Whitout me por Kivia-ass
Oie
Você nunca quis saber
POV THEODORA
Depois de ter tomado café na casa de Catarina, segui pra casa de Luiza e Ester, as duas estavam me cobrando uma visita, praticamente me obrigaram a vir aqui. Luiza abriu a porta com um sorrisão abrindo espaço para que eu passasse.
-Bom dia furacão. – Abracei minha amiga com um abraço de urso.
-Bom dia, Theo. – Ester também se aproximou me abraçando.
-Bom dia meninas, tudo bem por aqui? – Joguei minha bolsa no sofá.
-Estamos bem, mas você sumiu. – Luiza me empurrou pelo ombro. – Aposto que tem mulher envolvida, com quem você estava?
-Eu estava em casa. – Dei os ombros em resposta.
-Me engana que eu gosto, Theodora. – Luiza não acreditou na minha mentira. – Pele boa, sorrisinho de lado, a cara de quem fez amor a noite inteira.
Ester caiu na gargalhada, e eu não consegui segurar o riso. Luiza é um caso à parte, não dá pra levar ela a sério.
-Olivia ou Iza? – Ela perguntou com uma sobrancelha arqueada. – Tem a Fabi também.
-Nenhuma delas. – Eu ainda preciso preparar o terreno.
-Puta que pariu, Theodora. – Luiza deu um grito. – Já é uma nova? Não acredito, você precisa ser estudada, que lábia é essa?
-Ou pode ser uma alguma antiga também. – Ester disse como quem não quer nada.
-Antiga? Espero que você não tenha dormido com a minha mulher. – Ester encarou Luiza descrente. – Brincadeira amor.
-Eu estava em casa, não estou ficando com ninguém. – Luiza ia surtar se soubesse de Catarina, então achei melhor evitar. – Vocês sabem que eu sou transparente.
-Vou acreditar nesse papo furado. – Mudamos de assunto, mas Ester ainda me olhava como quem soubesse a verdade.
Passei a manhã toda na companhia das meninas, Ester não tinha plantão e Luiza estava ensaiando em casa, colocamos o papo em dia falando sobre nosso cotidianos, só me despedi quando Malvina me ligou me chamando pra almoçar com ela, aceitei, pois já havia dias que eu estava fugindo desse encontro.
-Lembrou que tem mãe? – Malvina já me aguardava em seu restaurante favorito.
-Oi mãe, tudo bem? – Deixei um beijo em seu rosto e me sentei. – Estive ocupada.
-Me evitando, você quis dizer. – Suspirei e Malvina continuou. – Você poderia ter mencionado sobre Olivia.
-Não tinha o que mencionar. – O garçom se aproximou anotando nossas entradas. – Na verdade, nós duas nunca conversamos sobre isso, minha sexualidade sempre foi um grande tabu pra você.
-Você não conversa comigo sobre nada, sempre foi assim. – Minha mãe parecia chateada. – Mas com seu pai você fala tudo, eu nunca sei o que está se passando com você, Theodora.
-Você nunca quis saber. – Tinha rancor na minha voz. – Eu fiquei oito anos fora, e parece que foram oito dias pra você.
-Filha, eu não quero brigar. – Respirei fundo, não quero me exaltar. – Me desculpe, você tem razão, eu não devo te cobrar essas coisas.
-Tudo bem, esquece isso e me desculpe também. – Ela acenou com um sorriso ameno. – Mas você está bem?
-Sim, tenho uma bateria de exames no início da semana. —Assenti e mudamos de assunto.
O almoço aconteceu de forma tranquila depois do nosso pequeno atrito. Minha mãe sempre teve ciúmes da minha relação com meu pai e eu não entendia isso, eu amo os dois da mesma forma, mas com o meu pai eu me sinto mais confortável em conversar sobre a minha vida, tanto que eu nunca escondi dele a minha sexualidade, como eu iria chegar até Malvina e dizer que eu sou apaixonada pela Catarina? Tenho certeza que ela surtaria, e eu não quero prejudicar ela, eu nunca quis, inclusive depois que ela me confidenciou que tinha medo da minha mãe, eu consegui compreender os motivos dela.
-Quer sobremesa? – Minha mãe perguntou abrindo o cardápio novamente.
-Eu não gosto de doces. – Dei os ombros e ela me encarou.
-Eu não sabia disso, às vezes eu só queria que pudéssemos ser mais amigas. – Minha mãe tinha um sorriso triste. – Você é minha única filha, e eu tenho muito mais afinidade com a Catarina do que com você, ela é quase uma filha pra mim, sabia?
Engoli seco, pelo menos minha mãe gosta da Cat, já é um caminho, o que será que Malvina pensaria se eu dissesse que na verdade Catarina é a sua possível nora? A mulher por quem eu sou apaixonada a minha vida toda?
-Ela me contou sobre a gravidez dela. – Mencionei querendo saber mais. – Ela me disse que você a ajudou muito nesse período.
-Sim, ela estava totalmente desesperada, com medo de perder a carreira. – Minha mãe ia falando de forma nostálgica. – O que eu fiz por ela, foi o que fizeram por mim, eu sempre disse que me vejo nela.
-Como assim, fizeram por você? – Minha mãe tencionou na cadeira. – Que eu saiba o meu pai assumiu a gravidez.
-Não estou falando disso. – Malvina respondeu rapidamente. – Eu digo em relação à minha carreira, foi muito difícil naquela época, principalmente grávida, mas enfim, Catarina é um talento inigualável, e é claro que eu não desperdiçaria isso.
-Fico feliz com isso, eu nem gosto de imaginar que Luna, poderia simplesmente não existir. – Eu já estava apegada na garotinha.
-Eu amo aquela princesinha. – Minha mãe tinha um sorriso de orelha a orelha. – Ela me lembra você novinha, cheia de atitude.
-Ela é uma graça. – Éramos duas babonas.
-Eu tenho um carinho enorme pelas duas, pela Geralda tambem. – Malvina rolou os dedos sobre a taça. – Fico feliz que Catarina esteja onde está hoje em dia.
-Pronta pra abrir uma concorrente, né? – Minha mãe apertou os olhos. —O que? Você sabe que ela é capaz.
-Não precisa ser minha concorrente, pode ser minha subistituta. – Ela disse divertida.
Continuamos naquele clima mais leve, minha mãe sabe contornar as situações, deve ser por isso que ela chegou onde está hoje em dia. Passamos o resto do dia juntas, andamos pelo Shopping, compramos algumas coisas, ela estava se esforçando para ficar mais próxima a mim, e eu não sou do tipo que guarda mágoas pra sempre. Nos despedimos no início da noite quando Ramires me deixou no meu loft sob protestos da minha mãe, ignorei e prometi ir ao ateliê amanhã cedo. Entrei e joguei minha bolsa no sofá, tirei os salto e abri a geladeira em busca de uma Brahma geladinha. Peguei meu celular e fui dar uma conferida nas mensagens, havia algumas das minhas amigas, respondi meu pai e abri a minha conversa com Catarina.
Whatapp on:
C: Volta pra cá, eu não sei dormir sem você.
Fim do capítulo
Primeiramente feliz natal atrasado e desculpe a demora, vou postar uns extras aqui
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