POV CLAUDIA

Ver a beleza da Soraia me deixou com certo pé atrás, a garota é muito linda e vê-la se jogando em cima da minha namorada me causou um calafrio e um aperto no peito. Vi que Renata não a olhou com segundas intenções e seu tratamento com ela era como se fosse uma criança isso me deixou um pouco aliviada, mas, a verdade é que Soraia não era nenhuma criança e sim uma jovem mulher com os hormônios a flor da pele e seu olhar para Renata mostrava um brilho diferente, mas iria usar uma estratégia diferente da ciumenta, me aproximaria e conquistaria a simpatia e amizade da tal pequena sereia. Como dizem por aí mantenha seus amigos perto e seus inimigos mais perto ainda.

Fiz questão de abraça-la e falar que o que precisasse contasse comigo, abri meu melhor sorriso e senti seu olhar analisador em cima de mim, mas ela logo me elogiou e sorriu, olhei de relance para minha irmã e Vanessa e percebi que a Van estava diferente, estava séria algo que era muito estranho. Resolvi chamar todas para jantarmos afinal ainda queria aproveitar minha namorada a noite, pois ela viajaria a trabalho no dia seguinte e só retornaria na sexta.

- Então prima, quando começará as aulas? – Vanessa pergunta a Soraia olhando-a séria.

- Começo semana que vem Nessa. Estou super ansiosa. – Soraia fala sorrindo.

- É a faculdade que sempre sonhou não é? – Perguntei tentando puxar assunto com a garota.

- Vejo que Vanessa e Renata realmente falaram de mim. – Me olhou sorrindo. – Sim, sempre sonhei em cursar enfermagem.

- Já pensa em especialização Soraia? – Gisele pergunte.

- Ainda não. Mas gostaria de gerontologia e qualidade de vida.

- Nossa que legal pequena. – Minha namorada fala sorrindo e vejo a Soraia se derreter toda para ela.

Finalizamos o jantar e a Soraia se prontificou em lavar a louça com Vanessa, Gisele, Rê e eu fomos para a sala, minha namorada estava o tempo inteiro perto de mim e sendo carinhosa, não que não fosse normalmente mas percebi que estava fazendo de tudo para que eu visse que não teria problemas com a Soraia.

- Então maninha, o que achou da garota? – Gisele me pergunta sorrindo.

- Bom, ela parece ser legal, só não gostei muito da forma que ela ficou toda derretida para a Renata, mas isso é compreensível.

- Não importa a forma que ela fique quando eu falo que a única que eu quero derretida é você minha ruiva! – Minha namorada fala me abraçando e beija meus lábios.

- Mas vocês sempre ficam se agarrando mesmo depois de namorando é? – Vanessa chega na sala com Soraia e vai sentar perto da Gisele, Soraia nos observava curiosa. – Que foi prima? Nunca viu duas mulheres se beijando? Achei que você tinha uma namorada. – O tom usado pela Vanessa era de fato bem estranho.

- Para de pegar no meu pé Van. O que deu em você? – Vi que a garota ficou brava e Vanessa baixou a cabeça. – Bom, pode me mostrar meu quarto? Preciso de um banho e descansar.

- Vem pequena, eu te levo. – Renata levanta com a cara fechada para Vanessa, pega duas malas que estavam num canto da sala e Soraia pega a mochila e seguiram para o quarto, voltei meus olhos para Vanessa e vi que até a Gisele encarava a namorada de forma irritada.

- O que deu em você Vanessa? Porque falou daquele jeito com a menina? – Gisele pergunta se afastando de Vanessa que segura sua mão.

- Eu... Eu... Bom, estou cansada. – Falou olhando para baixo.

- Está escondendo alguma coisa, vamos desembucha... – Gisele se solta dos toques da Vanessa.

- Foi apenas por um comentário que não gostei, mas, isso é coisa de primas, por favor não pense nada. – Falou olhando para Gisele.

- Vanessa, gostaria de conversar com você quando tiver um tempo. – Renata chega sentando-se ao meu lado. – Soraia ficou chateada com suas palavras.

