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A tragicomédia de Morgana por shoegazer

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Palavras: 3579
Acessos: 498   |  Postado em: 07/11/2022

Encontro de família

— Morgana?

Viro para o lado direito, voltando a atenção para a pessoa que me chama de longe. É Camille, apagando o cigarro e jogando o restante no lixo, sentando ao meu lado.

Hoje é um daqueles dias que eu não queria que existisse.

— No que tanto pensa? – diz ela dando um breve sorriso amigável, apoiando as mãos no banco em que nos encontramos.

No que eu tenho que encarar mais tarde.

— Ah, sei lá... – dou com os ombros, fazendo um bico com o lábio inferior – na vida.

Na verdade, também estou tentando organizar a sequência de fatos da minha vida. Não sei se essas coisas são comuns a qualquer um, mas, para alguém que passou tanto tempo com uma rotina tão regrada, qualquer mudança traz impacto suficiente para me deixar com certa ansiedade pelos eventos futuros.

Talvez outras pessoas tem uma vida emocionante em que coisas legais acontecem o tempo todo, mas ainda estou me acostumando com a ideia de poder tatear essas possibilidades de fato, não só pensar nelas. Tudo na prática é mais complicado, como as filmagens, que seguem sem grandes problemas, mas todo dia é um contratempo diferente. Ainda bem que, até agora, nossa relação anda boa.

Mas, em compensação, desde que Isolda saí de casa, ando me sentindo desnorteada. Desde que voltara naquele dia, soube por meio de um recado seu – deixado à mão – que, depois de perceber que suas atitudes causavam dor à pessoa que mais amava a ponto de ela ter ido embora sem olhar pra trás, de alguém que esperava que ela pudesse ser um suporte como esperava ser, fez ela refletir sobre o seu papel na minha vida e na dela.

Então, ela se internou de forma compulsória em outra clínica – algo que ela não tinha feito desde então – mas sem não antes deixar o quebra-cabeça montado e pendurado na parede acima do sofá, e concluiu falando que sabia que eu ia voltar, mesmo que demorasse.

O que me fez, depois que Isabela saiu do apartamento, chorar copiosamente por um dia inteiro e momentos alternados pelo resto da semana.

Em um primeiro momento, odiamos a nossa vida e sempre nos perguntamos porque esse tipo de coisa acontece. “Por que minha irmã é assim?”, “por que eu tive que passar tanto tempo fora?” e o principal, “por que não posso ter uma vida normal?”

— Se quiser conversar com alguém sobre... – ela enfia as mãos no sobretudo que usa.

— Estou bem, mas obrigada por perguntar – digo no automático. A última coisa que gostaria de falar com a minha parceira de trabalho é de como a minha vida é um caos generalizado desde o momento que nasci.

Sem contar que, saindo daqui, vou ter que encarar algo que posterguei há muito tempo, mas agora é necessário. É nessas horas que começo a me arrepender de ter jogado as pílulas que a Isolda me deu no lixo. A minha vontade é de tomar meia cartela e dormir por dias seguidos e acordar, de preferência, sendo outra pessoa.

Ela não fala mais nada, mas se levanta logo em seguida e gesticula para que eu a siga. Vamos para o set e acompanho um pouco das gravações antes de ficar enfurnada em uma sala sem saber que horas são.

Mas a tal hora chega, e na saída, faço os exercícios de respiração por pelo menos cinco vezes antes de sair. Não vou pensar muito nisso. O local escolhido não é longe daqui, a poucas quadras, e escolho ir andando. É o único exercício que ainda posso fazer e, quando chego no local marcado, ela está na mesa próximo da vitrine, tomando um café preto, rente, séria.

Paro onde estou, e tomo o ar mais uma vez. Sei que, vendo de fora, minha cara indiferente deve passar que não ligo pra situação, mas a realidade é que estou morrendo de medo de ter que falar com ela porque não sei o que pode sair dessa conversa. A última vez que conversamos, eu a deixei falando sozinha e tenho certeza que ela vai trazer isso à tona.

