Fique por Leticia Petra
Capitulo 30 - Fim.
4 anos depois.
Particularmente, eu odiava aqueles eventos de negócios da empresa. Era tudo a mesma coisa sempre, os olhares sobre Bernardo e eu, a conversa. Mal podia esperar para chegar em casa e ver o meu filho. A essa hora, Marcelo deveria estar dormindo. Minha mãe não deixou que trouxéssemos ele, pois ela sabia muito bem como era.
As mesmas perguntas invasivas de como foi o processo de adoção.
Ele era tão pequeno, quando chegamos ao abrigo que Oli e os irmãos moraram, foi amor à primeira vista. Ele havia acabado de chegar, chorava muito, os pais haviam o entregado, pois não tinham condições emocionais ou financeiras para cria-lo. Foi uma batalha árdua, até termos sua tutela.
A sociedade ainda nos via com maus olhos.
— Querido? Tudo bem? – Bernardo segurou o meu rosto.
— Só estou cansado, querido. Queria ir pra casa. – Bernardo sorriu.
— Também estou louco pra ir. Vamos avisar a Zoe e saímos de fininho. – Ele é um homem maravilho.
— Vamos logo procurar a Zoe, pois estou louco por um banho e conchinha. – Bernardo sorriu.
Zoe conversava em uma roda com alguns empresários e acionistas.
— Filha, a gente já vai pra casa. – Ela se afastou da roda.
— Aconteceu alguma coisa? – Os seus olhos analíticos nos inspecionavam.
— Só estamos cansados e loucos pra ficar com o seu irmão. – O seu rosto relaxou instantaneamente.
Zoe amava o Marcelo.
— Diz pra ele que amanhã passarei lá pra brincarmos um pouco. Vai, Caio, eu cuido de tudo por aqui. O João também já foi, a Iris estava enjoada...
— Obrigada, querida. Vê se toma cuidado na volta. – A abracei.
Olivia não estava com ela, pois há 8 meses, as duas e as crianças se mudaram para o sítio. Segundo o que Bernardo me contou, ela iria deixar a empresa e se dedicar totalmente a família.
Bernardo já havia feito o mesmo.
— Vocês também, tomem muito cuidado...
— Até amanhã, filha. – Bernardo lhe deu um abraço.
A Nossa relação era maravilhosa, a minha enteada é uma pessoa de grande coração.
— Graças a Deus. – Afrouxei a gravata.
— Você trabalha há tanto tempo na empresa e ainda não se acostumou. – Meu marido riu de mim.
— Nunca irei, as pessoas ainda me olham como se eu tivesse te dado o golpe da barriga.
Bernardo gargalhou, me fazendo rir.
Desde que terminei a faculdade, lutava para ter o meu lugar e posso dizer, não foi nada fácil. As pessoas me viam como um aproveitador e ainda era assim até os dias de hoje. O meu pai cortou todos os laços comigo e com a minha mãe. Doeu por um tempo, mas agora virou um grande tanto faz.
— Ainda bem que já chegaram. Estava preocupada com vocês. – Fui até a minha mãe, a abraçando.
— Onde está o Marcelo? – Bernardo perguntou, dando um beijo na testa da minha mãe.
Os dois se davam muito bem.
— Ele dormiu cedo, estava cansado de todas as atividades do dia. – Era tão bom estar em casa.
Subimos, tomamos um banho e fomos até o quarto de Marcelo, o seu nome foi escolhido em forma de homenagem a mãe de Zoe. Na época, a minha enteada ficou muito mexida e até mesmo chorou de emoção.
— Papai te ama com todo o coração, meu menino. – Beijei a sua testa.
— Ele é bonitão, não é? – Bernardo se tornava incrivelmente bobão perto do pequeno. — Boa noite, filho.
Deixamos o cômodo, indo para o nosso quarto. Não demorou nada para pegarmos no sono. Acordei no dia seguinte muito cedo, pois precisava levar o Marcelo para a escola e teria de ir trabalhar.
— Papai, olha. – Ele me mostrou um desenho que havia feito.
Peguei o papel e ri.
— Quem é essa gritando?
— É a tia Violeta. — Não controlei o riso.
Marcelo riu.
— Ficou parecido filho, mas não mostra isso pra ela...
— Tá, papai... – Ri baixinho outra vez.
Iris se tornou uma amiga e como consequência, Violeta também. Quando se juntavam com Duda e Oli, as coisas saiam totalmente do controle e era muito divertido. Havia tantas recordações.
O deixei na escola e fui para a empresa, pois teria algumas reuniões com os acionistas. Encontrei Duda no corredor, que me acompanhou até o RH. Ela praticamente se jogou na cadeira.
— Você não parece bem. – Entramos na pequena sala, ainda não havia ninguém.
— Assinei ontem o divórcio. – Duda tirou o blazer. — Foi muito difícil, Caio. Cinco meses nesse processo e eu achei que lidaria melhor com a parte de assinar os papeis, mas nem de longe foi assim.
— Eu sinto muito... – Duda me encarou.
— A gente se amou tanto, não sei em que momento aquele sentimento se tornou amizade. – Ela passou a mão sobre a cabeça. — Vamos trabalhar? Quero manter a minha cabeça ocupada.
