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Coincidências por Rafa e

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Palavras: 9266
Acessos: 748   |  Postado em: 12/10/2022

Capitulo 43

Gato estava sobre uma imensa almofada lambendo suas patas, enquanto Radar se aproximava, sorrateiramente. O gato parou por uns segundos, sentindo a presença do cão, enquanto este se preparava para pegá-lo. Quando o animal maior pulou, Gato salto e foi parar sobre uma viga de madeira.

... Miauuuu....

-- Este cão sem vergonha já está atrás do meu pequeno príncipe de novo! – Dona Lena gritou do outro lado da varanda.

-- Esse gato folgado que fica provocando esse cachorrinho. – foi a vez de Bá gritar.

-- Cachorrinho? Esse bezerro? – Radar parecia entender o motivo da discussão, pois se sentou e ficou olhando de uma mulher para outra. Gato, mesmo de cima da viga, miava como se apoiasse a sua dona. De repente, Lena o olhou e sentiu uma leve vertigem.

-- Aí minha Nossa Senhora, só faltava essa velha ter um troço aqui, enquanto estamos sozinhas. – aproximou-se – O que está sentindo?

-- Essa casa... – olhou ao redor – Venha Gato, vamos sair um pouco.

-- Espere! O que há na casa? – perguntou assustada.

-- Não é na casa, mas... – voltou a sentir a vertigem – Preciso sair. – chamou o pequeno animal que miava, Radar seguiu o gato e dona Helena. Quando Haidê retornou para casa com intuito de pegar roupas para ela e Lívia, Bá a chamou em um canto.

-- Olha Haidê, eu não tenho nada contra você, mas aquela sua avó... – revirou os olhos após fazer o sinal da cruz.

-- O que tem minha avó? – perguntou desconfiada.

-- Desde que vocês inventaram essa coisa de ritual pagão para os meninos... Olha, isso não fez bem e agora com aquela veia falando o tempo todo que essa casa está com alguma coisa... – a advogada a observou com mais atenção.

-- O que minha avó disse que tinha na casa?

-- Ela só disse que estava com alguma coisa... – voltou a fazer o sinal da cruz.– Até Radar que corria atrás daquele gato gordo e preguiçoso parou, ainda saíram juntos quando ela passou mal.

-- Precisamos fazer o ritual o quanto antes. – Haidê pensou alto e Bá a olhou incrédula.

-- Não está pensando em pegar esses inocentes e minha menina para dá como oferenda ou sacrifício nesses rituais do diabo né? – Haidê não estava com muita paciência, mas, por amor a sua loirinha e respeito a Bá resolveu lhe explicar melhor.

-- Dona Dirce, isso não é um ritual de sacrifícios e sim de proteção. Minha avó é o que se pode chamar de bruxa, sim. Mas na minha antiga religião, chamaríamos de druidesa. – a mulher a olhou sem entender. – Olha, druidas e druidesas significam “consciência do carvalho”, árvore que consideramos sagrada. Além do papel religioso as druidesas, assim como minha avó, para nosso povo, possuem poderes de juízes, professores, médicos e mantenedores da cultura.  Antigamente, isso antes da era Cristã, durante as batalhas, usavam do poder religioso para influenciar os homens em combate. A mulher era o ponto de união entre o céu e a terra, esse ritual para nós, seria o batismo para vocês. Meus filhos serão conectados ao nosso eu... – colocou a mão em seu peito. – A deusa terra, a deusa mulher que está gerando e ao Deus maior.

-- E por que não faz isso em uma igreja com o sacerdote de verdade?

-- Porque para mim, minha avó é minha sacerdotisa, ela traz o conhecimento da nossa ancestralidade, ela é a detentora do conhecimento do nosso povo.

-- Onde tem escrito isso? Não confio nessas coisas que não vem do Cristianismo.

-- Não existem escritos deixados por druidas, eles acreditavam que a palavra escrita era perigosa, principalmente se caíssem em mãos erradas. O conhecimento é repassado por minha família há séculos de mulher para mulher. – explicou com paciência.

-- Então você vai ser a próxima sacerdotisa? – Haidê assentiu. – E quando chegar a sua vez? Se não tiver filha?

-- Será passado ao meu filho, mas é muito pouco provável que não tenha uma mulher, seria a primeira em gerações. – sorriu.

-- Você fala com tanta certeza... – Haidê sorriu. – E por que sua avó se sentiu mal? Por que isso tem que ser logo?

-- Porque minha ancestralidade precisa de proteção, meus filhos virão a terra para cumprir meu caminho, isso tem que acontecer antes que eu morra. – revelou como se falasse sobre algo trivial. Bá levou a mão até a boca e se assustou com a notícia.

-- E você fala isso com essa calma? Ave Maria menina, se alguma coisa lhe acontecer, Lívia morre junto.

-- Eu sou uma guerreira, quando saio, não sei se voltarei para casa... – lamentou. – Queria muito acompanhar o crescimento dos meus filhos ao lado de Lívia, mas se for meu destino, meu espírito se elevará e esperarei por ela, para nossa evolução. – sorriu com seu pensamento. – Vovó estava certa, Lívia é minha alma gêmea, meu amor eterno... Voltaremos sempre juntas.

-- Eu não acredito em nada disso, mas se você diz... – aproximou-se e colocou a mão sobre o ombro da morena. – Só não magoe ou estrague o que vocês têm.

-- Tem minha palavra. – Haidê acolheu a mão da mais velha entre as duas mãos e apertou.

-- Pode deixar... – sorriu. – Eu dou minha vida por ela. – afastou-se indo em direção a escada quando ouviu a última pergunta.

-- O que tem nessa casa para aquela velha bruxa passar mal? – Haidê parou a encarando.

-- Mortes... Espíritos inocentes que foram retirados do nosso convívio prematuramente e outros raivosos que viviam em uma guerra de poder e dinheiro... – fez uma pausa para efeito e concluiu. – Bá, prepare suas coisas, umas mudas de roupas, apenas o necessário... – olhou em direção a janela. – Vou pedir que Ulisses pegue você e os caseiros, está na hora de sairmos daqui. – saiu sem tempo para contestações.

&&&&&&&&&&&&&&&&&&

 

-- Haidê, para que essas malas? Para onde vamos? Precisa de todos esses homens atrás de mim? Será que você não dá mais conta dos seus bandidos? – a morena a olhou desconfiada após passar o cinto de segurança.

-- Se fosse apenas por mim, eu daria conta de um exército, o problema que se estou com você, perco meu foco.

-- E para que todas essas malas?

-- Vamos para fazenda de Cristina, depois pensei em passarmos um tempo em outro lugar. – a loira a olhou desconfiada.

-- Minha casa...

-- Esqueça!

-- E Bá?

-- Vai nos encontrar. – preferiu manter o local em segredo.

 

&&&&&&&&&&&&&&&&&&

 

Chegaram ao local planejado ao final da tarde. Haidê parou a camioneta da fazenda da amiga Melissa, desceu e foi até a porta de Lívia para ajudá-la a descer. A loira olhou ao redor e achou o local lindo, apesar de isolado. Havia uma cabana e um pouco mais abaixo, um rio margeado por diversas árvores. Sob uma daquelas árvores, uma pequena proteção com teto de palhas e um altar com alguns utensílios.

