Pilar estava sentada na cadeira em seu escritório com a cabeça fumaçando, tinha acabado de descobrir que estava sendo roubada a três anos por seu gerente de finanças, foi um senhor golpe, só havia notado tal ação do homem depois que um de seus mais novos estagiários que buscava um cargo fixo na empresa lhe alerta sobre diferentes balanços no orçamento da empresa, pediu então provas a respeito das acusações, o rapaz voltou no outro dia com algumas folhas com uma parte dos desvios, com isso acabou fazendo um balanço geral com uma equipe contratada, depois de fuçarem muito, descobriram o rombo grandioso que estava ocorrendo debaixo de seu nariz.

 

 

 

A mulher passou a noite toda analisando os relatórios que estavam em sua mesa, quase sem acreditar, se sentia culpada por aquilo, havia tirado o foco da empresa por conta de outro assunto e deixou que aquilo ocorresse, percebeu as horas passarem e os funcionários irem chegando, quando deu o horário certo em que seu gerente chegava recebeu a ligação de sua secretária, o homem já estava no prédio, a morena então pediu que a advogada da empresa lhe encontrasse no corredor da sala do homem e ambas seguiram até o local seguida por alguns seguranças e um homem de T.I.

 

 

 

Duas batidas foram dadas na porta do homem baixo e barrigudo, que se encontrava aos beijos com a secretária em sua sala, Pilar não esperou permissão para adentrar, abriu a porta pegando ambos.

 

 

 

- Que lindo Alceu usando minha empresa como um quarto de motel. - A mulher falou com arrogância.

 

- Pi...Pilar, meu deus, me desculpe! - Falou atordoado – Não estava a sua espera.

 

– Sem desculpas Alceu! - Virou para a secretária do homem em seguida. - Minha jovem, por gentileza, pegue suas tralhas e passe no RH você está demitida. - Olhava seria para a secretária que se tremia de nervoso.

 

– Dona, Dona Pilar, por favor me perdoe. - A secretária implorava sem sucesso, a morena estava com tanta raiva que nem pena sentia, apenas fez um sinal com a mão em direção a porta indicando para que saísse sem dizer mais nada.

 

– Vamos seguir com a nossa conversa que me trouxe aqui já que agora está apresentável Alceu. - Pilar olhava para o homem com um desprezo.

 

– Me desculpe mais uma vez Pilar, foi apenas um deslize, não voltará acontecer.

 

– Não irá mesmo. - a mulher joga uma pilha de folhas em cima da mesa do homem sem desviar os olhos do fingido. - Fui alertada sobre seus balancetes que não batem fazem um bom tempo, então fiz uma auditoria com uma equipe especializada e descobrimos que há exatos TRÊS anos você está me roubando. - Em um determinado momento enquanto falava resolveu gritar dando ênfase no tempo em que estava sendo lesada pelo gerente, na mesma hora o homem se entalou com a própria saliva. - Não vai me dizer nada Alceu? O gato comeu sua língua?

 

 

 

O homem ficou cabisbaixo, andou de um lado a outro na sala.

 

 

 

– Eu apenas queria dar uma vida melhor para minha família. Além disso, nem faria falta no seu bolso. - o homem ajeitou a postura e trocou olhares com a morena.

 

 

 

Pilar na mesma hora deu uma gargalhada baixa.

 

 

 

- Querer uma vida melhor para a família não é ruim, o único problema e quando faz isso me roubando. Você me roubou milhões Alceu! - gritou dando alguns passos para frente fazendo automaticamente o coroa dar alguns para trás. - Agora! Resolveremos isso, você vai me pagar cada centavo.

 

 

 

O homem ficou tenso na hora, era visível o quanto se sentia sufocado com aquela situação, talvez jamais imaginou que aquilo aconteceria antes de se desligar da empresa, esse era os planos dele futuramente, desviar uma boa quantia para abrir seu próprio negócio as custas de Pilar.

 

 

 

– Sei que estou em mãos lenções Pilar. Mas, por favor vamos resolver da melhor forma. Eu fiz bons investimentos, está dando lucro. - O homem começou falando cabisbaixo, por fim, falou eufórico como se tivesse feito um favor a executiva.