- Ela falou uma coisa que me chateou Renata. – Vi as duas se encararem e percebi que a raiva de minha loira se esvaiu, definitivamente as duas se conhecem bem ao ponto de conversarem com o olhar.

- Bom, deixemos isso para lá, quero curtir minha namorada, pois amanhã viajarei e só volto na sexta. Vou para o apartamento da Claudia, por favor cuide de tudo que a Soraia precisar e releve as coisas, ela é uma menina não fala as coisas por mal ok?

Renata levantou e foi abraçar Vanessa, sussurrou alguma coisa e logo a soltou indo abraçar Gisele e estendeu a mão para mim sorrindo. Assim que levantei Renata me puxa para um abraço e sussurra em meu ouvido um “eu te amo” e eu a apertei em meus braços, eu amo tanto essa mulher que meu coração chega a doer só de imaginar perde-la.

Assim que chegamos a meu apartamento, Renata e eu fomos tomar banho, o jeitinho carinhoso que ela me trata, os beijos, os olhares, todos os gestos dela confirmam que ela me ama, ficamos deitadas conversando e fazendo planos para o futuro, ainda não tinha planejado uma vida ao lado de alguém, aliás nem pensava em construir algo com alguém, nem mesmo com a Luana, até porque no fundo eu sabia que ela e eu não chegaríamos a casar. Renata se aninhou em meu peito e aos poucos senti seu corpo relaxar e ouvi sua respiração ficar mais pesada, minha loirinha dormiu em meus braços e a sensação de plenitude me invadia eu não deixaria Renata sair da minha vida, farei a minha detetive tão feliz quanto ela me faz.

No dia seguinte, acordei com beijos e carinhos, abri os olhos e me deparei com o lindo sorriso de Renata.

- Bom dia meu amor. – Renata fala acarinhando minha bochecha.

- Bom dia amor, são que horas? – Vi o quarto ainda escuro e estranhei.

- É madrugada ainda, mas decidi que já estava na hora. – Beijou e mordeu meu pescoço, subiu em cima de mim e me olhou nos olhos.

- Está na hora de você ir já? – Perguntei passando minhas mãos em suas costas e apertando seu corpo contra o meu.

- Não. – Sorriu e fez uma carinha safada. – Está na hora de fazer amor com você! – Tomou meus lábios e suas mãos tocavam meu corpo sem pudor algum, nos amamos até o sol nascer. Suadas, cansadas, satisfeitas e com sorrisos nos lábios nos beijamos e fomos tomar um banho, nos amamos mais uma vez e fomos tomar café.

- Amor só voltará na sexta mesmo? – Perguntei mexendo a omelete enquanto Renata fazia o suco.

- Sim amor, o infiel da vez é bem cuidadoso. Não consegui nada comprometedor dele por aqui, mas a esposa afirma que uma vez ao mês ele faz a mesma viagem de negócios e desconfia que ele tenha uma segunda família.

- Como não conseguiu nada aqui amor? – Olhei para ela que sorriu e beijou meus lábios.

- Digamos que minha teoria é que ele só traia a esposa com uma suposta amante desse local onde estou indo. Acho que ele é fiel as duas. – Sorriu piscando o olho para mim.

- E se conseguir descobrir antes?

- Aí virei mais cedo para casa e estou contando com isso, porque se for apenas desconfiança da esposa virei quando ele retornar.

- Já aconteceu algum caso assim? Ser contratada e o cônjuge não ser infiel?

- Não! – Começou a rir. – Mas, vai que esse seja o diferentão.

Finalizamos o café da manhã e levei minha namorada até o aeroporto lá ela encontraria o infiel da vez, nos despedimos e eu segui para meu consultório, assim que cheguei encontrei uma Andrea pensativa e olhando para o nada.

- Bom dia mocinha. – Beijei a bochecha dela e a vi sorrir.

- Bom dia. – Me encarou e aumentou o sorriso. – Alguém definitivamente passou a noite trans*ndo. – Gargalhei.