-- Aquela é vó Lena? – Haidê sorriu e balançou a cabeça em positivo.

-- É sim. – respondeu sorrindo. – Preparada?

-- Então o ritual... – Haidê segurou a mão da loira e a olhou nos olhos.

-- Meu anjo... – beijou os dedos de Lívia. – Esse ritual é sobre quem sou, para proteção dos nossos filhos e nossa, além da nossa continuidade... Lívia, se você não estiver confortável, eu renuncio a tudo...

-- Não! – apertou as mãos que seguravam as suas. – Eu quero fazer parte de quem você é, somos uma só, esqueceu? – Haidê sorriu e se beijaram. Seguiram até Helena, a velha estava vestida com uma túnica escura, cheia de desenhos e diagramas que Lívia nunca tinha visto.

-- Tirem estas roupas e vistam estas. – entregou dois vestidos para elas. Haidê a guiou até a velha cabana e vestiram as roupas, retornaram para mulher que parecia estar em algum transe, cantando uma música em um idioma que ela não reconhecia. Sobre o altar improvisado, incensos, várias cubas com frutas, mel, jarras com dois tipos de líquidos e velas. Helena estendeu a mão para neta, só então Lívia percebeu que ela retirou uma corrente que usava em seu pescoço que era da sua mãe e aliança.

-- Meu anjo, por favor, entregue sua aliança. – Lívia retirou e entregou a velha bruxa que permanecia emanando o canto que era agradável de se ouvir. Haidê a olhou e beijou, depois a posicionou próxima ao altar. – Aguarde aqui e pense em coisas boas. – sorriu. Haidê começou a cantar como sua avó e se abaixou, ajoelhando-se na esteira de palha estendida no chão. Helena veio até a neta, após colocar suas joias em um prato e jogar mel por cima, elevou uma pequena cuba com um pedaço de maçã, uvas, nozes e morango, pronunciou algo que a loira não entendeu. Depois do que parecia um oferecimento, a velha bruxa ofereceu na boca da neta a maçã, depois a uva, a noz e o morango, sendo que este último foi mergulhado no mel. Haidê elevou as mãos e fez o mesmo pronunciamento da avó, parecia um mantra, uma pequena música. Helena voltou até o altar, pegou o incenso e passou ao redor da neta, sem deixar de cantar seu mantra. Depois ela pegou outra cuba e pegou algo com os dedos, parecia tinta, passou pelo rosto da neta, depois pelos braços e mãos. Após alguns minutos do ritual, Haidê se ergue e vai até o altar, ela pega a cuba com as frutas e se vira para Lívia.

-- Deusa da terra... – disse olhando dentro dos olhos verdes e ofereceu para loira com a mão direita o pedaço de maçã. Lívia aceitou, continuou prestando atenção na esposa que ecoava o mantra. – Que este seja o escudo protetor seu e de nossos descendentes... – mostrou um objeto de bronze que ela não sabia distinguir, parecia um brasão. Em seguida ela ofereceu as nozes. – Proteção da terra, que está casca seja a armadura que impedirá o mal de tocar seus corpos... – repetiu com as uvas, framboesas e por último, o morango passando no mel. – Nossos corações ligados pelo doce produzido pelas entranhas das tuas guerreiras... Forças da natureza, guiai-me e transmutai-me quando necessário nas tuas grandes forças como tempestade e furacão, protegei nossos descentes... – Helena se aproximou e entregou as alianças das duas. Haidê pegou a de Lívia e colocou em seu dedo anelar. A loira pegou a da sua esposa após Helena oferecê-la e colocou no dedo anelar da morena. – Que nossas almas permaneçam ligadas para todo o sempre, nesta e em outras existências. – Helena passou o incenso entre as duas que permaneciam de mãos dadas. Haidê se mantinha concentrada, assim como a avó, cantando aquele mantra que deixava uma sensação de paz na loira. Helena as guiou até as águas do rio e mudou o canto para algo que parecia uma lamentação, com uma cuba de metal, ela pegou a água e molhou a barriga saliente da loira, Haidê se abaixou e beijou o ventre da esposa, enquanto sua avó molhava seu cabelo. Por fim, voltaram para frente do altar, onde havia o círculo e Helena ofereceu um cálice de bronze com um líquido de cheiro forte. Lívia ficou receosa em bebê-la por conta da sua gravidez, mas sua esposa lhe acenou com a cabeça para que bebesse um pouco, depois ela fez o mesmo. Helena colocou as cubas e o cálice enfileirados em frente a vela e permaneceu com as mãos abertas com o mesmo canto do início, acompanhada de Haidê, mas ela permanecia de frente para Lívia, a olhando nos olhos e segurando suas mãos.

Quase dez minutos depois...

Helena parecia ter mudado a canção, Haidê elevou as mãos aos céus e depois as colocou na barriga de Lívia, beijando-a em seguida.

-- Eu amo vocês. – disse fitando os lindos olhos verdes da loira que estava emocionada com tudo. – Vamos para cabana.

-- E dona Helena? – Haidê olhou para a avó.

-- Mais um tempo para ela. – entraram juntas. – Tem água do chuveiro, mas posso esquentar no fogão a lenha uma água caso queira tomar banho.

-- Ahhhh, com toda certeza! – sorriu. – Eu não vou tomar banho gelado. – foi até a cozinha e viu que não tinha geladeira, fogão convencional e nem cafeteira. – Haidê! – chamou assustada, a morena sorriu e meneou a cabeça, sabia que viriam reclamações pela frente. – Onde está a comida? Geladeira? E a cafeteira? Como vou tomar meu café? Ou farei o açaí?

-- Anjo, esse ritual... Bem, como vou explicar?

-- Explicar o que Haidê?

-- Precisamos de algumas horas em contato com o que a terra nos dá. Frutas, sucos da própria fruta sem açúcar ou água...

-- Feijão, arroz e carne vem da terra, não é? É natureza. – perguntou preocupada.

-- Amor, carne só de caça, feijão e arroz não fomos nós que plantamos ou colhemos.

-- Não dá para pedir para Melissa Cristina soltar uns boizinhos por aqui? Você pode caçar... E podemos procurar pela redondeza alguma plantação de feijão. – a morena sorriu com as ideias da esposa.

-- Amanhã posso pegar uns peixes.

-- Amanhã? E hoje? Haidê, estou grávida e comendo por três. – foi em direção ao quarto e se jogou na cama. – Aiiii! – a morena correu.

-- O que foi?

-- O colchão também deve vir da caça? – Haidê sorriu.

-- É de palha amor. Pode dormir aí, eu fico na rede.

-- Você... – apontou para morena. – Vai me pagar por essa. - sorriu com sarcasmo. – E ainda, de presente, dormir nesse colchão. Eu fico na rede. – saiu irritada e deixou Haidê sorrindo sozinha.

 

&&&&&&&&&&&&&&&&&&

Haidê estava colocando lenha no fogão quando a sua avó se aproximou.

-- Onde está? – a morena a olhou sem entender muito bem, só então percebeu que perguntava por sua esposa.

-- Lá no quarto, deitada na rede.