 

 

 

A morena não aguenta ouvir o que o homem falava sem deixar de expressar o que sentia, começou a gargalhar como se tivesse escutado a melhor piada do mundo.

 

 

 

– Creio que você não quer ir para a cadeia certo? - Perguntou irônica.

 

– Não! Por favor, Pilar, faço tudo que você quiser, não posso ser preso.

 

 

 

A mulher dar as costas para o homem, ajeita o blazer feminino que usava e se vira novamente para ele.

 

 

 

– Então muito bem! Você fará duas coisas, e caso não faça, já sabe né? Irá diretamente para o camburão pois só precisarei fazer uma ligação e a polícia adentrará o prédio para te encaminhar até a cadeia, onde pessoas da tua laia deveria estar. - Falou entre os dentes.

 

 

 

O homem segurou o ar enquanto a mulher falava, tamanho era o nervosismo em que se encontrava.

 

 

 

– O que? Diga! Eu farei qualquer coisa.

 

 

 

Pilar troca olhares intensos com o homem baixo, enfia as mãos nos bolsos da calça social analisando cada expressão do mesmo.

 

 

 

- Muito bem! Primeira coisa é. - caminha até o rapaz que segurava um notebook nas mão e até o momento não foi notado pelo homem ali, e segura no ombro dele. - Você irá acessar todas suas contas bancarias onde tem o meu dinheiro, isso inclui, as contas no exterior que inclusive estão estipuladas em um dos papeis que estão ai na sua mesa – Falou de forma grosseira. - Eu quero TODO dinheiro, centavo por centavo, todos os dígitos. - Frisou friamente. - Por fim, a sua filha.

 

 

 

– Oi? Não entendi. - Ergue uma de suas sobrancelhas confuso.

 

– Isso mesmo que ouviu! Não repetirei. - Empurrou gentilmente o Rapaz do T.I para se aproximar da mesa do homem que agora suava frio. - Ítalo, por gentileza, providencie a retirada do meu dinheiro de todas as contas desse senhor enquanto ele pensa no que eu falei, por que parece que ainda esta digerindo cada palavra e eu não tenho o dia todo. - Falou com arrogância.

 

 

 

- Não! Peça outra coisa.

 

- Você não está em condições de me negar nada Alceu, eu vou querer sua filha como minha barriga de aluguel, bem sabe que eu estou com quarenta anos e preciso de um herdeiro, espero que sua filha seja uma ótima reprodutora e me dê um MENINO.

 

 

 

Gargalhou cínica

 

 

 

- Sua desgraçada! - O homem esbravejou com ódio nos olhos.

 

- É isso ou a cadeia querido! A escolha e sua. - A mulher se sentou no sofá que havia na sala abrindo o botão do blazer para facilitar, enquanto isso Ítalo estava concentrado mexendo em seu notebook e no do homem.

 

 

 

- Minha filha não vai entender Pilar. - Falou nervoso. - Por favor!

 

-Não interessa, pensasse nisso antes de me apunhalar pelas costas, agora arque com as consequências.

 

- Não! Por favor, tem que haver outra coisa que eu possa fazer só não envolva a minha menina.

 

 

 

Alceu se ajoelha aos pés da executiva, tentando fazer com que ela se compadecesse, sem sucesso.

 

 

 

- Bianca, chame a polícia, esse homem já gastou muito meu tempo. - Se levantou ajeitando o botão do blazer e olhando em direção da advogava que sacava o celular da bolsa e digitava algo na tela do aparelho.

 

-Não! Espere! - O homem pulou em direção a advogada e puxou o celular da mão da mulher.

 

 

 

A executiva na hora bufou e chamou os seguranças que prontamente avançaram em cima de Alceu.

 

 

 

- Eu aceito! Eu aceito Pilar, Deus me perdoe por isso! - Ele chorava sendo segurado pelos seguranças – Kiara é sua, só não há maltrate eu imploro.

 

- Quanta baboseira Alceu, me casarei com sua filha com separação de bens, assim que ela dê a luz ao meu filho iremos nos separa e eu fico com a criança, soltem esse infeliz. - Ordenou.

 

 

 

O homem arfou ainda com lágrimas nos olhos. Sem ainda acreditar em tudo.