- Na verdade, foi a madrugada. – Pisquei o olho para ela, mas logo fiquei séria. – Está tudo bem?

- Está... – Vi minha amiga suspirar e olhar para baixo e depois me encarou. – Na verdade, está tudo muito parado em minha vida. Gostaria de conhecer alguma mulher que mexesse com tudo que está em ordem... Não lembro a ultima vez que fiz sex* também.

- Oh meu Deus, minha amiga está carente. – Abracei a Andrea que deitou a cabeça em meu ombro.

- Estou mesmo. Se estivesse solteira iria propor sex* casual. – Começou a rir.

- Alguém aí falou sex* casual? Eu topo. – Gisele chegou rindo e veio nos cumprimentar.

- Deixa só a delegada ouvir isso que você estará em apuros. – Falei encarando minha irmã.

- Misericórdia, para de brincadeira Cau, Vanessa não pode nem sonhar que brinquei assim. Capaz dela me prender e jogar a chave fora. – Andrea começou a gargalhar e nós acompanhamos.

- Ou anda na linha Gisele ou a delegada te coloca nos eixos. – Andrea fala provocando minha irmã.

- Pior que ela coloca mesmo. – Riu. – Que carinha é essa Deia?

- Estou carente e iria propor uma noite daquelas que tivemos, mas vocês duas estão comprometidas e suas mulheres são bem influentes e tenho medo de ser morta e meu corpo nunca ser encontrado. – Rimos.

- Bom, estou quase matando uma certa mocinha que apareceu em nossas vidas porque acho que ela não é flor que se cheire. – Gisele comenta me olhando.

- Fala da Soraia? – Perguntei e Deia olha de mim para Gisele.

- Quem é Soraia? – Deia pergunta encarando Gisele.

- Prima da Vanessa, que tem uma queda por Renata e que Claudia está se mordendo de ciúmes!

- Você pelo jeito também, caso contrário não viria aqui tão cedo. – Falei olhando minha irmã que sentou no sofá da recepção.

- Acho que a Soraia está planejando alguma coisa, Vanessa está muito agitada e irritada ela não é assim e quando encontra com a Soraia se encaram, a menina tem peito isso não nego, mas algo está acontecendo e a única que vai poder falar é a Renata.

- Porque a Renata? – Deia perguntou.

- Ela é a mais fraca para falar as coisas. – Gisele fala rindo.

- Ei, não diga isso da minha namorada. – Cruzei os braços e encarei Gisele.

- Cau, a Renata morre de medo de você achar que ela está escondendo algo ela vai falar assim que você fizer uma cara de brava. – Comecei a rir, de fato a Renata falaria.

- Ok, mas ela só chega na sexta, podemos nos aproximar da garota e descobrir as reais intenções dela.

- Ela é esperta, vai acabar dobrando nós duas. – Gisele fala encarando Deia. – O que vai fazer hoje a noite Deia? – Pergunta com um sorriso de lado.

- Nada, vou para casa assistir minha série e dormir. – Suspirou.

- O que acha de fazermos uma social para Soraia lá em casa? – Gisele me olha e eu entendo bem o jogo dela. Andrea é uma baixinha linda, pele morena, cabelos encaracolados, olhos castanhos escuros e lábios carnudos, chama atenção por seu rebol*do e com certeza chamaria atenção de certa mocinha. Deia tem 24 aninhos e já é totalmente independente, lésbica assumida, porém não é de se envolver porque segundo ela as mulheres de hoje em dia só querem sex*, mas com certeza ela iria adorar a Soraia.

- Eu topo, faz tempo que bebi. – Deia fala sorrindo animada sem imaginar os planos de Gisele para ela.

- Eu também topo. – Sorri olhando minha irmã que piscou o olho para mim.

- Vou só ligar para minha delegada e combinar horário. Passo mensagem com horário para as duas. – Nos beijou e foi embora, não sei se daria certo, mas, vale a pena apresentar as duas, assim podemos nos livrar de um problema e fazer a Deia tirar as teias de aranha, com certeza hoje a noite seria bastante interessante.

Fim do capítulo