-- Eu pensei que ela não iria se incomodar pela simplicidade do local. – Haidê sorriu.

-- O que incomoda Lívia... – meneou a cabeça. – Realmente não é a casa ou coisas materiais, o que incomoda aquela loirinha é o apetite.

-- Oh! – foi tudo o que Helena conseguiu falar.

-- Eu vou pescar alguma coisa.

-- Faça isso, pesca não deixa de ser um tipo de caça. – revelou sorrindo. Haidê foi em direção ao quarto, Livia estava se balançando na rede enquanto comia uma maçã e cantava acariciando sua barriga com a outra mão. A morena ficou admirando a cena, sua esposa estava cada vez mais linda grávida.

-- Vai ficar aí feito uma idiota me olhando ou arrumar algo com mais proteína para seus filhos se alimentarem? – a advogada se aproximou e abaixou, ficando na altura da rede.

-- Eu sempre serei uma idiota diante da sua beleza. – declarou enquanto fitava os olhos verdes. Lívia sorriu e a puxou para um beijo, quase derrubando-a.

-- Está muito romântica, mas prefiro me alimentar melhor.

-- Eu vou pescar, está bem assim?

-- Ótimo! – sorriu e voltou a beijá-la, mudou a expressão e a fitou nos olhos. – Eu te amo. – Lívia estava séria, demonstrou preocupação com a situação. – Eu quero que prometa uma coisa... – Haidê sabia a que se referia, mas preferiu brincar.

-- Prometo, solenemente, pegar o maior peixe que passar próximo a minha isca encantada. – Lívia enrugou o nariz sorrindo, a morena amava quando ela fazia isso, parecia um anjo.

-- Boba! – a empurrou sem soltá-la. – Eu quero que prometa se proteger. – passou a mão pelo cabelo da morena, ajeitando-o. – Eu preciso de você, nós precisamos. – apontou para barriga com a cabeça.

-- Eu sempre volto para você e agora... – beijou a barriga da loira. – Tenho motivos a mais. – sorriu.

-- Não sei se aguentaria lhe perder. – confessou emocionada. Haidê se levantou, ainda se apoiando na rede e a beijou.

-- Você é minha vida... Minha luz, meu lar. – beijaram-se. Lívia se afastou e cantou um pedaço de Evidências. Haidê não gostava de música sertaneja, preferia rock, mas por culpa da sua loirinha, estava se acostumando com algumas. – Fui! – saiu fingindo irritação.

&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&

 

-- Isso sim é comida! – a loira exclamou após comer seu terceiro peixe. Helena e Haidê a observava enquanto comiam. – Fruta é sobremesa, no máximo um complemento de algum prato.

-- Ainda bem que são gêmeos, imaginou se fossem três ou quatro? – Helena falou enquanto observava a loira. Haidê apenas sorria com a situação.

-- O que? Por que estão sorrindo? Acham que estou errada?

-- Não meu anjo, estou apenas informando minha avó que estou cansada e precisamos descansar. – levantou-se e estendeu a mão para loira que aceitou com o humor bem melhor. – Boa noite vó!

-- Boa noite querida! – sorriu olhando as duas se afastar. Helena sentia um sentimento mau permeando o local, mas não sabia distinguir do que se tratava. Ela também se recolheu e foi para suas orações.

&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&

Quase duas semanas depois...

-- Lívia, eu preciso que você coopere.

-- Haidê, eu não participei daquele ritual de SPA celta para ficar escondida em uma casa que não é minha. – colocou as mãos nos quadris e protestou. – Aquele negócio não era para proteção?

-- Primeiro que não foi um ritual de SPA celta, aquela era uma forma de me conectar com a deusa. – protestou. – Se você não acredita, não participasse. – precisava ser mais dura para a loira não agir por impulso e se colocar em risco. Lívia ficou surpresa com a explosão da morena. – Segundo, não estamos presas e sim, nos protegendo de um possível ataque. Aquele povo não está para brincadeira, principalmente sua amada namoradinha, ou amiga, não sei mais o que ela é para você. – logo Lívia entendeu a pontada de ciúmes.

-- Haidê, eu não estou falando da sua religião, conexão com deusa, ou seja, lá o que for, só queria que me avisasse sobre aquela dieta forçada. – justificou-se. – E, só conheço uma pessoa que amo mais do que tudo, ela costuma ser minha melhor amiga, inclusive é a mãe dos meus filhos. E por último, não menos importante, eu tenho dois filhos a caminho, preciso cuidar do enxoval, decoração de quarto e tudo mais, ou acha que os deixarei em cestinhas e caixas de sapatos?

-- Estou pensando em tudo isso, não se preocupe. – completou após terminar de vestir a camisa.

-- Como assim? Vai decorar o quarto dos meus filhos sem que eu veja e dê minha opinião? E roupas? Do jeito que você é, possivelmente comprou roupas de ninjas assassinos. – a morena se irritou mais.

-- Sério? Enquanto você se divertia como uma irresponsável com essas suas amizades toscas, eu trabalhava e ainda tinha um filho para criar. Ele foi recebido muito bem por mim, tratado com amor e com todas suas necessidades atendidas. Eu já fui mãe... – os olhos de Haidê estavam cheios d´água e Lívia se arrependeu de ter tocado neste assunto delicado. – Ele foi tirado de mim por esses criminosos, os mesmos que você me recrimina em querer pegá-los. E quer saber? O amor da sua vida que está à frente de tudo isso, mas você não está nem aí, talvez deseje mesmo que ela venha lhe pegar e assumam a vida que foi abandonada... – Lívia estava boquiaberta com o estouro da esposa. – Afinal, ela é o amor da sua vida. – repetiu mais uma vez.

-- Se acredita nisso, por que ainda está aqui? – perguntou irritada.

-- Porque você carrega meus filhos e enquanto estiver com eles, eu vou vigiar todos os seus passos, depois de nascerem, faça o que quiser da sua vida. – disparou fitando-a nos olhos. Lívia também explodiu e não segurou, falou o que pensava.

-- Já que quer mais filhos, corra atrás da sua própria produção e não use a minha barriga como se fosse garagem de aluguel, porque não sou. – Haidê a olhou séria, aproximou-se.

-- Nunca duvide de mim, esses filhos são meus e se quiser sumir com aquela criminosa, não precisa esperar muito, em alguns meses pode ir... - pegou a chave do carro e sua bolsa. – Está livre para fazer o que quiser, mas sem meus filhos. Enquanto estiver grávida, eu os protegerei com minha própria vida. - saiu. Livia se jogou na poltrona e bufou alguma coisa. Bá entrou no quarto e a olhou.

-- Eu tentei evitar, mas ouvi tudo. – olhou para loira sentada, emburrada e de braços cruzados. – Não seja assim, ela só quer proteger vocês.

-- Proteger? Ela quer proteger os filhos dela, não ouviu?

-- Sabe que isso não é verdade. Ela saiu chateada, vocês estão brigadas, tão difícil ficarem assim, não permita que nada afete a relação de vocês.

-- Que relação? Ela acabou de falar que só quer os filhos.