Conto meus passos até lá. Vinte e cinco até eu parar na cadeira em frente a ela e a ver se levantar. Ela vai para me abraçar, mas recuo e ela, tentando se recuperar dessa reação, gesticula para que eu sente no local vago.

— Oi, tia – digo o mais ríspido que posso para não demonstrar nervosismo.

— É bom te ver também, Morgana – ela gesticula para o garçom e pede algumas das coisas do cardápio. Nem sei se quero comer, estou tensa demais pra isso.

Podem estar se perguntando o que estou fazendo falando com uma parente sendo que já falei que não tenho contato com nenhum deles. Infelizmente, às vezes, só quando realmente precisamos, acabo tendo que contatá-la. É a única que ainda tenho contato porque, por muito tempo, ela foi minha representante legal e continua sendo a da minha irmã quando necessário.

Ou acham que gente maluca tem direito a alguma coisa?

Ela parece com Isolda, mas uma versão mais velha, com o rosto mais fino, cílios compridos, lábios finos, maquiagem leve, uma pose bem mais séria.

— Vou tentar ignorar o fato que você saiu da clínica e não me avisou – ela olha para o cardápio em mãos, e desvio o olhar – eu só soube quando fui lá atrás de ti. Você ainda não toma café, né? – nego, e ela concorda – Então fiz certo.

— Não estou com fome – nego olhando para o lado, tentando me distrair de alguma forma do que está acontecendo ali.

— Não quer começar a me falar o que aconteceu? – ela para de olhar o cardápio, colocando as mãos na mesa – Ou pelo menos me falar o que está acontecendo na sua vida?

— Pra quê? Foi o de sempre – dou com os ombros, olhando-a de soslaio.

— Não é o de sempre – ela fala mais enfática – sei que vocês são independentes agora, mas por que eu tenho que ser a última a saber? Eu nem sabia que sua irmã tinha saído, e quando me ligam ela é internada de novo.

Não respondo. Sei o que vai vir em sequência vai ser uma longa e densa discussão, então vou me poupar o tanto que posso.

— Sei que vocês querem viver a vida de vocês, mas por que nem pra me dizerem se estão bem ou não? Sua irmã não respondeu uma mensagem minha. Isso com certeza ela não deve falar – ela pressiona os lábios, cerrando os dentes – Poxa, minha filha, eu me importo com vocês, contigo principalmente. Não tiveram nem a consideração de me falar onde estavam pra eu vir vê-las? Sua irmã só lembra de mim quando precisa, disso eu sei, mas você?

E mais uma vez, o silêncio, que só é quebrado quando o rapaz chega com o chá gelado acompanhado de alguns biscoitos de maisena.

— Vocês não podem ter raiva de mim por causa da sua mãe.

— Podemos não falar dela? – digo em um tom mais alto que esperava, e ela levanta as mãos, suspirando.

— Então pare de agir como se nunca tivesse ninguém pra amparar vocês – ela responde entre os dentes, com seu tom indignado – porque quem ficou do lado de fora cuidando do que é seus todos esses anos, pagando sua estadia lá muitas vezes do dinheiro do meu bolso, não foi? Mesmo você não querendo me ver muitas vezes.

Mordo os lábios, cruzando os braços. Nisso ela não está errada. Isolda, apesar de ser minha consanguínea, não tem condições expressas muita das vezes de ter o controle do próprio dinheiro, muito menos do meu, então essa função teve que ficar pra pessoa mais próxima.

— Não sei porque sua irmã insiste nisso de ser só vocês duas, francamente... – ela revira os olhos, dando um gole no café expresso – ela não é mais nenhuma adolescente pra estar fazendo isso e te levando no meio, e outra – agora ela fala com um tom bastante chateado – por que você nem pra ir atrás de mim? Deixei meu número lá, endereço e tudo esperando que aparecesse pra pelo menos dizer que está viva.

— Tá, tia – rio com sarcasmo – sou uma maluca ingrata, já entendi.

— Abaixe seu tom – ela aponta para mim – que em nenhum momento falei isso, e pare de me olhar feio. Ora! Se ficar se chamando de doida, como vai querer que te respeitem?

Simples, não falando sobre isso.

