Capitulo 41
CAPÌTULO 41
ALTO MAR
O momento tinha chegado, para isso que forças estranhas tinha nos modificado e nos presenteados com poderes novos, então mesmo que eu tivesse morrendo de medo, não podia voltar à trás, precisava confiar na escolha divina ou seja lá quem estava ditando as regras do jogo por que no meu povo eu confiava, sempre fomos uma raça que lutou para sobreviver e dessa não seria diferente.
— Se estiverem prontas podem partir agora, a moto aquática de cada uma está pronta com suas armas e roupas adequadas, sejam rápidas e quando entrarem no mar não se separem. Cuidado para não perder as armas nas batalhas.
— Nara espera só um minuto enquanto vou deixar a Nyxs lá no quarto. — Minha amiga pediu.
Antes mesmo de Ameth dar o primeiro passo, Nyxs soltou sua mão, na mesma hora em que Awa chegava ainda com cara de sono, esfregando os olhos e segurou a mão de Nyxs, que sumiu entre as suas enquanto explicava.
— Temos que ficar aqui, tia Ameth, a nossa missão será vigiar o barco enquanto vocês estiverem fora, a tia Aldra vai cuidar da gente.
— Quem??? — Gritei sem querer.
— Eu mesma minha alfa, meu nome é Aldra Kéfera, e as meninas vão ficar de vigília, na pior das hipóteses, elas vão ajudar vocês, esperamos que não seja necessário.
Todo mundo viu como Ameth ficou pálida e as pernas tremendo, mas por apenas alguns segundos, acredito que tentando aceitar o destino, fosse ele qual fosse, que estivesse reservado para sua filha, eu estava começando a entender, acho que esse é um daqueles momentos que se pudéssemos enfiaríamos o filho dentro da gente outra vez, para não se machucar, Nyxs soltou a mão de Awa e abraçou Ameth se pendurando em seu pescoço distribuindo beijos e afagos.
— Mamãe...Linda. — Nyxs se pendurava pedindo para rodar no ar com os braços e pernas abertas, Ameth fez como ela sempre fazia tirando gargalhadas da filha, rodopiou umas três vezes, apertou muito a garota em seu peito em seguida a depositou no chão.
Nyxs correu e segurou minha roupa pedindo braço quando eu a ergui ela segurou meu rosto e ficou olhando dentro dos meus me falando coisas que eu não conseguia entender, e como sempre fazia enfiou o rosto nos meus cabelos depois de um tempo pediu pra descer, senti que no seu olhar estava uma sombra que não consegui ler foi muito rápido quando ela virou novamente seu semblante já tinha voltado ao normal. O que será que ela tinha visto? Nyxs tinha o dom de viajar entre mundos e eras diferente, será que ela tinha visto minha morte? Tentei encontrar seu olhar novamente e como se atendesse um chamado ela me encarou e balançou a cabeça negativamente em resposta ao pensamento negativo que tive.
Nyxs foi de encontro a prima já sorridente como toda criança segurou na mão de Awa e com a outra mão acenou dando tchau e mandando beijinhos para todas, beijinhos estalados o que nos fez rir e devolver os beijinhos.
__ Vá em paz, elas ficarão bem e quando as lobas acordarem já estaram cos suas crias já barriga pelo menos quase todas.
Eu senti a aldrava olhando em minha direção como se me dissesse “eu sei que sua loba não está prenha” Saímos e ainda pude ver Ameth olhando sempre para trás numa despedida silenciosa parei quando a aldrava falou para ninguém.
__Não se preocupem com nada aqui, as crianças vão ficar bem todas as guerreiras nasceram com saúde.
No piso abaixo de onde sempre ficávamos, estavam os compartimentos que serviam de garagem com uma rampa que terminava dentro do mar, em três deles tinha pequenos barcos e nesse último estavam os de esporte aquático.
Fui para o lado do jet-ski e o que encontrei foi uma bela moto aquática toda vermelha, pelo sorriso rasgado da Agatha, dava para se ter uma noção.