-- Minha menina, sei que não acredita nisso, o amor de vocês é visto nitidamente, então não vou levar em contar o que disse agora. – Lívia a olhava irritada. – E nem o que ouvi de vocês, apenas a escute, tem um motivo para deixá-la tão preocupada. – a beijou na testa, depois saiu deixando-a sozinha.

-- Quer saber? Não é Haidê e nem ninguém que vai me proibir de fazer qualquer coisa. - Lívia resolveu sair, trocou de roupa, resolvida em ir as compras sem que os seguranças, Bá ou a esposa impedissem. Arrumou-se e saiu sem ser vista, esperou o Uber que havia chamado pelo aplicativo um pouco afastada do edifício onde estavam, não percebeu o carro que a vigiava distante.

Lívia chegou ao shopping com um sentimento de liberdade, parecia uma criança livre, mas ao mesmo tempo, uma tristeza tomava seu coração, brigar com Haidê não era algo planejado, não deveria ter cobrado ou falado tanta bobagem, sabia que a cabeça da esposa estava cheia de problemas e suas próprias cobranças de vida já deixavam para baixo. Resolveu ligar para se desculpar, o telefone tocou diversas vezes até cair em caixa postal, ela pensou de imediato: “ela não atendeu porque não quis!”  Ledo engano, Haidê saiu tão irritada que esqueceu o celular em casa.

&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&

Mariana achou estranho a sócia chegar e não lhe procurar como sempre fazia. Haidê sempre ia em sua sala para desejar um “bom dia de trabalho”, chamá-la para tomar um café e conversar sobre algo do dia a dia das duas ou do escritório, mas hoje foi diferente, estava preocupada com a amiga, resolveu ir até a sala dela.

-- O que aconteceu? – Mariana perguntou após colocar a cabeça para dentro da sala da sócia. – Essa expressão parece de quem vai para guerra.

-- Por favor Mariana... – a olhou rapidamente e abaixou a cabeça, fingiu ler algum documento.

-- Alguma coisa aconteceu... – sentou-se. – Lívia?

-- Está no apartamento da minha avó com mais um acesso de criança mimada. – Mariana soltou um simples “Uau!” Haidê suspirou e continuou. – É sério, Lívia tem reclamado sucessivamente porque não sai, expliquei que pode sair com os seguranças, sem problemas, mas ela não aceita.

-- Lívia é surfista, sempre encarou a vida com leveza, essa coisa de sequestro, assassinatos, perseguições, para ela são coisas que existem apenas no cinema, então ameniza a situação. – usou um tom mais conciliador.

-- Chega uma hora que não dá. – esfregou as mãos irritada.

-- Haidê, eu sei que é difícil, namoro com seu irmão por quase toda minha vida, entre idas e vindas... – forçou um sorriso. - Então eu sei como é ter medo. - a morena pensou um pouco. - Apenas tente relevar mais, não está longe de vocês pegarem a tal Jeanine, não é mesmo? – Haidê bateu com força na mesa e se levantou. – O que foi?

-- Não sei, mas tenho minhas dúvidas quanto ao que ela sente por essa criminosa.

-- Não viaja Haidê, Lívia lhe ama, não duvide disso.

-- Não duvido, mas ela também ama aquela lá. Lembra-se como ela idolatrava essa mulher? As furadas que se meteu porque namorava pessoas com o mesmo perfil? Lívia ainda a ama, esse sentimento não some assim.

-- Agora você está sendo uma idiota impulsiva.

-- Idiota impulsiva? Lívia passou a vida toda lamentando a perda daquela criminosa, Mariana.

-- Sinceramente? Está realmente com a cabeça quente, não consegue nem raciocinar. Eu acredito que esteja viajando, então...

-- Não é isso... – interrompeu a sócia, estava impaciente. – Não a quero perto do meu anjo. – Mariana achou melhor mudar de assunto e conversar sobre alguns processos em andamento, sabia que a cabeça da amiga precisava se ocupar com alguma coisa para deixar os pensamentos ruins de lado, a conhecia bem.

&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&

Lívia saia de uma loja quando ouviu uma voz familiar lhe chamar, olhou para trás e não reconheceu a ruiva que vinha em sua direção.

-- Lívia Fachinni, ou Lívia Fachinni O’Brien, a melhor surfista de todos os tempos... – disse sorrindo enquanto se aproximava. – E olha isso... – apontou a barriga da loira. - Ainda se aposentou precocemente por conta da maternidade. – Lívia conhecia a voz, mas não lembrava da fisionomia da mulher.

-- Não vou me aposentar... – a olhava desconfiada. – Eu... Eu apenas me afastei por um tempo. – respondeu por educação, ainda não sabia quem era.

-- Não está me reconhecendo, né? – ela meneou a cabeça como resposta, sorrindo sem graça, a mulher deu uma gargalhada. – Mesmo com esse sorriso amarelo continua linda. – aproximou-se mais e colocou a mão sobre a barriga da loira. – Esse bebê terá duas mães amorosas e que se amam muito. – Lívia concordou com a cabeça, ainda a olhando esquisito. - Sou o verdadeiro amor da sua vida. – sorriu e Lívia abriu mais os olhos assustada. – Eu vim lhe encontrar. – piscou em cumplicidade.

-- Jeanine? – tentou se afastar, mas esbarrou em três homens, ela olhou para trás e se assustou. – O que você quer? – questionou preocupada.

-- Quero apenas nos sentar e conversar. – sorriu. – Que tal um café? – Livia olhou para os homens e depois para Jeanine.

-- Não tem jeito, não é? – Jeanine apenas sorriu.

&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&

-- Precisamos repassar o depoimento de Valter Gonçalo, combinar como faremos no julgamento.

-- Eu vou ligar para ele pedir que venha aqui. Obrigada Mari por me ajudar nessa... – afastou-se da mesa procurando o telefone. – Droga!

-- O que foi? – levantou a cabeça procurando algo de errado.

-- Acho que esqueci meu telefone em casa.

-- Vou pedir a Zeca para pegá-lo. – a morena parou pensativa. Mariana se levantou para chamar o rapaz quando ouviu seu nome.

-- Mariana... – ela a olhou e esperou que falasse. – Deixa que eu vou, não quero Lívia chateada, ainda mais grávida. – deu de ombros. – Acho que precisamos conversar e colocar os pingos nos is.

-- Olha doutora Haidê, foi a melhor coisa que falou hoje. – piscou para morena. - Quem sabe isso não foi providencial? – brincou.

-- Quem sabe, não é? –  meneou a cabeça e sorriu.

Não demorou, Haidê chegou em casa, percebeu a correria de Bá e dos homens procurando por algo ou alguém. Aproximou-se pressentindo alguma coisa de muito errado.

-- O que aconteceu? – perguntou assustada, esperava o pior. – Cadê Lívia?

-- Ela sumiu Haidê. – Bá foi a única com coragem para responder.

-- Como é que... – ela respirou fundo e passou a mão pelo rosto. – Quero que alguém me responda como uma mulher, gravida... – frisou bem o “grávida”. – Uma mulher de um e sessenta e sete de altura, com uma barriga gem*lar passou por vocês e ninguém viu?  Ela passou pela portaria, saiu do edifício após pular o muro ou portão com aquele barrigão? Saiu voando?

-- Doutora... – fez sinal que se calasse.