Dou o primeiro gole no chá gelado, o mesmo sabor da casa de Isabela, esperando que Berenice, minha tia, se acalme – a propósito, ela odeia esse nome.

— Só tive notícia suas porque sua irmã ligou pra mim de lá, porque nunca que ia imaginar que estivesse aqui e outra, você é a pior pessoa pra encontrar. Juro que cogitei contratar um detetive particular, mas sei que me odiaria por isso, enfim... – ela dá com as mãos no ar – Pelo menos me diga o que está fazendo da sua vida.

— Sei lá, trabalhando, vivendo – digo sem muitas pretensões, e ela olha surpresa.

— Você arranjou um trabalho? – ela se ajeita na cadeira, já mais animada – O que está fazendo?

— Auxilio na produção de uma série – passo as unhas no pano da mesa, e ela suspira satisfeita.

— Que bom que você não desistiu disso, puxou nosso senso artístico – ela sorri aliviada – mas, está se adaptando bem?

— Mais ou menos.

— Está indo pra terapia?

— Eu tive alta – dou com os ombros – por isso saí.

— Mas isso não quer dizer que tenha que parar de ir – ela cerra os olhos, e balança a cabeça – não quer voltar? Ou está com vergonha?

— Não sei... – pego o paliteiro no meio da mesa, tirando um palito de dentro dele – Estou vendo até onde dá pra ir sem.

— Sabe muito bem que não tem necessidade de se colocar nos seus limites, mas enfim – ela dá com as mãos, como se rendesse – você já está andando com as próprias pernas, nem lembra mais que eu existo.

— A senhora tem sua vida, e a gente...

— Pare de pensar que eu não faço parte da sua família, Morgana – ela fala em um tom de raiva mais contida – isso é a tua irmã que desde sempre coloca isso na tua cabeça que todo mundo odeia vocês duas!

— Como a senhora não quer que a gente pense nisso? – dessa vez eu que fico indignada – Todo mundo virou a cara pra nós.

— Todo mundo?! Vem cá – ela bate o indicador na mesa – você esqueceu quem é que estava contigo quando foi internada? Quem assinou papel se responsabilizando por ti? – e cerra os olhos, com os lábios entreabertos deixando ainda mais latente sua indignação – Quem tomou conta das tuas coisas? Quem te levou pra enterro de Valentina e...

— Dá pra parar? – digo entre os dentes.

— E te carregou pra fora porque nem ficar em pé – ela continua ainda mais ríspido – você conseguia ficar? Foi Isolda, Morgana? Não, e você sabe bem... Não vira a cara, presta atenção no que estou falando!

Olho de relance, mas a minha vontade é de fazer como sempre e fugir.

— Tua irmã estava bebendo, se drogando, se prostituindo ou seja lá mais o quê, gastando o dinheiro com vocês com tudo que não presta.

— A senhora preferia mantê-la em cárcere que nem me manteve todo esse tempo no hospício, não é? – levo as mãos para cima, enraivecida – É mais prático.

Tia Berenice para, e apoia o queixo no ombro, pensativa.

— Eu não sei se você está me falando isso pra esquecer das coisas ou se só está fingindo  – e me olha de soslaio.

Olho pra cima, na tentativa de não me deixar levar pelos meus sentimentos.

— Tia, eu só quero seguir a minha vida – aponto para o meu peito – e fingir que nada disso aconteceu.

— Você já fez amigos, minha filha?

Concordo com um aceno tímido, e ela suspira.

— Não parou pra pensar que, quando eles te conhecerem mesmo, vão acabar descobrindo? – ela puxa da bolsa seu telefone – Você não tem noção de como as coisas podem correr rápida por aqui.

— Mas... – fecho os olhos, respirando pausadamente – isso não aparece na minha ficha. É restrito, foi acordado assim.

— Sim, minha filha, é mais que certo isso – ela volta a concordar – mas, não está trabalhando com série? – vou a concordar – Não acham que vai acabar indo até a mídia?

— Isso não vai acontecer – rio nervosa.