E assim fizemos, até a hora do almoço e depois de falar com o meu filho e marido, liguei para a minha agro girl. Ela estava no meio do mato, como sempre, acompanhada dos meus afilhados.
— A minha esposa, já viu ela hoje? – Oli perguntou. Ao fundo, escutei a voz de Miguel.
— Ainda não, mas a vi no evento de ontem. Você deve tá morrendo de carência, né? Pensei que esse fogo de vocês ia dar uma baixada, mas pelo visto.
Oli gargalhou.
— O que posso fazer? A minha mulher é gostosa demais. A Duda tá por perto?
— Tá parecendo um zumbi. – Ela suspirou.
— Queria poder estar aí com ela. Me sinto uma péssima irmã...
— Vamos nos reunir esse fim de semana, nos espere aí. Vou levar a moribunda pra esfriar a cabeça. – Duda me mostrou o dedo do meio.
— Eu agradeço muito, Caio... estou morrendo de saudades. Traz o meu cunhado, preciso apertar aquelas bochechas gordinhas.
— Ele também tá com saudades, quer montar na Zoe. Só vive falando disso...
— A Ana tá te mandando um beijo...
— Manda outro pra essa linda e diz que estou levando um tênis novo. – Oli deu o recardo e eu só pude ouvir um gritinho de alegria de Ana.
Continuamos a conversar por um tempo, até que chegou a hora de voltar ao trabalho. A minha vida tomou um rumo que eu não esperava, mas posso dizer sem sombra de dúvidas, eu amava cada parte dela. Agradecia aos céus por isso.
Sei que alguém lá de cima zelava por mim.
Havia tanto brinquedo espalhado pela casa, parecia até que um furacão passou pelo apartamento e esse furacão tem nome e pouco mais que 1 metro de altura. Se a Iris estivesse aqui, estaria com os hormônios a flor da pele.
— Laura? Precisamos ir, filha. A sua mãe tá esperando a gente na casa da vovó.
— Já vou, papi... – Coloquei tudo dentro do enorme cesto.
— Não demora, filha. – Finalmente, pude sentar um pouco.
O meu telefone começou a tocar, mas não consegui ver onde ele estava, procurei em toda a sala e quando me aproximei do cesto, o barulho vinha de lá. Tirei todos os brinquedos outra vez, achando o meu celular dentro uma bolsa cheia de glitter.
— Laura... – Aspirei o ar com calma. — Oi, zoe.
— João, a Iris entrou em trabalho de parto, venha imediatamente pro hospital. – Arregalei os olhos.
— Oh, Jesus... vou levar as coisas.
— Estou indo com ela na ambulância, não demora. – Corri pelo apartamento.
— Laura... vamos. Querida, os maninhos vão nascer.
Sai esbarrando nas coisas, peguei as bolsas que estavam prontas há um mês, caso houvesse alguma emergência. Sai às pressas, coloquei a minha filha na cadeirinha e de imediato, deixei o edifício.
Ria de nervoso.
— Papai, os maninhos... vou segurar eles? – Olhei pelo retrovisor.
— Vai sim, minha filha. Oh, não tá vendo que não tem espaço? Tira a sua lata velha daí, seu palhaço! – O motorista do outro carro fez um gesto obsceno. – Seu filho da...
“Puta.”
A agonia me tomou, olhei para o relógio, mandei uma mensagem para os meus pais, os avisando do nascimento dos gêmeos. Logo a frente, havia ocorrido um acidente e por esse motivo, o trânsito estava lento.
— Zoe? Zoe, eu tô preso no trânsito. Cadê a Iris? A mãe dela está com ela?
— Ela já foi levada para a sala de cirurgia, será feita uma cesariana. Ela não tem dilatação o suficiente.
— Deus...
— Se acalme e desliga o celular, presta a atenção no trânsito. Não se preocupe, eu estou aqui...
— Ok... obrigada, Zoe.
Encerrei a chamada, vi uma brecha e me enfiei nela, ouvindo vários xingamentos e buzinas. Quase 50 minutos depois, chegamos ao hospital. Na recepção, Zoe me esperava.
— Sua sogra entrou com ela. Joao, pelo amor de Deus, não desmaia. Me dê a Laurinha. Oi, meu amor...
— Oi, madinha... – Laura foi para o colo da madrinha. — Quero ver os maninhos.
— Logo você poderá vê-los, meu amor. João, senta...
— Eu não consigo, Zoe. Eu deveria estar com ela.
— Não, você lembra perfeitamente como foi quando a Laurinha nasceu?
Sim, eu me recordava totalmente do papelão que fiz. Acordei com um monte de enfermeiras me olhando e rindo, depois que desmaiei e cai igual um idiota na frente de todos.
— Eu estava emocionado.
Zoe me olhava com um sorriso debochado.
— Você estava com ela? – Franzi o cenho.
— Ela havia me pedido pra ir busca-la, porque aparentemente, você estava muito atrasado. – Dei um tapa na minha própria testa.
— Brinquei a tarde toda com a Laura e acabei cochilando. – Pressionei o meu pescoço.
Sentei, tentando relaxar.
— Quando você volta pro sitio? – Laura brincava com o cabelo da madrinha.
