijos!!!!!


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