— Como se você pudesse controlar o mundo inteiro – ela diz com ironia, mas continua – Mas, digamos que você consiga essa proeza – ela aponta pra mim – esconde isso ao máximo. Mas, e Isolda? – e cerra os olhos, se encostando na cadeira – Sem contar que...

Minha tia faz uma pausa antes de continuar, arqueando as sobrancelhas, olhando pra baixo.

— Você ainda pode não ser conhecida, mas Eleanor Kerche não é um nome desconhecido – e dá um gole no café, secando o conteúdo da xícara – e sabe bem disso.

Pressiono os olhos, e quebro o palito com força entre meus dedos.

— Querida, eu tenho plena convicção que você vai conseguir seu lugar pelo seu talento – ela estica a mão para tocar a minha, e dessa vez não recuo – e quero estar lá pra te aplaudir quando você chegar lá, mas pra isso tem que parar de fingir que sua tia Nice não está contigo, mesmo que me deixe falando sozinha e vá embora.

Não disse que ela ia falar disso?

Ela segura minha mão como se me acalentasse, e aceito. Não tenho raiva dela, só não gosto de lembrar da função que ela tem na minha vida, então quanto mais eu puder evitar, acabarei fazendo.

Mas, como ela bem disse, o que vou fazer se um dia souberem? Fujo e mudo de nome até descobrirem de novo? E outra, por que eu tenho que ficar agindo como se tivesse feito alguma coisa errada quando não fiz?

— Mas... – olho para sua mão, cerrando os lábios – Se souberem, vão me odiar.

— Do quê? – ela fala surpresa.

— Que eu sou louca.

— Você não é louca, Morgana – minha tia fala com uma grave seriedade – pare de se chamar assim. Você passou por coisas e precisou de tempo pra se restabelecer, só isso.

— Muito tempo, né? – ela me olha convalescida e não gosto muito disso, e toca minha bochecha esquerda com os dedos, acariciando-a.

— Não se cobre tanto... Cada um com seu tempo.

Conversamos mais um pouco, mas mais a ouvi do que falei. Acho que já falei o suficiente, e me prestei a ouvi-la falar que a minha irmã é uma pessoa que precisa de tratamento e torcendo pra que dessa vez ela faça diferente, e depois falou do seu trabalho, e quis ensaiar falar da minha mãe, mas minha cara deve ter dito tudo.

Quando saímos, ela fez questão de ir até nossa casa. Entrando lá, ela analisou tudo com minúcia e pontuou que o ambiente com certeza fora decorado por Isolda, já que sempre fiz o estilo mais minimalista segundo suas palavras. Ofereci água, ela aceitou e se sentou no sofá, olhando ao redor e, antes que pudesse falar novamente, sua boca entreaberta foi interrompida por alguém batendo na porta e entrando. Claro que poderia ser uma pessoa.

— Mog, tu tem... – ela vai entrando, e quando percebe que tenho visita, dá alguns passos pra trás – Desculpe, não sabia que estava com visita.

— Tia, essa é a... – Pigarreio antes de continuar enquanto ela se levanta – Isabela, minha vizinha.

— Desculpe, senhora – ela diz com o rosto rubro, esticando as mãos sujas de tinta seca – desculpe mesmo.

— Tudo bem, não se preocupe – minha tia a cumprimenta animada – nossa, como você é alta. É modelo?

— Não, eu... – ela começa a falar timidamente – sou artista plástica.

— Sério? – minha tia sempre soube lidar bem com as pessoas – Eu sou fotógrafa, gosta de fotografia?

— Bah, que tri! Eu... – Isabela ri mais animada, mas a sua caixa de som começa a tocar um toque com o que parece ser uma ligação - Olha, já volto – e vai andando de costas até ir praticamente correndo para a porta e indo embora.

Minha tia dá com os ombros, e se volta pra mim.

— Eu só vou pegar umas coisas e já volto, tá?

Enquanto ela não volta, tenho que passar uns detalhes para poder entender o que essa mulher realmente é na nossa vida.