— Iria voltar amanhã, mas como os meus afilhados vieram antes, vou apenas no sábado. – Ela me encarou.
— Deve tá morrendo de saudades dos teus filhos e esposa. – Ela sorriu.
— Estou, com muita saudade. Em breve, vou poder ficar no sitio em definitivo.
— Não acredito que fará mesmo o que me disse, mas entendo, no seu lugar, eu faria o mesmo.
— João, eles nasceram... eles são lindos. – Dona Samantha me abraçou, chorando muito.
— Podemos vê-los? – Perguntei. — A Iris, onde ela está?
— Ela tá se recuperando da cesariana no quarto, os meninos foram pro berçário... vamos até lá.
Ela saiu me puxando, até ala da pediatria, onde havia uma sala com os bebes recém nascidos.
— São aqueles...
Não contive o choro, me agarrei a minha sogra, totalmente emocionado. Fiquei por vários minutos ali, desejando pega-los nos braços. Deixei o berçário e fui para a sala onde a minha esposa estava.
— Oi, meu amor...
Iris abriu um grande sorriso ao me ver entrando com a nossa menina.
— Oi, meu amor... venham aqui.
— Mamãe... eu vi os maninhos. Eles são esquisitos. – Laura nos fez rir do comentário.
— É porque eles ainda são pequenos, filha, mas logo vai mudar. – Ela me encarou. — Como você tá, meu amor?
— Eu estou muito feliz... – Beijei os seus lábios com delicadeza. — Muito feliz, meu amor...
Iris segurou a minha mão.
Levei sua mão aos meus lábios, beijando com carinho o dorso. Eu me sentia no paraíso, não havia uma outra definição. Deus foi tão generoso comigo, me deu uma família, um grande amor.
— Eu te amo... amo nossos filhos. Obrigada por tanto...
— Obrigada a você, amor. Sou uma mulher muito feliz...
— Olha quem veio dizer oi... – Duas enfermeiras entraram com os nossos meninos.
— Esses lindos aqui já tem um nome? – A outra enfermeira perguntou.
Peguei um no colo, enquanto o outro foi colocado nos braços de Iris. Eu chorei, chorei igual a uma criança, assim como a Zoe, a minha sogra e a minha esposa.
— Já escolhemos sim, se chamarão Heitor e Alexandre. – Olhamos para Zoe, que ergueu a sobrancelha.
— Alexandre? – Ela perguntou, confusa.
—Em homenagem a você, Zoe. – Iris falou.
Zoe abriu um grande sorriso.
— Vão me fazer chorar de novo...
— Chegamos pra ver os nossos sobrinhos. – Violeta entrou, seguida por Valentin.
Achei que os meus pais viriam somente no dia seguinte, mas chegaram as oito da noite, o meu irmão chegou logo depois. Eles conheceram Heitor e Alexandre, se derretiam pelos netos e eu apenas observava.
— Parabéns, irmão. – Carlos me abraçou. — Tô muito feliz por você.
— Obrigada, irmão. – A gente virou irmãos de verdade.
— Vem cá... – Zoe me puxou para um abraço. — Você merece isso e muito mais. Tenho muito orgulho de você.
Nos encaramos, sorrindo e rindo, pois a felicidade era contagiante. Zoe se tornou uma amiga inigualável. Eu não cansaria de agradecer, nem sempre fui merecedor de tanto, mas hoje sei que me tornei um homem de verdade. Rodeando por pessoas maravilhosas.
“Obrigada, meu Deus.”
Em breve, deixaria o meu cargo no RH da Cavalcante e poderia me dedicar totalmente ao negócio que os meus irmãos e eu abrimos há 2 anos. Uma loja de matérias esportivos, o lugar ainda era alugado, mas em breve, teríamos o nosso próprio espaço. Investimos todas as nossas economias e estava dando super certo. Isso nos daria um pouco mais de tempo com a família.
Há um tempo, resolvi deixar as magoas no passado e dar uma chance real para a relação com o meu pai e foi uma das melhores coisas que já fiz. O meu pai se tornou um homem maravilhoso e um avô sem igual.
1 mês se passou desde que Patrícia e eu assinamos o divórcio e 6 meses que estávamos separadas. Ainda doía, ainda me perguntava em que momento o nosso relacionamento esfriou.
Aspirei o ar com calma.
“Isso de amor não é mesmo pra mim. Virarei a louca dos gatos.”
— Ah, eu não sabia que ainda tinha alguém na sala. – Fiquei de pé.
Olhei para a figura alta, de traços delicados. Os fios castanhos estavam mais curtos.
— Eu já estou terminando. Estava apenas engavetando alguns documentos. – Marina me encarava.
— Soube que vai deixar a empresa em breve. – Esse estava sendo o nosso maior dialogo em 5 anos.
— Chegou a hora de ser a minha própria chefe. – Sorri.
— Vou sentir a sua falta pelos corredores.
Foi um processo difícil esquecer a Marina, aceitar que a gente jamais seria uma da outra e rejeita-la há alguns anos foi uma das coisas mais duras que fiz, porém foi preciso. Eu estava completamente apaixonada por Patrícia, foi o certo a se fazer, mesmo que tenha sido doloroso. Aceitei que o amor que sentia por ela jamais poderia ser vivido.