-- Vai me dá uma explicação palpável ou falar que ela sumiu?

-- Que ela sumiu.

-- Então melhor ficar calado. – olhou para Bá. – Viu meu celular?

-- Não está aqui.

-- Vou procurar no quarto. – subiu e achou no chão, próximo a cama. Percebeu que havia duas chamadas de Lívia e outras não atendidas de números desconhecidos. Ela retornou à ligação, mas a loira não atendeu e isso a deixou nervosa. Resolveu enviar uma mensagem de texto:

“Lívia, por favor, atende o telefone.” – enviou. Passou alguns minutos e mandou outra.

“Havia esquecido o telefone em casa." – procurou alguma pista pelo quarto, estava muito preocupada.

Quinze minutos havia se passado e nada de respostas, Haidê não aguentava mais, pegou o telefone, ligou novamente para Lívia, era a décima vez que tentava. Desligou e resolveu chamar o irmão.

&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&

-- Pensei que iriamos tomar um café. – Lívia falou para ruiva após passarem por duas cafeterias. Jeanine deu uma gargalhada.

-- Eu tenho um local mais reservado. – olhou para os homens e fez um discreto sinal. Saíram do shopping e entraram em um carro que aguardava as duas.

-- Jeanine, eu preciso avisar a Haidê...

-- Não precisa se preocupar com ela, agora somos apenas nós duas. – avisou após interrompe-la. A loira engoliu em seco e só então percebeu a bobagem que fez.

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Ulisses conversava com os seguranças da casa que não sabiam de nada sobre o sumiço da loira. Haidê olhava fixo para o mar, quando sentiu seu celular anunciar mensagem nova, abriu e viu a foto de Lívia ao lado de uma ruiva que após alguns segundos, reconheceu como Jeanine.

-- Ulisses! – gritou. O agente correu em direção a irmã, pegou o celular que lhe foi entregue e viu a foto.

-- Essa é...

-- Ela mesma. – bateu com força na parede. Ulisses se virou e chamou o amigo.

-- Ruivo, consegue rastrear a Lívia por uma foto enviada por mensagem? – Ulisses mostrou o celular e o ruivo sorriu.

-- Fiz melhor chefinho, coloquei um sinalizador no celular dela para avisar quando fosse usado, eles pensaram que não agiríamos tão rápido. – declarou sorrindo. – Estão nessa região aqui. – apontou para o lugar e Haidê olhou como se quisesse gravar.

-- Manda a localização para mim, vou buscá-la agora. – pegou o capacete.

-- Mas não vai mesmo. – Ulisses a segurou. – Vai esperar, só sairemos daqui juntos, depois de montarmos uma estratégia para pegá-los. Isso também pode ser uma armadilha.

-- Não posso esperar... Perder tempo para resgatar minha esposa, estou de moto, chegarei mais rápido e não chamarei tanta atenção.

-- Está louca? Em duas horas anoitece, você não chegará antes disso.

-- Esqueceu que é lua cheia? Ulisses, tenho mais chances que você.

-- Chefe, posso ir com Haidê... – o ruivo se aproximou com algumas coisas. – Isso aqui é um rastreador para vocês monitorarem nossa localização. Eu vou colocar um nas nossas roupas. Esse aqui é o nosso comunicador, infelizmente não funciona a essa distância toda, só quando chegarmos lá. – por último entregou um óculos infra para visão noturna. – Isso vai ajudar a lhe guiar melhor.

-- Eu não sei...

-- Ulisses, sabe que estou certa, não teremos nenhuma chance se esperarmos pelos outros.

-- Eu vou junto, faremos um bom estrago, quando chegarem a festa terá algumas diversões extra. – Ulisses percebeu que não convenceria a irmã do contrário, ele foi até os outros homens e retornou para entregar um colete para Haidê e outro a McNamara.

-- Armas... – sorriu. - Sei que se duvidar você tem mais do que o FBI naquela mochila. Então... – entregou o colete. - Use isso para evitar danos maiores. – ela aceitou, colocando-o por baixo de um casaco.

-- Ulisses, nada de helicópteros ou qualquer coisa que faça barulho.... E...

-- Haidê, eu lhe ensinei tudo que sabe, por favor, apenas se cuide e deixe o resto comigo. – abraçaram-se, mas antes que ela saísse, mais três homens se aproximaram.

-- Ei Aquel... – os homens se aproximaram, ela os olhou de forma avaliadora. – Até pouco tempo éramos uma equipe, mas você pulou fora... – sorriu. – Agora quer resolver as coisas sozinhas...

-- Ela não está sozinha. – McNamara reclamou.

-- Isso não conta, seu ruivo esquisito. – um dos três homens falou.

-- Mas o que quer falar?

-- Somos uma família de trabalho...

-- E família não abandona família. – o terceiro homem completou.

-- Vamos com você. – ela sorriu e olhou para o irmão.

-- Não posso... Se acontecer alguma coisa... – apontou com a cabeça para o irmão.

-- Ulisses não nos viu. – os outros dois concordaram. – E se acontecer alguma coisa, a culpa foi do ruivo que nos chamou. – sorriram e seguiram até as motos. Quando Haidê passou por Bá, ela lhe chamou e deu um abraço.

-- Cuide-se doutora!

-- Eu a trarei para casa. – avisou com um sorriso sem mostrar os dentes.

-- Quero as duas juntas, de volta em casa. – Haidê saiu com uma única certeza: livraria Lívia de qualquer ameaça, mesmo que sua vida dependesse disso.

 

&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&

 

Jeanine ligou para Haidê com o telefone de Lívia, queria provocar a morena o quanto pudesse.

-- Alô... – disse antes de sair de casa.

-- Olha só quem está falando... Como vai querida? Quero agradecer por ter cuidado tão bem da minha Lívia.

-- Se você fizer qualquer coisa com minha esposa, eu mesma prometo uma morte lenta, com muita dor que lhe fará desejar o inferno o quanto antes. – ouviu a gargalhada de Jeanine.

-- Bem, era só isso por hoje, amanhã eu penso em algo que possa me dá uma pequena vantagem. – desligou sem tempo de Haidê falar.

-- Vadia! Não haverá amanhã para você.

-- Mais algum problema? – Maurice perguntou preocupado.

-- Todos. Ela vai morrer hoje. – afirmou com um olhar gélido que fez o homem temer. Chegou ao fim de Rosário Provence, ou Jeanine.

Chegaram ao local, no meio da mata fechada, próximo a um morro alto que levava até o rio. O ruivo se instalou em um espaço cercado de arbustos próximo a uma árvore que dava uma visão melhor do caminho que levava a casa, enquanto os quatro se dividiram em duplas: Maurice e Jeremiah, Marco e Haidê.

-- Aqueu, não consigo ver muito daqui, mas tem quatro homens conversando próximo ao portão. Mais dois a leste do muro e outros dois a sudeste. Os outros lados parecem desprotegidos.

-- Vamos nós dois em direção a leste e vocês para o outro lado. – Haidê fez a divisão e saiu com Marco logo atrás.

-- Acho que Marco consegue acertar os três do portão com suas flechas. – o ruivo declarou brincando.

-- Será? Sei não, ele já foi bom, agora... – Maurice brincou.