Berenice Kercher, quarenta e quatro anos, é a irmã mais nova da minha linhagem materna. Fotógrafa, já trabalhou nas mais diversas áreas, mas acabou tendo mais reconhecimento em agências de moda. Foi ela que colocou Isolda nesse mercado pela boa rede de contatos que tem quando ela tinha dezesseis anos – e por isso, sempre que pode, a chama de ingrata. Só que, até onde eu sei, ela trabalha agora voltada para documentários e fotos nessa área. Diz que traz mais prestígio do que ser fotógrafa de catálogos.

Quando a bomba familiar explodiu – vamos usar esse termo – e eu tive que ir pra lá, ela tomou conta da parte burocrática, sendo minha tutora e com isso, Isolda foi viver com ela. Só que elas brigavam muito, e brigam até hoje. Minha irmã com o temperamento dela e minha tia, como dá pra perceber, com o seu bastante parecido.

Minha irmã guarda mágoas com a tia porque ela desistiu de nós. Na verdade, ela expulsou Isolda de casa na sua segunda internação ao descobrir que, mesmo com o dinheiro retiro, ela vendeu um equipamento dela caro pra comprar bebida, e Isolda culpa seu declínio desde então.

“Ah, Morgana, mas por que você não entrou em contato com ela? Você fala para as pessoas que sua família não liga pra ti quando sua tia quase chorou porque você não quis falar com ela e sumiu.”

Não ficou muito explícito a ideia de que não gosto de incomodar? Já não basta os últimos anos tendo que ficar sob sua supervisão, não quis ser mais um peso na vida dela, sem contar a raiva que ela tem com Isolda ser o suficiente e ter que lidar com a vida pessoal. Me questiono se esse é o motivo que a levou a nunca se casar e viver sozinha. Talvez tenha se dedicado muito tempo a nos manter nos eixos e esqueceu de si. Agora fica mais entendível minhas motivações de manter longe da família, ou melhor, dela em específico? Porque o resto eu não vejo há anos.

E outra, ela sempre diz que Isolda me manipula em prol das vontades dela. Se ela não gosta de alguém, ela vai me fazer não gostar da pessoa também, e por aí vai. Ela também falava o mesmo da Valentina, e infelizmente, depois de tantas sessões de terapia, vi que ela tinha razão.

Intrigas familiares à parte, só não quis mais ser um empecilho na vida dela, sendo que passou esse tempo todo cuidando das coisas quando eu não pude fazer, e confiou em mim quando deixou o cartão com dinheiro e todo o suporte no momento que saísse. E também pensou que a visitaria quando eu viesse pro lado de fora.

O que me dá uma pontada de arrependimento, mas tento me acalentar que, como ela diz, todo mundo tem seu próprio tempo, e também porque infelizmente, ela tem razão... Qualquer coisa que me lembre minha família vai me lembrar da minha mãe. Isso me faz remeter que preferir ficar com fome e entrar em uma crise intensa do que pedir auxílio. Tem certas coisas que não mudam mesmo. Ah, e por isso que eu saí da conversa da última vez. Ela apontou o dedo na minha cara e me chamou de teimosa igual Eleanor. Se ela tivesse me batido, teria doído menos.

Olhar pra ela me traz a iminência de que as coisas uma hora ou outra virão à tona e não sei se estou pronta pra isso. Na verdade, nunca sei se estou pronta pra alguma coisa. Acho que nunca estamos. Mas a tia tem razão. Isolda e Morgana podem até serem desconhecidas, mas Eleanor, não. Por isso a vida atrás das coxias é bem mais confortável.

— Filha, já pedi a pizza portuguesa que você gosta e fui pegar umas coisas porque – ela chega com o case do trabalho e uma mochila – eu vou dormir aqui e... Tá reclamando do quê? Pode parar de gem*r aí. Temos muito o que conversar, senhorita – e coloca as coisas na mesa – ou acha que simplesmente ia embora sem saber da sua vida? – se sentando no sofá, e batendo com a mão nele – Pode começar, desde o primeiro dia que você colocou os pés pra fora daquele lugar.

Fim do capítulo


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Comentários para 21 - Encontro de família:
Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 08/11/2022

Vixe não vai se livrar da sua Tia .


Resposta do autor:

O que está achando dessa bagunça? Quando a gnt pensa que melhora, piora kkkkk

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