— Bem, eu vou indo. – Ela iria se mover.
— Marina?
— Oi?
— Eu não te odeio, só queria que soubesse disso. – Ela sorriu, me causando uma pequena vertigem.
Segurei as pastas com mais força.
— Eu ainda te amo com todo o meu ser, Maria Eduarda. – Ergui as sobrancelhas, surpresa com a confissão. — Não precisa falar nada. Boa noite, Duda.
— Boa noite, Marina. – A vi deixar a pequena sala.
Me escorei no arquivo, sentindo o meu coração inquieto.
"Não... a gente já superou isso. Já viramos essa página."
Deixei a empresa logo após o encontro com Marina, iria para o pequeno apartamento que havia alugado. Decidi não voltar para morar com o Eric, ele precisava de privacidade, afinal a Roberta e ele resolveram se dar uma nova chance e casaram há 1 ano.
— Oi, menina... você tá com fome? – Penélope, a minha gatinha, se esfregava em minha perna. — Vamos pra cozinha. Sabe, acho que você precisa de uma companhia.
Deixei as minhas coisas na mesinha, abri um sachê e despejei em sua vasilha.
Fui para o meu quarto, tomar banho e pensar no que fazer.
— Preciso ver os meus sobrinhos. — Fechei os olhos.
As palavras de Marina me vieram a cabeça.
— Não... de novo não. – Fiquei de pé.
Peguei o meu celular e resolvi ligar para a minha irmã, ela sempre me acalmava. Passamos algum tempo conversando, falei com a Ana e o Miguel, prometendo que logo iria visitá-los.
Estava morrendo de saudades.
— Bom dia a todos, fico feliz que tenham vindo. Esse é um dia muito importante para mim.
Zoe havia solicitado uma reunião com os acionistas e membros da família e me pediu para comparecer. Olivia não pode vir, por conta da escola das crianças e de seu trabalho como veterinária.
— Como já havia mencionado, irei deixar a vice-presidência da Cavalcante por motivos pessoais. Então, trouxe um nome para indicar pra minha substituição, nome esse que todos já conhecem e conhecem a eficiência. — Franzi o cenho. — Indico a Marina para o cargo.
A surpresa de Marina foi visível.
— Também tenho um nome, se me permitem. — Um dos acionistas falou. Era o pai da ex-namorada de Olivia. — Indico a minha filha, Yuna.
Ela e a Zoe tinham uma relação estritamente profissional, mas Oli e ela continuavam grandes amigas.
— Então teremos que votar aqui e agora. – João falou.
Os acionistas passaram a dizer em voz alta quem escolhiam, ficando empate no fim.
— Maria Eduarda, você é a representante legal da Olivia, quem é a sua escolha? – Todos me olhavam.
Havia esquecido completamente daquele detalhe.
— Qual a sua decisão? – João pergunto.
— Escolho a Marina, acredito que ela é a mais capacitada para o cargo. – Tentei ser firme nas minhas palavras. — Ela vem trazendo grandes melhorias e ideias revolucionarias.
Finalizei.
— Marina será a nova vice-presidente da empresa. Parabéns, Marina. – João começou a aplaudi-la.
Todos ficaram de pé para fazer o mesmo. Os nossos olhos se encontraram e eu não consegui ficar imune ao seu sorriso, então sorri de volta. Ela parecia realmente feliz, pois sempre foi um dos seus grandes sonhos.
Me joguei no sofá, esperei por Penélope, que logo se juntou a mim. Assistíamos a um programa de tv, quando ouvi a campainha. Teria uma conversa séria com a portaria.
Fui até a porta, arrumando o meu cabelo bagunçado e então abri.
— Oi, Duda...
O meu coração reagiu no mesmo momento.
— Marina...
— Posso entrar? – Seria uma boa ideia?
Droga, eu estava nervosa.
— Pode sim. – Ela sorriu, passando por mim.
Deixou um rastro de perfume, difícil de ignorar. Ela parou, ficando imóvel por um tempo, até que se virou para mim.
— Me desculpa estar aqui, mas eu precisava vir. – Ela se aproximou. — Não conseguiria seguir sem fazer essa última tentativa. Eu prometo, se você me rejeitar agora, nesse exato momento, irei embora e nunca mais terá que me ouvir.
Marina segurou o meu rosto, a sua mão tremia. Os nossos rostos ficaram a centímetros, apenas um leve empurrão e nossas bocas se tocariam.
— Me diga pra ir e eu irei...
Eu deveria? Deus, eu deveria? Que se foda.
Grudei a minha boca na dela, a puxei de forma afoita pela cintura. Marina circundou o meu pescoço, gem*u contra a minha boca. Foi como se todos os sentimentos, que até então achei que tinham acabado, voltassem de uma vez e me atropelaram sem dó.
Eu... eu ainda sentia...
Nos afastamos.
— Faz amor comigo, Maria Eduarda. – Fiquei arrepiada, pensei nos pros e nos contras, mas de nada adiantou.
A puxei pela mão, a levando até o meu quarto. Ficamos de frente uma para a outra, os nossos lábios se tocaram com gentileza, o meu corpo a reconhecia. As roupas foram sendo tiradas, até que mais nada restasse. Marina deitou-se sobre mim, encaixou os nossos sex*s, me beijava com delicadeza.
