Epílogo
Epílogo
Algum tempo depois.
Rebeca passa apressada pela porta. Busca com os olhos a figura de sua esposa em meio as pessoas desconhecidas no local. Depois do expediente havia combinado de encontrá-la ali. Na verdade, Anna quem convocou uma reunião. Ainda não entendia por que tinha que ser justamente no pub. Preferia mil vezes sua casa.
Avistou Anna conversando com Heloísa. Caminhou até elas, durante o curto percurso ela se questionava sobre onde estaria Alice. Assim que começou a caminhar, conseguiu se lembrar por que odiava aqueles ambientes. Os homens não conseguiam se contentar apenas em observá-la, alguns tentavam tocá-la o que lhe causava repulsa.
— Alguém viu minha esposa? Preciso agradecê-la por não ser um macho escroto. Tive que mostrar minha aliança pelo menos umas cinco vezes, e nem estava tão longe de vocês assim. — reclama.
— Julgo que você já agradeceu o suficiente. — Heloísa brinca. — Quer beber algo?
— Qualquer coisa que me faça esquecer que ainda preciso conviver com homens. Obrigada. — agradece pegando o copo e tomando todo o líquido. — Alice ainda não chegou?
— Ainda não. Mas deve tá para chegar. — Anna diz.
De fato, não demora muito para que Alice chegue. Anna aponta na direção e Rebeca olha para ela. Sorri ao observar o quanto ela está linda. A barriga cresceu ainda mais nas últimas semanas.
— Ainda penso que vocês vão ter gêmeos, olha o tamanho daquilo. — Anna aponta com ar de riso.
— Ah-ah! Já está falando do meu tamanho? Idiota. — dá de ombros com irritação.
— Ela não estava falando nada. E você está linda. — diz isso e toma seus lábios em um beijo. — E você filha, como está? — questiona beijando sua barriga.
— Ela ainda não mudou de ideia sobre o sex*? — Heloísa questiona.
— Não. Mesmo que, a Letícia tenha dito ser um menino. — dá de ombros.
— Ela pode estar errada. — se defende.
— Claro, a médica com aparelhos de última geração está errada. — Anna implica. — Vamos para uma mesa?
— O assunto é sério assim? — nenhuma das duas responde.
Caminham juntas até a mesa. Alice está aflita, parece que esta prestes a ouvir a coisa mais séria do mundo.
— O que nós queremos anunciar a vocês. É que vamos casar. — Anna mostra o anel em seu dedo.
— Ah!!!! Que maravilha! — Alice se empolga. — Você desencalhou. Não acredito. Vocês precisam de filhos, assim poderão ser amigos dos nossos.
— Calma aí. Ainda nem casei. Não vem com essa de filho. Ainda tenho muito sex* para fazer até isso acontecer. — Anna se desespera.
A notícia sobre o casamento deixou Alice feliz pela amiga. Assim como Rebeca ficou feliz por enfim Heloísa ter tomado coragem para fazer o pedido. As duas haviam se aproximado muito durante a construção do condomínio. Rebeca fez questão que ele carregasse o nome de sua falecida amiga, “Tália Residencial”.
A vida parecia em ordem. André conseguiu passar no vestibular para medicina. Dominique e Eliel já não brigavam tanto quanto antes, adoram inclusive brincar com Teodoro, esse já se mostra enciumado com a chegada do novo irmão.
Amélia e Letícia estavam em lua de mel. Deixaram Elisa sobre os cuidados de Carme e Lívia, essas duas fugiam de casamento. Concordaram em morar juntas, mas nunca em se casar. Já que Carmem tem uma teoria de que para o amor existir não é preciso haver uma aliança diante dos homens.
Depois de muita insistência de Carmem, Amélia e Rebeca, Maria aceitou a fazenda de presente. Elas concordaram que ela merecia terminar seus últimos dias de vida vivendo em paz, no lugar que um dia foi seu martírio. Maria enfrenta a luta contra o câncer de mama, mas, em nenhum dos momentos ficou sozinha, Nina continua a amando e cuidando dela o tempo inteiro.
Bianca e Iara casaram-se logo depois de Alice e Rebeca. A cerimônia foi simples, apenas para os amigos mais próximos e os familiares, mas foi cheia de emoção. O amor delas se fortalecia a cada dia mais.