— Olha só Nara, minha belezinha veio atrás de mim. Como eles sabiam? — Ela se referia a seu meio de transporte preferido, sua Kawasaki um jet-ski ultra 310x com um motor 1,498 cc chegando a 107 km/h, ela ficou deitada abraçada a moto e foi Ameth quem a despertou do transe.
— Pode nem ser a sua, pode ser uma parecida, essas coisas são produzidas em série, para baratear o custo quando chegar no consumidor. — Ameth falou.
— Negativo essas três belezinhas vieram lá da reserva, foi eu que fiz umas mudanças no estaleiro, para transportar as crianças nas aulas de mergulho e passeios com os recém casados, essa aqui tem meu nome, olhe! — Apontou para a lateral onde estava seu nome gravado confirmando o que dizia.
— Mãe essa aí é a mesma que a senhora usa nas aulas com as crianças, a seu pedido eu coloquei cintos nas laterais para prender as crianças assim evitando que elas caíssem na água.
Jana observava tudo atentamente e parece ter concordado com a filha, que continuou explicando.
— O melhor nesse momento, em que não conhecemos as águas em que vamos navegar, será cada uma que for ser carona viajar de costas e ficar atada a seu piloto.
Ela estava certa, no piso da moto se encontrava nossas roupas óculos de mergulho e protetor auricular e muitas... muitas armas como a aldrava tinha falado, ainda em silêncio vesti a roupa que mais parecia um maiô aquático, cobrindo todo o corpo e um tipo de luvas que deixava apenas meus dedos livres, coloquei a aljava e o cinto com as setas virados para frente, nos pés não tinha nada para calçar, então era ficar descalço mesmo, Agatha já estava vestida e usando os pretores, baixou os óculos sentou e ligou o jet, passei a vista ao redor Ameth, Esther, Gilles e Jana também estavam prontas, com as mesmas vestes e cuidados supus que enfrentaremos uma velocidade grande de vento em mar aberto, por isso tinha os óculos a disposição, quando me senti pronta fui para perto da minha piloto.
Subimos em duplas piloto de frente para o Norte ou seja para o mar sem fim e garupeira de frente para o sul o lado onde daria para ver terra firme se ali tivesse terra, por que para onde a vista alcançava era só mar, depois de nos prender ao cinto de segurança feito para as crianças com minhas costas colada as costas da Agatha, foi dada a partida.
Um sentimento apertado nos empurrou a olhar o navio onde nosso maior tesouro dormia sem ter noção do que estávamos preste a fazer.
“DEVASTAÇÃO” Esse era o nome escrito em letras nada discretas na lateral imensa do navio a nossa frente bem na parte onde ficava a área de lazer. Por que nunca vimos aquele nome das outras vezes que descemos para nadar ali perto sempre próximo as grades para não sermos arrastadas pela correnteza, parecia estar lá para mostrar realmente o tipo de tripulação da embarcação se o momento fosse outro eu cobriria minha beta de perguntas, como o porquê esse nome devastação se o que estávamos prestes a fazer era libertar um anjo ou será que devastação se referia a nós lobas? Mais tarde eu perguntaria no momento eu só queria sentir mais uma vez onde toda minha vida tinha ficado ou parte dela que dormiam sem saber para onde íamos, seguimos mar adentro abrindo a ligação, não era preciso conversas.
Fomos abraçadas pelo vento frio da noite que não tinha fim como se fossemos suas amantes, quando os jet-ski encontraram as águas daquele oceano desconhecido, a neblina cinzenta muito fria penetrou nossa carne, chegando aos ossos adormecendo tudo por onde passava, tínhamos que sair daquela neblina antes que perdêssemos a correnteza das águas profundas do mar ou ficássemos congeladas.
― Quem mais além da Nara tem a runa da visão? ― Esther gritou lá na frente, se não tivéssemos com as mentes abertas não daria para ouvir com o ronco dos motores e o barulho das águas, por onde elas rasgavam abrindo caminho, sua moto guiada por Ameth parecia ter criado asas e voava nas águas de tão rápido, com certeza tinham ultrapassado a velocidade indicada no manual de instruções.