Suspirei, gemi com o contato.
— Senti tanta saudade... – Ela disse, enquanto se remexia sobre mim, causando-me arrepios, ondas de desejo. — Tanta...
Eu... eu ainda sou louca por essa mulher.
— Humm... – A minha respiração ficou pesada. — Marina...
A minha mente nublou.
Me segurei a ela, apertei o seu bumbum com mais força para aumentar o atrito, segui o ritmo do seu quadril, até que fui engolida por um prazer absurdo. Fechei os meus olhos, senti o corpo relaxado, mas não consegui ficar quieta, inverti as posições, ficando por cima dela.
Fizemos amor, repleto de carinhos e gentilezas, bem diferente das outras vezes.
Quando acordei, vi a cabeleira castanha espalhada, fiquei assustada no primeiro momento. Sai da cama, fiquei a olha-la toda jogada, dormindo profundamente. Um duelo se iniciou dentro de mim. Andei pelo quarto, agoniada.
E então, mesmo dormindo, ouvi a Marina chamando o meu nome e sorriu. Levei a mão a cabeça, sorrindo também. Voltei para a cama, me acomodando entre os seus braços. Marina resmungou algo e me envolveu no seu abraço.
“Eu não sei o que a vida tem pra nós, mas desejo que dessa vez, dê certo.”
Me senti no lugar certo, como se pertencesse àqueles braços.
Colocava os meus materiais de trabalho dentro da caçamba do carro, uma pick up velha, pois as estradas daquela região não eram lá aquelas coisas. O sol estava sumindo aos poucos e o cansaço batia. Foi um dia extremamente corrido, mas completamente satisfatório. Iria para casa, ver os meus meninos e esperar o sábado chegar, para ver a minha esposa.
Fazia uma semana que Zoe estava em Belém e a saudade era tremenda.
— Entra aí, Lua. – A pequena subiu no banco da frente.
O meu celular tocou.
— Estou com saudades da minha amiga veterinária. – Yuna disse assim que atendi.
— A sua amiga veterinária está um caco. – Ela riu. — Um passarinho me contou que você está conhecendo alguém.
— Esse passarinho por acaso tem olhos puxados iguais os meus? Essa Mina é mesmo um fofoqueira. É verdade, eu conheci alguém...
— Então, já podemos marcar pra conhecermos essa moça. Tem que passar pelo teste da melhor amiga. – Brinquei.
Yuna era uma amiga incrível, ela e a Zoe não eram exatamente próximas, mas a minha esposa entendeu que a amizade de Yu era importante para mim. Luciano também, agora ele vivia na Europa, mas nos falávamos com frequência.
— Vou te esperar aqui, quero que a conheça...
Conversamos por mais um tempo, até que a ligação foi encerrada.
Entrei no carro, dando partida.
O céu estava um espetáculo, o vento trazia o aroma da vegetação. Aspirei o ar profundamente, adorando a sensação. Eu amava o meu trabalho, havia encontrado o meu lugar.
Estacionei em frente de casa, Lua desceu às pressas.
— Mamãe... – Miguel desceu com rapidez os pouco degraus. — Venha, temos uma surpresa.
— Calma, filho... – Ele saiu me puxando porta a dentro.
— Cadê a surpresa? – Franzi o cenho.
Olhei para a sala e senti o meu coração acelerar no mesmo momento. Não importava quanto tempo passasse, ela sempre iria mexer com cada mínima parte de mim. Encurtei a distância entre nós e a abracei, aspirei o seu cheiro.
— Eu senti tanta saudade, amor. – Os meus olhos se inundaram.
— É tão bom poder ouvir isso, meu amor. – Zoe me apertava contra si.
Nos afastamos por poucos centímetros.
Os fios negros estavam longos. Toquei sua face, desejei beija-la.
— Mãe, não vai embora tão rápido dessa vez. A gente sente muita saudade. – Ana falou, lhe abraçando.
A minha menina havia crescido, logo se tornaria uma mulher.
— É, mãe, da última vez você teve que sair correndo. – Zoe sorriu, beijou a testa dos dois.
— Tenho uma notícia pra dar. Ontem tivemos uma reunião na empresa, eu entreguei a vice-presidência... – Ergui as sobrancelhas. — A Marina ficou no meu lugar. Mamãe não vai mais precisar sair correndo...
Zoe foi derrubada no sofá por Ana e Miguel, rindo junto com eles. Eu estava feliz, mas um pouco preocupada, afinal ela deixou o que sempre quis para trás.
Jantamos, conversamos e depois as crianças foram deitar, pois Ana teria o cursinho e Miguel as aulas de boxe. Duda e Zoe haviam o viciado e sempre que a minha irmã vinha ao sítio, os dois passavam horas na sala que a Zoe improvisou.
— Amor? – Zoe apareceu na porta do banheiro.
— Sim? – Ela escova os dentes.
— Você tem certeza da decisão que tomou? – Zoe ergueu as sobrancelhas.
Sumiu por um momento, surgindo em seguida.
— O que te preocupa, amor? – Ela sentou sobre a minha coxa, na poltrona.
A abracei pela cintura.
— Me sinto culpada por você ter deixado o que sempre sonhou, Zoe. A sua carreira, você dedicou grande parte da sua vida pra alcançar aquele cargo.