-- Vai se foder! – foi a resposta de Marco, que acertou o primeiro, depois os outros dois. Haidê vibrou com a mira do amigo, eles passaram pelo portão e a morena mostrou mais dois homens parados, um deles ela pulou e o acertou na garganta, impedindo-o de respirar. O segundo veio em sua direção com um facão em punho, quando ele levantou a mão, sentiu o peso do pé da morena em seu estômago, em seguida a arma que levava, foi enfiada em sua barriga. A morena sentiu a adrenalina invadir seu corpo, os outros homens pareciam bonecos em sua mão. Os facões atravessavam barrigas, decepavam braços e pernas de quem surgisse a sua frente. O sangue atingia seu corpo, manchava seu rosto e grudava em seu cabelo, deixando-a ainda mais furiosa com tudo o que estava acontecendo. Uma coisa não saia da sua cabeça: salvar sua esposa, mãe dos seus filhos.

&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&

Lívia estava sentada em um sofá, havia passado horas andando de um lado a outro desde que lhe colocaram naquele quarto, como uma prisão. Lembrou-se das recomendações e cuidados da morena, arrependeu-se por não a ouvir, além de estar muito preocupada com o que poderia acontecer com sua esposa, depois de ver a foto que Jeanine enviou abraçando-a, como se estivessem juntas. Ouviu um barulho de chaves, em seguida um homem de quase dois metros a olhou sem muita cerimônia.

-- A chefe está lhe esperando para ceia. – assustou-se com o tom grave e solene que o homem usou.

-- Pode falar que não estou com fome. – respondeu com um sorriso irônico.

-- Ela não convidou, isso é uma ordem. – ele a pegou pelo braço e saiu quase arrastando-a, quando chegou a um imenso corredor, ouviu alguém assobiar e usar um termo pejorativo para lhe chamar.

-- Oh projeto fracassado Frankenstein... – o homem se virou com tanta agressividade que empurrou Lívia de lado. – Melhor cuidar dessa loirinha, ou pisarei em seu horrível corpo caído depois de quebrar os dedos dessa mão. – olhou para mão que segurava Lívia. O homem voltou a jogá-la contra a parede e saiu em direção a morena, praticamente arrastando-a. Jogou-se para cima de Haidê que avançou em sua direção, ela pegou uma barra de ferro do chão e olhou nos olhos do homem. – Não se atreva a machucá-la. – ele empurrou Lívia, ela caiu no chão, foi a chance que a morena queria de correr, colocou o pé sobre uma pequena mesa e tomou impulso para se jogar contra o homem que era bem mais alto, com a barra de ferro ela o acertou no ombro e depois nas costas quando colocou os pés no chão. Aproveitou o momento de desorientação, para voltar a bater com a barra em sua barriga e braço. Ele ensaiou reagir, mas ela o acertou com o pé, em um clássico golpe de karatê, quando ele caiu, aproveitou e bateu com a barra nos dedos da mão que antes segurava Lívia. – Eu disse que quebraria seus dedos se a machucasse. – a loira estava impressionada com a frieza da esposa que após bater em sua mão e ouvir os gritos de horror, quebrou seu pescoço. Ela passou por cima do corpo caído quando se virou para olhar a loirinha encolhida no canto da parede. – Meu anjo, você está bem? – Lívia olhou horrorizada para o homem caído, mas Haidê segurou seu rosto, forçando-a a fitá-la. – Lívia, você está bem?

-- Haidê... Ele... – a morena beijou sua boca.

-- Eu te amo e não vou permitir que ninguém a machuque. - A loira fez sinal positivo com a cabeça e sentiu o corpo quente da esposa. – Vamos embora daqui. – estavam correndo no sentido da saída quando o ruivo a chamou.

-- Aqueu, tem que arrumar outra saída a ala leste está em chamas.

-- Marco... – chamou o amigo. – Marco... Alguém viu o Marco?

-- Nada dele aqui. – Jeremiah respondeu

-- Aqueu, acertaram Marco, encontrei com muito sangue. – examinou o amigo. – Ruivo, vamos precisar de ajuda,

-- A encomenda está segura? Autoriza Aqueu? – ela olha para Lívia.

-- Confirmado. Dois lugares, ainda não acabamos por aqui.

-- Positivo! – o ruivo entrou em contato com Ulisses.

-- Eu não vou sem você. – Lívia disse fitando-a.

-- Meu anjo... – colocou a mão sobre a barriga da loirinha. – Se acontecer alguma coisa com vocês, eu morro.

-- E se acontece com você? Como eu fico Haidê? – a morena sorriu.

-- Não vai acontecer... – a puxou para um beijo. – Eu tenho que acabar as coisas por aqui, eliminar uns probleminhas.

-- Haidê... – choramingou abraçando-a.

-- Vem, nós vamos subir. – quando subiram o primeiro lance de escada, uma figura conhecida surgiu, interrompendo-as.

-- Quanto tempo queridas! – Jaques surgiu com um sorriso no rosto deformado por cicatrizes de queimaduras. – Veja Haidê, agora estamos parecidos... – mostrou o rosto. - Com as mesmas cicatrizes.

-- Não quero lhe machucar, saia da frente. – Haidê o olhava com pena. Lívia a abraçou em um misto de posse, cuidado e medo. A loirinha não esperava se encontrar com Jacques, imaginava que já estava morto.

-- Não quer me machucar? Com esta vadia, você pensa que está fazendo o que? Era para estarmos bem, com nossa vida, mas ela apareceu para atrapalhar.

- Não força, sabe muito bem que não gostava de você.

-- E gosta dela? Haidê, o que uma mulher pode oferecer a você? – Haidê apertou a loirinha entre seus braços, não se preocupou em ferir o ego do homem.

-- Tudo que nunca tive com um homem. Eu a amo, mas isso você nunca vai conseguir entender. – Lívia retribuiu o sorriso.

-- Mas eu acho que posso resolver, mesmo sem entender. – apontou uma arma para loira.

-- Jacques, não faça isso... – Haidê respondeu o fitando nos olhos, enquanto puxava, de vagar, sua arma na parte de trás da roupa.

-- Não pense em puxar essa arma, mesmo amando-a eu a matarei. – ele destravou a semiautomática quando ouviram um estampido, em seguida caiu rolando pela escada. Haidê e Lívia olharam para o lado, surpreenderam-se quando viram McNamara com uma arma ainda apontada para o corpo inerte.

-- Ele morreu? – a morena se aproximou.

-- Mortinho. – olhou para o ruivo. – Eu te devo mais uma. – bateu em seu ombro e fez sinal com a cabeça. – Venham, precisamos ser rápidas.

-- O helicóptero deve chegar a qualquer momento. – subiram até uma área aberta, próxima ao telhado.

-- Estranho, essa casa parecia um casarão de fazenda, mas aqui em cima a construção é diferente. – Lívia declarou surpresa com o lugar.

-- Isso aqui está parecendo com algo de fachada usado para disseminar o vírus pela internet. – o ruivo explicou.

--- Como assim? – Lívia perguntou curiosa.

-- Malware instalado para roubar dinheiro e, jogar para contas corporativas criadas por eles em paraísos fiscais. – Haidê explicou.