―Eu tenho a runa do desbloqueio acho que mais ninguém. ― Falei emparelhando nossas motos. — Agatha estava pilotando da mesma forma que Esther.
― Se quiser já pode tentar ver o que tem na frente das meninas, aquela onda está vindo em grande velocidade na nossa direção. — Esther apontou na direção em que as águas estavam se erguendo numa enorme onda. Tirei a luva e coloquei a mão na água Agatha lendo meus pensamentos inclinou a moto para o lado esquerdo e pilotava rente a água qualquer vacilo e nós íamos à deriva, uma nuvem fina se dissolveu no ar e uma pequena ilha surgiu à nossa frente, Esther lançou uma mão cheia de pó no ar aumentando o volume de água à nossa frente, fazendo com que as águas nos impulsionassem porque à nossa frente estava se formando uma onda muito alta vindo com tudo, se ela quebrasse sobre nós, com certeza iria nos levar para o fundo.
― Ela vai arrebentar em cima da gente Esther! ― Eu gritei sentindo as gotas frias de água trazidas pelo vento encharcar meus cabelos, tapando minha visão.
― Olhe direito! ― Ela gritou do outro lado, mostrando a onda se erguendo mais distante.
Realmente ela arrebentou formando uma parede de espuma que se espalhava como cerveja no copo cheio, mas não em cima de nossas cabeças, as motos muito próximas às pequenas ondas formadas de espumas, nos impulsionaram para mais distante, não tinha como as ondas subirem rápido outra vez, não com a ventania que estava vindo em redemoinho arrastando a água para mais longe em uma super onda, que quebrou justamente em cima do monte que se erguia dentro do mar e podemos ver uma lula imensa se erguendo com as ondas comparando com o que nos lembramos da altura da “devastação” essa lula já estava com uns bons cinquenta metros e aumentando o tamanho Esther olhava petrificada para os tentáculos que começavam a emergir.
―Agatha e Jana precisamos voar com essas coisinhas as garotas estão tendo problemas la atrás.
Ouvi a voz da minha beta dando o comando enquanto as motos voavam por cima de um mar agitado que nos jogava para trás a todo momento.
A lula já estava quase toda de fora sua aparência de uma ilha imensa enganava a quem navegava, se não fossemos lobas com visão aprimorada, certamente com esse mar turbulento íamos a seu encontro aportar enquanto o mar ficasse calmo o que seria nosso fim, quanto mais rápido corria as motos mais perto os tentáculos se aproximavam.
―Gilles quando acha que deve pode começar a ferver a água, talvez essa coisa recue. ―Gilles já estava concentrada abrindo um rio tímido de águas quentes que corriam na direção da lula.
―Isso não vai detê-lo, mas posso segurar enquanto vocês atiram, Nara ele só para se acertar na cabeça de.
E foi o que fizemos Ameth atirava com uma precisão der espanta com a besta de flechas triplas da Lilith, o monstro quando senti a flecha se agitou fazendo tudo no mar se agitar junto, ficou Ameth e eu atirando sem muito sucesso, não por falta de pontaria, mas por não ser tão fatal para o bicho que parecia não se importar.
―Ameth encosta aqui do meu lado e me passa essa besta.
Jana sem perder a velocidade e sem erros encostou a moto ao lado da minha e recebi o arco e flexa das mãos da minha amiga. Coloquei cada seta presa as flexas e conjurei o fogo através das runas que trago tatuada nas mãos que me obedeceu sem demora e se dividiu de um lado fogo de outro gelo ambos trabalhando em conjunto na ponta das flexas, puxei o arco bem próximo ao meu rosto, todos os nervos do meu braço e ombro se estivaram queimando com a extensão puxada meu braço chegava a tremer , meus dedos queimados com o cordão do arco quando sente que tinha chegado ao limite fiquei em pé rezando para não cair e disparei as três flechas que viajaram fazendo uma curva e a atingiram no alvo duas das oitos cabeças.
O grito horrível como eu nunca ouvi na vida e o silencio da noite tornava tudo pior. Ele se remexeu na água batendo os tentáculos repetidas vezes na intenção de arrancar o que o tinha ferido.