— Me olhe... – Ela segurou a minha face.
— Eu quero estar com você e os nossos filhos, quero poder acordar do teu lado, aproveitar todo o tempo possível com vocês. Desfaz essa ruguinha de preocupação, coisa linda... – Ela beijou a minha testa. — Eu fiz porque foi da minha vontade.
Fui conduzida até a nossa cama, sendo despida com carinho, beijada com vontade e amada com voracidade. A cada gemido abafado, uma nova onda de prazer me arrastava. A saudade que sentia, não me permitiu só uma vez, então quando os nossos corpos desabaram sobre o colchão, foi pela exaustão. Beijei as costas da minha mulher, aspirei o seu cheiro e dessa forma, adormecemos.
Quando despertei, Zoe ainda estava deitada e dormia profundamente. O hábito de acordar cedo me fez levantar, então decidi preparar o café da manhã. Logo Ana e Miguel desceriam.
— Deveria ter me acordado. – Zoe apareceu na porta da cozinha, de roupão.
Era uma das minhas cenas favoritas: vê-la entrando pela porta da cozinha, com o seu cheiro pós banho e aquele sorriso que para sempre, seria o meu favorito.
— Bom dia, querida. – Fui até ela, lhe beijando demoradamente.
— Bom dia, minha esposa. – Ela respondeu, me abraçando pela cintura.
Ah, Deus, o senhor tem sido tão generoso.
— Bom dia, mamães... – Ana foi a primeira a descer.
Nos beijou na bochecha e sentou.
— O tampinha tá dormindo. Tentei acorda-lo, mas sem sucesso.
— Deixa que eu acordo ele... levarei você pro curso, filha. — Zoe beijou a sua testa.
— Eu o levo pro boxe.
— Tá com uma cara de boba, mamãe. – Ana ria da minha cara.
— Eu amo a sua mãe. – Sorri.
— Eu estou muito feliz que vamos ter ela sempre em casa. Quando os titios virão? Queria conhecer os gêmeos.
— Sua mãe e eu iremos fazer uma festa de aniversário pro seu irmão, já enviamos os convites e acredito que seu tio João e sua tia Iris virão com as crianças.
— É tão legal quando estão todos aqui, sempre tão divertido as partidas de baralho. – Rimos.
Aquilo havia virado tradição e é claro, a Duda ainda continuava com as suas gambiarras. Sentia saudades todos os dias.
Zoe levou a Ana para o curso, deixei o Miguel na aula de boxe e fui atender a um chamado da fazenda Carolina. Infelizmente, não consegui salvar a vida do pequeno bezerro, o parto foi muito difícil, a mãe demoraria a se recuperar. O animal foi ferido por uma cobra.
Situações como aquela me deixavam triste.
— Obrigada, senhorita Olivia. – O dono da fazenda apertou a minha mão.
— Sinto muito pelo bezerro, senhor Álvaro.
— Você fez tudo que estava ao seu alcance e eu agradeço muito. Minha vaca está bem, graças a senhorita. – Tentei sorrir.
— Voltarei amanhã para ver como ela está. – Entrei na pick up.
Deixei a fazenda, com um misto de irritação e tristeza.
Quando cheguei em casa, pude ouvir uma música alta vinda do interior. Me aproximei da janela da cozinha e não pude deixar de rir. Zoe e os meninos faziam uma algazarra, dançavam de forma desengonçada. Por um instante, só me permiti ficar ali, os observando.
— A minha família...
"Mãe, eu sei que não pude te conhecer, mas eu sinto que olha por mim. Tá vendo? A gente conseguiu."
— Eu consegui... – A minha tristeza amenizou.
Desejei de todo o meu coração que os meus irmãos estivessem aqui.
Escutei um urro de dor e me assustei, saindo correndo em direção ao estabulo.
— Zoe, menina, não me diga que... – A égua estava jogada no chão.
Ela estava entrando em trabalho de parto.
— Mamãe, a gente ouviu a Zozo. – Ana chegou junto de Zoe.
— Trouxe os seus materiais, mamãe. – Miguel me entregou a minha bolsa.
Zozo, como os meninos chamavam, havia emprenhado de um garanhão da fazenda vizinha depois de literalmente, pular o cercado.
— Fiquem afastados... – Arrumei o meu cabelo.
— Quer ajuda, amor? – Zoe me perguntou.
— Só mantem os meninos longe, amor...
Segurei a baia, enquanto a égua urrava de dor. Eu não poderia atrapalhar o processo, o que me deixava agoniada. Depois de quase meia hora, o potro nasceu e o alivio de Zozo chegou.
Era um macho, de pelagem preta.
— É isso aí, garota... – Sorri.
Zoe se aproximou com as crianças.
— Eu quase desmaiei, os meninos agiram com tanta naturalidade. – Ri da expressa da minha esposa.
— A gente já viu várias vezes, mamãe. – Ana respondeu.
— A mamãe, as vezes, leva a gente. – Miguel falou. — Qual vai ser o nome dele?
— Por favor, não deem o meu nome... – Zoe falou e isso me fez gargalhar.
— Vai se chamar pantera negra. – Ana decidiu.