Antônio e Helena, enfim conseguiram tirar o tal ano sabático. Escolheram os países da Europa como destino. O que movimenta muito os grupos da família, pois os dois postam muitas fotos, diariamente.
A empresa de Larissa conseguiu ganhar o país, transformou-se em uma multinacional. O que fez com que o dinheiro da família aumentasse. Rebeca continua a frente da empresa. Mas hoje já conta com a ajuda de Alice. Depois que terminou a faculdade resolveu mesmo se dedicar a cuidar do patrimônio da família. O que agradava muito suas mães, mas principalmente a Rebeca, que podia ficar com ela o dia todo e a noite, irem juntas para casa.
A avó de Teodoro vem vê-lo ao menos duas vezes ao mês. Ficou feliz quando conheceu os novos netos, como ela acostumou a chamar Eliel, Dominique e André. Já se sentia incluída na família.
A morte de Pedro foi solucionada. Descobriram haver sido o mesmo homem que tentou matar Alice, a mando de Aírton. Ele foi preso, acabou indo para o mesmo presidio que Aírton e George. Por medo do que poderia acontecer caso seu capanga denunciasse, Aírton0 acabou armando um plano para matar seu comparsa. O que ele não esperava era que isso iria acabar em uma grande confusão generalizada. Os guardas acabaram disparando contra os presos e no meio do tiroteio, os três acabaram feridos, vindo a óbito algumas horas depois.
Durante semanas aquilo perturbou Rebeca, ela se sentia culpada por estar aliviada pela morte do próprio pai. Retornou suas consultas de terapia, e dessa vez não iria mais parar.
Hoje conseguiam se sentir seguras. Não havia nenhum tipo de ameaça. Mesmo assim todos andavam com segurança vinte e quatro horas. Esse era um pedido de Isabella que temia muito que algo acontecesse.
As coisas não poderiam estar melhores. Todas as famílias felizes e convivendo em total harmonia. Os domingos sempre eram animados e de casa cheia. Alice não poderia se sentir melhor, para completar sua felicidade só precisava conhecer o rosto de seu filho.
Depois da comemoração no pub, o casal vai para casa. Mal passam pela porta e já são agarrados por braços ligeiros. Todos os dias a recepção era a mesma.
— Já fiz nossa cabana. — Dominique mostra os lençóis apoiados nas cadeiras de jantar.
— Eu escolhi o filme dessa vez. — Eliel completa.
— Pelo visto eles cuidaram de tudo. — Alice diz olhando para Rebeca.
— E onde estão seus irmãos?
— Aqui. — André surge com um balde de pipoca. Beija as duas. — Teodoro tá correndo no quarto, se recusando a tomar banho. — diz rindo.
— Ele tá só de cueca. Tereza disse que vai deixá-lo do lado de fora para o carro do lixo levar. — completa Dominique com ar de riso.
— Impar. — Alice diz olhando para Rebeca.
Era sempre assim. Uma das duas teria que ir intervir e obrigar o pequeno a tomar banho.
— Dessa vez eu vou. Pode sentar no sofá, um deles vai fazer massagem nos seus pés.
Rebeca correu em direção a escada, mas conseguia escutar a discussão sobre quem iria fazer a massagem de Alice. Todos queriam, sabia que no final, um deles ficaria com os pés, o outro com os ombros e assim ela receberia todo o mimo que merece. Conseguiu convencer Teodoro a tomar banho. Alguns minutos depois todos estavam jogados na sala de casa, em frente a tv, assistindo a um filme. Todos adoravam as noites em família.
— Nem acredito que esse dia terminou. — Alice diz enquanto passa hidratante no corpo.
— Nem eu. Teodoro está cada dia mais cheio de opinião. Acredita que ele me deu uma lista de coisas que o banho é prejudicial? — Alice sorri.
— Penso que ele puxou ao pai.
— Com certeza, eu não sou tão boa assim. Se fosse teria escolhido o direito como profissão. — disse rindo.
Alice se deita, repousa a cabeça no ombro de Rebeca e logo adormece.
— Quanto tempo, Rebeca. — uma mulher se aproxima, sentando-se ao lado dela.