―Segurem-se vou tentar tirar todas nós daqui enquanto estamos vivas. ―Esther gritou sua voz acompanhada de uma nuvem de pó que aos poucos foi abrindo a cerração e a nuvem de fumaça branca fez com que víssemos o quanto o Kraken tinha ficado para trás ainda gritando, e a nossa frente o horizonte se abriu.
― Olha pra frente do Jet-ski Nara, consegue? ― Agatha gritou por cima do ombro, sem tirar os olhos do horizonte, me virei com cuidado para não atrapalhar seu desempenho na direção muito longe surgiu um pequeno pedaço de terra cercado de água e plantas verdes por todo lado.
―Talvez seja nosso ponto de chegada. ― Falei pela ligação para o vento não espalhar.
Ficamos concentrada no caminho, Agatha com as surpresas que pudessem surgir a frente e eu com o que pudesse se erguer na minha frente ou nas suas costas, fiquei olhando a água se afastar nas laterais das motos quando o primeiro raio explodiu bem próximo ao lugar onde estávamos, e mais outro e mais um, um verdadeiro temporal surgiu do nada, uma dessas tempestade de verão, certa vez viajei para uma cidade onde todo dia às duas horas da tarde chovia, isso todo dia, fazia parte do roteiro turístico da cidade, os moradores falavam, “vamos nos encontrar antes ou depois da chuva” talvez essa fosse uma dessas chuvas, que surge do nada e do nada vai embora, essa no entanto estava tendo consequências.
― Ameth, acho que estamos nos distanciando da ilha mãe, dê uma olhada na tua bússola e confirme se estamos nos distanciando. ― Agatha falava com as outras que estavam pilotando que concordaram, estávamos à deriva, a correnteza ia nos afastando da ilha.
― Esther tem algo que possa ser jogado no mar para acalmar as correntezas rápido? Estamos muito distantes e a chuva está ficando mais forte.
Esther abriu sua caixa seus olhos giravam frenéticos multicoloridos buscando, procurando até que encontrou mexeu com as duas mãos como se estivesse amassando e sovando massa para pão, tirou duas mãos fechadas e abriu soprando um pó preto que foi levado para mais distante em pouco tempo uma criatura marrom veio se erguendo e seus tentáculos subiram e desceram violentos na água que nos empurrou para frente mais se a correnteza nos afastava o monstro marinho nos aproximava e sua aparência não parecia de alguém querendo socializar, mais uma vez Esther jogou pó, e a coisa espirrou formando ondas, e continuou espirrando as ondas iam nos colocando de volta na correnteza e quando eu pensei que ia ficar mais calmo Ameth gritou.
― Encosta em mim Jana e segura minha moto, preciso das mãos livres para encostar na água!
―Espera Ameth, vamos encostar pelo outro lado.
Jana e Awa como se fizessem isso a vida toda, prensaram a moto que Ameth pilotava deixando a mesma ser guiada por elas Ameth encostou as mãos no oceano ele foi congelado e as motos deslizando em cima do gelo, rapidamente descemos e o restante do percurso fizemos correndo em cima do gelo e ouvindo ele quebrar nas nossas costa, nesse momento eu agradeci a minha vida toda ter corrido, pois corremos não como lobas porque não podíamos nos transformar, mais como mulheres que lutam pela vida, e corremos até pisar em areia quente, aquela areia parecia que estava em brasa, sentindo isso, Esther foi jogando pó abrindo nosso caminho, até chegarmos perto de uma pequena gruta, na verdade era só uma elevação na pedra, mas grande o suficiente para nos proteger da chuva ficamos um bom tempo até a chuva passar, quando ficou seco saímos fazendo uma avaliação de onde estávamos.
― Esther vou deixar duas setas aqui, para quando passar por aqui outra vez termos a certeza de já ter percorrido toda a encosta, e só nos resta ir por cima das pedras, por hora vamos pela praia.
N.A Kéfera- primeiro raio de sol da manhã
Fim do capítulo
C
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