Me sentei no feno, entre as pernas de Zoe, enquanto os meninos olhavam para o pequeno potro com devoção.
— Você fica sexy quando assume a postura de veterinária. – Zoe sussurrou em meu ouvido.
Me virei para olha-la.
— Mais tarde... – Toquei os seus lábios com o polegar. — Quero ver o quão me acha sexy.
O sorriso safado em seu rosto me fez suspirar. Ficamos nos olhando, presas uma na outra.
“Ah, como eu amo essa mulher.”
O dia do aniversário do Miguel chegou, e a nossa casa estava totalmente movimentada. A única que ainda não havia chegado era a Marina, que viria um pouco mais tarde. Arrumávamos a decoração no quintal, havia uma cama elástica, piscina de bolinhas para os menores e dois fliperamas para os mais velhos.
— Não acredito, ele já tá fazendo doze anos. – Oli estava sentada sobre mim.
— Tá passando tão rápido. – Olhei para onde Ana Luiza estava.
Ela conversava com Ben e a Mina.
— Realmente, passa rápido... o Benjamin já tem dezoito anos. – Duda lamentou. — É um homem feito.
O meu pai estava logo adiante, brincando com o meu irmão e a Laurinha. João estava na varada, conversava com a tia Betina e a Iris. Os gêmeos estavam dormindo em uma rede, como legítimos paraenses.
— Eu preciso contar algo pra vocês. – Duda chamou a nossa atenção.
— É algo ruim? – Oli perguntou.
— Não, não é ruim... – Ela sorriu. — Já faz uma semana, mas decidi esperar um pouco pra contar, vocês serão as primeiras.
Oli e eu trocamos olhares.
— A Marina e eu, a gente conversou muito e estamos juntas. – Abri a boca de leve.
— Tá falando sério, Duda? – Minha esposa segurou a sua mão.
O sorriso bobo no rosto da minha cunhada, indicou que sim.
— Como isso aconteceu? Duda, você tá realmente certa disso? – A preocupação de Oli não era sem fundamentos.
— Sim, eu tenho certeza. Acho que irão me entender, eu sinto... tenho uma sensação de pertencer a ela. Quando a gente se beijou, foi como se tudo voltasse de uma única vez. Ela queria te ligar e contar no dia seguinte, mas pedi pra esperar...
Duda sorriu.
— Ela mudou tanto, até mesmo falou que quer ter uma família. – Os olhos de Maria Eduarda marejaram.
Vi toda a sua dor durante os meses que se seguiram após a sua separação, ela mais que merecia ser feliz.
— A gente fica muito feliz, cunhadinha... a Marina, ela te ama de verdade e eu tenho certeza, dessa vez vai dar tudo certo. – Ela sorriu.
— A mamãe vai enlouquecer, ela sempre desejou que vocês se acertassem. Tô com vocês, pra qualquer coisa. Conta com a gente, maninha.
— Olha, mãe, tem mais alguém chegando... – Miguel apontou para a pequena estrada que vinha do portão até a nossa casa.
Reconheci o carro de Marina e de Cássio. Eles estacionaram logo a frente.
— Filha, que bom que chegou. – Tia Betina abraçou a Marina, assim que ela saiu do carro.
— Vim antes, queria aproveitar melhor a tudo. – Ela olhou em nossa direção. — Cadê o abraço da sua irmã?
Oli e ela se abraçaram.
— Que saudades...
— Vim pra ficar alguns dias, tem muita saudade acumulada. Oi, cunhada... – Demos um abraço rápido. — Oi, Maria Eduarda.
— Oi, amor... – A surpresa tomou conta do rosto de Marina, assim como o de minha tia.
Duda a puxou para um abraço.
— Oi, amor... – Minha prima ficou mexida.
— É verdade? – Tia Betina apontou para elas.
— É sim, dona Betina... a Marina e eu estamos juntas. – Oli me abraçou de lado.
Compartilhávamos da mesma emoção.
— Oh, minhas filhas... eu fico tão feliz. Ah, meu Deus, vocês não poderiam ter me dado noticia melhor.
Tia Betina saiu puxando as duas, enquanto falava o quanto estava contente com a notícia.
— Não posso acreditar. – Oli falou. — Elas estão juntas.
— Também pensei que jamais iria acontecer. – Nos olhamos, rindo.
— Desejo tanto que dê certo agora... o que? – Não controlei o riso. — O que, amor?
— Viramos duas fofoqueiras, amor.
— Ah, mas eu gosto de fofocar com você. – Ela fez biquinho.
— Oh, meu Deus, que coisa fofa... – A abracei pela cintura. — Eu te amo...
Os olhos castanhos se prenderam nos meus.
— Eu te amo, Zoe...
Estava tudo arrumado, a festa já acontecia lá fora. Terminava de me vestir, olhando através da janela as crianças correndo. Miguel estava se divertindo, ele estava grudado nas tias, servindo de vela.
— Vamos descer, meu amor? – Oli me abraçou pelas costas.
— Só mais um pouquinho, amor... olha, a Violeta e o João brigando por causa dos meninos. – Olivia e eu rimos.
— Dá pra acreditar no que a gente construiu? Lá fora estão todas as pessoas que amamos, se divertindo no aniversário do nosso filho, na nossa casa. – Me virei para ela, vendo os seus olhos marejados.
