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Mar, areia e cinzas por Carol Rutz

Ver comentários: 2

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Palavras: 2281
Acessos: 621   |  Postado em: 26/06/2022

Prólogo

 

“A lua foi ao cinema,
passava um filme engraçado,
a história de uma estrela
que não tinha namorado.

(...)
A lua ficou tão triste
com aquela história de amor,
que até hoje a lua insiste:
- Amanheça, por favor!

Paulo Leminski

 

Prólogo

 

O sol se punha e irradiava seu último brilho alaranjado sobre a areia de Newport Beach. Completamente sozinha, uma garota segurava uma caixa e encarava as ondas com olhar perdido. Seu nome era Susan Frears. Sua face estava tomada de lágrimas e suas mãos apertavam a caixa com força, como se tivessem medo de deixá-la cair.

A garota se levantou, não com decisão, mas demonstrando que precisava de muita coragem para o que faria a seguir. Ela secou mais algumas grossas lágrimas e andou a passos lentos rumo ao mar. Aquela praia era o seu lugar especial.

Com a água pela cintura, Susan abriu a caixa e ergueu-a diante dos olhos. O vento espalhou cinzas a sua volta. Foi então que se pôde ver que era uma urna crematória e aquilo era um adeus.

A garota avançou pelo mar, de modo que dois metros adiante, as ondas já lhe alcançavam o queixo e misturavam o que restara de um corpo às águas que banhavam a Califórnia. Fora um pedido de seu amor, um desejo que Susan cumpria mesmo que lhe arrancasse o coração do peito. Não teria um túmulo para visitar Josie Duschamps, mas teria o oceano diante do qual se conheceram para abrigar todas as suas maravilhosas recordações e uma infinita saudade ainda maior que o Pacífico.

O sol mergulhou definitivamente no mar. Uma noite quente se erguia ao norte quando Susan deixou as águas, marcando seus passos afundados na areia e abandonando as cinzas atrás de si. Seu coração acabara de dizer o último ‘até logo’, incerto sobre quando seria o reencontro, incerto, inclusive, se haveria um reencontro, em outra vida.

– CORTA! – ouviu-se uma grossa voz masculina através do megafone e tudo mudou.

“Susan” foi abordada por duas pessoas com uma toalha e um suco natural. Havia câmeras por todos os lados, quilômetros de cabos, trilhos, holofotes, refletores, gente correndo de um ponto a outro na praia, falando-se por rádios portáteis. A garota que entrara e saíra do mar não era realmente Susan Frears, mas uma atriz novata chamada Anne Thompson.

Nos bastidores da filmagem se encontrava a verdadeira Susan, já mais velha. Naquele dia ela escolheu assistir ao trabalho árduo da equipe ao lado da estrela da produção, Kirsten Howard, que fazia o papel da outra protagonista daquela história baseada em fatos reais.   

– Kirsten, você está bem? – perguntou Susan.

Mesmo sem participar daquela cena, Kirsten estava exageradamente afetada pela gravação. Àquela altura das filmagens sua personagem já havia falecido, mas a atriz ainda trazia as marcas do processo: não tinha cabelos, a pele perdera toda a cor e seu corpo estava tão magro e fraco que ela mal conseguia andar. Tudo isso para retratar Josie Duschamps, ex-mulher de Susan, vítima de câncer.

– Kirsten? – Susan insistiu, preocupada.

A atriz fez um gesto qualquer, mas não conseguiu responder. Lágrimas tomavam seu rosto numa abundância descontrolada.

Quando assumia uma personagem, Kirsten se entregava de corpo e alma. Aquele roteiro tinha sugado todas as suas energias, e ela sofria a infelicidade de Susan e Josie na própria carne. Tinha vibrado com o romance como quem se apaixona pela primeira vez, tinha gravado todas as suas cenas com uma verdade que transcendia a interpretação, e por isso se sentia morrer, como tinha morrido a verdadeira Josie... Arrancada de repente dos braços da vida mesmo depois de lutar, espernear, resistir e suplicar que um milagre lhe concedesse estar com Susan nem que fosse por cinco segundos a mais.

