Whitout me por Kivia-ass
Me tire daqui!
POV NARRADOR
Theo e Catarina não conseguiam controlar a agitação que sentiam, o coração de ambas batiam descompassados. Theodora acenou com a cabeça e pegou Cat pela mão a levando para uma área mais afastada. Catarina tentava se manter o mais fria possível, mas Theo não cooperava, pois a todo momento tentava segurar na mão da mais alta e saber como foi o dia da mineira.
-Vamos sentar aqui? – Era o local marcado, onde Theodora marcou com Luiza. – Você está tão linda!
Cat sorriu e Theo avançou sobre os seus lábios, Catarina sentiu o coração disparar, pois provavelmente aquele seria o último beijo trocado pelas duas garotas. Já Theodora só queria sentir aquele beijo pelo resto da vida, a mais nova estava completamente entregue.
-Theo? – Catarina interrompeu o beijo e Theo ficou sem entender. – Eu preciso falar enquanto estou com coragem. Eu pensei muito antes de tomar essa decisão, eu gosto muito de você, muito mesmo.
-Eu também gosto de você. – Theo deu um sorriso sincero. – Na verdade eu amo você, eu nunca me senti assim, você conseguiu me fazer ficar no Brasil, coisa que eu nem cogitaria há um tempo atrás.
-O que? Como assim? – Cat se afastou um pouco.
-Meu pai veio pra me levar pra Londres, mas eu não vou mais. – Theo respondeu animada. – Vou ficar por nós.
-Theodora, você não pode fazer isso. – Catarina levantou com as mãos no cabelo. – Isso é loucura!
-Cat, eu amo você. – Theodora fez um carinho no rosto da mais alta. – Eu não me importo em aturar a faculdade, aturar minha mãe, se você estiver comigo.
Catarina deixou as lágrimas rolarem, estava tudo muito confuso, mas as palavras de Malvina martelavam sua mente, a mulher jamais deixaria a filha se envolver com Cat, seria o fim de uma carreira que nem ao menos se iniciou. Catarina puxou o ar dos pulmões e decidiu o que era melhor a fazer.
-Eu não amo você. – Aquelas palavras saíram sem vontade, não era verdade, Catarina a amava, mas não podia arriscar tanto assim.
Theodora sentiu que todo o ar do planeta havia acabado, ela não conseguia sentir o oxigênio em seus pulmões, aquelas palavras foram mais cortantes que navalha.
-Nós duas não podemos ficar juntas. – Catarina nem ao menos conseguia encarar Theodora. – Isso tudo foi um erro.
Theo não conseguia raciocinar direito, as palavras de Catarina não faziam sentido pra ela, ela tentava respirar, mas o ar continuava pesado. Luiza que estava alheia a tudo o que acontecia se aproximou como o combinado. A cantora chegou com o violão e percebeu que a amiga não estava bem.
-Theo? – Ela colocou as mãos nas costas da amiga fazendo Catarina olhar pra Theodora. – Theo, respira, puxa pelo nariz e solta pela boca.
Luiza sempre soube das crises de ansiedade da amiga e sabia o quão perigoso poderia ser.
-O que está acontecendo? – Catarina perguntou preocupada.
-Ela está tendo uma crise. – Luiza sentou Theodora em uma cadeira que estava por ali. – O que aconteceu pra ela ficar assim?
-Me tira daqui, Luiza. – Theo falou com dificuldade, sentindo lágrimas grossas rolaram pelo seu rosto.
-O que você fez Catarina? – Luiza foi pra cima da mais alta e Enzo chegou na hora, com vários balões de coração, como o combinado.
-O que é isso? – Catarina também estava sem entender, como Luiza e Enzo sabiam onde elas estavam.
-Ela ia pedir você em namoro. – Enzo respondeu se abaixando na altura da amiga que só sabia chorar.
-O que? – Catarina estava sem acreditar. – Theo?
-Você já deixou claro pra mim Catarina. – Theo levantou e secou os olhos com as costas das mãos. – Não precisa falar mais nada.
POV CATARINA
Eu nunca pensei que era possível sofrer tanto assim, eu só sabia chorar. As lembranças do olhar de decepção de Theodora não sai da minha cabeça, eu a magoei e fiz isso por ser fraca demais. Passei o fim de semana inteiro deitada, Laura soube do ocorrido e me ligou bastante irritada, ela disse que eu fui cruel e que não merecia Theodora, acabamos nos desentendendo e agora estava aqui sofrendo sozinha.
-Filha, já estou indo. – Minha mãe também não ficou feliz com a minha decisão, mas tentava me respeitar. – Você vai?
-Preciso ir. – Me levantei e sentei na cama. – Te vejo por lá.
Fui pro banheiro e novamentte as lágrimas rolavam, eu me sentia uma idiota, eu não merecia ela mesmo.
Me arrumei rapidamente, hoje eu teria que sair de casa mais cedo, já que Laura não me daria carona, não julgo minha amiga, mas ela também precisa entender o meu lado. Depois um longo caminho cheguei na faculdade, pro meu azar dei de cara com Bianca e Mari que me olharam com um olhar de julgamento, todo mundo que estava na festa ficou sabendo do ocorrido com Theodora, e eu estava me sentindo o pior ser humano da terra.
Fui pra minha sala com os pensamentos a mil, fiz minhas escolhas e agora preciso aceitar as consequências. A aula se arrastava e nem mesmo Eduardo veio hoje pra me fazer companhia. Ainda tinha um conflito interno, não sei se eu devia ir ao ateliê, não sabia se Theodora contou algo à mãe dela, eu iria descobrir só quando eu chegasse lá. No intervalo sai pra comprar um café, minha cabeça estava doendo de tanto pensar, queria muito saber se Theodora estava bem, mas eu sou covarde.