— Eu sou muito feliz, meu amor, tanto que jamais serei capaz de explicar. – Beijei os seus lábios. — Obrigada por ter me proporcionado tanto, Oli...
— É eu quem agradeço, meu amor. Sou uma mulher muito, muito feliz...
— Eu te amo...
— E eu amo você, muito... muito...
A festa estava muito divertida, as filhas de Cássio conversavam animadas com Ana, Ben e Mina. Laurinha e Marcelo brincavam no pula-pula, Iris havia levado os meninos para dormir, e acabava de retornar. Miguel jogava com os amiguinhos no fliperama.
Formamos uma roda.
— Queria dizer obrigada por terem vindo, o Miguel ficou muito feliz. – Oli me entregou uma taça de vinho.
— A gente que agradece o convite. As minhas meninas ficaram eufóricas, quando eu disse que veríamos.
— Até tentaram trazer a casa toda nas malas. – A esposa de Cássio disse, nos fazendo rir.
— Bem que a dupla Oli e Caio poderiam se apresentar. O Cassio e a esposa ainda não puderam ver a performance de vocês. – Violeta zombou.
— Olha, pinscher, só pela gracinha, vou cantar. – Caio ficou de pé.
— Vamos, minha dupla? – Olivia gargalhou.
— Vamos mostrar para eles o que é diversão. – Minha esposa beijou a minha bochecha e ficou de pé.
Cada um pegou um microfone, dei play na música e eles não perderam tempo. Cantavam uma canção antiga de Pabllo Vittar, imitando até mesmo as coreografias. Até as crianças pararam para ver, rindo e gritando para os dois.
A minha esposa parecia mais uma criança.
A festa acabou quase uma da manhã, mas Caio, Iris, João, Violeta, Maria, Duda, Oli e eu decidimos ficar mais um tempo no quintal. Resolvemos relembrar algumas coisas, despertando o riso de todos.
Marina e Duda não se desgrudavam, a felicidade no rosto de ambas era visível.
— Amor? Estava pensando... – Oli e eu conversávamos baixinho, enquanto Violeta e Caio falavam besteira.
— No que, amor? – Ela ficou de ladinho, para poder me olhar.
— Que tal aumentarmos a família? – Franzi o cenho. — Você ou eu, a gente pode fazer o procedimento. Eu queria muito te ver com um barrigão.
— Tá falando sério, amor? – Minha esposa sorriu.
— Se você também quiser, amor...
Toquei a sua face, cobrindo a sua boca com a minha.
— Eu adorei a ideia, amor... – O sorriso de Oli foi gigantesco.
— Vai ser lindo te ver com um barrigão, Zoe. – Os seus olhos marejaram. — Obrigada amor...
— Pelo o que, minha vida?
— Por tudo, por tanto... obrigada!
Ela se aconchegou a mim, escondendo o seu rosto na curva do meu pescoço. Que as outras mulheres me perdoassem, mas eu sou a mulher mais feliz desse mundo e a nossa vida só estava começando.
— Eu te amo, Olivia...
— E eu te amo, Zoe...
Olhei ao redor, para as pessoas que ali estava, olhei para o céu, senti o vento frio, apertei a minha esposa conta mim. Não havia mais nada que eu quisesse... nada!
Estava tudo onde deveria estar...
Fim do capítulo
Aaah, e aqui estamos, mais uma concluida.
Confesso, Tany e eu estamos muito apegadas, pensando: o que a gente faz agora?
Haha.
Foi um enorme prazer, meninas.
Em breve, estamos de volta.
Um forte abraço.
Letícia e Tanny.
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Blume
Em: 30/05/2022
Ola,
Esse é o melhor final que já vi em um conto.
Parabéns mesmo.
Amei saber como ficou cada personagem mesmo os secundários e os da terceira linha também. Sempre os finais para esses personagens é feita muito por cima... aqui vimos a visão de cada um, muito legal.
A gente sempre anseia pelo final e quando ele chega vem a saudade dessa leitura maravilhosa. Parabéns
Voltem logo.
Bjbj
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JeeOli
Em: 27/05/2022
eu amei que a Duda ficou com a Marina, eu sei que a Marina errou muito em como levou a situação com a Duda mas tb entendo que para ela tudo foi complicado de aceitar, acho que a Duda precisou viver o que viveu com a Patricia por muito motivos o principal e ter alguem que a passasse confiança mas no final era o amor pela Marina que falou mais rapido...
Olie e Zoe são perfeitas juntas a evoluçao da Zoe é linda, ver o amor das duas se contruindo foi perfeito de novo igual é em todas as suas historias
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Lea
Em: 26/05/2022
Foi emoção por cima de emoção,tudo dando errado, porém quando a luz brilhou tudo foi maravilhoso de ver.
A saga desse amor foi envolvente,venceu as barreiras e se transformou em Família.
O carinho por cada personagem é enorme!
Letícia,Mais uma vez mostraram que fazem e fazem muito bem. Estória maravilhosa.
Boa noite e até a próxima!
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CatarinaAlvesP
Em: 26/05/2022
Mais uma história maravilhosa pro rol da melhor autora desse site aqui. Parabéns meninas! E por favor, voltem logo.
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