O choro finalmente lhe escapou em soluços audíveis e Kirsten caiu de joelhos na areia, cobrindo o rosto com as mãos frágeis e geladas. Assistir sua colega Anne recriando a última despedida fez Kirsten lembrar que um dia, anos atrás, as cinzas da verdadeira Josie tinham sido misturadas àquelas mesmas ondas. Então, fosse pela profusão de lágrimas ou pelos sons do mar, Kirsten experimentou a terrível sensação de quem se funde em líquido, e como afogada, buscava desesperadamente voltar a respirar...

 

 ***

O travesseiro desabou da cama, seguido das cobertas. Kirsten pregou os olhos recém abertos no teto branco de seu quarto, aguardando que seu corpo parasse de suar. Sua face trazia uma expressão de desconforto que revelava a angústia pela qual fora despertada: um pesadelo.

Na realidade, era uma lembrança, que acabava sempre fazendo Kirsten acordar em pânico.  

Ela estava definitivamente esgotada naquele dia, mentalmente exausta, e só se levantou depois de consultar o relógio na cabeceira. Sete e meia da noite. Ainda estava sozinha em casa e por isso não se apressou; vestiu o roupão e abriu as torneiras da banheira, embora a de água fria fosse mais tímida.

Kirsten desceu dois lances de escada e apanhou na cozinha uma garrafa, um saca-rolha e uma taça. Demorou-se escolhendo os sais e óleos que temperariam seu banho. Ela pretendia ficar horas imersa. Apagou todas as luzes antes de se despir, colocou os fones de ouvido, abriu o vinho, serviu uma taça generosa – que pousou ao lado da banheira entre duas velas aromáticas –, fechou os olhos e permitiu que apenas a música lenta que ouvia conduzisse seus devaneios.

Ela apanhou mais vinho depois de ensaboar todo o seu corpo, e notou que a primeira taça já começava a fazer efeito, ajudando-a a relaxar. Então se afundou um pouco mais, procurando uma posição confortável. Finalmente cortou o fluxo de água e deixou apenas sua face acima da espuma, fechando os olhos mais uma vez, depois de um longo gole, perdendo qualquer noção de tempo ou realidade...  

Mais tarde, a luz acendida em seu quarto a despertou do transe. Ela baixou a música, podendo ouvir os ruídos que vinham do cômodo.  Kirsten notou sua pele enrugada na ponta dos dedos e esticou o braço para alcançar o vinho. Quando voltou seu olhar para a porta, Kirsten já não estava mais sozinha.

A atriz tentou sorrir, mas alguma coisa a impediu, então ela preferiu fingir que não tinha notado a companhia e encarou o mármore negro da parede a sua frente. Pelo canto dos olhos Kirsten viu um roupão idêntico ao seu ir ao chão, e, logo depois, passos lentos e muito bem planejados tomaram a sua direção.

– Que maldade, você só trouxe uma taça...

– Pode usar a minha – disse Kirsten. – Eu já passei da conta, por hoje.

– Talvez eu faça isso – disse a outra, entrando na banheira com um sorriso cheio de intenções. – Ou talvez eu deixe o vinho para depois do jantar...

Kirsten virou o rosto e mordeu o lábio inferior, incomodada.

– Então ainda não jantou – pontuou a conclusão.

– Não... – a outra correu suas mãos pelas pernas submersas de Kirsten e foi subindo devagar, enquanto o resto de seu corpo se colocava sobre o dela. – Mas belisquei umas coisinhas no camarim.

Com a desculpa de se livrar dos fones de ouvido, Kirsten recusou os lábios da outra.

– Hei... Cheguei tão tarde que você já começou sozinha? Sobrou um pouco pra mim? – pediu, com a voz rouca.

– Amanda... Eu estou sem clima, desculpe.

– Sem clima? E essa banheira? E o vinho? E essas velas? Acha que não notei que deixou a porta aberta e as luzes apagadas? Eu ainda sei reconhecer os seus sinais...