 

Alguns minutos se passaram e Ítalo deu a confirmação que todo o dinheiro que havia sido roubado estava de volta onde não deveria ter saído, com isso Pilar resolveu acabar com aquela situação toda.

 

 

 

– Pois bem, Bianca entregue os documentos de demissão desse senhor, o contrato pré nupcial e por fim, joguem ele no olho da rua, Isso e tudo! - caminhou até a porta, mais parou e se virou novamente para o homem. - Prepare sua filha, pois pretendo me casar com ela em poucas semanas. - Saiu sem esperar resposta nenhuma do homem.

 

 

 

Ela sabia que o maldito não poderia fugir, a partir de agora estava sendo vigiado 24 horas por dia, até que sua filha estivesse perto.

 

 

 

A executiva segue para sua sala, e se joga no sofá que havia ali, estava sentindo o peso de seu relapso nos ombros, como poderia ter sido tão boba, mais ele iria se arrepender por tudo que fez.

 

Passado alguns minutos Bianca entra na sala de Pilar.

 

– Pilar, está tudo resolvido. - sorrio para a chefe. - Alceu não vai mais ser um problema para você, vai mesmo casar com a filha dele?

 

– Ótimo! Ele pensava que iria me passar para trás, estava muito enganado. Claro que sim. Quanto antes melhor, preciso providenciar meu herdeiro.

 

– Você sabe bem que pode ter a mulher que quiser, não tem necessidade disso.

 

– Está certa, só que agora eu to unindo o útil ao agradável, vai ser como um investimento, ele pegou meu dinheiro para investir em coisas pra ele, e agora eu usarei a filha dele como meu futuro investimento.

 

– Quando você mete algo na cabeça não tem como mudar, espero que você não acabe se apaixonando ou fazendo mal para a moça sem ela ter culpa.

 

- Calminha Bia, também não sou nenhum monstro. Em relação a se apaixonar? Isso está for de cogitação. - A executiva falou aquilo enquanto apreciava a vista dos prédios em volta do seu.

 

– Estou indo, vai precisar de mim ainda hoje?

 

– Não! Pode ir, está dispensada.

 

 

 

A advogada saiu da sala da mulher e seguiu se retirando do prédio indo para outros afazeres.

 

 

 

Cinco dias se passaram desde a confusão toda, Alceu não tinha sido visto novamente pelos corredores da VS, Pilar tinha notícia dele através de seu detetive particular que ficou no encalço do homem caso resolvesse fugir da cidade.

 

Naquela noite a morena estava em um restaurante bem conceitual de Brasília em um jantar de negócios, quando em um determinado momento se distraiu ao olhar para uma das mesas do local e se deparar com Alceu sentado com três mulheres, uma mais velha e duas mulheres jovens, ambas loiras, a executiva se encantou por uma em especial, sabia bem que aquela poderia ser Kiara, então para afrontar Alceu resolveu se aproximar da mesa, pediu licença aos empresários que estavam lhe acompanhando e caminhou calmamente.

 

 

 

– Boa noite a todos!

 

 

 

A executiva saudou todos a mesa com sua voz imponente, quando o homem notou de quem se tratava, esbugalhou os olhos espantado e não conseguiu responder nada.

 

 

 

– Que surpresa Alceu! - Sorrio cínica – Espero que não esteja gastando o meu dinheiro nesse belo restaurante, não seria de bom grado.

 

 

 

O homem tosse assim que Pilar fala aquelas palavras, fazendo com que sua esposa rapidamente se preocupe e o questione.

 

 

 

– Você está bem Alceu? - Fala preocupada, tentando afrouxar a gravata do marido – O que está acontecendo? Por que Pilar parece zangada contigo?

 

 

 

– Não é nada Tamara, nos deem licença meninas. - O homem já se levantava e automaticamente pegava no braço da executiva que tira rapidamente.

 

– Pra que a pressa Alceu? Nem cumprimentei as damas.

 

 

 

A mulher seguiu cumprimentando a mais velha, em seguida a do meio, por fim e a tão esperada jovem que lhe interessava a mesa.

 

 

 

– Você deve ser a bela Kiara. - Tocou a mão da jovem levando até seus lábios sem desviar os olhares de forma sedutora.