-- Além, claro, da criação de outras manobras de se lavar dinheiro. – o ruivo completou.

-- Mas como eles faziam isso daqui?

-- Meu anjo, olha a área... – mostrou. – Esse lugar deserto dificilmente chamaria atenção. Poderiam trabalhar e receber encomendas.

-- Mas aqui não tem sinal de internet e...

-- Aí que está... – o ruivo a interrompeu. – O sinal é excelente e a rede deles muito bem protegida.

-- Mas você está utilizando, então conseguiu entrar.

-- Ele é o melhor agente para isso, Lívia. – Haidê declarou com um sorriso.

-- Pessoal, estamos com alguns probleminhas aqui. – Maurice anunciou.

-- Onde vocês estão?

-- Praticamente no mesmo lugar que antes, não progredimos muito. – Haidê olhou para o ruivo e depois para Lívia.

-- Meu anjo, você vai ficar com ele, quando o helicóptero chegar, eu quero que entre e vá embora com McNamara.

-- Eu não vou sem você.

-- Lívia, por favor, ao menos uma vez na vida, faça o que estou pedindo. – o ruivo se aproximou e colocou a mão no ombro da loirinha.

-- Pode deixar que vou cuidar dela. – piscou. Haidê fez um sinal de positivo com a cabeça, aproximou-se da loirinha e a beijou.

-- Eu juro que mato você se aparecer ferida. – Lívia declarou fungando, com os olhos cheios d´água.

-- Pode deixar. – saiu em direção ao telhado e pulou de um nível para outro.

-- Pode deixar! – resmungou com ironia. – Ela se quebra todo e quer que fique quieta. - O ruivo sorriu com o comentário.

-- Já vi Haidê pular até de prédio com mais de vinte andares como se estivesse no chão, nem se preocupe.

-- Esse é o problema, ela pula demais e não lembra que tem gente dependente dela. – ouviram explosões e se abaixaram.

Haidê foi pelo telhado até se aproximar da área aberta onde os amigos estavam encurralados. Ela jogou duas granadas em lados opostos e aproveitou a explosão para recolher algumas armas até chegar aonde os homens estavam, para ajudá-los.

-- Estilosa como sempre! – Maurice disse sorrindo.

-- Faço o possível para não perder o bom nível. – olhou para o corpo desacordado de Marco. – Eu dou a cobertura e vocês me seguem. – os dois concordaram e ergueram Marco. – Vamos lá, hora de começar o show! – levantou-se com uma espingarda, enquanto os outros apoiavam o agente desacordado e apontavam pistolas em direção aos sons de disparos.

-- Não conseguimos fazer muito daqui, apenas assustar e fazer barulho.

-- Isso já é o suficiente Jeremiah. – disse com um sorriso diabólico estampado no rosto. – Hoje eu quero mandar um time completo com reservas e comissão técnica para o Tártaro, Hades vai agradecer.

-- Ou não. – o homem respondeu sorrindo.

Enquanto Haidê eliminava seus inimigos, Jeanine se aproximava da loirinha sem que ela percebesse, deixou que dois dos seguranças que a acompanhava atingissem McNamara na cabeça, só então Lívia a viu.

-- Jeanine!

-- O que foi? Achou mesmo que deixaria ela lhe levar daqui com tanta facilidade? Peguem ela. – ordenou, Lívia tentou se soltar, sem muito sucesso.

-- Haidê vem atrás de você. – falou com uma expressão furiosa.

-- Isso mesmo o que quero, terei a maior satisfação em recebê-la.

-- A mesma que seu amante Jacques teve? – foi debochada. Jeanine se aproximou segurando-a pelo rosto e provocou.

-- Ainda com ciúmes, meu amor? – sorriu. – Essa idiota vai morrer por alguém que nunca gostou dela.

-- Eu amei Haidê desde o momento que a vi pela primeira vez. – respondeu irritada.

-- Você... – um dos seguranças caiu e uma poça de sangue se formou. Todos olharam para o homem caído com uma faca cravada em seu pescoço, depois em direção de onde veio a faca.

-- Não é que você consegue mesmo! – Jeremiah falou admirado. – Apostamos como ela não conseguia acertar a jugular dele naquela distância... – sorriu. – Ela realmente conseguiu. – Haidê deu de ombros.

-- Agora vou acertar você. – apontou para Jeanine que ainda apertava o braço da loira, impedindo-a de se afastar. – Solta minha mulher.

-- Ora, ora! – meneou a cabeça sorrindo. – Acha mesmo que conseguirá assim, tão fácil?

-- Solta ela. – ordenou fitando-a nos olhos e se aproximou, o outro segurança apontou uma arma em direção a morena. Jeremiah apontou uma em direção a Jeanine, enquanto Maurice fez o mesmo para o segurança. Haidê fez sinal para que eles não atirassem para não acertar Lívia. – Mãos limpas, apenas nós duas.

-- Acha mesmo que vou acreditar em você?

-- Vamos lá, serei gentil. – chamou com um sorriso e jogou suas armas no chão. Jeanine olhou para o único homem que estava ao seu lado e empurrou a loira para ele.

-- Se ela ganhar, pode atirar. – ordenou.

-- Se eu ganhar, não... – deu de ombros. – Eu vou abrir sua pele em talhos, vê-la chorar de dor e só então deixá-la morrer. – apontou para o homem. – Se a machucar, farei pior com você. – trocou um olhar rápido com Lívia.

Jeanine tentou se aproximar, mas a morena foi mais rápida e atingiu seu rosto um chute certeiro, deixando-a um pouco tonta. Jeanine meneou a cabeça como se tentasse se equilibrar, olhou para a morena sorrindo, livrou-se de mais alguns golpes até acertá-la com um jab no rosto e depois no estômago. Haidê sentiu um pouco de dor, mas não demonstrou, pelo contrário, limpou o sangue que escorria da sua boca, lambeu o dedo sujo e a olhou sorrindo.

-- Acabou a brincadeira. – iniciaram uma briga limpa, entre golpes e contra golpes, Haidê levava a melhor, mas Jeanine foi para perto de uma área, pegou areia e jogou nos olhos da morena. Haidê sentiu uma série de chutes e socos, ela caiu enquanto Jeanine aproveitava a vantagem.

-- Haidê, reage amor! – Lívia gritou desesperada e isso foi como uma descarga de adrenalina, a morena impediu que mais um chute lhe acertasse, puxou a perna da ruiva, empurrando-a, em seguida se levantou. Jeanine pegou uma arma que estava no chão e apontou para morena que foi mais rápida, como se previsse o que sua adversária faria, pegou a faca na jugular do homem caído e jogou bem no peito da mulher. Ao sentir a faca, afrouxou a mão e deixou a arma cair.

-- Eu falei que iria lhe talhar... – retirou a faca cravada no peito da ruiva. – A boa notícia que farei o prometido... – sorriu. – A péssima notícia é que vai doer. – a mulher gemia no chão. Maurice e Jeremiah ainda apontavam a arma para o segurança que via a tudo horrorizado.

-- Haidê... – Lívia desconhecia a mulher a sua frente.

-- Abaixe a cabeça Lívia. – a olhou e viu o homem que ainda a segurava. – Se machucá-la, o próximo será você. – o homem soltou a loira e se afastou.