– É mesmo? – o tom de Kirsten deixou escapar certa mágoa.

– Foi só um atraso, meu bem... Nós acabamos de começar a temporada, você conhece a rotina apertada dessa época...

Amanda também era atriz, mas seu mundo eram os palcos do teatro.

– Eu achei que conhecesse.

– Cadê o seu pingente? – perguntou Amanda, beijando o pescoço dela e sentindo falta do colar.

– Não vi mais motivo para usar, uma vez que você tirou o seu já faz tempo.

– Eu tive uma reação alérgica na pele, você sabe disso – protestou Amanda.

Kirsten fez pouco caso.

Quando decidiram viver juntas, Kirsten e Amanda passaram a usar colares idênticos, que representavam sua aliança mútua.

– Meu bem, não me recuse mais... – pediu Amanda, fazendo um bico com os lábios.

– Fingir que está tudo bem só torna as coisas piores.

– Não estou fingindo, Kirs... – ela beijou Kirsten nos ombros. – Ainda nos damos muito bem na cama... Ou... Aqui... – sorriu.

Amanda tinha razão. O sex* era a única coisa que restara entre elas. O relacionamento dava sinais de desgaste há meses e, nas últimas semanas, elas mal se falavam. Afastavam-se pouco a pouco, sem nem ao menos discutir os motivos.  

Amanda usava o trabalho como válvula de escape, deixando que a rotina agitada do teatro a confortasse pela dor de notar próximo o fim de um grande amor.

Kirsten parecia disposta ao inverso: não se envolvia em projetos e não aparecia em público desde as premiações por seu último filme, deixando crescer rumores de que tinha abandonado a carreira justo quando se encontrava no topo.

– Quero ver um sorriso nesse rostinho – insistiu Amanda, cuidadosa. – Por que não me conta como vai o laboratório de pintura enquanto eu trato de lhe deixar “com clima”?

– Cancelei as aulas – disse Kirsten, depois de um beijo demorado que lhe devolveu um pouco do humor, enquanto suas mãos alcançavam as costas de Amanda e a puxavam delicadamente para perto de si.

– E não me contou!? Achei que gostasse. Adorei o desenho que você deixou na geladeira... – Amanda sorriu. – Você tem talento. Para a pintura e para muitas outras coisas... – ela continuou acariciando o corpo de Kirsten por baixo da espuma, detendo-se nos seios enrijecidos pelo contato.

– Só vinha conseguindo pintar a mesma coisa: mar, areia e cinzas.

– Teve mais um pesadelo? – Amanda perguntou com cautela, beijando o rosto de Kirsten carinhosamente. 

– Tive – admitiu ela, depois de um longo suspiro entristecido, com o qual interrompeu a carícia no derière de Amanda.

– Pensou bem no que Richie, Debby e eu lhe dissemos? Quem sabe se você procurasse ajuda profissional, enfrentaria mais facilmente.

Richard e Debra eram os melhores amigos de Kirsten desde o jardim de infância. Quando ela apresentou Amanda a eles foi também amor à primeira vista. Os quatro passavam muito tempo juntos, incluindo todos os feriados e ocasiões importantes. Eram como uma família, a parte de Kirsten que a tornava forte e que ela tentava a todo custo manter protegida dos tablóides que a perseguiam.  

– Você começa um caso com a promotora da sua peça e eu é que preciso fazer análise? – disparou Kirsten. 

Amanda se calou, chocada. O musical que ela estrelava era produzido por uma das maiores companhias da Broadway, chefiada com talento e mão de ferro por Barbara Evans, de quem Amanda tinha se aproximado muito desde o começo dos ensaios.

 Ela acabou deixando a banheira e apanhou o roupão que ficara largado na saída para o quarto.

– Não vou permitir que o seu mau-humor estrague o resto do meu dia – disse, depois de muito tempo. – Bom banho para você, querida, não vou mais atrapalhar!