Rebeca olha em volta e se lembra daquele lugar. Foi a igreja que viu Alice ir depois que ela levou o tiro.
— Eu estou sonhando? — indaga confusa.
— Sim. Está. — a mulher sorri. — Precisava vir te ver. E dizer que está certa.
— Estou certa? Certa sobre o quê?
— É mesmo uma menina.
— Eu sabia! — comemora. — Mas por que veio me dizer isso?
— Não vim apenas dizer isso.
— Não?
— Não. Vim contar que agora é a minha vez de reencarnar.
— Você vai voltar? Isso é bom.
— Sim. E não voltarei em uma família qualquer.
— Não vai me dizer que você...
— Isso mesmo. Eu voltarei como filha de vocês. — sorri satisfeita. — Teremos a chance de novamente evoluirmos juntos. Já que na última vida tivemos tão pouco tempo.
— Alice não faz ideia que irá conviver com seus pais.
— Ela não precisa saber disso para nos amar. Ela já o faz apenas por sermos seus filhos. — ela sorri. — Eu sinto o quanto ela me ama. E você também. — Rebeca sorri. — Mas por favor, não faça mais aquelas vozes estranhas. — pede rindo.
— Pode deixar. — concorda sorrindo.
— Agora eu preciso ir. — fica de pé. — Nos vemos no meu nascimento.
Rebeca se levanta, ficando de frente a ela.
— Você não vai escolher seu nome? — pergunta lembrando sobre seu pedido para o nome de Teodoro.
— Você já sabe qual nome me dá. — sorri. — Obrigada. — agradece.
Ela sabia que o agradecimento era por tudo. Mas principalmente por recebê-la em sua família. Rebeca acordou assim que seus braços tocaram a mãe de Alice. Levantou-se de sobressalto. Fitou a figura de Alice, adormecida ao seu lado. A barriga evidente, descoberta pelo lençol branco.
Sentou-se na beirada da cama, passou as mãos pelos cabelos emaranhados. Voltou-se para Alice, subindo o lençol e cobrindo seu corpo. Acariciou sua barriga, beijando-a em seguida.
— Bem-vinda a família, Melissa. — sussurrou para ela.
Deitou-se ao lado dela, com um sorriso dançando em seus lábios. Sentia-se grata por conhecer Alice, e mais grata ainda por ter a oportunidade de dividir sua vida com ela. Nunca imaginou que pudesse se entregar tanto a alguém. Sabia a confusão que Alice estava quando se conheceram, mas não podia se sentir mais lisonjeada por ser parte do Despertar de Alice.
Fim do capítulo
É isso o fim chegou. Obrigada por todas que tiveram a paciência para ler, todas que comentaram me incentivando não parar de postar. Vocês são maravilhosas. E a todas que de certa forma adoraram descontar suas frustrações da vida real em mim. kkk
Beijos no coração.
Tem coisa nova por vir.
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preguicella
Em: 31/08/2023
Aff, deu saudade, vim ler os capítulos finais, vou ter que começar a ler de novo! hahaha
Dolly Loca
Em: 17/05/2022
Foi uma das histórias que mais me deu prazer em ler. Acompanhar a evolução das personagens, os conflitos sendo solucionados e o amadurecimento de cada uma foi muito especial.
Espero que você continue escrevendo outras histórias tão bem elaboradas. Parabéns!
Bjos
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Baiana
Em: 16/05/2022
Acabou? Assim tão rápido? E os bandidos nem tiveram uma morte lenta e dolorosa como forma de vingança pela Talia? Que pena...
Elas construíram uma família linda,e enorme. A minha crush que foi esperta e não quis casar,mas se aproveitava dos benefícios de uma casamento kkkk
Senti falta da Virgínia.
E todos se casaram...
Ansiosa pela próxima história
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Mille
Em: 16/05/2022
Oi dona autora
Volte aqui menina e nos dê mais 05 capítulos kkkk
Amei ler sua história cheia de emoção que nos despertou, o amor de Alice e Rebeca é igual a Larrisa e Isabela, amo essa família e fico com saudades e espero que volte com Teodoro, Dome, Eriel, André e a pequena Melissa.
Parabéns.
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