-- Aiiii! – Jeanine gritava de dor, não aguentaria muito daquilo, a morena abrindo sua pele com uma faca, como se cortasse pedaços de carnes. Haidê demonstrava uma satisfação que assustava a qualquer um.

-- Isso é por meus pais... – cortou mais. – Meu irmão e meu filho sua vagabunda.

-- Haidê... – Lívia gritou, mas a mulher parecia em transe. A loira se aproximou e segurou as mãos da esposa, ela estava banhada de sangue da ruiva. O corpo de Jeanine estava todo aperto em lascas enquanto ela gemia e pedia para que a matasse. – Para Haidê... Por favor, por nós. – pediu ajoelhando-se ao seu lado, só então a morena a olhou. – Você conseguiu se vingar por todos e ainda me salvar, agora chega! – foi incisiva, mas sem perder a ternura no tom de voz. A morena apenas se deixou abraçar, sentiu-se vazia, não esperava ser tomada por este sentimento.

-- Vem Haidê, o helicóptero está chegando, Ulisses e os outros estão lá embaixo apagando o fogo para descermos. – McNamara a chamou, esperando que despertasse daquele transe. Ele estendeu a mão para loira, ajudando-a a se levantar.

-- Querida, vamos... – Lívia a chamou, ela se levantou ainda no automático. O helicóptero pousou no imenso espaço no teto do prédio, o ruivo ajudou Lívia a se acomodar, já que a amiga ainda estava em seu próprio transe.  – Haidê, vem comigo. – a morena a olhou e só então falou alguma coisa.

-- Estarei logo em casa... – olhou ao redor. – Preciso arrumar as coisas com Ulisses.

-- Por favor, vamos agora... – colocou a mão sobre a barriga. – Nós precisamos de você. – a morena sorriu e se abaixou para beijar sua barriga.

-- Logo estarei lá só para vocês.

Estavam conversando, não viram Ulisses se aproximar com mais dois amigos, olhavam tudo ao redor.

-- Ei Aqueu, o estrago foi grande desta vez. – brincou olhando ao redor. Ulisses se aproximou do corpo de Jeanine que ainda gemia baixinho, ele retirou a arma do coldre e atirou na cabeça da ruiva. Todos olharam assustados, mas ele apenas deu de ombros.

-- Highlander se mata atacando a cabeça.

-- Com uma espada e não com uma automática. – Maurice completou brincando. Lívia olhava tudo horrorizada, Haidê percebeu.

-- Não ligue para isso. –  acalmou acariciando sua barriga, Lívia a olhou com pesar.

-- Não precisa mais disso, vamos embora. – McNamara ouvia tudo com um sentimento de compaixão. Há anos acompanhava a história de vingança dos irmãos Aqueu e os assassinos de sua família, sabia de como eles sofreram, principalmente Haidê com a perda da mãe, seu irmão caçula, pai e seu filho. Ulisses sempre foi mais frio, não lamentava a ausência do seu pai, por quem nutria uma adoração incomum. Havia uma cumplicidade entre os dois irmãos, mas o agente parecia, muitas vezes, beneficiar-se dos esforços e destrezas da irmã para alcançar seu objetivo, como naquele momento em que ela transparecia todo o sentimento de vazio, ele agia como se aquilo fosse algo banal, sem qualquer tipo de empatia, mesmo eliminando os algozes do seu pai.

-- Eu preciso terminar as coisas por aqui. – acomodou-se para colocar o cinto de segurança na loira.

-- Aqueu, o resto será resolvido da mesma forma de sempre, vá com Lívia e descanse. – McNamara aconselhou enquanto passava o cinto pela maca rígida que Marco estava. – Eles parecem se divertir sem precisar de mais ajuda.

-- Isso também não é para você, nossa vida agora é outra. – o copiloto desceu para conversar com Ulisses, Maurice e Jeremiah, enquanto Haidê, McNamara e o piloto permaneciam dentro do helicóptero, não perceberam aproximação de alguns homens, entre eles Jacques que entrou na aeronave e apontou a arma para o piloto.

-- Vamos embora daqui. – exigiu sorrindo e deu espaço para que outro homem entrasse e apontasse uma arma na cabeça de Lívia. Ouviu-se uma nova onda de tiros e gritos entre os outros que ficaram no lado de fora. O piloto colocou a aeronave no ar, Haidê permanecia imóvel olhando para o homem que apontava a arma para sua esposa. Precisava pensar em algo, viu McNamara olhar em direção a porta, ainda aberta e entendeu o recado. A morena segurou a mão homem, apontando-a para fora, ele reagiu golpeando-a na barriga, os dois entraram em uma briga pela disputa da arma, ouviu-se um disparo, os dois se olhavam, Jacques se virou para impedir que acontecesse o pior com Haidê, mas foi surpreendido com outro disparo. Lívia não sabia de quem era o sangue, ela tentou se soltar para ajudar a morena, mas seu cinto ficou preso na maca rígida. – Haidê, meu amor, você está bem? – olharam para a mão sobre a barriga, ela revelou a lesão feita pela bala e, empurrou o homem da aeronave, fazendo-o cair em queda livre. Jacques ainda segurava a arma, mas não apontava mais para o piloto, ele colocou na cintura e puxou a morena para si. Aproveitando-se da distração, o piloto bateu um ferro, fazendo desequilibrar e cair, só não esperava que ele puxasse Haidê junto, ele não só a puxou como atirou contra a aeronave. Lívia estava desesperada tentando se soltar, seu cinto estava preso por conta da maca rígida que havia sido empurrada pelo homem quando entrou, ao ver a esposa cair, entrou em pânico.

-- NÂO!!!! Haidê!!!! – gritava desesperada, McNamara a segurou para que não pulasse também. – Volta, precisamos pegar Haidê.

-- Não posso, ele nos acertou, precisamos voltar rápido ou corremos o risco de cair também.

-- Isso não importa, eu só quero minha esposa. – Lívia repetiu várias vezes enquanto chorava.

-- Cara, aquela mulher me salvou várias vezes, ela é a pessoa mais humana que conheço... – McNamara tentava falar, mas estava nervoso. – Precisamos voltar e ajudá-la.

-- Vou pedir para que outra aeronave volte e percorra a região, com sorte ela caiu no rio.

-- Haidê... – Lívia permanecia chorando enquanto tentava se soltar.

Fim do capítulo

Notas finais:

Boa noite garotas!

Penúltimo capítulo, aguardem para o final tão prometido. Espero que gostem e responderei a todas durante a semana. Beijos e bom feriado!


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Comentários para 43 - Capitulo 43:
cristiany
cristiany

Em: 29/03/2024

Cadê o último capítulo??????

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KarineGont
KarineGont

Em: 13/10/2022

Fico feliz que tenha voltado!!

Ansiosa pelo final

Abraços 

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patty-321
patty-321

Em: 12/10/2022

Caraca. Que adrenalina. Uau.

Responder

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Mille
Mille

Em: 12/10/2022

Olá Rafa

Mim sentindo num filme é muita emoção.

E agora Haide espero que esteja bem.

Bjus e até o próximo capítulo 

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