Kirsten atirou a taça de vinho no grosso vidro do box e molhou boa parte do banheiro ao socar sucessivas vezes a água onde permanecia imersa.

– Mandy, espera! Volta aqui, eu falei sem pensar!

Tudo o que ela ouviu como resposta foi a porta do quarto batendo violentamente. Kirsten fechou os olhos mais uma vez. Por mais que tentasse, não conseguia imaginar como deixara de ser uma mulher doce e empenhada em fazer jus ao amor de Amanda, para chegar até ali.

Ela também saiu da banheira, secou-se sem pressa e vestiu apenas uma camisola. Ao alcançar o hall ouviu Amanda no primeiro andar, com a televisão ligada. Kirsten parou no meio do caminho, deixou o resto do vinho na cozinha e entrou no seu esconderijo, que chamava de Estúdio, onde guardava tudo que dizia respeito ao seu trabalho.

Quando seus amigos mal tinham idade para pensar em carreira, Kirsten já interpretava. Quando eles começavam a montar o próprio negócio, ela já estava se tornando uma celebridade. Nunca fez faculdade. Não achava que tivesse, realmente, o talento que atribuíam a ela. Mas Kirsten tinha garra, tinha ambição, e não temia dar passos ousados. Por alguma razão o público gostava dela. Então, àquela altura, já não havia mais ninguém em Hollywood que não soubesse o seu nome.

Kirsten trancou a porta e olhou rapidamente os cartazes emoldurados que decoravam a parede, acima do lambri. Como ocorria há algum tempo, ela só conseguiu se deter no mais recente deles: seu último filme, que lhe dera boa parte das estatuetas que preenchiam as prateleiras de mogno, dera-lhe, também, a herança inglória de pesadelos que a tiravam do sério.

Mar, areia e cinzas.

Uma das mais belas cenas da história do cinema se repetia em seus sonhos sem que Kirsten pudesse evitar o choro inconformado, soluçante e sufocador, que interrompia suas noites de sono num tumulto febril.  

Amanda, infelizmente, não tinha mais a mesma paciência do começo, quando as crises haviam surgido. Desde o princípio ela não gostou da ideia de Kirsten interpretar o difícil papel de Josie Duschamps no cinema, mas suportou ser voto vencido, abnegada, como suportava tantas coisas mais. Sua paixão por Kirsten tinha o dom de levar Amanda ao paraíso... Mas a relação conturbada de Kirsten com a própria fama era o capricho que arrastava o amor das duas para o inferno.  

 

Fim do capítulo


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Comentários para 1 - Prólogo:
Jemc0108
Jemc0108

Em: 15/07/2022

É muito bom rereler  (já perdi as contas de quantas vezes li MAC) essa historia maravilhosa.

Uma das minhas favoritas :)

Também sou a favor da repostagem de "Dentro e fora do amor" ><

 

Beijos


Resposta do autor:

Jem, 

E como é bom voltar a postar MAC hahahaha

Olha, gostei da sugestão de reviver DFA junto... Apesar de fazer uns 7 anos que parei nela, ainda lembro bem quais eram os planos (maléficos, lógico... rs)

Beijos!

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barbaramarques
barbaramarques

Em: 26/06/2022

Gente! Besta que as melhores histórias estão voltando! Há tempos que queria reler suas histórias! RS ????

Dentro e Fora do Amor TB será repostada? ????

Eu tenho um mal hábito de sentir saudades de personagens... E as suas são umas das que mais fiquei saudosa. RS sério isso. 

Que bom que estão de volta! Hehehe 

Beijos


Resposta do autor:

Barbara, 

Eu acho o seu dito mau hábito uma coisa maravilhosa, porque indica que você se conecta com as histórias que lê e isso faz com que sinta saudades! 

Eu ainda estava pensando se postava ou não o que tenho de Dentro e Fora do Amor, mas já que você mencionou, olha, grandes chances! Afinal... Por que não?

Mandy e Kiki de volta, lalalalalala HAHAHAHA

Beijos

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