Entrei na lanchonete que tinha em frente a faculdade e meus olhos se prenderam na banca de revista do outro lado da rua. A foto de Theodora na primeira página da revista LOOK, meu coração bateu acelerado, atravessei a rua e segurei a revista nas mãos.
-Ela ficou linda! – A voz de Laura me chamou atenção. – E ainda mais lindo foi o motivo pelo qual ela tirou essas fotos. Ela fez uma troca, aceitou ser fotografada, só pra mãe dela não dispensar a pessoa que gostava.
-Laura... – Tentei argumentar, eu não sabia daquela informação.
-Você foi covarde Catarina, perdeu alguém que sempre esteve ao seu lado, por besteira. – Laura tinha rancor na voz. – Mas eu não vou mais bater nessa tecla, você fez suas escolhas.
Ela saiu e me deixou ali pior do que antes, eu magoei Theodora e não mereço ela, nunca mereci.
Não voltei pra faculdade, precisava pensar um pouco, e aquele lugar só me fazia lembrar ainda mais de Theodora. Me sentei na pracinha que tinha ali e comecei a pensar na vida.
-Cat? posso me sentar? – A voz de Rafael me tirou da inércia. – Tá tudo bem? Estava passando por aqui e vi você ai, sozinha.
-Oi . –Respondi sem encará-lo, e limpei meu olho com a manga da blusa. – Vai ficar.
-Eu sei que nós terminamos, mas pode desabafar comigo. – Ele colocou a mão sobre meu ombro.
-Acho que eu não quero falar sobre isso. – Suspirei fundo e ouvi meu telefone tocar.
Malvina ligação on:
-Catarina, preciso de você em meu ateliê agora. – A voz de Malvina arrepiou todos os meus fios de cabelo. – Você tem vinte minutos pra estar aqui.
Ela nem ao menos me deixou responder, meu coração faltou sair pela boca, e agora eu estava ali sofrendo pensando qual o motivo dela me querer no ateliê. Eu magoei a filha dela e se ela souber disso, certeza que eu já posso ir procurar outro emprego. Me levantei e criei coragem pra encarar Malvina.
-Rafael, você está de carro? – Ele me olhava atento.
-Estou sim, linda. – Ele respondeu ficando de pé.
-Me dá uma carona? – Ele acenou com a cabeça e fomos até o carro dele.
Em menos de quinze minutos Rafael chegou ao ateliê, agradeci e ele se prontificou a me buscar e me convidou pra darmos uma volta mais tarde, eu recusei, não estava com cabeça, ele pareceu entender e me pediu que eu ligasse pra ele caso eu precisasse. Ele saiu e eu respirei umas três vezes antes de entrar no ateliê.
-Até que enfim. – Malvina disse assim que me viu. – Venha até minha sala.
Entrei na sala de Malvina e não fazia ideia do que aconteceria.
-Precisamos conversar. – Ela apontou a cadeira em minha frente. – Vou ser breve, e direta. Quanto valem os seus desenhos?
-O que? Como assim? – Perguntei sem entender.
-Eu achei seu portfolio na sala de Rogerio. – Ela me olhava nos olhos. – Quero comprá-los, vi potencial, e vi uma luz, posso sair dessa lama se eu lançar os seus desenhos.
-Malvina eu não sei o que dizer. – Eu não esperava por isso. – Eu não sei quanto valem.
-Ok, vou te dar um tempo pra pensar. – Ela se levantou. – Mas pense logo, não posso ficar esperando, minha vida tá um caos, e eu preciso focar no meu trabalho.
O telefone de Malvina tocou, mas ela recusou a chamada revirando os olhos.
-Catarina, eu sei que você é inteligente.
-Eu vou pensar na proposta. – Respondi ficando de pé também.
-Você tem até amanhã. – Ela pegou o celular discando algum número. – Alô, Gael? Já disse que vamos conversar quando eu chegar, Theodora tem que parar de ser impulsiva. A filha é minha Gael. Não vou discutir mais, me espere em minha casa.
Eu ouvia tudo com atenção, só de ouvir o nome de Theo meu corpo reagiu, eu estava curiosa pra saber o que aconteceu.
-Theodora, vai me deixar doida. – Malvina deixou o celular na mesa. – Eu não entendo como ela muda de ideia, tão rápido.-- Pense no assunto Catarina.
Malvina pegou sua bolsa e saiu da sala, não esperava por isso, não faço ideia de quanto meus desenhos valem, por um lado eu estava feliz, mas será que valia a pena ser feliz sem Theodora?
Fim do capítulo
Eita Catarina
Comentar este capítulo:
Lea
Em: 11/10/2022
Kivia você tem o dom de me fazer odiar tanto um personagem que,quando eles fazem as coisas "certas" , já não consigo ter nenhuma empatia por eles. Catarina com certeza está sendo uma delas.
Como já previa,a Catarina partiu o coração da Theodora em mil pedacinhos.
É isso aí Catarina,vai crescer na sua carreira, porém com o coração vázio!
*
Kivia "quebra"nossos corações para sofrer sem dor e sem piedade !
Resposta do autor:
Me desculpe
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Marta Andrade dos Santos
Em: 11/10/2022
Misericórdia mulher acorda pra Jesus já que tu botou a Theo pra correr segue tua vida.
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