 

 

 

Quando viu aquele ato, Alceu perdeu a cabeça e vociferou

 

 

 

– Tire suas patas imundas de cima dela!

 

 

 

Na mesma hora a executiva fuzilou o homem com os olhos e sorrio irônica, voltou o olhar de repente para a moça a sua frente sem dar importância para o surto do mais velho, trocaram um olhar intenso, para quebrá-lo piscou.

 

 

 

– Bela! Uma beleza inigualável. - Sorrio cafajeste – Desfrute da sua companhia em família, pois os dias estão contados, só tera tempo para mim, nosso filho e nossa casa.

 

- O que? Você? Filho? Casar? - A menina pergunta atordoada em seguida se direciona para o pai que até o momento se mantia calado. - Do que ela está falando papai?

 

- Por favor Pilar, nos deixe, não perturbe minha família.

 

- Ora, ora! Pelo visto a inocente ainda não sabe o que me fez? Pois bem, seu pai roubou milhões da minha empresa, então para tirar o rabo sujo dela da cadeia acabou fazendo um trato comigo. Alias, não foi trato, e sim, ordem, você será entregue a mim como pagamento desse roubo docinho.

 

 

 

A executiva sorrio irônica quando finalizou e tocou no queixo da jovem de forma delicada.

 

Aquelas palavras fizeram automaticamente Kiara olhar para o pai chocada, o homem se encontrava envergonhado e cabisbaixo sem palavras deixando claro que todas as palavras que a mulher a sua frente havia cuspido eram verdadeiras, com isso um ódio subiu por todo seu corpo e gritou no salão sem dar importância para as pessoas em volta.

 

 

 

- Prefiro morrer do que me sujeitar a isso! - Falou em seguida dando um tapa na mão da executiva que estava a pouco tempo em seu queixo.

 

- Não, querida, você não tem escolha. - ela olha com deboche – Depois que me dê o meu herdeiro eu pouco me importo com o que vai acontecer com você.

 

 

 

A jovem olha incrédula para a mulher que tinha o sorriso cafajeste que de alguma forma lhe chamava atenção.

 

 

 

- Nos veremos em breve bebê! - Se despediu sem antes deixar de ouvir a resposta afrontosa de Kiara.

 

 

 

- Sua babaca!

 

 

 

Aquilo fez a executiva gargalhar caminhando tranquilamente até sua mesa e se desculpando com os empresários, dando a desculpa que era problemas familiares.

 

 

 

Na mesa em que se encontrava a família Fagundes, a caçula da família se encontrava transtornada.

 

 

 

- Kiara, e…. - O homem tentou falar mais foi cortado pela filha.

 

- Eu não quero saber papai. - Pegou a bolsa que estava em cima da mesa e saiu correndo do restaurante.

 

Alceu iria atrás da filha, mais foi impedido pela mais velha que já estava por dentro da história e conhecia muito bem a empresária.

 

- Eu vou pai! Acerte a conta, lhe aguardamos próximo ao carro. - O homem sem forças concordou.

 

 

 

Mariana saiu a procura da irmã e encontrou a jovem sentada na calçada chorando, resolveu se juntar, mesmo que parecesse a coisa mais ridícula a se fazer, duas mulheres daquele porte sentadas na sarjeta era o fim.

 

 

 

- Kia! - Tocou no ombro da irmã – Papai me contou.

 

- Eu não quero saber.

 

- Deveria! Pois estará com uma das mulheres mais poderosas dessa cidade, se aproveite. - sorri debochada. - Já que você dará um filho a ela, deveria perder esse seu lacre.

 

- Saaaaaaaai Mariana, me deixa!

 

- A filhinha do papai finalmente vai deixar ele livre pra mim, era um tormente ter você em casa e ter que dividir MEU pai contigo, espero que Pilar maltrate você demais.

 

 

 

Kiara soluçou alto se sentindo um nada, um objeto que foi negociado, que seria usado e descartado quando bem entendesse.

 

A irmã mais velha se afastou aproximando de sua mãe que aguardava com o pai próximo ao carro, entraram no mesmo em seguida parando perto de Kiara esperando que entrasse e seguissem para casa.

 

 

 

 

Fim do capítulo